29 de abr. de 2017

Moro confisca ‘tralhas’ do cofre de Lula

Dos 176 bens analisados, 26 serão incorporados ao patrimônio da União. 'Agentes públicos não podem receber presentes de valor', anotou Moro

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, autorizou a Presidência da República a incorporar ao patrimônio da União 26 bens do cofre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os objetos estão armazenados em uma sala no Banco do Brasil, no centro de São Paulo, e foram apreendidos em março de 2016 na Lava Jato. Na ocasião, Lula se referiu aos objetos como “tralhas”.
Durante seus mandatos, entre 2003 e 2010, o petista recebeu centenas de itens. Após avaliação da Secretaria de Administração da Presidência, Moro considerou que um acervo de 21 bens deve ser restituído em favor da União.
“Constatou este Juízo que havia alguns bens entre os apreendidos que teriam sido recebidos, como presentes, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o exercício do mandato, mas que, aparentemente, deveriam ter sido incorporados ao acervo da Presidência e não ao seu acervo pessoal. É que agentes públicos não podem receber presentes de valor e quando recebidos, por ser circunstancialmente inviável a recusa, devem ser incorporados ao patrimônio público”, anotou Moro.
Há ainda outros cinco itens armazenados no cofre de Lula, no Banco do Brasil, que tiveram problemas na averiguação, mas que também foram considerados bens a serem devolvidos à Presidência. Entre eles uma caneta com brasão do Vaticano recebida em 2008 e uma escultura de Juan Miró.
Dos 176 itens analisados pela Comissão Especial da Secretaria da Presidência da República, 21 foram considerados bens que não deveriam ter sido levados por Lula, como itens de seu acervo pessoal. Entre eles uma coroa, uma espada, esculturas, moedas, entre outros itens.
“Autorizo o levantamento pela Secretaria de Administração da Presidência da República dos bens relacionados no item 61 do Relatório Final do Processo 00140.000326/2016-16 e que se encontram atualmente apreendidos por ordem deste Juízo junto a cofre no Banco do Brasil (agência do Banco do Brasil, na Rua Líbero Badaró, 568, centro, São Paulo/SP), para fins de incorporação administrativa ao patrimônio da União Federal”, decidiu Moro, nesta sexta-feira.
Segundo Moro, os bens a serem confiscados foram “recebidos em cerimônias oficiais de trocas de presentes com Chefes de Estados ou Governos estrangeiros, que têm algum valor mais expressivo, mas que não caracterizam presentes de caráter personalíssimo”.
No mesmo despacho, o juiz determinou que permaneça na posse do ex-presidente outros objetos, como “medalhas, canetas, insígnias, arte sacra, por terem caráter personalíssimo”.
(Com Estadão Conteúdo)

28 de abr. de 2017

United chegou a acordo com passageiro retirado à força de um voo

United chegou a acordo com passageiro retirado à força de um voo
(Arquivo) Avião na Letônia em 13 de junho de 2016 - US ARMY/AFP/Arquivos
A United Airlines alcançou nesta quinta-feira um “acordo amigável” com David Dao, o passageiro que foi tirado à força de um voo em 9 de abril, um gesto que provocou indignação em todo o mundo, informaram seus advogados.
No comunicado, Thomas Demetrio e Stephen Golan, representantes de Dao, não informam o montante acordado entre a companhia aérea e seu cliente, pois é uma das condições do tratamento.
A companhia aérea americana tenta recompor sua imagem após o incidente com Dao, um médico de 69 anos que foi retirado à força de um voo doméstico para dar lugar a funcionários da companhia.
Segundo seus advogados, Dao saiu da aeronave ensanguentado, com o nariz quebrado, contusão cerebral, perdeu os dentes e precisará de uma cirurgia reconstrutiva.
“A United assumiu toda a responsabilidade pelo ocorrido no voo 3411, sem tentar culpar os demais”, disse Demetrio no comunicado, acrescentando que esta atitude da companhia aérea merece “um aplauso”.
Mais cedo, o advogado saudou uma série de medidas adotadas pela empresa para evitar incidentes similares.
De fato, a United Airlines se comprometeu nesta quinta-feira a reduzir a sobrevenda de voos e oferecer até 10 mil dólares aos passageiros que cederem voluntariamente seu assento quando o avião estiver cheio. Até agora, esta quantia chegava a 1.350 dólares.
A sobrevenda ou overbooking é uma técnica comercial que permite às companhias aéreas vender antecipadamente mais assentos que os disponíveis nas aeronaves, antecipando eventuais cancelamentos ou adiamentos.
As medidas fazem parte de uma série de dez ações adotadas pela companhia ao fim de uma auditoria interna resultante da expulsão de Dao.

27 de abr. de 2017

Visto mais rápido para os EUA leva brasileiros ao Uruguai

Moradores da Região Sul listam vantagens como prazo e custos menores para ir ao país vizinho em busca do documento; despachantes veem alta de 50% na procura

Brasileiros que moram em cidades da Região Sul estão preferindo tirar o visto americano em Montevidéu, no Uruguai, do que vir a São Paulo. Além de o consulado ser mais perto, outros fatores que contribuem para a prática são o prazo e o custo – é possível agendar entrevista no país vizinho para o dia seguinte e, na mesma data, entregar foto e tirar digitais.
Para tirar o primeiro visto para os Estados Unidos em São Paulo, são necessários ao menos dois dias e ida a dois endereços: ao Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASV), onde são coletados os dados biométricos, e ao consulado americano para entrevista com o cônsul. Apenas em Brasília e Recife é possível fazer as duas coisas no mesmo dia.
A procura pelo serviço no Uruguai tem aumentado nos últimos meses. Estima-se que mais de 2 mil brasileiros viajaram a Montevidéu nos últimos anos para tirar o visto, segundo despachantes, como Fredy Costa, que trabalha há 15 anos auxiliando quem quer tirar o documento – ele, que atende ao menos 40 pedidos por mês, diz que a procura aumentou em cerca de 50%. “Atendemos pessoas de toda a Região Sul, mas principalmente de Porto Alegre, Santa Maria e Pelotas [cidades gaúchas]. Para essas pessoas é muito mais prático viajar para o Uruguai”, afirmou.
Maira Larrondo, que trabalha há quatro anos como despachante em Santana do Livramento (RS), na fronteira entre Brasil e Uruguai, confirma a tendência. De acordo com ela, até moradores de Santa Catarina têm optado por tirar o visto em Montevidéu por causa das facilidades e da rapidez.
O passaporte em Montevidéu fica pronto em dois a três dias úteis para retirada pessoalmente (ou com procuração) ou envio via transportadora. Por isso, há quem prefira ficar hospedado na cidade e fazer turismo. Em São Paulo, o documento demora cerca de dez dias para ser entregue ou enviado pelos Correios.

