Relações entre Paraguai e Venezuela estão estremecidas desde o impeachment de Fernando Lugo, em junho do ano passado
Os presidentes Horacio Cartes, do Paraguai, Nicolás
Maduro, da Venezuela, e Dilma Rousseff reúnem-se durante cúpula da
Unasul em Paramaribo, Suriname
(Roberto Stuckert Filho/Divulgação/Presidência da República)
As declarações depois da reunião não trouxeram muitos detalhes sobre o que foi discutido. Pelo Twitter, Cartes classificou o encontro de “agradável” e completou: “Anseio por uma América integrada”. Anseio que foi destacado em seu discurso na cúpula. “Devemos manifestar, com uma firme vontade política, nosso compromisso de fazer da Unasul um destino comum, aceitando nosso pluralismo político, reafirmando a igualdade jurídica de nossos estados, assim como dos princípios e valores do direito internacional”.
O Paraguai voltou a integrar a União das Nações Sul-americanas depois de ser suspenso devido ao impeachment de Fernando Lugo, em junho do ano passado. O país também foi suspenso do Mercosul, que aproveitou a ausência paraguaia para promover a adesão da Venezuela ao bloco – o Paraguai era o único país que não havia aprovado a entrada.
Em julho, a Venezuela assumiu a presidência temporária do Mercosul, ao mesmo tempo em que foi anunciada que a suspensão ao Paraguai perderia o efeito com a posse do novo presidente. No entanto, Cartes rejeitou uma volta, assinalando que “O mero transcurso de tempo ou decisões políticas posteriores não restabelecem, por si só, o império do direito”. A posse de Cartes ocorreu no dia 15 deste mês, sem que o presidente venezuelano fosse convidado para a cerimônia.
Nesta sexta, Maduro disse que decidiu “virar a página” e estreitar as relações com o Paraguai, segundo a agência de notícias estatal. “Admiramos e amamos profundamente o Paraguai. Se algum paraguaio se sentiu afetado por nossa atuação no ano passado, pedimos compreensão. Viremos a página, pensemos no presente e no futuro”.
Dilma Rousseff, que posou de intermediária da 'reconciliação', disse que a reunião desta sexta foi “muito positiva, muito construtiva”. “Dela, tenho certeza, vão sair boas novidades para o conjunto da América Latina”, ressaltou.
Bolívia – Dilma também se reuniu com o presidente Evo Morales para falar sobre a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil. Depois do encontro, o novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, disse que a presidente “demonstrou repúdio ao episódio” e que o caso não vai alterar as relações entre os dois países.
Antes do encontro, Morales voltou a dizer que a Bolívia “jamais considerou” o senador um asilado político. “Era um delinquente que tem que ser julgado pela justiça”. As autoridades bolivianas acusam o parlamentar opositor de corrupção.
Molina deixou a embaixada brasileira em La Paz no último fim de semana, em um carro oficial do governo brasileiro. Ele estava na embaixada havia mais de 450 dias. O senador tentava sair da Bolívia desde que denunciou o envolvimento de importantes políticos do país com o narcotráfico.
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