31 de ago. de 2009

Brasil poderá retaliar EUA em até US$ 800 milhões, diz Itamaraty

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou nesta segunda-feira (31) que o Brasil poderá retaliar os Estados Unidos em até US$ 800 milhões. A Organização Mundial do Comércio (OMC) anunciou nesta manhã a aprovação de uma compensação ao país em sua disputa com os EUA sobre subsídios concedidos a produtores de algodão. Inicialmente, segundo a OMC, a decisão daria o direito de o governo brasileiro retaliar os norte-americanos em até US$ 294,7 milhões- o cálculo foi feito com base nos subsídios de 2006.
No entanto, segundo o subsecretário de Assuntos Econômicos do MRE, embaixador Pedro Carneiro Mendonça, o valor de retaliação poderá chegar a quase US$ 800 milhões, sendo US$ 147 milhões referentes a subsídios acionáveis e, entre US$ 630 e US$ 640 milhões de subsídios proíbidos (garantia de créditos a exportações). Segundo o embaixador, a decisão anunciada nesta manhã se trata da segunda maior retaliação da história da OMC. O valor é menor que o desejado pelo Brasil, que pretendia obter US$ 2,5 bilhões anuais em sanções comerciais retaliatórias. No entanto, Carneiro Mendonça afirmou que a decisão é bastante positiva para o país. “O Brasil comemora. É uma decisão em um processo que se arrasta há vários anos. O montante final garantido ao Brasil é o segundo maior valor de retaliação já concedido pela OMC para um país”, comemorou o embaixador. “Esse pedido é um teto [pedido inicial de US$ 4 bilhões]. Nunca será mais do que isso. Tínhamos ciência de que esse não era um número que pretendíamos obter. Já estávamos trabalhando com um número bem menor que esse, de US$ 2 bilhões”, completou o coordenador-geral de Contenciosos do MRE, Luciano Mazza.
Negociação
De acordo com Mazza, o Brasil nunca usou do expediente da retaliação, apesar de já ter obtido o direito em duas ocasiões. Desta vez, em relação ao algodão, a decisão é definitiva – não cabe mais recurso. Os EUA queriam que o valor máximo fosse de US$ 20 milhões. O Itamaraty não descarta, no entanto, uma possível negociação com o governo dos EUA. Caso a Casa Branca recue e deixe de pagar incentivos aos produtores de algodão, o Brasil não aplicará as retaliações. “A negociação é sempre possível. O ideal é que os EUA retirem os incentivos ao algodão”, afirmou Mazza. Sobre os cálculos, o coordenador de Contenciosos destacou que o valor de cerca de US$ 800 milhões é apenas uma estimativa. Segundo ele, o Itamaraty chegou a esse número utilizando como base o comércio realizado em 2008 e 2009 “O cálculo é muito complicado. Ainda está por decidir a forma e o valor total. Há variáveis e, em relação, a retaliação, o assunto está no campo do governo brasileiro. A decisão será tomada”, disse. O Brasil calcula que os subsídios americanos aos produtores de algodão tenham chegado a US$ 12 bilhões entre 1999 e 2002, enquanto o valor das colheitas foi de US$ 13,9 bilhões durante o mesmo período, o que significa uma taxa média de subsídio de 89,5%.
Histórico
O caso foi apresentado na OMC em 2002 pelo Brasil, que havia ganho uma primeira vez em 2004 e depois, em apelação, em 2005. Como não obteve resposta satisfatória, Brasília apresentou queixa novamente contra os EUA em 2006, vencendo mais uma vez em dezembro de 2007. O órgão de apelação da OMC confirmou sua decisão em junho de 2008. Na época, os relatórios dos árbitros da organização estabeleceram que o programa de garantia do crédito a exportações citado consistia em um caso de subsídio às exportações. Segundo esta condenação, os EUA foram intimados a agir de acordo com as regras da OMC e de revisar seus subsídios, caso contrário seriam expostos a sanções brasileiras.

30 de ago. de 2009

EUA reveem estratégia de bases

O acordo que formaliza a ampliação da presença americana na Colômbia pode ser o novo indício de uma mudança estratégica paulatina que ocorre nos EUA. E essa transformação vai muito além do território colombiano. Contra as críticas ao pacto com Bogotá, o presidente Barack Obama deu garantias de que não haverá "nenhuma base" dos EUA na Colômbia. Para analistas, o caso tornou-se mais um exemplo de uma tendência na presença americana mundo afora: as tradicionais bases e complexos militares devem perder força para uma ocupação mais discreta e diminuta.O novo modelo é o de "bases vitórias-régias" - lugares simples e com poucos funcionários, cuja posse formal pode ser dos EUA ou de aliados. A estratégia foi esboçada pela primeira vez em um estudo do Pentágono pouco após o 11 de Setembro. O nome "vitória-régia" viria da delicadeza da planta aquática, apoio temporário para sapos e insetos. Desde 2004, a base de Manas, no Quirguistão, serve como "protótipo" do projeto.Além de reduzir tensões locais, instalações como as "vitórias-régias" permitem aos EUA e a aliados dizer que "não há base americana", explicou ao Estado David Vine, autor de Island of Shame (Ilha da Vergonha), sobre a ocupação dos EUA em Diego Garcia, no Oceano Índico, onde a população local foi expulsa para a construção de instalações. "Tecnicamente é verdade. Mas, na prática, há uma base incipiente."PACTOSegundo EUA e Colômbia, militares e funcionários americanos permanecerão em bases colombianas e responderão a Bogotá. A presidente argentina, Cristina Kirchner, ironizou: "Em nenhum lugar do mundo um general Fernandez dará ordens a um general Johnson!"Internamente, o governo Álvaro Uribe insiste que o pacto "é uma ampliação de acordos preexistentes" para evitar ter de submetê-lo à aprovação do Congresso. Como no Brasil, a lei colombiana exige que acordos internacionais sejam aprovados por maioria qualificada no Congresso, sendo passíveis de veto pela Suprema Corte.A guinada na presença global dos EUA, porém, está em estágios iniciais. Com o fim da Guerra Fria, os EUA reduziram em 60% o número de bases no exterior. Ainda assim, hoje a cifra chega a 865, consumindo US$ 250 bilhões por ano, diz Miriam Pemberton, do Institute for Policy Studies. Do 1,4 milhão de militares americanos na ativa, mais de um terço está fora dos EUA, divididos em cinco comandos regionais."Vitórias-régias" têm por objetivo principal reduzir controvérsias e ressentimentos causados pela presença americana. A principal lição viria das bases dos EUA instaladas na Arábia Saudita - onde estão os dois lugares mais sagrados do Islã - pouco antes da Guerra do Golfo, em 1991. A presença dos "infiéis" a quilômetros de Meca e Medina deu um poderoso argumento a grupos radicais como a Al-Qaeda e, após 12 anos, o Pentágono decidiu se retirar.Antes de Riad, a pressão popular nas Filipinas havia feito com que os EUA partissem em 1991, após 89 anos de ocupação. Em março de 2008, no Equador, a Assembleia Constituinte proibiu a presença americana, obrigando o desmantelamento da base de Manta. Grupos na Alemanha e Japão, os dois países com maior número de bases americanas, também pressionam pela retirada.Os exemplos demonstram que a animosidade política causada pelo acordo Washington-Bogotá não é um fato isolado, mas um fenômeno recorrente e global, afirma o sociólogo da Universidade George Mason Hugh Gusterson, especialista na cultura militar dos EUA. Ele defende que a imunidade de soldados americanos às leis dos países-sede - condição que será mantida no novo acordo entre EUA e Colômbia - inflama ainda mais a polêmica. Na Colômbia, o debate sobre esse status veio à tona há dois anos, quando dois militares americanos supostamente estupraram uma menina de 12 anos dentro de uma base. Eles voltaram aos EUA e não foram a julgamento.A questão seria ainda mais delicada em relação a seguranças privados contratados pelo Pentágono, os quais nem sequer estão submetidos à lei militar americana. "Estes estão num verdadeiro ?buraco negro? jurídico", afirma Gusterson.

Setenta anos da Segunda Guerra Mundial

A invasão da Polônia pelas tropas nazistas em 1º de setembro de 1939 teve feição no mínimo prosaica. O pretexto para a agressão foi o simulacro de um ataque de poloneses a uma rádio alemã situada na fronteira dos dois países. Consumada a ocupação, o país já se achava, poucos dias depois, integralmente dominado pela máquina de guerra alemã. Com base em cláusulas do Pacto Germano-Soviético, mais conhecido como Pacto Molotov-Ribbentrop, que versava inclusive sobre a partilha do país, à União Soviética deveria caber o leste polonês. A previsão veio posteriormente a se efetivar. Os soviéticos ficaram com a porção estipulada no tratado.
Em 3 de setembro do mesmo ano, a França e a Inglaterra, ato contínuo, declararam guerra à Alemanha. A data registra o início da Segunda Guerra Mundial, a mais terrível das tragédias da humanidade. É esse cruel acontecimento que o planeta, na próxima semana, consternadamente comemora. De sua eclosão até hoje se passaram 70 anos, período que, malgrado longo, o mundo jamais pôde esquecer. O saldo legado deixou enorme passivo a ser administrado. Paradoxalmente, não se pode negar que, do embate, advieram novos horizontes para o mundo.
O ajuste celebrado entre os dois países — URSS e Alemanha — teve duração efêmera. Embora ambos os líderes envolvidos — Stalin e Hitler — aparentemente se odiassem, há bibliografia dando conta de que se admiravam. Houve mais apreço de Stalin ao fürher do que deste a ele. Prova mais evidente da constatação é que, invadido o território soviético pelos alemães em 22 de junho 1941, Stalin teimou em não acreditar no fato. Custou a entender que as incursões nazistas ao território da URSS não eram atos acidentais, involuntários, mas ocupação intencionalmente belicosa. Hitler deu à invasão o nome de Operação Barbarossa, em homenagem a Frederico Barbarossa, um dos líderes da Terceira Cruzada, perpetrada no final do século 12. Dias após a consumação do ataque, e da teimosia stalinista com seus generais, com muitos dos quais se indispôs, convencera-se afinal de que o pacto com a Alemanha não existia mais.
A Segunda Guerra Mundial que, do lado aliado, contava apenas com a França, Inglaterra e países da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth), passou a contar também com a URSS. Com parque industrial incapaz de suportar a refrega, a Inglaterra e os EUA tiveram de supri-la não só de material bélico, mas também de alimentos, botas, agasalhos e diversos outros itens. Stalin cobrava com insistência que os EUA e Inglaterra abrissem uma segunda frente de batalha contra a França ocupada, possivelmente partindo de Dover em direção à Calais. Os EUA, com o bombardeio de Pear Harbor, já haviam ingressado definitivamente na guerra. A Inglaterra e os EUA preferiram antes, entretanto, combater os alemães incursionados na África do Norte. Grandes contingentes de soldados, aviões e navios foram para lá deslocados. Só mais tarde, em 6 de junho de 1944 — o Dia D —, é que houve a travessia, não mais via Calais, mas, sim, surpreendendo os alemães, pela Baía do Sena, na costa da Normandia.
Não sendo neste espaço possível a descrição dos principais eventos da Segunda Guerra Mundial, é bom deixar expresso que dois fatos definitivamente se responsabilizaram pelo desfecho do confronto. O primeiro deles foi a retomada da França iniciada em seguida ao Dia D; o segundo, foi a derrota da Wehrmacht pelos soviéticos na Batalha de Stalingrado. Os sucessivos êxitos obtidos pelos aliados tanto do lado ocidental quanto do leste acabaram pondo fim à maior guerra vivida pela humanidade.
Três líderes mundiais estiveram no comando da guerra: Roosevelt, Stalin e Churchill. Cada um possuía suas malícias e truques. Todos eram idiossincráticos. Stalin, ao contrário do que se supõe, era homem de leitura e espirituoso. Fala-se que, na Conferência de Yalta, Churchill desejava conversar a sós com Stalin, livre da presença de Roosevelt. Sentaram-se num sofá para um café. Sobre o desenvolvimento da guerra, confiante, Churchill teria dito a Stalin: “Deus está do nosso lado. Pelo menos fiz todo o possível para tê-lo a nosso lado.” Ao que Stalin respondeu: “E o diabo está a meu lado porque, obviamente, como todo o mundo sabe, o diabo é comunista, e Deus, sem dúvida, é um legítimo conservador.”
Churchill protestou contra a decisão de Eisenhower, comandante dos aliados, e confirmada por Roosevelt, de que Berlin tinha que ser reservada para ocupação do Exército Vermelho, como foi. Mantinha severas divergências com Stalin. Sabia onde pretendia chegar. Não foi sem razão que, no discurso de Fulton, no Mississipi, nos EUA, ao lado de Truman, confirmou o que antes já dissera: “De Stettin no Báltico a Trieste no Adriático, uma cortina de ferro baixou através do Continente.” Deu no que deu.
Roosevelt, o idealista da Organização das Nações Unidas (ONU), não pôde assistir ao término da guerra. Doente, faleceu antes. O Japão viveu a experiência atômica. Milhares de pessoas morreram em Hiroshima e Nagasaki. É dor de que a humanidade jamais se desfez. O 3 de setembro de 1939 deve servir de alerta a todos. A fim de que o mal não prevaleça contra os que ainda acham que a guerra é a melhor solução.