Depois de muito pesquisar a respeito do assunto – e de quase desistir por falta de informações -, a fotógrafa Luciana Nascimento Martins, 36 anos, viajou para o Uruguai com o marido, a filha de 4 anos e mais um casal de amigos, Elvis e Miriam, com os dois filhos. Os sete moram em Santa Maria (RS), cidade que fica a 750 km de Montevidéu e a 1.320 km de São Paulo. Eles agendaram a entrevista para a mesma data e viajaram juntos, de carro, na semana da Páscoa.
“Só de passagem aérea iríamos gastar uns R$ 200 com ônibus para viajar de Santa Maria até Porto Alegre. De lá, pegaríamos um avião para São Paulo, o que custaria em torno de R$ 1.800. Nessa conta precisa acrescentar diárias em algum hotel, o táxi para deslocamento nesses dias e a comida. É um gasto bem considerável”, afirma Luciana, que, para ir de carro a Montevidéu, gastou menos de R$ 600 com gasolina e cerca de R$ 320 com hotel.  Como viajavam com crianças, fizeram duas paradas no trajeto. “Para nós, além do conforto de estar com o nosso carro, ainda fizemos um passeio com amigos e conhecemos a cidade. Foi infinitamente melhor”, diz.

Turismo

O militar da Aeronáutica Elvis Fão, de 38 anos, que viajou com a esposa e os dois filhos ao Uruguai, concorda com Luciana. “A preferência por tirar o visto em Montevidéu foi pela praticidade. Mas transformamos isso em um passeio, pois viajamos com a família toda e aproveitamos para conhecer a cidade.”
A farmacêutica Gabriela Sant’Ana, de 32 anos, mora em Lajeado (RS), a 1.100 km de São Paulo, e também viajou para o Uruguai para tirar o visto. Ela, o marido, a mãe e a sogra foram de carro até Rivera, na fronteira, passaram pela imigração e fizeram o resto da viagem de ônibus, durante a madrugada. Pela manhã foram para o consulado, fizeram a entrevista e tiveram o resto do dia livre para conhecer a cidade. Voltaram para Rivera no ônibus das 22h30.
“A economia foi enorme. Eu e meu marido não gastamos nem R$ 500 para fazer dessa forma. Viajar até São Paulo sairia muito mais caro”, afirmou. Gabriela pagou cerca de R$ 130 (por pessoa) para que uma despachante pegue os passaportes na cidade e envie para ela. Ainda assim, diz que valeu a pena.
A farmacêutica Gabriela Sant’Ana, de Lajeado (RS), que foi ao Uruguai para tirar visto para os EUA (//Arquivo pessoal)
Segundo a assessoria de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, a solicitação do visto de não imigrante pode ser feita em qualquer embaixada ou consulado, em qualquer país, mas somente no Brasil as entrevistas serão em português – em Montevidéu, por exemplo, elas são feitas em espanhol. Ainda de acordo com a assessoria, independentemente do lugar em que o requerente solicitar o visto, os oficiais consulares aplicam os mesmos critérios de avaliação, em conformidade com a Lei de Imigração dos EUA.
A embaixada informou também que, pelo 13º ano consecutivo, o Brasil está entre os dez países que mais enviam viajantes para os EUA. O governo americano tem plano de abrir um consulado em Porto Alegre (RS) até o final deste ano e um em Belo Horizonte (MG) nos próximos anos. Hoje, há consulados em São Paulo, Rio e Recife.

26 de abr. de 2017

Passageiro tirado à força de avião da United foi ‘agressivo’, segundo agentes

Passageiro tirado à força de avião da United foi ‘agressivo’, segundo agentes
Logo da United Airlines - Getty/AFP/Arquivos
Um novo relatório dos agentes de segurança do Aeroporto Internacional O’Hare, em Chicago, mostra uma cena pouco favorável para o homem que foi retirado à força de um voo da United Airlines.
Os documentos, solicitados pela imprensa americana que informaram nesta terça-feira sobre seu conteúdo, assinalam que o passageiro em questão, David Dao, foi “agressivo” e que um dos três agentes que tentou tirá-lo de seu assento perdeu o equilíbrio quando Dao sacudiu os braços, provocando sua queda.
O relatório identifica também pela primeira vez os três agentes do Departamento de Aviação de Chicago presentes no avião, um dos quais disse que usou uma “força mínima, mas necessária” para retirar Dao do avião que ia para Louisville, no Kentuky, e que estava com excesso de passageiros.
A United explicou que tinha que tirar algum passageiro para ter lugar para a equipe da companhia aérea que tinha que trabalhar no dia seguinte em Louisville.
O vídeo que registrou a ação, difundido em 9 de abril, se tornou viral nas redes sociais e desatou uma crise de relações públicas para a United e os agentes aeroportuários, motivando diversos pedidos de desculpa da United, assim como uma investigação interna sobre suas práticas.
Segundo os documentos, os agentes tentaram convencer Dao em várias ocasiões, mas ele respondeu: “não vou sair deste voo pelo qual eu paguei. Não me importa se vão me prender”, escreveu o agente Mauricio Rodriguez em seu relatório.
O agente James Long agarrou Dao para retirá-lo de seu assento e, segundo escreveu, o homem “começou a mexer seus braços para cima e para baixo com os punhos fechados”.
Dao se soltou do agente, fazendo-o perder o equilíbrio, “o que fez com que o sujeito caísse” batendo em um apoio de braços da poltrona, segundo Long.
O médico de 69 anos acabou ensanguentado, com o nariz quebrado, uma concussão na cabeça, perdeu dois dentes e precisará de uma cirurgia reconstrutiva, segundo seus advogados.
O advogado de Dao, Thomas Demetrio, não respondeu às ligações da AFP solicitando comentários sobre a nova informação, mas disse ao Los Angeles Times que eram “total sem sentido, levando em conta a fonte”.

25 de abr. de 2017

Trump envia submarino nuclear para a Península Coreana

Embarcação deve passar pelo porto da cidade sul-coreana de Busan nesta terça, mesmo dia em que a Coreia do Norte celebra data importante de seu calendário

O governo dos Estados Unidos enviou o submarino nuclear USS Michigan para o litoral da Coreia do Sul, informou a CNN nesta segunda-feira.
De acordo com a rede de notícias americana, a embarcação deve passar pelo porto da cidade sul-coreana de Busan nesta terça-feira, mesmo dia em que a Coreia do  Norte celebra o 85º aniversário da criação de seu Exército do Povo, uma data importante para o regime de Kim Jong-un e que, segundo alguns analistas, pode ser a ocasião para um novo teste balístico de Pyongyang.
Movido à energia nuclear, o USS Michigan foi originalmente desenvolvido para carregar (e lançar) mísseis com ogivas atômicas, mas passou por modificações em 2004 para ser capaz de disparar torpedos menores. Atualmente, a embarcação tem capacidade para lançar mais de cem Tomahawks.
A manobra é mais uma demonstração de força do presidente americano Donald Trump, com o objetivo de intimidar o ditador norte-coreano, que afirmou que reforçará suas “medidas nucleares de autodefesa” perante o envio do porta-aviões americano USS Carl Vinson para perto de seu território.

