O ato está marcado para as 15h desta quarta, no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo
Terra
A passeata deve seguir pelas ruas do Centro da capital e terminar
na Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Os manifestantes exigem
que o dinheiro do suposto cartel seja devolvido ao Estado para melhoria
do transporte público e redução das passagens. Para isso, eles pretendem
entregar uma série de reivindicações ao secretário dos Transportes
Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
Tarifas
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas
grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos
para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos
prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional,
dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de
milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com
um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril,
milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para
protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a
mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado.
Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde
sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio
ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em
violentos confrontos com a polícia.
A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a
pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil
viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos
últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes,
mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a
realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de
mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba,
Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama
de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um
movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do
regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é
um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o
movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”,
disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de
críticas.
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