Colômbia envolve base em manto de segredo

Tropas americanas não são visíveis no posto militar de Palanquero, joia da coroa do acordo entre Bogotá e Washington.Não se pode circular nem tirar fotos na Base Aérea de Palanquero, em Puerto Salgar, Cundinamarca (Colômbia). O aviso foi feito ao microfone pelo major que pilotava o avião de hélices e fabricação espanhola em que viajaram jornalistas colombianos e a Folha, na manhã da última quinta-feira.
A base de Palanquero é a joia da coroa do acordo de cooperação militar entre Colômbia e EUA, que dará a soldados americanos o acesso a sete bases em território colombiano para combate ao narcotráfico e ao terrorismo. Mas na quinta, numa semana em que a América do Sul polemizava sobre o tema, só havia ali militares colombianos. A reportagem não viu americanos em Palanquero, onde soldados informaram que não havia colegas dos EUA.
Bem diferente do Ministério da Defesa, onde na semana anterior o oficial de ligação Long, tenente-coronel do Exército americano, cumprimentou em bom espanhol o repórter no gabinete do comandante-geral das Forças Militares da Colômbia, general Freddy Padilla. Outros dois oficiais dos EUA estavam no pátio do prédio.
A Folha fez pedidos diários por uma visita técnica a Palanquero desde 21 de agosto ao Ministério da Defesa da Colômbia. Não obteve resposta até quarta, quando foi convidada a acompanhar visita do ministro Gabriel Silva Luján à base naval de Cartagena, no Caribe, 1 das outras 6 onde estarão americanos. No caminho, o avião parou em Palanquero para reabastecer. A reportagem não pôde andar pela base. Já fora de lá, o ministério ofereceu entrevista com oficial da Força Aérea para falar das bases. Na sexta, cancelou.
Palanquero é a sede do Comando Aéreo de Combate 1 da Força Aérea Colombiana, ou "A Casa do Piloto de Caça", como estampa pintura no portão fechado de um hangar. Está em posição estratégica, no centro do país, a 180 km de Bogotá. À primeira vista, não se difere muito de uma base militar brasileira, com instalações simples, mato crescendo no lado da pista e artilharia antiaérea.
Ao final da pista estavam estacionados dois helicópteros. Além da aeronave que levaria os repórteres, havia na pista um pequeno avião e um caça. A base é a unidade de combate mais poderosa da Força Aérea da Colômbia, com 12 aviões Mirage 5, franceses, e 13 Kfir C7, israelenses.
De 2003 até 22 de abril de 2008, Palanquero estava descredenciada pelos EUA, impossibilitada de receber recursos daquele país para ações contra narcotráfico e terrorismo. O fim do veto foi anunciado como um desagravo à "evolução das Forças Armadas na área de direitos humanos e na execução de operações aéreas".
O Congresso dos EUA aprovou investimento de US$ 46 milhões para Palanquero, que será a principal base de operações de militares americanos na região. De lá, os militares apoiarão o combate ao narcotráfico no Pacífico.
Mas vizinhos e a oposição temem que não seja só isso. "Vão fazer obras de US$ 46 milhões para permitir a aterrissagem de três aviões ao mesmo tempo. Vão combater a guerrilha com aviões de guerra?", questionou o senador Jorge Robledo.
Na base de Cartagena, tampouco há americanos por enquanto. Segundo nota do Departamento de Estado dos EUA, "à exceção talvez de pessoal de manutenção, não haverá tropas americanas estacionadas de forma permanente nessa instalação". Padilla afirmou que "as bases de Cartagena e Málaga darão acesso a navios americanos e apoio logístico em operações contra o terrorismo e o narcotráfico".
Segundo o comandante da Guarda Costeira do Caribe, capitão de fragata Grisales, por uma área de 980 km2 de mar, de responsabilidade da Colômbia, passam 50% do tráfico de cocaína saído do país.
A ajuda americana, diz, vai elevar a apreensão de drogas no mar -de 294,5 toneladas no último ano.

29 de ago. de 2009

A revolta do leão

O ministro Mantega faz vista grossa para o aparelhamento da Receita Federal e quando decide domar o corporativismo descobre que ele ruge alto e morde forte.Há um ano, quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, decidiu substituir o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, herdado do governo do PSDB, por uma funcionária de carreira, Lina Vieira, sabia que estava entregando o comando do órgão para sindicalistas ligados ao PT. A idéia era ter dirigentes mais afinados com a política do governo. Durante este período, o aparelhamento de uma instituição de Estado ocorreu sem incomodar a ninguém na Esplanada dos Ministérios ou no Palácio do Planalto. Nas últimas semanas, porém, o Fisco afundou numa crise sem precedentes e tranformou-se de Leão, o símbolo da Receita, em um verdadeiro saco de gatos - mas com a mesma força para morder e a mesma gana para rugir como os grandes felinos.
Em menos de dez dias, mais de 50 servidores da Receita pediram exoneração de postos de chefia. A rebelião é consequência do aparelhamento sindical promovido por Lina. Tudo começou no mesmo dia em que Mantega decidiu afastar a secretária. Reunido com 10 superintendentes regionais, o ministro se assustou com a ascendência de três auditores sobre os demais. Luiz Sérgio Fonseca Soares, de São Paulo, Eugênio Celso Gonçalves, de Minas Gerais, e Dão Real Pereira dos Santos, do rio Grande do Sul que incitavam os colegas a deixarem os cargos em solidariedade a Lina e se negavam a ser chefiados pelo presidente do INSS, Waldyr Simão. Espantado, Mantega cedeu às pressões e nomeou Otacílio Cartaxo para o cargo.
O grupo de sindicalista acalmou-se. Mas o ministro concluiu que não podia ficar à mercê de três auditores e resolver iniciar uma degola de forma discreta. Começou pela chefe de gabinete, Iraneth Weiller, e pelo assessor especial, Alberto Amadei Neto, em seguida deu ordem para demitir os três superintendentes problemáticos. Prestes a saírem, Luiz, Eugenio e Dão cobraram a fidelidade dos companheiros. E a Receita entrou em uma crise inédita para decepção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que culpou Mantega pela desastrosa nomea ção de Lina.No Ministério da Fazenda, ela agora é acusada de ter cedido às pressões da ala mais radical do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Unafisco) e de ter transformado a cúpula do órgão num braço do sindicato. Durante a curta gestão de Lina, Mantega concluiu que quem, na verdade, comandava o órgão era Amadei Neto, ex-militante ativo na Delegacia Sindical do Ceará. Além disso, as nomeações para as principais superintendências foram encabeçadas por um dos líderes da Unafisco, Paulo Gil. Segundo levantamento obtido por ISTOÉ, Lina gastou boa parte de seu tempo de trabalho para eleger a nova direção do Unafisco.
As dispensas de todos os auditores fiscais por motivo de congressos e eventos sindicais saltou de 15 mil dias para 30 mil dias. Ou seja, em menos de um ano, as folgas para a atividade sindical dobraram. Mantega reclamou por várias vezes da ausência de Lina de Brasília. Ele chegou a se irritar com a frequencia com que ela viajava. Mas era tarde demais. Na semana anterior à demissão, Lina havia voltado de uma viagem de trabalho a Paris, com oito assessores. "Ela levou oito pessoas a Paris, mas quando vou à reunião do FMI levo a metade disso", desabafou o ministro com amigos, depois de descobrir o tamanho do problema.
Lina, então, passou a ser acusada de desmantelar a fiscalização da Receita. A ex-secretaria alegou que o mecanismo antigo, que fiscalizava 20% das empresas e dos grandes contribuintes por ano, era defasado e focava apenas nos "velhinhos". Mantega aceitou a modificação, mas não imaginou que Lina fosse convocar 10 mil empresas a entregar seus dados, que seriam avaliados por menos de dez pessoas. Com o novo método de fiscalização, segundo a versão do governo, a arrecadação caiu. A equipe comandada por Lina alega que a queda ocorreu pela extinção da CPMF, renúncia fiscal devido e desaquecimento da atividade econômica devido à crise financeira. Para reforçar a sua tese, Lina recebeu o apoio de outra instituição do governo apontada como um braço político do Palácio do Planalto, mas que, agora, une esforços corporativistas: o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O diretor de Estudos Macroecômicos, João Sicsú, divulgou relatório corroborando com a versão de que a queda na arrecadação de impostos está "diretamente ligada à deterioração da economia brasileira e as desonerações".
"Hoje há coordenadores e chefes ociosos. A crise só vai acabar quando houver um desaparelhamento"Paulo Antenor de Oliveira, presidente do Sindireceita
Os servidores que deixaram cargos de confiança na Receita fazem parte do grupo derrotado na última eleição da Unafisco. Todos têm histórico sindical e foram referendados pelo Campo Majoritário do PT. Lina foi nomeada com a bênção do secretário-executivo da Fazenda, Nelson Machado, que se encantou com a dedicação da funcionária de carrreira. Demorou para o comando da Fazenda perceber que a leoa era muito menos mansa do que imaginavam no governo. Quando houve o descontentamento, Lina estava com o discurso na ponta da língua. Respondeu à sua demissão com a acusações de negar-se a proteger grandes contribuintes, incomodar a Petrobras e sustentou que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em encontro no Planalto, requesitou que fosse mais ágil em investigar os negócios de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Dilma negou, mas Lina continuo rugindo.Ao contrário da chefe, os soldados de Lina agora preferem o silêncio. Luiz Soares nega qualquer influência do governo na Receita em São Paulo. Mas perguntado por ISTOÉ sobre o que o levou a pedir exoneração, respondeu: "A orientação é não falar." A orientação parte de sindicalista experientes. A coordenadorra-geral de Cooperação Fiscal, Fátima Maria Farias, que também encabeça o protesto e pediu afastamento, foi vice-presidente do Unafisco de 2001 a 2003. O coordenadorgeral de Tributação, Luiz Tadeu Matosinho Machado, era diretor jurídico do Unafisco até 2003. E o superintendente da 4ª Região, que abrange o Rio Grande do Norte, Altamir Dias de Souza, ocupou a vice-presidência nacional do Unafisco.O excesso de cargos de confiança na Receita abriu a brecha que permitiu o aparelhamento. Levantamento do Sindireceita mostra que o número de cargos de confiança cresceu 50% no ano passado. "Hoje há coordenadores e chefes o ciosos", afirma o presidente do Sindicato dos Funcionário das Receita (Sindireceita), Paulo Antenor de Oliveira. "A crise só vai acabar quando houver um desaparelhamento, o resto é factóide". O novo secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, nega as acusações de interferência política e afirma que todas as substituições têm caráter técnico e ocorrem sempre que há mudança no comando da instituição. "A Receita é um órgão de Estado altamente profissionalizado, eminentemente técnico e infenso a ingerências políticas", sustenta Cartaxo.
Para o ex-secretário Everardo Maciel, ao aparelhar a Receita, Lina promoveu uma verdadeira operação desmonte numa estrutura técnica que funcionava bem e tinha conquistado credibilidade. "Quando olho para trás fico muito sensibilizado com o que fizeram com a Receita", lamenta. O que mais irritou Everardo e também o ex-secretário Rachid foi a maneira brutal como a equipe de Lina afastou vários funcionários de carreira eficientes. Demitido sem maiores explicações, o ex-superintendente da Amazônia José Tostes foi encostado numa função subalterna em Belém. Edmundo Spolzino, ex-superintendente de São Paulo, viu-se removido para uma repartição de Campinas. Tomou conhecimento da exoneração pelo Diário Oficial.
"Quando olho para trás fico muito sensibilizado com o que fizeram com a Receita Federal"Everardo Maciel, ex-secretário
A soma da falta de habilidade da Fazenda e do aparelhamento da Receita é o risco de a arrecadação de impostos cair ainda mais e comprometer as contas públicas e o superávit primário. Mantega espera entregar um superávit de 3,3% do PIB em 2010. E essa meta é fundamental para a continuidade da política monetária. Leia-se redução dos juros. Dentro da Receita, muita gente diz que a instituição vai levar seis meses para voltar à normalidade. Além desta ameaça, fica do episódio uma lição do corporativismo: ele é um leão tão traiçoeiro como os outros.