USS Carl Vinson

O porta-aviões USS Carl Vinson e sua frota de ataque se encontram atualmente realizando exercícios conjuntos estratégicos com tropas japonesas no Pacífico e planejam se aproximar da península da Coreia no final desta semana.
Washington anunciou há duas semanas que tinha enviado o porta-aviões em resposta a um teste de mísseis norte-coreano no início de abril, embora a frota tivesse participado primeiro de exercícios com a Austrália sem que a Casa Branca confirmasse até a última quinta-feira.

“Erro fatal”

Em um artigo de opinião publicado pelo jornal estatal Rodong, Pyongyang afirma que “seria um erro fatal por parte dos EUA pensar que pode amedrontar a Coreia do Norte com o porta-aviões”.
O texto adverte que se “as provocações do inimigo” continuarem, as forças norte-coreanas “responderão com golpes mortais” e resistirão a “qualquer tentativa de guerra total com um ataque nuclear sem piedade”.
O artigo também ameaça “aniquilar os invasores” e anuncia que o exército e o povo norte-coreanos “reforçarão suas medidas de dissuasão nuclear para a autodefesa de todas as formas possíveis”.

24 de abr. de 2017

Venezuela: Maduro diz que quer eleições

Apesar da afirmação, o presidente não faz nada para que o país retorne à democracia: 1.365 foram detidas em abril nos protestos contra o governo

Sob intensos protestos da oposição e críticas de países vizinhos, o presidente Nicolás Maduro falou que gostaria de fazer eleições em seu programa deste domingo, 23.
Eleições, sim, quero eleições já“, lançou o presidente.
Contudo, ele não anunciou nenhuma medida para concretizar essa promessa. O mandatário descartou antecipar o pleito presidencial e pediu aos adversários diálogo e o abandono do que chama de agenda golpista.
Há duas semanas, Maduro já havia dito estar ansioso pela eleição de governadores na Venezuela, atrasadas desde dezembro, e de prefeitos, previstas para este ano. O discurso, porém, para por aí.
Nas manifestações que realiza desde 1º de abril, a oposição exige a convocação de eleições gerais ainda para este ano.
De acordo com pesquisas, sete em cada dez venezuelanos reprovam o governo, asfixiados por uma severa escassez de alimentos e de remédios, além de uma inflação que deve alcançar, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), 720,5% este ano — a maior do mundo.
 Neste sábado, 22, opositores seguiram até a sede da Conferência Episcopal em uma “marcha do silêncio”, após o aumento da violência que deixou 20 mortos em três semanas de protestos contra o governo.
A oposição anunciou a intenção de manter a pressão nas ruas e convocou uma “obstrução nacional” para a segunda-feira 24, que prevê o bloqueio das principais avenidas de Caracas.
Segundo a ONG Foro Penal Venezolano, entre 4 e 22 de abril, 1.365 foram presas pelos protestos contra o governo e que 777 ainda permanecem detidas.
Os atos contra Maduro têm enfrentado repressão e o aumento de milícias nas ruas.

22 de abr. de 2017

Ataque talibã deixa 148 mortos no Afeganistão

Talibãs estavam vestidos com uniformes militares e conseguiram atacar a base do Exército na província de Balkh

Dez talibãs vestidos com uniformes militares atacaram uma base do Exército na província de Balkh, uma das mais seguras de Afeganistão. De acordo com informações de uma fonte militar, são 138 mortos e 64 feridos, além dos dez atacantes que também faleceram.
O governo afegão, que tem sido muito cauteloso ao divulgar número total de vítimas, confirmou hoje que a quantidade de mortos e feridos é grande. “Dez insurgentes, incluído, dois atacantes suicidas que se sacrificaram, também morreram”, afirmou um porta-voz do Ministério de Defesa do Afeganistão, Dawlat Waziri.
O ataque, que durou cerca de seis horas, teve início pouco depois do meio-dia, quando os soldados deixavam a mesquita após as orações de sexta-feira, em um quartel localizado no distrito de Dehdadi.
Os insurgentes estavam vestidos com uniformes militares e conseguiram entrar no quartel em vários veículos do Exército até serem descobertos no segundo posto de controle da entrada, onde o primeiro dos atacantes se suicidou, enquanto os outros iniciaram o tiroteio.
O gabinete do presidente afegão, Ashraf Ghani, publicou hoje uma única mensagem no Twitter em que o governante condenava o “covarde ataque” contra os militares durante a “oração de sexta-feira”. “Os atacantes são infiéis”, disse Ghani.
Os talibãs reivindicaram ontem o ataque em um comunicado enviado à Efe por seu porta-voz, Zabihullah Mujahid.
(Com agência EFE)

21 de abr. de 2017

Tríplex, destruição de provas e propina: o que disse Léo Pinheiro

Saiba o que de mais importante o empreiteiro Léo Pinheiro contou ao juiz Sergio Moro ao ser interrogado na tarde desta quinta-feira