Congresso destaca importância das Forças Armadas no desenvolvimento do País

Em sessão solene do Congresso realizada ontem para comemorar o Dia do Soldado, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) afirmou que, com a homenagem, o Legislativo demonstra sua capacidade de reconhecimento a uma das instituições que tem uma das melhores referências junto à sociedade.
Fruet ressaltou a necessidade de se pensar cada vez mais, em termos profissionais, no reconhecimento das Forças Armadas diante dos desafios do Brasil em áreas como a fronteira, o pré-sal e na incorporação e inovação tecnológica, em razão dos investimentos programados para o reequipamento das Forças Armadas.
“Com muita alegria, a Câmara dos Deputados se faz também presente nesta sessão para reafirmar o compromisso desta instituição que tem a capacidade de enfrentar crises, que tem a capacidade de apontar soluções em momentos difíceis do País, mas que também tem a capacidade de reconhecer e respeitar uma instituição tão importante para o País”, afirmou Fruet, que representou a Câmara na homenagem, proposta pela deputada Rebecca Garcia (PP-AM) e pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Tradição pacífica - O presidente do Senado, José Sarney, sustentou ser por causa da dedicação e do espírito de doação dos soldados brasileiros, demonstrados ao longo de vários anos, que o País consegue manter sua tradição pacífica.
Sarney citou as tarefas desenvolvidas pelo Exército no interior do Brasil, como as obras de transposição do rio São Francisco, as campanhas preventivas de saúde, em especial na Amazônia, e as campanhas de controle de doenças endêmicas nas grandes cidades.
O senador fez ainda uma homenagem aos soldados heróis, anônimos ou não, como os pracinhas que lutaram ao lado dos aliados na II Guerra Mundial. O Senado, afirmou Sarney, irá sempre apoiar as ações do Exército, atentando para a necessidade de atualização dos equipamentos e de capacitação dessa força.
Duque de Caxias - O Dia do Soldado é celebrado em 25 de agosto, data do nascimento de Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, patrono do Exército brasileiro. Duque de Caxias participou das campanhas do Brasil independente, como a Cisplatina (1825-1828), contra as províncias do Rio da Prata, e contra Manuel Oribe, no Uruguai (1851), e Juan Manuel Rosas, na Argentina (1851-1852).
Também discursaram durante a sessão, além de diversos senadores, os deputados José Genoíno (PT-SP), Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Jair Bolsonaro (PP-RJ), João Campos (PSDB-GO), Wilson Picler (PDT-PR) e Paes Landim (PTB-PI).Jobim defende estratégia para construção de submarino nuclear-O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu na quarta-feira (26), em debate na Câmara, o acordo entre o Brasil e a França para a construção de submarinos convencionais e de propulsão nuclear para a Marinha brasileira. Jobim disse que os navios não terão armas nucleares, mas apenas propulsão com essa tecnologia. O primeiro submarino do País com reator nuclear deverá ficar pronto em 2025.
Para o ministro, o ponto alto do acordo com os franceses é a transferência de tecnologia para o Brasil. “A primeira seção de proa do primeiro submarino nuclear vai ser construída junto com técnicos brasileiros, porque ainda não teremos condições de fazer isso no estaleiro do nosso país. O resto da seção do primeiro submarino será construído no Brasil, sendo que, no segundo submarino, todas as seções serão feitas aqui”, informou.
Crítica - O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que propôs a realização da audiência pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, questionou o acordo e afirmou que o Brasil terá prejuízo. “O fato está consumado, mas há um equívoco violento, pois deveríamos escolher algo melhor e a preço mais barato. Por que não se faz um certame, um levantamento internacional?” questionou.
De acordo com Jobim, o governo pesquisou em vários países e concluiu que o acordo com a França seria a melhor opção, diante da possibilidade de transferência de tecnologia. Os gastos previstos são superiores a 6,5 bilhões de euros.
A mensagem com o tratado França-Brasil referente aos submarinos já foi enviada ao Congresso.

Políticos devem se render às redes sociais

Políticos de todo o mundo invadiram a internet depois do sucesso da estratégia de campanha de Barack Obama durante as eleições americanas de 2008, que utilizou redes sociais como Facebook, MySpace, YouTube, Flickr, AsianAve e Twitter - por onde o democrata, depois de eleito, anunciou o nome de seu vice, Joe Biden. Chefes de estado e de governo como Nicolas Sarkozy (França), Angela Merkel (Alemanha), Silvio Berlusconi (Itália) foram alguns líderes que seguiram os passos do americano. No Brasil, o interesse da classe política pelo assunto já está sendo considerado a nova estratégia de marketing político para as eleições de 2010.
"Estamos vivendo uma carência de posições e de ideologias e essas ferramentas possibilitam estimular o debate com a sociedade", diz o deputado federal Eliseu Padilha, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, que capitaneia a discussão sobre o uso das redes sociais pelo PMDB. Por ora, o PV é a única legenda presente em cinco redes. DEM e PT ainda não definiram como será a participação dos seus candidatos na web em 2010, embora expoentes das agremiações já estejam em ação nos espaços virtuais.
A posição dos tucanos também é reticente: "A minha avaliação pessoal é que tudo isso será menos importante do que se acredita porque a cultura brasileira de participação é diferente da americana e da europeia", afirma Eduardo Jorge, vice-secretário executivo do PSDB e líder de estudo interno da legenda sobre o uso das redes sociais.
Um dos canais favoritos dos políticos brasileiros é o Twitter, microblog que aceita textos de no máximo 140 caracteres e que tem se popularizado pela facilidade de postagem de mensagens a partir de computador ou celular. De acordo com o Politweets, ferramenta que contabiliza a participação de políticos no Twitter, até o momento um governador, 13 senadores, 27 deputados federais e quatro deputados estaduais utilizam o microblog.
Estratégias - Estar presente nas redes sociais em 2010 não será o suficiente para colher sucesso nas urnas, adverte Fernando Barros, presidente da agência de publicidade e marketing político Propeg. "Será preciso montar estratégias criativas, inéditas e que trabalhem a customização das mensagens para públicos específicos, deixando de lado os boletins generalistas." Para ele, esse foi o grande trunfo da campanha eleitoral de Obama.
Barros já realizou um "laboratório" do que poderá ser usado por aqui no próximo ano: as eleições legislativas de Angola, em 2008, em que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) conquistou cerca de 80% dos votos. A estratégia desenvolvida pelo publicitário lá foi aproximar o candidato do eleitorado. "Quando um político comenta em uma rede social a música que está ouvindo, ele humaniza sua figura e se aproxima do eleitor", explica. "É impressionante como funcionou: o resultado foi muito superior ao esperado", avalia.
Outro ponto importante seria evitar estratégias "invasivas". Isso porque, de acordo com pesquisa realizada pela Propeg com eleitores de São Paulo, Salvador, Brasília e Belo Horizonte, a maioria dos eleitores de classe C e D rejeita pop ups, e-mail marketing e newsletter de campanhas políticas.
Indignação virtual - Outro especialista em marketing político, o consultor Gaudêncio Torquato, diz que as redes sociais podem mudar a cultura de participação dos brasileiros no processo político. "Agora, existe a opinião pública virtual, que é muito influenciada pelo que circula na internet", explica. "Nunca se viu tanta propagação de mensagens de interesse político na internet: se acontece um escândalo, uma votação polêmica em Brasília, imediatamente as pessoas começam a se manifestar nos blogs e twitters."
Segundo Torquato, todas as consultorias em marketing político já estão estudando estratégias que utilizam as ferramentas da internet para as próximas eleições. "São mais de 50 milhões de pessoas utilizando a web hoje no país. Não dá para ignorar esse número."