O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, condenado pelo juiz Sergio Moro na Operação Lava-Jato, escancarou pela primeira vez  a troca de favores, o pagamento de benesses e os detalhes da conta clandestina que abastecia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O depoimento desta quinta-feira complica ainda mais a vida do petista e faz crescer as apostas sobre a possibilidade de prisão de Lula, atualmente réu em cinco processos da Operação Lava-Jato.
Confira abaixo os principais pontos do interrogatório do empreiteiro, conduzido pelo juiz Sergio Moro:
“O apartamento era do Lula”
Léo Pinheiro confirmou aquilo que o ex-presidente sempre tentou negar: o petista é, sim, dono do tríplex no Guarujá (SP). “O apartamento era do presidente Lula desde o dia que me passaram para estudar os empreendimentos da Bancoop [cooperativa habitacional dos bancários]. Já foi me dito que era do presidente Lula e de sua família. Que eu não comercializasse”
Reforma do tríplex foi abatida de conta da propina do PT
O executivo revelou a existência de uma conta mantida entre o partido e a empreiteira: “O Vaccari me retornou, dizendo que estava tudo ok, que poderíamos adotar o sistema de encontro de contas entre créditos e débitos que nós tínhamos com ele (…) no tríplex, no sítio e nos outros empreendimentos. A soma total disso me parece que era em torno de 15 milhões de reais”, disse Léo Pinheiro.
Dinheiro saiu de desvios na Petrobras
Léo Pinheiro afirmou que os gastos da OAS com o tríplex do Guarujá saíram de uma “contabilidade informal” da empreiteira – e que as despesas eram abatidas dos saldos de propina da Petrobras que o PT mantinha junto à OAS. “(Havia) uma contabilidade informal no que diz respeito a despesas efetuadas no tríplex que eram lançadas no empreendimento Solaris (o condomínio onde está o apartamento reservado para Lula) e, na verdade, essas despesas eram parte do encontro de contas de pagamento de propina na Petrobras”, disse Pinheiro.
Lula pediu para destruir provas que pudessem incriminá-lo
Ao juiz Sergio Moro, o empreiteiro relatou um diálogo que manteve com o ex-presidente Lula já no curso das investigações da Lava-Jato. Preocupado, o petista quis saber se havia registros de algum “encontro de contas” entre ele e João Vaccari, ex-tesoureiro do PT. E foi enfático: “ Se tiver, destrua”.
DOIS ANOS –  VEJA revelou em abril de 2015 os favores de Léo Pinheiro para Lula no Sítio de Atibaia (VEJA/VEJA)
Lula e Dona Marisa comandaram reforma do tríplex
Segundo o empreiteiro, mudanças no projeto original do tríplex foram feitas por ordem do ex-presidente Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Léo Pinheiro descreveu encontros com o casal – o último foi no apartamento de Lula, no ABC Paulista. “O presidente e a dona Marisa estiveram no tríplex em fevereiro de 2014, pouco tempo depois eu fui ao sítio [de Atibaia, também alvo da Lava-Jato por ter sido reformado pelas empreiteiras]. Me encontrei com ele e ele já estava no sítio. A aprovação [do projeto] foi posterior. Eu me encontrei com ele e me parece que foi no apartamento do presidente em São Bernardo do Campo”, disse Léo Pinheiro. “Todas as modificações ocorreram. A solicitação (se deu) no dia que eu fui com o presidente e a ex-primeira-dama no tríplex. Isso foi fruto da nossa visita.” Ele conta que, feitas as alterações no projeto, dona Marisa ainda pediu uma outra modificação: que a sauna fosse convertida em um depósito.
O “Brahma”
“A explicação que me foi dada na época é que já estava acordado entre o João Vaccari e o presidente que ele (Lula) ficaria com o tríplex’, disse Léo Pinheiro. Ele disse mais: “A orientação que foi dada nesse caso do tríplex, as despesas eram lançadas no empreendimento Solaris. Mas tinha que ter um centro de custo, por isso o nome Zeca Pagodinho, que se refere ao apelido que se tinha do presidente que a gente tem nas mensagens, de Brahma. Então, o Zeca Pagodinho fazia a propaganda da Brahma. Sítio é o sítio de Atibaia. Praia é o apartamento do Guarujá”.
OAS foi instada a assumir obras de prédio no Guarujá
“Quando ele [João Vaccari] me mostrou os dois prédios do Guarujá, eu fiz uma ressalva a ele que a empresa só atuaria em grandes capitais. Os nossos alvos eram Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Porto Alegre. Falei que não tinha interesse. Ele me disse: ‘Aqui temos uma coisa diferente. Existe um empreendimento que pertence à família do presidente Lula. Diante do seu relacionamento com o presidente, o relacionamento da empresa, nós estamos lhe convidando para participar disso e por causa do grau de confiança que nós depositamos na sua empresa e na sua pessoa.”
 Braço-direito de Lula pediu favor milionário
Foi Paulo Okamotto, segundo Léo Pinheiro, quem pediu que fosse contratada a empresa Granero para guardar o acervo presidencial que Lula levou de Brasília para São Paulo quando deixou o Palácio do Planalto. Okamotto, braço-direito de Lula há décadas, é hoje o presidente do instituto mantido pelo ex-presidente. Só com esse favor a Lula, Léo Pinheiro gastou 1,2 milhão de reais – valor que o empreiteiro disse ter tirado do próprio bolso.
A tentativa da defesa de Lula de desqualificar o ex-amigo empreiteiro
Se até pouco tempo Lula e Pinheiro eram diletos amigos, agora a relação azedou de vez. No interrogatório do empreiteiro, os advogados do ex-presidente partiram para o ataque contra o ex-amigo do petista. Um dos defensores de Lula, Cristiano Zanin Martins quis saber de Pinheiro por que ele está contando só agora o que nunca falou em outros depoimentos prestados à Lava-Jato. A estratégia era clara: insinuar que o empreiteiro só resolveu acusar Lula agora porque recebeu a promessa do Ministério Público de ter a pena reduzida – Pinheiro admitiu que está negociando um acordo de delação premiada com os investigadores. O ex-presidente da OAS reagiu: disse que não está mudando versão e que, nos depoimentos anteriores, apenas optou por ficar em silêncio. “Eu não respondi, eu fiquei em silêncio.”
Mais um embate com Moro
Ante a insistência dos advogados de Lula para que Léo Pinheiro admitisse que resolveu falar em troca da redução de pena, Moro interferiu. Disse que, em um interrogatório anterior, Léo Pinheiro foi indagado sobre outros temas – e que nunca havia sido perguntado sobre o tríplex. “Ele está fazendo agora uma afirmação que não fez (antes)”, queixou-se Cristiano Zanin. “Acho que o senhor não leu então o interrogatório (anterior) dele”, rebateu o juiz. Cristiano Zanin reagiu: “A afirmação de vossa excelência não me parece compatível com a educação que deve zelar, ou que deve ser mantida, entre aqueles que estão participando de uma audiência”. Qual é a contradição desse depoimento (anterior) com o que ele está prestando agora?”, insistiu o magistrado. O advogado, mais uma vez, estrilou. “O senhor vai me interrogar agora?”, perguntou. “Acho que o doutor está equivocado”, afirmou Moro, encerrando o embate.

20 de abr. de 2017

Moro é condecorado com a Ordem do Mérito Militar e evita falar com a imprensa

Crédito: AFP PHOTO / EVARISTO SA
(Crédito: AFP PHOTO / EVARISTO SA)
O juiz federal Sérgio Moro foi condecorado na manhã desta quarta-feira, 19, com a Ordem do Mérito Militar, em cerimônia de comemoração do Dia do Exército, no Setor Militar Urbano, em Brasília. Moro já estava presente quando o presidente Michel Temer chegou ao local e o cumprimentou.
O juiz que comanda a Operação Lava jato na primeira instância não quis responder perguntas da imprensa. Ao ser questionado sobre o relatório do projeto que atualiza a lei do abuso de autoridade, Moro disse que só falaria sobre o dia do Exército.

19 de abr. de 2017

Apertem os cintos, o respeito sumiu

O mundo fica estarrecido com uma das maiores cenas de violência praticadas por uma companhia aérea contra um cliente que tinha toda razão em seus direitos. Resultado: empresa perde US$ 1 bilhão e CEO deve deixar cargo

Apertem os cintos,  o respeito sumiu
PREJUÍZO A terceira maior companhia aérea dos EUA poderá pagar até US$ 2,5 milhões de indenização ao médico agredido (à esq.)
Você compra um bilhete aéreo, chega no horário indicado, ocupa o seu lugar, cumpre as regras definidas pela companhia e é expulso violentamente da aeronave. A selvageria se deu no domingo 9, em um voo da United Airlines que ia de Chicago para Louisville, nos Estados Unidos.
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David Dao sofreu ferimentos ao ser retirado de voo da United
Na terça-feira 11, um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um homem retirado à força de um dos assentos do avião. Pelas imagens, é possível ver o médico David Dao sendo arrastado, no estreito corredor, por agentes de segurança. Em determinado momento, ele bate a boca em uma das poltronas e começa a sangrar. Em meio a gritos, os demais passageiros filmam a agressão contra Dao.
A cena bárbara ocorreu quando a companhia precisou acomodar quatro funcionários em função de overbooking (quando não há mais lugares livres) e escolheu aleatoriamente os que seriam retirados do voo.
O médico Dao foi um deles. “A companhia colocou o processo acima das pessoas de uma forma violenta”, diz Alexandre Slivinik, diretor do Institute Business Excellence, instituição sediada em Orlando com foco no atendimento ao cliente. “Mas ela subestimou a força das redes sociais.” Mais do que isso: a empresa, terceira maior do segmento nos EUA, perdeu US$ 1 bilhão em valor de mercado, mergulhou na maior crise de imagem de sua história e pode ter o presidente Óscar Múñoz afastado do cargo.
Múñoz cometeu o maior dos erros para um executivo em sua posição: não ficou ao lado do cliente. Pouco depois da agressão, o presidente da United disparou uma mensagem enfática defendendo a atuação dos funcionários da empresa. Ele afirmou que todos os procedimentos foram seguidos e que o passageiro agiu de forma abrupta. Logo após o comunicado, a companhia recebeu uma avalanche de críticas. “Grande parte das marcas que possuem capital aberto dá preferência aos investidores e não aos consumidores. Isso é um equívoco”, afirma Gabriel Rossi, professor de Marketing da ESPM.
O preço pago pela United foi alto. Após a viralização do vídeo, (que superou 5 milhões de visualizações em 24 horas) uma petição online, com mais de 77 mil assinaturas, pediu o boicote à empresa e a renúncia do presidente. Existe hoje, segundo Rossi, um fenômeno chamado “grownswell”, no qual consumidores se baseiam na experiência de pessoas comuns para escolher a marca que desejam. “Por isso, as imagens horríveis ganharam tanta força”, diz o especialista.
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Vídeos que mostraram o incidente se espalharam pela internet
Recuperação

Agora, a empresa terá um imenso desafio pela frente. “A United vai ter que recontar sua história de uma forma autêntica, trazendo valores como respeito e conforto aos passageiros e mostrar que aprendeu com o erro”, afirma Rossi. Em situações de overbooking, o recomendado é que a tripulação pergunte se há voluntários para deixar a aeronave em troca de uma indenização em dinheiro ou em milhas. “Como as empresas pagam pelo tempo em que ficam no solo, elas tomam decisões pensando nos custos e não nos consumidores”, diz Slivinik. “É preciso mudar essa mentalidade: é mais vantajoso pagar indenizações do que gastar valores muito mais altos com eventuais processos morais.”
No caso do médico, o uso da força pelos agentes de segurança deve ser caracterizado como injúria pessoal. “O valor desse tipo de indenização pode chegar a US$ 2,5 milhões, ainda mais se somado ao constrangimento provocado pelas imagens que circularam por todo o mundo”, diz Daniel Toledo, especialista em legislação americana e diretor de uma consultoria de direito nos EUA.
Para afastar a turbulência
Na terça-feira 11, as companhias aéreas brasileiras ganharam novos ares. Um projeto de lei permitirá, por meio da alteração do Código Brasileiro de Aeronáutica, que empresas estrangeiras detenham até 100% do capital das companhias nacionais. Atualmente, o índice é de 20%. A ideia é fortalecer um setor que, nos últimos 2 anos, sofreu com a crise econômica. “A medida vem em boa hora para fomentar investimentos na aviação regional”, afirma Rafael Veras, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em Infraestrutura. “As empresas brasileiras não conseguiam firmar parcerias internacionais e a concorrência ficava limitada.” Como se trata de um setor importante para a economia, a medida deve gerar efeitos positivos.
Para especialistas, a limitação na entrada de capital estrangeiro se tornou um entrave, principalmente após a privatização dos maiores aeroportos do País. “O desenvolvimento da aviação civil está muito atrasado no País”, afirma Fabiano Teodoro Rezende Lara, professor de Direito Econômico do Ibmec-MG. Para ele, o setor não era tratado como estratégico. “Agora, há uma necessidade de as empresas se capitalizarem com companhias estrangeiras.”
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PROTESTOS Após a divulgação do vídeo, a empresa recebeu uma avalanche de críticas de consumidores em todo o mundo

18 de abr. de 2017

Supremo cria força-tarefa para acelerar processos da Lava Jato

Grupo será criado para reforçar a equipe de Fachin, priorizar os processos da operação e garantir celeridade na análise dos casos

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, acertou nesta segunda-feira com o ministro Edson Fachin a criação de um grupo de assessoria especializada para conferir celeridade aos processos da Operação Lava Jato que tramitam na Corte. Fachin é o relator dos processos da Lava Jato no STF.
Os dois se reuniram por cerca de duas horas no final da manhã, na mesma sala do edifício-sede do STF onde estavam guardados no mês passado os pedidos encaminhados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base na delação da Odebrecht.
O grupo será criado para reforçar a equipe de Fachin, priorizar os processos da Lava Jato e garantir celeridade na análise dos casos, que se multiplicaram depois da instauração de 74 inquéritos a partir das revelações feitas por 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht.

“O objetivo é não deixar nada atrapalhar o andamento da Lava Jato”, diz um auxiliar. A composição do grupo deverá ser definida nos próximos dias.
Desde fevereiro, o ministro Edson Fachin passou a contar no seu gabinete com o reforço do juiz auxiliar Paulo Marcos de Farias, que atuou na análise dos casos da Lava Jato com o ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo em janeiro deste ano. Fachin possui atualmente três juízes auxiliares, um a mais que os seus demais colegas do STF.
A reportagem apurou que Cármen e Fachin já estavam discutindo a criação do grupo desde a semana passada, antes do feriado da Páscoa.
Força-tarefa
Nesta segunda-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu à ministra Cármen Lúcia a instalação imediata de uma força-tarefa para agilizar a fase de coleta de provas dos processos relacionados à Operação Lava Jato. Ao fazer referência ao Regime Interno do STF, a OAB pede a convocação de mais juízes auxiliares, “para que a Justiça se concretize para uma nação à espera da redenção”.
“Constam mais de 500 processos (inquéritos e ações penais) de competência originária em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal que podem avolumar-se como decorrência das investigações em curso, sendo fato incontroverso que sempre se constituem em questões complexas e volumosas. Esse cenário impinge aos ministros do Supremo Tribunal Federal uma intensidade de atuação incompatível com a atual estrutura”, defende a OAB.
(Com Estadão Conteúdo)

17 de abr. de 2017

Odebrecht: delatores citaram 415 políticos de 26 partidos

O PT lidera a lista com o maior número de filiados atingidos - ao todo, 93; PSDB e PMDB aparecem em seguida, ambos com 77