OSSADAS LOCALIZADAS

Por ALLAN P. SCOTT - Ex Correspondente de Guerra - Um Garimpeiro da História

Foram localizadas e identificadas duas ossadas de vítimas da Guerrilha do Araguaia. O Ministério da Defesa e o Ministério da Justiça estão de parabéns.. Os méritos todos são do Ministro Vannuchi da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, que persistiu na sua cruzada pela busca da verdade histórica. Num cemitério de Manaus foi localizado o túmulo do Sargento do Exército MÁRIO ABRAHIM DA SILVA, e num cemitério de Belém também foi encontrado o túmulo do Cabo do Exército ODILO CRUZ ROSA.

Pelas perfurações nas ossadas, constatou-se que os dois jovens foram atingidos à queima-roupa, provavelmente em cruéis emboscadas, sem meios de defesa, sendo assassinados friamente.

Abrindo os ARQUIVOS DA DITADURA, verificamos que o jovem

Cabo ROSA servia em Belém e fora deslocado para a região do Araguaia, onde iria, cumprindo o seu dever, defender o solo brasileiro que estava ameaçado por uma agressão de origem estrangeira. Barbaramente assassinado, foi a primeira vítima daquele episódio histórico.

Segundo também os ARQUIVOS DA DITADURA, o jovem Sargento ABRAHIM era de Manaus, que em operações de defesa interna foi covardemente assassinado a sangue-frio, por terroristas apátridas que desestabilizavam a paz na região de Xambioá.

Esperamos que as autoridades constituídas agilizem os processos para que as famílias desses dois HERÓIS sejam indenizadas e recebam as pensões especiais que têm direito, por ISONOMIA àqueles outros casos já reconhecidos pela justiça.

28 de ago. de 2009

Unasul diz que tropas extrarregionais não podem ser ameaça à região

BARILOCHE, Argentina (AFP) - Os presidentes participantes da cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) chegaram a um acordo nesta sexta-feira em relação à crise criada por pactos militares assinados por Washington e Bogotá. O compromisso estabelecido, sem mencionar os Estados Unidos ou a Colômbia, exige garantias de que as tropas extrarregionais não representem uma ameaça.A presença de tropas estrangeiras não deve constituir uma ameaça para a soberania regional, afirmaram, depois de um debate de sete horas sobre o uso de bases militares colombianas pelos Estados Unidos, na cidade argentina de Bariloche.
O acordo inclui, também, uma chamada para "uma reunião extraordinária de ministros das Relações Exteriores e da Defesa, para que (...) apresentem medidas de fomento da confiança e da segurança", segundo a declaração final do encontro.
Os doze países membros da Unasul expressaram, além disso, sua vontade de "reafirmar o compromisso de fortalecer a luta e a cooperação contra o terrorismo e a delinquência organizada (...), o tráfico de armas e a ação de grupos armados à margem da lei".
O texto final revelou um delicado equilíbrio, que reflete concessões feitas por todas as partes sobre o tema em debate.
"Respeitamos a soberania de cada país. Mas queremos nos resguardar, seria importante que no tratado existam garantias jurídicas ou um fórum internacional para isso", disse o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ao expor sua posição sobre a presença militar americana na região.
Durante o encontro, vários presidentes sul-americanos pediram ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que revele o alcance do pacto militar subscrito com a Colômbia.
Brasil, Argentina, Equador e Peru foram as nações que pediram explicações com maior ímpeto.
Durante a cúpula, foi aprovado um documento reafirmando que a presença de tropas extrarregionais não pode ameaçar a soberania dos países membros nem a paz regional.
Destacam-se no texto as decisões de:
. Fortalecer a América do Sul como zona de paz, assumindo o compromisso de estabelecer um mecanismo de confiança mútua em matéria de defesa e segurança, sustentando a decisão de não recorrer à ameaça ou ao uso da força contra a integridade territorial de outro Estado da Unasul.
. Reafirmar o compromisso de fortalecer a luta e a cooperação contra o terrorismo e a deliquência transnacional organizada e seus crimes conexos: narcotráfico, tráfico de armas pequenas e leves e rejeição à presença ou ação de grupos armados à margem da lei.
. Reafirmar que a presença de forças militares estrangeiras não pode, com seus meios e recursos vinculados a objetivos próprios, ameaçar a soberania e a integridade de qualquer nação sul-americana e, em consequência, a paz e a segurança da região.
. Os presidentes se dispuseram a instruir o Conselho Sul-Americano da Defesa a analisar o texto elaborado nos EUA sobre "Estratégia Sul-Americana. Livro Branco, Comando de Mobilidade Aérea (AMC)" que menciona o uso da base aérea colombiana de Palanquero (centro), como centro nevrálgico para operações na América do Sul.
Palanquero é uma das sete bases colombianas incluídas no acordo entre Washington e Bogotá.

27 de ago. de 2009

As cinco crianças prodígio mais impressionantes do mundo!

Kim Yong-Ung: com apenas 4 anos, já estava na faculdade e aos 15 já tinha o maior QI do mundo
Nascido em 1962, esse pequeno gênio coreano já lia em japonês, coreano, alemão e inglês com apenas quatro aninhos. Com nove anos recebeu o título de Doutor "Honoris Causa" em Matemática Espacial e Cálculo Diferencial. Aos 12 anos recebeu igual título em Física Nuclear. É considerado o gênio mais completo da história da humanidade. Seu QI: 210, repetimos. Ninguém jamais alcançou tal grau.Gregory Smith: com apenas 12 anos foi nomeado para receber o Nobel da Paz
Nascido em 1990, esse menino já podia ler com apenas dois anos de idade aos 10, se matriculou na universidade. E quando não estava estudando, Gregory viajava pelo mundo com ativistas buscandoo os direitos da criança. O menino é tão cheio de iniciativas que fundou a International Youth Advocates, uma organização que promove passeatas pela paz e compreensão entre os jovens de todo o mundo. Ele já se encontrou com Bill Clinton e Mikhail Gorbachev e já deu um aulão para os membros da ONU. Por tudo isso, foi nomeado quatro vezes para receber um Prêmio Nobel da Paz. Sua última conquista? A carteira de motorista.Akrit Jaswal: com sete anos, o menino já era cirurgião
"O menino mais inteligente do mundo": sim, este é como Akrit tem sido chamado. E é fácil entender o motivo. Com um QI do menino é 146, ele é considerado o mais inteligente na Índia e olha que o país possui mais de um bilhão de habitantes.
Em 2000, Akrit executou o seu 1º procedimento médico em sua casa, com apenas sete anos de idade. Ele operou uma menina de oito anos com mão queimada em um incêndio, o que fez com que seus dedos grudassem. Mesmo sem nenhuma formação médica e sem experiência de cirurgia, ele conseguiu desgrudar os dedos e ela foi capaz de utilizar a mão novamente. Com doze anos, Akrit disse estar próximo de descobrir uma cura para o cancro. Agora ele está estudando em Chandigarh College e é o mais jovem estudante da universidade indiana.Aelita Andre: com dois anos, ela já fazia uma exposição de arte
A pequena Aelita foi descoberta por um diretor de uma famosa galeria de arte, Mark Jamieson, que gostou do que viu nas obras dela e concordou em incluí-la na galeria. Só que o diretor da galeria não sabia que a pintora dos quadros tinha só um ano e dez meses na época. Jamieson colocava convites e anúncios em revistas de arte para chamar mais gente para o evento, apresentando as pinturas. Quando soube que a grande artista era um bebê, quase não acreditou.Fabiano Luigi Caruana: com 14 anos já era mestre em xadrez
Em 2007, com 14 anos, 11 meses e 20 dias, este menino foi o mais jovem campeão de Grandmaster do xadrez da história da Itália e dos Estados Unidos, pois ele tem dupla cidadania. Atualmente, no ranking da FIDE de 2009, ele tem 2649 pontos,sendo assim classificado como o melhor enxadrista do mundo, com 18 anos.

26 de ago. de 2009

Gripe suína: Brasil é o país com maior número de mortes

O Brasil passou hoje a ser o país de maior número de mortes causadas pelo vírus Influenza A (H1N1), conhecido como gripe suína, em números absolutos. O Ministério da Saúde confirmou que 557 pessoas morreram no País em decorrência do vírus H1N1. Com isso, superou os Estados Unidos, que registram 522 mortes em decorrência da gripe suína.Em números relativos, no entanto, o Brasil tem a sétima maior taxa de mortalidade (de 0,29 por 100 mil), que representa o porcentual de óbitos em relação à população de cada país. A Argentina, com 439 mortes, tem a maior taxa de mortalidade, de 1,08, seguida pelo Chile (0,75), Costa Rica (0,67), Uruguai (0,65), Austrália (0,61) e Paraguai (0,61). Em número absoluto de mortes, a lista agora começa com Brasil (557 óbitos), Estados Unidos (522), Argentina (439), México (179), Austrália (132), Chile (128) e Tailândia (119).
Os países adotam periodicidade diferente para atualização do número de óbitos. Os últimos dados dos Estados Unidos, por exemplo, referem-se a 15 de agosto. Os números do Ministério da Saúde divulgados hoje referem-se ao período de 25 de abril a 22 de agosto deste ano. De acordo com o ministério, entre os Estados com maior número de mortes estão São Paulo, com 223 óbitos confirmados (40% do total), Paraná, com 151 mortes (27,1%); Rio Grande do Sul, com 98 casos fatais (17,6%); e Rio de Janeiro com 55 (9,9%).