  As delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht envolveram pelo menos 415 políticos de 26 dos 35 partidos legalmente registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O PT lidera a lista com o maior número de filiados atingidos – ao todo, 93 petistas foram citados nos depoimentos. Eles são seguidos de perto pelos integrantes dos dois principais partidos que dão sustentação ao governo de Michel Temer: PSDB e PMDB. Cada um tem 77 membros citados pelos delatores.
PT, PMDB e PSDB são os três maiores partidos do Congresso e representam as três mais importantes elites partidárias do país. Juntos, eles concentram 59,5% dos políticos enredados nas delações da maior empreiteira nacional. É o que mostra o levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo em todas as 337 petições com pedidos de investigação feitas pelo procurador-geral de Justiça, Rodrigo Janot, e encaminhadas ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A questão não é apenas quantitativa. Os relatos dos delatores envolveram as principais lideranças desses partidos – são citados o atual presidente da República, Michel Temer, e cinco ex-presidentes (José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) – ainda que com grau, intensidade e número de vezes diferentes.
Além deles, aparecem ex-candidatos à Presidência, como os senadores José Serra (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG), o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), o ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE), o pastor Everaldo (PSC-RJ), José Maria Eymael (PSDC-SP), o ex-governador Leonel Brizola (PDT-RJ) e o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) – nos casos desses dois últimos, a acusação foi arquivada pelo STF. A maioria teve lugar de destaque nas corridas presidenciais desde a redemocratização do país, em 1985.
No PT, as delações atingiram ex-ministros como Jaques Wagner, Guido Mantega, Antonio Palocci, José Dirceu e Paulo Bernardo e governadores como Tião Viana (AC) e Fernando Pimentel (MG). No PMDB, foram delatados o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e senadores como Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR), o ex-governador Sérgio Cabral (RJ) e os governadores Luiz Fernando Pezão (RJ) e Paulo Hartung (ES).
Os partidos médios, muitos dos quais compõem a base de Temer, também tiveram lideranças envolvidas. O PP é a quarta sigla mais afetada, com 35 citados, incluindo seu presidente, o senador Ciro Nogueira (PI). O DEM vem a seguir, com 22 denunciados, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ). O PSB (19), o PSD (15), o PTB (11), o PR e o PC do B, com 10, o PPS (9), e o PDT (8) completam a lista. Destes, só o PC do B e o PDT não estão no governo. Entre os pequenos partidos sobram 25 citados. Aqui, só dois deles – o PSOL e o PTN – não apoiam Temer Todos os políticos até agora citados negaram o conteúdo das delações.
(Com Estadão Conteúdo)

12 de abr. de 2017

EUA investigam possível cooperação da Rússia em ataque químico na Síria

EUA investigam possível cooperação da Rússia em ataque químico na Síria
Vítima de um ataque químico em Khan Sheikhun, no dia 6 de abril de 2017 - AFP
O governo dos Estados Unidos está investigando uma possível cooperação da Rússia no ataque químico realizado na Síria há uma semana, afirmou nesta terça-feira um funcionário da Casa Branca que pediu para não ser identificado.
“Como é possível que suas forças estiveram aquarteladas junto com as forças sírias que planejaram, prepararam e realizaram este ataque com uma arma química na mesma instalação, e não tiveram conhecimento prévio?”, perguntou o funcionário.
“Pensamos que é uma boa pergunta que os russos devem fazer”, acrescentou.
O funcionário acrescentou que as forças sírias e os assessores militares russos operam “em proximidade, inclusive no nível operacional”, mas admitiu que no momento “não há um consenso sobre a extensão sobre como interpretar essas informações que continuamos recebendo”.
De acordo com essa fonte, as autoridades de Moscou iniciaram uma campanha de desinformação concebida para “confundir o mundo”, atribuindo a responsabilidade pelo ataque ao grupo radical Estado Islâmico (EI) e a outras forças que enfrentam o governo de Bashar al Assad.
As declarações desse funcionário da Casa Branca foram conhecidas pouco depois de o secretário de Estado, Rex Tillerson, aterrizar em Moscou para uma visita de alto nível em que a Síria certamente terá um lugar de destaque.
Tillerson prevê para quarta-feira um encontro com seu contraparte russo, Sergei Lavrov.
Nesta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, advertiu que não pode confirmar se uma reunião do secretário de Estado com o presidente russo, Vladimir Putin, está na agenda.
Tillerson, ex-diretor-geral da Exxon, conhece pessoalmente Putin, que chegou, inclusive, a condecorá-lo com a Ordem da Amizade. Tillerson foi diretor da empresa russo-americana Exxon Neftegas entre 1998 e 2001.
Estados Unidos, França e o Reino Unido apresentaram nesta terça-feira um projeto de resolução ao Conselho de Segurança das Nações Unidas pedindo uma investigação sobre o ataque químico na Síria.
Pelo menos 87 pessoas, 31 delas crianças, morreram na semana passada em Jan Sheijun, na província de Idlib (noroeste).
Em represália, Washington ordenou disparar 59 mísseis de cruzeiro Tomahawk de navios de guerra no Mediterrâneo contra a base aérea síria de Shayrat, causando fortes danos.
Até agora, nenhuma iniciativa diplomática conseguiu estabelecer um cessar-fogo duradouro em um país onde já morreram mais de 320.000 pessoas de março de 2011 e milhões perderam de suas casas.