Submarinos: carta contraria Jobim

Diferentemente do que disse ministro, alemães aceitam transferir tecnologia
José Meirelles Passos
Ao justificar a compra de quatro submarinos Skorpène, da DCNS, estatal da França, e um casco maior - ao qual seria instalado um propulsor nuclear, que ainda está em desenvolvimento no Brasil - o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem dito que não fechou acordo com uma empresa concorrente, da Alemanha, porque não haveria transferência de tecnologia. A alemã HDW construiu no Arsenal da Marinha, no Rio de Janeiro, os cinco submarinos convencionais que o Brasil vem usando. Segundo Jobim, "depois da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha tem limitações, por tratados internacionais, de transferir a tecnologia que precisamos".
No entanto, em proposta enviada ao Comando da Marinha e a Jobim - e que tem preço mais baixo do que a feita pela França - a firma alemã deixa claro que não há restrição alguma. O documento, protocolado no último dia 6, obtido pelo GLOBO, diz: "Antes de tudo, temos o prazer de informá-lo que o governo da República Federal da Alemanha aprovou o pedido feito pela HDW para transferir à Marinha brasileira a tecnologia do projeto do submarino, para o desenvolvimento de seu próprio grande submarino, que poderá receber a propulsão nuclear, atualmente sendo desenvolvido pela Marinha brasileira".
O documento deixa mais claro que a opção francesa preferida pelo governo brasileiro - Jobim afirma que o contrato será assinado dia 7 de setembro -- é bem mais cara do que a outra oferta. Segundo o Comando da Marinha, só o casco francês custaria cerca de dois bilhões de euros. E a transferência de tecnologia de projeto da embarcação sairia por 900 milhões de euros adicionais. Um total de 2,9 bilhões de euros por um modelo criado dez anos atrás e que só poderia entrar em atividade quando o Brasil conseguir produzir e homologar um propulsor nuclear. A estimativa de técnicos do setor é a de que isso levaria de 15 a 20 anos.
Curiosamente, o mais novo submarino nuclear francês, o Barracuda - tido como o mais avançado do mundo - está orçado em 1,9 bilhão de euros. Ou seja, 1 bilhão de euros a menos do que o casco de submarino que a França pretende vender ao Brasil.

25 de ago. de 2009

25 de Agosto-Dia do Soldado.

25 Ago - Dia do Soldado - Nascimento do marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias,Patrono do Exército Brasileiro (1803).
PARA UM GRANDE EXÉRCITO - UM GRANDE PATRONO
"Luís Alves de Lima e Silva - o Duque de Caxias é o insigne Patrono do Exército Brasileiro, que o reverencia na data de seu nascimento - 25 de agosto - "Dia do Soldado".
Caxias pacificou o Maranhão, São Paulo, Minas Gerais e o Rio Grande do Sul, províncias assoladas, no século passado, por graves rebeliões internas, pelo que recebeu o epíteto de "O Pacificador"; comandou Exércitos em três campanhas externas: na mais difícil delas, quando em Lomas Valentinas, no ano de 1868, tomado de justo orgulho, bradou aos seus soldados: "O Deus dos Exércitos está conosco. Eia! Marchemos ao combate, que a vitória é certa, porque o General e amigo que vos guia, ainda até hoje não foi vencido!".
Caxias organizou o Exército Brasileiro, fez-se político, governou províncias e o próprio Brasil, pois foi Presidente do Conselho de Ministros por três vezes.
Não apenas por tudo isso, "O Pacificador" foi o vulto mais exponencial de seu tempo, chamando-lhe os apologistas, de "O Condestável do Império". O saudoso e venerando jornalista Barbosa Lima Sobrinho o cognomina de "O Patrono da Anistia" e o povo brasileiro, em espontânea consagração, popularizou o vocábulo "caxias", com o qual são apelidados os que cumprem, irrestritamente, os seus deveres...
Marechal do Exército, Conselheiro de Estado e da Guerra, Generalíssimo dos Exércitos da Tríplice Aliança, Barão, Conde, Marquês, Duque, Presidente de Províncias, Senador, três vezes Ministro da Guerra, três vezes Presidente do Conselho de Ministros, o "Artífice da Unidade Nacional", eis Caxias, Patrono do glorioso e invicto Exército Brasileiro!
O inesquecível sociólogo Gilberto Freyre, no reconhecimento das excelsas virtudes do Duque de Caxias, assim se expressou:
"Caxiismo não é conjunto de virtudes apenas militares, mas de virtudes cívicas, comuns a militares e civis. Os "caxias" devem ser tanto paisanos como militares. O caxiismo deveria ser aprendido tanto nas escolas civis quanto nas militares. É o Brasil inteiro que precisa dele"...
http://www.cdocex.eb.mil.br/arquivoshtml/biografia_de_caxias1.htm

23 de ago. de 2009

Planalto vai tirar Dilma de cena e reforçar sua blindagem

Alvo de constantes estocadas da oposição, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sairá de cena por no mínimo uma semana, em setembro, após o anúncio do marco regulatório do pré-sal, no próximo dia 31. As férias da ministra, pré-candidata do PT à Presidência, coincidem com a nova estratégia do Planalto para reforçar sua blindagem. A partir de agora, líderes do PT e do governo no Congresso, dirigentes petistas e até ministros ficarão responsáveis por uma espécie de "comitê" da pronta resposta na Esplanada.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva constatou que Dilma continua "assoberbada" de trabalho e não pode mais acumular a gerência do governo com a coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os projetos sobre o pré-sal e as atividades de campanha. O descanso foi sugerido pelos médicos logo depois que a ministra terminou, na semana passada, o tratamento de radioterapia para combater um câncer no sistema linfático.Dilma está preocupada com o bombardeio na sua direção. Em reunião realizada na quarta-feira, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)- sede provisória do governo -, a ministra negou diante de colegas e dirigentes do PT que tenha feito qualquer solicitação à então secretária da Receita Federal Lina Vieira. Demitida do cargo, Lina acusou Dilma de ter pedido a ela para "agilizar" investigações do Fisco sobre a família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).Convocada pelo chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, para definir o roteiro que seria cumprido poucas horas depois pelo PT no Conselho de Ética, a fim de salvar Sarney, a reunião daquele dia também tratou da blindagem de Dilma. A avaliação foi de que os ataques à chefe da Casa Civil vão crescer e é preciso protegê-la.Dilma disse não entender por que Lina quis arrastá-la para nova crise. "Eu nem sabia que ela seria demitida", afirmou. Para o Planalto, o depoimento de Lina à Comissão de Constituição de Justiça do Senado, na terça-feira, exibiu uma mulher "contraditória e evasiva", que não conseguiu provar as acusações.Mesmo assim, o governo está convencido de que é necessário tomar providências para evitar que a oposição cole em Dilma o carimbo de "mentirosa". A ordem é partir para o confronto e, se o alvo for relacionado a alguma medida administrativa, comparar com a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)."Faz tempo que nossos adversários querem desconstruir a imagem da Dilma", afirmou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "Quem tem de fazer o contraponto na política somos nós, e não ela."Um ministro disse ao Estado que os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas), pré-candidatos do PSDB à sucessão de Lula, também escalam secretários para a contraofensiva, quando não querem mexer em vespeiros. Seu argumento é: por que Dilma tem de pôr a cara para bater antes da campanha?Lula quer que a concorrente do PT apareça apenas em agendas positivas, como o anúncio do novo modelo de exploração do petróleo, daqui a oito dias. O Planalto vai transformar o pré-sal em trunfo político da campanha de 2010 e prepara grande cerimônia, salpicada de verde e amarelo, para anunciar as medidas. Dilma será a estrela da solenidade, mas não deverá comparecer à festa do 7 de Setembro, pois planejou seu descanso para esse período.DEBANDADA-Embora tenha dito que pretende trocar a maioria dos ministros que disputarão eleições por secretários executivos, Lula não aplicará essa regra na Casa Civil. "A eleição vai desmontar uma parte da equipe, mas o palácio eu não vou desmontar", avisou o presidente.Para a vaga de Dilma, o mais cotado, até agora, é o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e não a secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Gilberto Carvalho e os ministros Franklin Martins (Comunicação Social) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) também continuarão em seus postos e vão integrar o time da defesa de Dilma. O ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu exercerá a mesma função, por meio de seu blog.Em conversas reservadas, logo que foi informada sobre sua doença, Dilma admitiu a possibilidade de deixar o cargo em janeiro de 2010, para fazer campanha, caso seu tratamento a impedisse de conciliar as atividades. Lula a convenceu a mudar de ideia, sob a alegação de que o governo é "uma vitrine". O plano do presidente é liberar os candidatos da Esplanada em 3 de abril, prazo fixado pela Lei Eleitoral. Dos 35 ministros, 17 querem entrar na corrida de 2010.Objeto do desejo do PT e também do PMDB, a cadeira do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro - que está de malas prontas para o Tribunal de Contas da União (TCU) -, pode ser ocupada pelo deputado Antonio Palocci (PT-SP). Lula só não bateu o martelo ainda porque espera o julgamento de Palocci pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira.Ex-ministro da Fazenda, Palocci é acusado de ter violado o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. O governo confia na sua absolvição. Se isso ocorrer, o ex-homem forte da economia será reabilitado. No xadrez político de Lula, Palocci tanto pode ser o articulador do Planalto, no lugar de Múcio, como candidato do PT ao governo de São Paulo, caso o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) insista na ideia de disputar a Presidência, e não o Palácio dos Bandeirantes. Turbulência à vistaOs problemas na pré-candidatura à Presidência da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).AS DÚVIDAS-PlebiscitoLula quer uma campanha plebiscitária, isto é, levar o eleitor a escolher o candidato sob a promessa de que as políticas públicas não vão mudar. Com Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva, pelo PV, interessados em disputar a sucessão, cresce o número de candidatos e fica mais difícil o modelo plebiscitárioMulher.A ministra Dilma já usa o marketing da "mulher candidata" ao Palácio do Planalto para conquistar a simpatia do eleitorado. Se Marina decidir mesmo concorrer, essa bandeira deixa de ser exclusiva de Dilma. E o apelo pode ser ainda menor se Heloísa Helena (PSOL) também disputar o Planalto.Imposição-Parte considerável do PT e dos partidos da base aliada do governo Lula não engoliu até hoje a maneira como o presidente impôs a pré-candidatura da ministra da Casa Civil. A esquerda do PT, que faz mobilização popular, acha Dilma uma tecnocrata que está aprendendo a fazer discurso político.Saúde-Na base do governo, alguns aliados falam até em preservar a ministra - que na semana passada terminou tratamento de combate ao câncer, no Hospital Sírio Libanês - de uma desgastante corrida à Presidência. A avaliação geral é de que a sucessão de Lula exigirá uma carga exaustiva de viagens e compromissos, sem falar nos embates com adversários.Aliados inquietos-No PMDB, principalmente entre as lideranças da Câmara, há um debate aberto, mas de bastidor, sobre o temor de que o partido esteja entrando em uma "canoa furada" com o apoio a Dilma. Há peemedebistas que não desistiram de Aécio Neves (PSDB) e insistem em um movimento para cooptá-lo.Estados-Se o PMDB não for unido para a candidatura da ministra da Casa Civil à Presidência, haverá uma polarização nas alianças regionais, com os demais concorrentes ao cargo tendo palanques duplos e até triplos nos Estados. Isso é tudo o que o Palácio do Planalto não quer para a sua candidata.AS EXPLICAÇÕES-Varig/TeixeiraDilma tentou esconder os encontros com o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, que intermediou a venda da Varig. Só depois da pressão da mídia é que ela admitiu ter recebido o advogado pelo menos duas vezes na Casa CivilCartões/DossiêNa crise dos cartões corporativos, a Casa Civil informou que montava uma planilha sobre despesas do ex-presidente Fernando Henrique, a pedido do TCU. Dilma alegou que o dossiê era apenas um "banco de dados".DoençaDilma omitiu, em um primeiro momento, que enfrentava doença grave. Chegou a pensar em deixar o cargo. Quando a informação veio à tona, porém, ela concedeu uma entrevista coletiva em São Paulo e expôs publicamente a sua luta.Diplomas-O site da Casa Civil dizia que a ministra tinha mestrado em Ciências Econômicas, feito na Unicamp. Tratava-a, também, como doutora nessa especialização. Teve de admitir que não tinha nem mestrado nem doutorado.Lina Vieira-A ex-secretária da Receita Federal diz que foi chamada por Dilma ao gabinete da Casa Civil e recebeu pedido para "agilizar a fiscalização" nas empresas do filho do Sarney, Fernando. Para Lina, havia interesse em "encerrar" apuração

Reconstituição das Forças Armadas

O volume de recursos movimentado pela indústria de defesa, em todo o mundo, talvez seja inferior apenas ao dos negócios na área de petróleo e gás natural. Os lobbies dos grandes fabricantes de equipamento para as Forças Armadas estão sempre prontos a se engalfinhar, na disputa por mercados.
Os países que não possuem uma base industrial de defesa autônoma estão sujeitos a todo tipo de pressões externas e internas. Durante as décadas de 70 e 80 do século passado, o Brasil chegou a ter uma indústria de defesa de relativa importância, tornando-se exportador de equipamentos militares de média sofisticação. Infelizmente, pouco restou dessa época.
No final dos anos 80, a indústria nacional de defesa (que, por sinal, jamais pôde contar com encomendas certas de nossas próprias Forças Armadas) entrou numa crise da qual ainda não se recuperou totalmente. À falta de apoio governamental veio somar-se o viés ideológico antimilitar da maioria dos governos posteriores a 1985.
A nova Estratégia Nacional de Defesa (END) ainda não apresentou resultados práticos. Em junho, foi concluída a elaboração dos Planos de Equipamento e Articulação das três forças singulares para o período 2009-2030. A proposta de um Projeto de Lei de Equipamento e Articulação da Defesa Nacional, a ser submetida ao presidente da República, deve ser finalizada até setembro.
Enquanto isso, a grande imprensa dedica-se a publicar especulações ou notícias plantadas sobre diversos programas de aquisição de material para as Forças Armadas. Com frequência, são noticiadas supostas compras de equipamentos que, na realidade, não foram sequer selecionados entre os diversos participantes dos processos de concorrência.
Em valores corrigidos até 4/8/2009, a dotação autorizada do Ministério da Defesa para este ano é de R$ 52,61 bilhões, dos quais R$ 26,75 bilhões haviam sido empenhados e R$ 24,66 bilhões efetivamente pagos até aquela data. Transcorridos 216 dias (59,18%) do exercício fiscal, haviam sido desembolsados 46,88% do orçamento autorizado.
A situação orçamentária da Defesa em 2009 é apenas um pouco melhor que a do Orçamento da União como um todo. Neste orçamento, está previsto um total de recursos de R$ 1,681 trilhão, do qual R$ 1,349 trilhão foi empenhado e R$ 719,4 bilhões (42,79% do total autorizado) foram efetivamente pagos até 4 de agosto.
A recomposição progressiva do orçamento de defesa é essencial para viabilizar a reconstituição das Forças Armadas brasileiras, após duas décadas de sucateamento. Na área militar, assim como na diplomacia e em outras atividades de Estado, os políticos não devem tentar fazer o trabalho dos profissionais especializados, mesmo que isso pareça ser "politicamente correto".
Em junho deste ano, vimos como o profissionalismo dos militares é insubstituível, na gestão da crise humanitária ocasionada pelo acidente com o vôo 447 da Air France. O bom desempenho das tripulações dos meios aéreos e navais, empregados pela Marinha do Brasil e pela Força Aérea Brasileira, foi essencial para o cumprimento das missões de busca e resgate.
Comprovou-se o valor estratégico de ilhas oceânicas como Fernando de Noronha e Trindade, se dotadas de aeródromo com pista de dimensões apropriadas. Ampliar e modernizar a infra-estrutura de bases aéreas e navais, no Norte e no Nordeste do Brasil, é outra necessidade. A importância de uma doutrina de operações conjuntas e combinadas ficou demonstrada.
A crise serviu para dar visibilidade ao trabalho anônimo das Forças Armadas brasileiras, no desempenho de sua atividade-fim de defesa nacional e das atividades subsidiárias previstas na Constituição e nas leis. Tais atividades incluem o controle do tráfego aéreo e marítimo, assim como as operações de busca e salvamento, em terra ou no mar.
A pirataria marítima, que muitos (erroneamente) consideravam extinta, voltou a ser motivo de preocupação no século XXI. Em áreas como o litoral da Somália (na região conhecida como Chifre da África), a ação dos piratas constitui grave ameaça à navegação internacional. No Atlântico Sul, os casos registrados de pirataria limitam-se, até agora, ao litoral africano do Golfo da Guiné.
Entretanto, o recente desaparecimento de um cargueiro russo ao sul do Canal da Mancha pode ser um indício de que aquela atividade ilícita já chegou às águas européias e a outras áreas do Atlântico. O Brasil precisa manter a vigilância das águas sob sua jurisdição, assim como das rotas marítimas de seu interesse, a fim de evitar que tal ameaça assimétrica nelas se manifeste.
As Forças Armadas podem ainda ser convocadas para desempenhar operações de paz no exterior (no Haiti ou em outros países), bem como de garantia da lei e da ordem (GLO) dentro do próprio território nacional. Contudo, deve-se ter em mente que, em qualquer país, a finalidade das Forças Armadas é a defesa contra ameaças e agressões de origem externa.
Para que as Forças Armadas sejam um instrumento do Estado, é preciso que haja Estado. As relações internacionais pressupõem a existência de comunidades políticas independentes, dotadas de governo, as quais afirmam sua soberania sobre um território e uma população. O Estado nacional é a única forma de organização política democrática, de eficácia comprovada, atualmente disponível.
Para fortalecer o Estado brasileiro, a valorização dos militares e dos servidores públicos civis é essencial. O profissionalismo existente na área militar e na diplomacia deve ser estendido a todo o serviço público. As Forças Armadas, assim como o Itamaraty, conseguiram resistir à onda de desmonte do Estado no Brasil. Agora é preciso reverter os efeitos dessa onda.

22 de ago. de 2009

Lula determinou: 'Salvem o Sarney'

A operação que salvou o presidente do Senado, José Sarney começou no final da tarde da quarta-feira 12 de agosto. O presidente convocou para uma conversa seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, e o presidente do PT, Ricardo Berzoini. Lula relatou aos dois um recado que havia recebido na véspera dos senadores José Sarney e Renan Calheiros. A dupla avisou que, caso o PT se negasse a usar sua força para engavetar os processos contra o presidente do Senado, o PMDB abandonaria a campanha presidencial de Dilma Rousseff. "Não vamos aceitar jogo de cena do PT", avisou Calheiros. Preocupado, Lula determinou a Berzoini e Carvalho que levassem a seguinte ordem ao senador Aloizio Mercadante, líder do partido no Senado – "É para salvar o Sarney."Embora tenha sido exitosa, a missão não era simples. Os senadores do PT estavam divididos entre a lealdade ao presidente e à própria sobrevivência política. A maioria não tinha nenhum problema de consciência em absolver Sarney, mas temiam se desgastar junto à opinião pública. Afinal, cerca de 70% dos brasileiros, segundo pesquisa do instituto Datafolha, querem ver Sarney fora do comando do Senado. Contrariar a opinião publica, faltando pouco mais de um ano para as eleições, é sempre uma temeridade. O foco de resistência era o Conselho de Ética.
Dois dos três representantes do partido, Delcídio Amaral e Ideli Salvatti, não queriam votar publicamente pela absolvição de Sarney, embora sejam ferrenhos aliados do senador. Estavam temerosos sobre o reflexo que isso poderia ter em suas campanhas no ano que vem. O único senador totalmente à vontade para defender Sarney era o amazonense João Pedro. Suplente, sem voto e, portanto, sem motivo para ter vergonha, João Pedro é um antigo companheiro de pescaria de Lula e faz qualquer coisa para agradá-lo. Os dois votos petistas levariam Sarney ao cadafalso.
Manobra - Para contornar o problema, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, sugeriu a substituição do senador Delcídio Amaral pelo suplente, Roberto Cavalcanti, do PRB da Paraíba (voto pró-Sarney). Ideli Salvatti se absteria na hora de verbalizar sua decisão e todos sairiam felizes. Havia, porém, outro problema. O líder Aloizio Mercadante já havia dito publicamente que não patrocinaria qualquer manobra para salvar Sarney. Cabe apenas ao líder substituir os membros das comissões.
Ficou acertado que, para evitar o constrangimento, Mercadante faria uma "viagem" ao Uruguai por uns dias. O líder topou a armação, mas, depois de pensar bem, voltou atrás. Na tarde da sexta-feira 14, Mercadante ligou para Gilberto Carvalho para avisar que desmarcara a "viagem". Ele concluiu que a manobra o desgastaria ainda mais com o eleitorado. "Não vou mais. Na segunda-feira estou no Congresso". A quebra do acordo irritou o presidente Lula e o PT, que enxergou na decisão de Mercadante cheiro de traição e de uma indesejada rebelião petista.
Ação de Lula - No final de semana, Lula decidiu cuidar pessoalmente do trabalho de alinhamento dos senadores petistas, escalando uma tropa de choque para convencê-los da importância da missão. E que tropa. José Dirceu, o “capitão” do time de Lula que hoje é réu sob a acusação de chefiar a quadrilha do mensalão, naquele tom que lhe é característico conforme o nível de servilismo ou resistência do interlocutor, falou aos colegas sobre a necessidade de salvar Sarney para ter o PMDB ao lado de Dilma em 2010. Seu principal adversário dentro do PT, o ministro Tarso Genro, da Justiça, também ajudou na operação – usando como a ameaça como argumento. A mando de Lula, Genro procurou o senador Paulo Paim, seu conterrâneo do Rio Grande do Sul, e disse que ele só seria candidato à reeleição se não fizesse nenhuma manifestação contra Sarney. Paim calou.
O senador Mercadante, já sem controle da bancada que acreditava liderar, passou a protagonizar um vexame atrás do outro. Depois de desistir da farsa uruguaia, Mercadante ainda ouviu um sermão de Ricardo Berzoini e Gilberto Carvalho. Os dois disseram ao senador que o governo não aceitava sua posição dúbia e que ele deveria substituir, sim, Delcídio Amaral e Ideli Salvatti no Conselho de Ética. Mercadante, então, ameaçou pela primeira renunciar à liderança do PT no Senado.
Embora ninguém tenha pedido que ficasse, ele não consumou a ameaça, advertido por Berzoini que ainda poderia ficar sem legenda para disputar a eleição paulista de 2010. O passo seguinte foi chamar Delcídio e Ideli para uma conversa. "Ser governo têm ônus e bônus. Agora é a hora do ônus", disse Berzoini. A dupla aceitou a missão. Na noite de terça-feira, Berzoini foi à casa da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e, na presença do senador, informou: "Vamos cumprir integralmente o acordo" disse Berzoini.
Mercadante chegou a marcar a hora do discurso da renúncia que a anunciou como "rrevogável" Mas, depois de uma conversa com Lula, a coragem passou. Ele então fez uma das mais convolutas piruetas político-semânticas de que se tem notícia. Mercadante conseguiu o feito digno de guru indiano de "renunciar a renúncia" e "revogar o irrevogável". Continuará liderando a tropa petista sobre a qual ele já não exerce liderança alguma. Em sentido inverso, a senadora Marina Silva cumpriu o que anunciou e abandonou o PT. O mesmo ocorreu com o senador Flávio Arns, que nem anúncio prévio fez. Ao se transformar em um partido em que um Renan vale mais do que uma Marina Silva, o PT, perdeu o pouco de brilho que sua estrela ainda emanava.