11 de abr. de 2017

Encurralado em Síria e Iraque, Estado Islâmico se volta contra cristãos no Egito

Encurralado em Síria e Iraque, Estado Islâmico se volta contra cristãos no Egito
Mulheres choram as vítimas do atentado deste domingo contra uma igreja copta em Alexandria, Egito. - AFP
Cada vez mais encurralados na Síria e no Iraque, os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) intensificaram sua ação e violência contra igrejas cristãs coptas no Egito, segundo analistas.
A facção egípcia do EI, que reivindicou no domingo os ataques contra duas igrejas no norte do Egito, em Alexandria e em Tanta, era, até então, muito ativa no norte do Sinai, onde matou centenas de policiais e soldados.
Mesmo com alguns atentados de peso cometidos nesta região fronteiriça entre Israel e a Faixa de Gaza, o grupo jamais conseguiu se apoderar de alguma cidade. Ao contrário do que fez no Iraque e na Síria, onde autoproclamou um “califado” em 2014.
Apesar de a organização já ter atacado os coptas no passado, sua campanha contra a minoria cristã começou a ganhar intensidade em dezembro, com um atentado suicida em uma igreja no Cairo que deixou 29 mortos.
– Mudança de tática –
Qual seria a razão? “O EI está pressionado no Iraque e na Síria, por isso realiza ataques espetaculares em outras partes: é uma tentativa de retomar o controle de sua imagem, reforçar o moral das tropas e conseguir novos recrutas”, analisa Jantzen Garnett, especialista do Navanti Group Analytics.
No Iraque e na Síria, os extremistas acumulam derrotas. Estão prestes a perder Mossul, a segunda cidade do Iraque.
Já no no Egito, em janeiro e fevereiro sete coptas foram abatidos no norte do Sinai, o que levou dezenas de famílias cristãs a fugir da zona.
“Os ataques por motivos religiosos mostram que o EI continua na fase ‘de expansão’, apesar dos reveses no campo de batalhas, e incentivam que é ideologicamente próximo deles a apoiar o grupo”, confirma Zack Gold, do Rafik Hariri Center for the Middle East.
Em um vídeo de propaganda difundido em fevereiro, o grupo prometia aumentar los ataques contra os cristãos do Egito, a quem chama de “politeístas”.
“Desde o atentado de dezembro, o EI e seus seguidores da internet introduziram ao extremistas egípcios os conceitos sectários mais radicais”, explica Mojtar Awada, pesquisador do programa sobre extremismo da Universidade George Washington, nos Estados Unidos.
Reivindicando os atentados de Tanta e Alexandria, que deixaram 44 mortos, o EI afirmou que esses ataques contra os “cruzados” foram realizados pelos dois homens-bomba egípcios.
– ‘Presença crescente’ –
São os atentados mais sangrentos cometidos os últimos anos contra os coptas, que representam 10% dos 92 milhões de egípcios.
Contudo, esta comunidade é atacada há vários anos. Em janeiro de 2011, um atentado suicida na saída de uma igreja de Alexandria deixou mais de 20 mortos.
E, depois da queda do presidente islamita Mohamed Mursi por parte do exército em 2013, a minoria foi alvo de vários ataques por ter apoiado a rebelião militar.
Para os analistas, os atentados de dezembro e agora de abril sugerem uma presença crescente das células extremistas fora do Sinai.
“Nos últimos anos, o grupo Estado Islâmico enfrentou inúmeras dificuldades e sofreu inúmeros fracassos para implantar-se na parte continental do Egito. Estes atentados contra igrejas mostram que têm uma presença crescente neste território”, afirma Garnett.
Depois do atentado de dezembro, o presidente Abdel Fatah Al Sisi anunciou que prendeu vários extremistas, mas também admitiu que outros escaparam.
O grupo radical Ansar Beit Al Maqdess realizou inúmeros atentados contra a polícia fora do Sinai antes de jurar fidelidade ao EI em novembro de 2014.
Além disso, a nova facção do EI, que se chama “Província do Sinai”, realizou vários atentados no Cairo, sempre contra as forças de segurança.
A polícia, no entanto, anunciou o desmantelamento de várias células e, em novembro de 2015, anunciou a morte de um importante extremista, Ashraf Al Gharably.

10 de abr. de 2017

Presidente do Egito declara três meses de estado de emergência

Medida excepcional é tomada depois de atentados em duas igrejas neste domingo, que mataram 44 pessoas, e às vésperas de visita do Papa Francisco

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, anunciou na noite deste domingo que o país ficará em estado de emergência por três meses, depois dos atentados com explosivos contra duas igrejas coptas igreja cristã nacional do país. Os ataques deixaram pelo menos 44 mortos durante as comemorações do Domingo de Ramos, que marca o começo da Semana Santa. Os coptas representam 10% da população do Egito e são o maior grupo cristão do país.
“Há uma série de procedimentos a seguir: em primeiro lugar, um estado de emergência de três meses”, declarou o presidente, acrescentando que a medida será tomada para “proteger” e “preservar” o país. O anúncio foi feito em uma entrevista coletiva no palácio presidencial do Cairo, algumas horas depois do duplo ataque reivindicado pelo grupo Estado Islâmico.
Segundo a Constituição egípcia, o chefe de Estado ainda deve submeter essa medida ao Parlamento, que tem uma semana para se pronunciar. O grupo político do presidente domina o Legislativo. Al-Sissi dirige o país com mão de ferro desde a queda em 2013 do islamita Mohamed Mursi, que foi o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito.
Os ataques deste domingo acontecem vinte dias antes da visita do papa Francisco ao Egito, que está marcada para os próximos dias 28 e 29 de abril, a primeira viagem do pontífice argentino ao Oriente Médio. 
(Com agências internacionais)

8 de abr. de 2017

MPF investiga regalias de Cabral e esposa

Procuradores querem saber se o ex-governador, Sérgio Cabral, dormia na biblioteca com ar condicionado e se sua mulher Adriana Ancelmo recebeu cesta de Natal quando esteve na cadeia, conforme revelou ISTOÉ

MPF investiga regalias de Cabral e esposa
VIP Cabral recebeu privilégios em Bangu 8 e MPF quer saber por quê
O Ministério Público Federal do Rio (MPF-RJ) investiga se o secretário de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), coronel Erir Ribeiro Costa Filho, autorizou a entrada de uma cesta de Natal para Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A investigação ocorre após denúncia de IstoÉ, que publicou na edição de sexta-feira da semana passada uma reportagem exclusiva sobre os privilégios do casal Cabral na prisão. Intitulada “As regalias de Cabral na prisão”, a matéria contou em primeira mão as benesses do ex-governador do Rio e sua mulher na prisão e apresentou um documento que atestou a entrada de uma ceia de Natal em 25 de dezembro de 2016 na cela individual da detenta Adriana Ancelmo.
A ceia estava recheada por peru assado, farofa com fios de ovos e arroz com passas. Os demais presos passaram o Natal à marmitex com arroz e feijão. Um manuscrito mostra que a mordomia foi autorizada pelo próprio secretário Erir Ribeiro Costa Filho, ex-Comandante-Geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro na gestão de Cabral (2006-2014). Na semana passada, no entanto, Adriana Ancelmo foi autorizada pela Justiça a cumprir prisão domiciliar em seu luxuoso apartamento no Leblon, no Rio. Só Cabral ainda está em Bangu, onde desfruta de tratamento vip.
DOCE LAR A mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, agora cumpre prisão domiciliar
DOCE LAR A mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, agora cumpre prisão domiciliar
Lava jato quer esclarecimentos

Como parte da investigação, o MPF-RJ convocou, na quarta-feira 5, o inspetor Wilson Camilo Ribeiro para prestar esclarecimentos sobre a reportagem de ISTOÉ. Segundo fontes da Justiça carioca, a determinação para ouvir o inspetor Wilson Ribeiro partiu dos coordenadores da Operação Lava Jato, em Curitiba, que investigam Cabral pelo desvio de R$ 300 milhões dos cofres públicos.
Ribeiro disse à ISTOÉ que Cabral dormia todas as noites na biblioteca, com ar condicionado e que se alimenta com comidas pedidas em restaurantes de fora do presídio. Disse que Adriana Ancelmo também usava internet na sala de Segurança e Classificação (onde fica a documentação dos presos) e chegou a receber pizzas compradas pela própria diretora da Unidade Feminina de Bangu 8 (Rita de Cássia Alves), enquanto esteve na cadeia, de dezembro de 2016 até o final de março deste ano.
Em nota, o Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio de Janeiro (SindSistema) repudiou as informações prestadas por Wilson Ribeiro e outras fontes ligadas ao sistema penitenciário, considerando-as inverídicas. A entidade informou que o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio (Sindaperj), presidido por Ribeiro, “não representa a categoria dos inspetores de segurança do Rio”. Depois de negar os privilégios de Cabral na prisão, o SindSistema diz que o ex-governador “é tratado como outro preso qualquer, sem ser distratado, mesmo porque a maioria está indignada com o atraso nos salários e por ele ter certa parcela de culpa na atual sistuação da administração pública do Rio”.
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FELIZ NATAL Secretário de Administração Penitenciária autorizou entrada de ceia de Natal na cela de Adriana
Na terça-feira 4, entretanto, foi a vez de Ribeiro receber uma notificação de transferência. O inspetor está sendo removido pela Secretaria de Administração Penitenciária para a unidade masculina Petrolino Werling Oliveira, conhecida como PO, em Bangu 8. Em 2010, o inspetor foi justamente retirado de unidades de Bangu por motivo de segurança após denúncias que fez sobre superfaturamento de “quentinhas” (refeições servidas aos presos). Ribeiro acha que o fato de ter sido destacado novamente para servir no presídio Petrolino Werling, o torna vulnerável a vinganças.