21 de ago. de 2009

'Não me sinto culpado de nada', diz presidente do Senado

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reafirmou nesta sexta-feira (21) que não pensa em deixar o cargo e disse que não se sente culpado de nada."Não posso deixar [o cargo] porque não me deram nenhuma saída que não de cumprir o meu dever até o fim," disse em entrevista exclusiva à Globo News."No dia em que os colegas, a maioria dos colegas do Senado chegar e me destituirem, muito bem. Eles me elegeram, podem me destituir," completou. Ele negou sentir qualquer tipo de pressão para deixar o cargo. "Não existe pressão porque eu não me sinto culpado de nada. Eu estou procurando servir ao país. Estou procurando ajeitar essa casa. Estou pagando por isso. Eu vou continuar até o fim. Não tenha dúvida," afirmou.Ao ser perguntado se tinha arrependimento de ter disputado a presidência da Casa, Sarney admitiu pensar muito sobre isso, mas não respondeu a pergunta. "Você fez uma pergunta que realmente eu me indago muitas vezes. Eu tenho realmente a certeza de que relutei muito, eu nunca fui presidente do Senado por minha vontade, sempre por convocação. E dessa vez eu não queria de maneira nehuma, de jeito nenhum," disse.
O plenário do Conselho de Ética arquivou nesta quarta-feira (19) 11 ações contra Sarney. O presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), já havia rejeitado as denúncias, mas houve recurso ao plenário do colegiado.
Na quinta-feira (20) adversários do presidente da Casa protocolaram recurso contra o arquivamento de cinco das ações pelo conselho. Na mesma noite, a senadora Serys Shlessarenko (PT-MT), segunda vice-presidente da Casa, assinou um ato rejeitando o recurso que pedia votação em plenário do caso..

A nova ESG deve permanecer no Rio

Os 60 anos da Escola Superior de Guerra(ESG) foram celebrados ontem, no Rio, em cerimônia que contou com a presença do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e homenageou ex-ministros, deputados federais, entidades de classe (como ABI e Fiesp) e empresas, entre elas o Jornal do Brasil, pela longa parceria com a instituição.
A comemoração é mais do que merecida, pela relevância da ESG como inquestionável centro de pensamento e formulador de propostas para o desenvolvimento nacional. A celebração da data, no entanto, ocorre em meio ao anúncio de que a sede da ESG será transferida do Rio de Janeiro, onde está abrigada na Fortaleza de São João, na Urca, para a capital federal.
A decisão de levar a direção da Escola para Brasília faz parte de uma audaciosa reestruturação do Ministério da Defesa, capitaneada por Jobim. Mas não leva em consideração a histórica relação da ESG com a cidade, transformando as instalações na Urca em mero posto avançado.
Fundada poucos anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, a ESG nasceu dentro do contexto de bipolaridade da Guerra Fria, com a missão de preparar “pessoal de alto nível para exercer funções de direção e planejamento da segurança nacional”.
Pela escola passaram mais de 200 ministros de Estado, como Mario Henrique Simonsen, Roberto Campos, Delfim Netto e Octávio Gouvêa de Bulhões.
É inevitável observar sua transferência para Brasília sob o prisma do esvaziamento do papel do Rio de Janeiro, ex-capital federal, em prol de uma centralização política excessiva das instituições do Estado brasileiro. Tal concentração é indesejável e esperase que a medida seja repensada.
Deve-se reconhecer, porém, o esforço do ministro Nelson Jobim em realizar mudanças estruturais no Ministério da Defesa.
Elas serão apresentadas, provavelmente hoje, ao presidente Lula e giram em torno de quatro propostas, alterando: a estrutura militar de guerra, intocada, afirma Jobim, desde 1980; a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas; a estrutura do Ministério da Defesa e a articulação e equipamento das Forças Armadas.
Numa alusão ao modo como a resolução de conflitos com os países vizinhos tem se dado, Jobim afirmou que o Brasil não pode ser um provocador, mas também não deve ser covarde. A crítica contém um argumento claro. O país, muitas vezes levado por um alinhamento ideológico com determinados governos, tem evitado o confronto, apostando por demais suas fichas na diplomacia, enquanto os interesses nacionais são ultrajados. Em razão disso, Jobim defende que as Forças Armadas brasileiras devem ser reestruturadas e mais bem aparelhadas “para quando o país disser não”. As palavras do ministro soam beligerantes. Mas, no contexto das mudanças anunciadas, refletem uma visão estratégica delineada sob os marcos do controle civil sobre as Forças Armadas.
É nesse sentido que se reserva um novo papel para a Escola Superior de Guerra. A intenção é que seja para a área da defesa o que o Instituto Rio Branco representa para a diplomacia. Ou seja, a Escola passaria a formar quadros profissionais voltados para uma carreira civil da defesa. A área deixaria de ser um assunto exclusivo dos militares. Correto. Estar preparado para dizer “não” não significa necessariamente rufar os tambores da guerra. Só falta uma razão aparente para migrar o comando da Escola para Brasília.
Transferência para Brasília não leva em consideração relação da Escola com a cidade.

20 de ago. de 2009

Flávio Arns: "O PT jogou a ética no lixo"


Orientados pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, os três senadores petistas no Conselho de Ética do Senado votaram pelo arquivamento dos recursos apresentados contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).

No início da sessão do conselho, o senador João Pedro (AM) leu a nota de Berzoini como justificativa da bancada para votar a favor de Sarney.

Na nota, o presidente do PT orienta os senadores a votarem pelo arquivamento. "Oriento os senadores do PT que fazem parte do Conselho de Ética que votem pela manutenção do arquivamento das representações em relação aos senadores representados, como forma de repelir essa tática política da oposição, que deseja estabelecer um ambiente de conflito e confusão política, no momento em que os grandes temas do Brasil, como o Marco Regulatório do Pré-sal e as estratégias para superação da crise internacional, são propostos pelo presidente Lula como pauta para o necessário debate nacional."

Leia a íntegra da nota de Berzoini
http://media.folha.uol.com.br/brasil/2009/08/19/nota_pt.pdf

19 de ago. de 2009

MAIS UM GENERAL DA TURMA EURICO DUTRA

Brasília (DF) - No dia 17 Ago, em cerimônia realizada no QGEx, com a presença do Cmt Exército, General Enzo, de Membros do Alto-Comando do Exército e convidados especiais, foi realizada a homenagem aos oficiais-generais recentemente promovidos.

ÁPICE DA CARREIRA - UM DEGRAU CONQUISTADO
(NA FOTO O MOMENTO SUBLIME EM QUE O GENERAL LEME RECEBE A ESPADA DE SEU PADRINHO)

A Turma Marechal Eurico Dutra – AMAN/1978 comemora mais uma vez a vitória de um dos seus integrantes: General de Brigada Combatente, César Leme Justo, oriundo da Arma de Infantaria, que após uma longa e brilhante caminhada no transcorrer de sua carreira, ascende com seus méritos, ao generalato no Glorioso Exercito Brasileiro, no mês de julho/2009.

O companheiro, amigo e hoje um dos chefes da nossa querida Instituição, mostrou, desde os bancos escolares de nossa Academia Militar das Agulhas Negras, o pendor para o exercício de liderança sobre seus pares e subordinados. Fato este, que foi enriquecido pelo polimento e aperfeiçoamento ao longo dos seus quase 35 anos de carreira, que o fazem merecedor, com certeza, como todos os outras companheiros da nossa turma que, também, por seus méritos, já atingiram, por escolha de nossos antigos chefes, o Posto de General.

Oficial brilhante, voltado totalmente para os interesses da força e do nosso Brasil; sempre desempenhou com dedicação e esmero todas as missões que lhe foram impostas, sendo inclusive um dos componentes da Força de Elite do Exercito – Força Especial.

Como componente da Turma de 1978, e, tenho certeza que é um sentimento comum de todos da turma Eurico Dutra, nos orgulhamos e comungamos com sua alegria, tanto profissional, quanto familiar, pela conquista deste importante objetivo, o Generalato. Que Deus lhe mantenha a Luz , a Sabedoria e o Discernimento para que possa galgar outros degraus, e, que pelo seu trabalho, dias melhores sejam proporcionados aos irmãos de armas e a querida nação brasileira.

JOSE CARLUCIO GOMES DE SOUSA – CEL INF R/1 TURMA/1978

FGM-148 Javelin Anti-Tank Missile

18 de ago. de 2009

Jobim anuncia, sem detalhar, que vai mudar estrutura da pasta da Defesa

BRASÍLIA. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, adiantou ontem, durante solenidade de promoção de oficiais generais, da qual participou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, nesta semana, possivelmente na sexta-feira, apresentará uma proposta para mudanças estruturais em sua pasta.
De acordo com Jobim, as mudanças deverão abranger quatro propostas: alteração na estrutura militar de guerra, que, segundo ele, está intocada desde 1980; alterações na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas; alterações na estrutura do Ministério da Defesa e na articulação e equipamento das Forças Armadas.
Ministro diz que houve uma evolução da doutrina militar
No discurso, o ministro explicou o motivo das alterações, mas não deu detalhes.
- Elas têm como paradigma único a evolução da doutrina de ações combinadas para de ações conjuntas - afirmou o ministro.
Nelson Jobim informou que o objetivo das mudanças é melhorar a estrutura das Forças Armadas brasileiras:
- Essas propostas estão implicadas no desenvolvimento nacional. O Brasil, finalmente, terá as Forças Armadas que almeja e de que necessita, e que se impõe pelo novo quadro e a nova presença do Brasil no mundo.
O ministro afirmou que o governo inseriu a Defesa na agenda do debate nacional e que tem recebido apoio do Senado e da Câmara, além das universidades e do oficialato.
- Fizemos uma integração do mundo civil com o mundo militar. A visibilidade desejada e a participação da sociedade brasileira nos debates já estão em pleno andamento, basta verificar a mídia diária.

17 de ago. de 2009

A "nova" UNE


Essa "nova" UNE, raquítica de ideais, não pode ser descartada de um projeto maior, megalômano, não só de perpetuação no poder do senhor Luiz Ignácio, mas de um ultrapassado antiamericanismo, compactuado pelos países da Bolívia, Equador, Paraguai e Venezuela, com o psicopata Chavez, implantando com a simpatia de Lula, um regime ditatorial, anulando, inclusive pela violência, a liberdade de órgãos de comunicação que não se submetem ao seu despotismo.
Cabe à "nova" UNE, minimizar a natural tendência dos jovens estudantes à contestação, própria de sua faixa etária; às centrais sindicais, aparelhar não apenas os sindicatos, como também a máquina governamental.
Os intelectuais e artistas - com as devidas ressalvas -, silenciosos, ávidos por um patrocínio, ou quiçá, por uma bolsa de "aperfeiçoamento" no exterior. Como se não bastasse, o Brasil pratica a pior política externa de todos os tempos: Uma verdadeira teia de "solidadariedade", estende-se ao Irã, do lunático Almadinejad, à Coréia do Norte do moralmente minúsculo, Kim Jong-Il, sem esquecer, é claro, a indisfarçável leniência para com os narcotraficantes das Farcs.
Lula, "orientado" pelos teóricos do PT, segue, de "ouvido", as formulações do defasado pensador italiano, Antonio Gramsci (o Príncipe moderno...) servindo-se da democracia, para posteriormente destrui-la.
A bolsa anestesía, exclui a população mais necessitada de qualquer possibilidade de acesso à cidadania, tornando-se, para utilisar um jargão "esquerdista", verdadeira massa de manobras.
A desmoralização do Legislativo, do Judiciário, o desmonte das Forças Armadas, os bandoleiros do MST, são dados que formatam uma estratégia que poderá nos levar à uma "democracia" plesbicitária, e à uma oposição figurativa.
E a "nova" UNE, cumpre, talvez, a mais insidiosa dessas tarefas: a de manter apática e colonizada culturalmente, o que poderia ser a renovação de uma prática política cruel e apodrecida.

Carlos Vereza
http://carlosverezablog.blogspot.com/2009/08/hamlet-nao-ha-em-toda-dinamarca-um-so.html

16 de ago. de 2009

Quem está dizendo a verdade

Há séculos, filósofos debatem se é possível fazer política sem mentira. Otto von Bismarck, primeiro-ministro da Prússia no fim do século XIX, unificador da Alemanha, chegou a chanceler por meio de uma mentira. Em 1870, ele recebeu um telegrama escrito pelo embaixador da França propondo uma negociação entre as duas nações. Bismarck, defensor da guerra, alterou o texto, cortou frases inteiras e transformou o aceno de paz em uma declaração de hostilidade. Vieram a guerra, a vitória da Prússia e a unificação dos estados alemães. A revelação da farsa tempos depois maculou a imagem do herói que passou à história por defender abertamente a ideia de que um estadista precisa ter a mentira como arma legítima. Felizmente, com o triunfo das sociedades democráticas veio a intolerância com a mentira, mas nem isso tirou dela o papel central que exerce na prática política. Pergunte, por exemplo, ao presidente Lula o que ele pensa sobre o presidente do Congresso, senador José Sarney. Pergunte a alguns petistas de alto coturno o que eles realmente acham da candidatura da ministra Dilma Rousseff. As respostas serão políticas ou técnicas, mas elas mais esconderão do que revelarão. Isso é mentira? No mundo real, sim. Na política de todos os tempos, é apenas esperteza, inteligência ou habilidade. O pecado não está propriamente em mentir, mas em ser pego na mentira. Será? No Brasil de hoje, nem isso.
O senador José Sarney, por exemplo, disse em plenário que nunca usou o poder para beneficiar amigos e parentes – e segue tranquilamente no comando do Senado. Alguns senadores de oposição juram de pés juntos que não existe o chamado "acordão" para esconder as irregularidades no Congresso debaixo do tapete – e seguem fazendo de conta que lutam pela moralidade. A ministra Dilma Rousseff tem como regra negar peremptoriamente qualquer fato que a envolva de forma negativa – mesmo quando as evidências se voltam totalmente contra ela. Por essa razão, talvez, mesmo quando o ônus da prova é de quem a acusa, a ministra parece estar, se não mentindo, pelo menos omitindo alguma coisa. Isso é o que se vê agora, com sua negativa de que tenha se reunido com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira para tentar interferir em uma investigação do órgão contra a família Sarney. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, na semana passada, a ex-secretária contou que, no fim do ano passado, foi chamada ao gabinete da ministra, no Palácio do Planalto, e ela pediu que a investigação sobre as empresas da família Sarney fosse concluída rapidamente. Lina disse ter interpretado o pedido como uma ordem para encerrar o trabalho. Por ter se recusado a cumpri-la, foi demitida. Cabe a Lina provar o que afirmou e reafirmou. Esse é o ponto de vista não apenas legal, mas também ético da questão. Entretanto, do ponto de vista político, infelizmente o que vale mesmo são as aparências.A reação de Dilma Rousseff à acusação de Lina não agradou a uma parte do PT – aquela que, em público, diz que as explicações da ministra foram absolutamente convincentes. Embora careçam ainda de comprovação, as declarações da ex-secretária são de extrema gravidade e causaram preocupação no governo por dois motivos (verdadeiros). No campo administrativo, se provada a existência da reunião, a ministra teria cometido um crime de prevaricação e improbidade em benefício de um aliado, fatal para quem tem ambições à Presidência da República. No campo político, a reação de Dilma foi classificada como inábil para alguém que tem pela frente uma dura campanha presidencial, na qual acusações, provocações e denúncias são parte do jogo. Começar a partida com a fama de não escapar ilesa de acusações – sejam elas falsas ou verdadeiras – é o fardo que a candidatura de Dilma está tendo de carregar agora.
"Se o rótulo de mentirosa colar na ministra, será muito difícil superar isso em uma campanha", diz um petista com interlocução direta com o presidente Lula. Há sinais de que o episódio da Receita Federal chegou a fazer Lula questionar a escolha de sua candidata à sucessão. Em conversa com aliados, o presidente se mostrou preocupado com o fato de a ministra estar criando muitos atritos antes do início do processo eleitoral. Em público, Lula jamais admitirá isso, até porque Dilma só é candidata por imposição do próprio presidente. O problema é que existe um movimento subterrâneo do PT, supostamente os aliados da ministra, para tentar criar-lhe dificuldades. A história petista de Dilma é recente. Ela se filiou ao partido apenas em 1999, após romper com o PDT. Não pertence a nenhuma das correntes petistas e não tem influência na máquina partidária. Jamais disputou eleição e é considerada no partido apenas um quadro técnico. O PT aceitou sua candidatura por submissão a Lula, mas jamais se empolgou com a ideia. Nesta terça-feira, Lina Vieira deverá prestar depoimento na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Ela só foi convocada após afirmar a senadores de oposição ter como comprovar sua versão dos fatos. Não havia um único petista na sessão que aprovou o comparecimento da ex-secretária. O governo enxergou na "negligência" uma ação combinada da bancada petista no Congresso.Há, de fato, uma insatisfação latente entre diversos setores do PT que não têm coragem de enfrentar o presidente Lula mas alimentam uma espécie de rebelião silenciosa. Em uma reunião com dirigentes do PT e do PSB, Lula não poupou críticas ao líder de seu partido, Aloizio Mercadante. Para Lula, se houve omissão ou falha do líder no caso da convocação da ex-secretária da Receita, é um fato grave. Mas, se a ausência da bancada foi deliberada, como forma de mandar um recado ao governo, é imperdoável. Mercadante e os petistas do Senado vêm batendo de frente com Lula desde a eleição de José Sarney para a presidência do Senado, em fevereiro passado. O PT queria o senador Tião Viana, e o governo, o PMDB, representado por José Sarney – que acabou vencendo a disputa e enfrentando uma saraivada de denúncias que o envolvem em nepotismo, favorecimento de familiares, contas secretas no exterior, desvios de recursos públicos e irregularidades administrativas. Boa parte dos escândalos envolvendo Sarney, suspeita o governo, teve origem em documentos e informações vazadas por parlamentares do PT.
O episódio Lina não foi o único a azedar a semana da ministra Dilma. Talvez pior tenha sido o aparecimento no cenário de campanha para 2010 da senadora petista Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, que recebeu convite do Partido Verde para se candidatar ao Planalto. "Tantos projetos que eu não consegui aprovar nestes anos… Se eu não consegui com o Lula, como é que eu vou lutar por mais oito anos com a Dilma?", disse ela. O Planalto convocou os dois principais aliados de Marina, o senador Tião Viana e o ex-governador Jorge Viana, para tentar demovê-la da ideia, mas eles nada fizeram, porque também estão insatisfeitos com Lula. Tião não se conforma com o boicote do presidente e de Dilma à sua candidatura no Senado. E seu irmão, Jorge, desconfia que Dilma foi contra a sua entrada no ministério após a queda de Marina. Para aumentar a tensão, os petistas de São Paulo, que comandam o partido, não querem nem ouvir falar no apoio, defendido pelo presidente Lula, ao deputado Ciro Gomes para o governo paulista.
"Falta a Lula dimensão histórica dessa crise. Sarney, Collor e outros representam a política que o Brasil quer superar. Ao apoiá-los e obrigar o PT a andar junto com essa gente, Lula está nos forçando a abraçá-los e morrer junto com eles", analisa um senador petista, sob a garantia do anonimato. Esse mesmo senador, se perguntado formalmente sobre a mesma história, dirá, em público, que Lula tem razão ao defender o presidente do Congresso, que não há nada de mais em andar acompanhado de Fernando Collor e que as críticas não passam de uma conspiração da oposição para tentar implodir o apoio do PMDB a Dilma em 2010. Diz o filósofo Roberto Romano: "A mentira sempre foi um componente histórico da política. O avanço da sociedade democrática serve como um antídoto, mas os políticos continuam fazendo da mentira um instrumento de trabalho". Sendo realistas, foi, é e sempre será assim.