6 de abr. de 2017

Justiça Federal nega recurso e mantém bloqueio aos bens de Neymar

O bloqueio abrange imóveis do jogador em Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, São Paulo e Itapema (SC), além de um iate e um avião

São Paulo - A 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) negou recurso dos advogados de Neymar e manteve o bloqueio dos bens do atacante em julgamento realizado nesta terça-feira em São Paulo. Ainda cabe recurso. Os detalhes desta decisão só estarão disponíveis na próxima semana, quando ela for publicada no Diário Oficial.
Neymar teve o bloqueio de bens mantido AFP
O bloqueio abrange imóveis de cidades onde a família de Neymar, como Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, São Paulo e Itapema (SC), além de um iate e um avião. O jogador do Barcelona pode usufruir dos bens, mas não pode negociá-los.
A assessoria do jogador minimizou a decisão desta terça-feira e afirmou que o desbloqueio está ligado ao recurso do processo fiscal julgado no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) no mês passado, quando o jogador obteve uma vitória expressiva. A defesa estima que a decisão reduzirá entre 50% e 70% dos R$ 188,8 milhões entre impostos e multas cobrados ao jogador pela Receita Federal.
"Como o acórdão do julgamento do CARF ainda não foi publicado, os desembargadores não puderam decidir. Tão logo saia o acórdão, os bens serão desbloqueados", informou a assessoria de Neymar em nota enviada ao Estado de S. Paulo.

5 de abr. de 2017

Câmara aprova projeto que deve inviabilizar a Uber no Brasil

Transporte em carro particular via aplicativos precisará de autorização dos municípios e placa vermelha para identificá-los; medida favorece taxistas

A Câmara dos Deputados acaba de aprovar um projeto de lei que, na prática, deve inviabilizar o serviço de transporte em carro particular chamado por aplicativos em celular. O serviço é prestado por empresas como Uber, 99, Easy e Cabify. Apenas a Uber, a pioneira desse mercado no Brasil, atende mensalmente mais de 13 milhões de pessoas em quase 50 cidades.
O projeto agora será encaminhado ao Senado. Nada muda até que ele seja aprovado pelos senadores e, em seguida, se não houver mudanças, sancionado pelo presidente Michel Temer, que pode vetar alguns pontos.
O texto base (substitutivo ao projeto original) aprovado na Câmara no início da noite, resultado de um consenso formado em reunião de líderes durante a tarde em Brasília, autorizava a atuação da Uber, 99, Easy e Cabify, entre outras, mas estabelecia que cabia ao poder municipal a regulamentação para essa modalidade de transporte urbano.
Mas uma emenda apresentada pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), igualmente aprovada, alterou a classificação desse serviço, que, em vez de ser de uma atividade privada, passa a ser de natureza pública. Isso significa que mesmo nas localidades onde o serviço já havia sido autorizado por meio de legislações municipais – como as cidades de São Paulo e Vitória e no Distrito Federal -, será necessária uma nova permissão específica das prefeituras, concedida individualmente. As prefeituras poderão cobrar pelas licenças, como se fossem para táxis (com a diferença de que os motoristas particulares não possuem benefícios concedidos aos taxistas, como isenção de impostos).
“Essa exigência inviabiliza por completo o serviço de transporte em carros particulares por meio de aplicativos”, disse o deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE), autor do substitutivo ao projeto de lei. “É um desastre completo. Os deputados colocaram o corporativismo de uma classe, a dos taxistas, à frente do interesse coletivo de toda uma população”, afirmou.
Na prática, a diferença será a seguinte: hoje as empresas podem oferecer o serviço do transporte em carros particulares à população e cabe às prefeituras regulamentar da forma como acharem adequado; se as novas regras se transformarem em lei, tudo será proibido e a população ficará privada dessa opção de transporte até que os municípios legislem sobre o tema, algo que, no Brasil, pode demorar anos ou décadas – haja visto o projeto de lei sobre a terceirização, que ficou quase duas décadas parado no Congresso.
“O projeto de lei propõe uma lei retrógrada que não regula a Uber no Brasil, mas tenta transformá-la em táxi, proibindo então esse modelo de mobilidade”, afirmou a Uber em nota oficial divulgada depois da votação na Câmara. “O projeto segue agora para o Senado, onde o debate sobre a tecnologia deve continuar, garantindo que seja ouvida a voz de milhões de pessoas no Brasil que desejam ter seu direito de escolha assegurado”, diz a companhia.
A 99 (ex-99 Táxis), que oferece as duas modalidades de transporte e hoje é a segunda maior empresa do segmento de mobilidade via aplicativos, também se manifestou: “A 99 acredita que o momento é de debate livre de ideias. Um aprofundamento das discussões, com a participação de todos, taxistas, motoristas de carros particulares, passageiros, poder público, empresas de aplicativo e a sociedade. Entendemos que é necessário termos as duas modalidades de serviço (táxi e carro particular) para atender melhor o passageiro. Somos a favor da liberdade de escolha, da igualdade de oportunidades e da livre iniciativa”, disse a companhia.
Ainda de acordo com o projeto aprovado na noite desta terça-feira, a regulamentação do serviço caberá aos municípios e ao Distrito Federal: as empresas do segmento deverão seguir diretrizes que atualmente já cumprem, como o pagamento de tributos municipais e a contratação de seguro de acidentes pessoais de passageiros e do DPVAT para o veículo.
Outra emenda aprovada, igualmente de autoria do deputado do PT, amplia as exigências para a prestação do serviço, como a instalação de placas vermelhas nos carros particulares, a exemplo das utilizadas pelos táxis.
As novas exigências aprovadas preveem que o motorista deve ter carteira de categoria B ou superior contendo a informação de que exerce atividade remunerada e ser cadastrado na empresa que gerencia o aplicativo.
O projeto original, de autoria do deputado Zarattini, era mais restritiva ainda e previa que apenas taxistas cadastrados pudessem fazer o transporte de passageiros em carros, mas não teve apoio para ser levado à votação.

4 de abr. de 2017

Android é o sistema operacional mais usado do mundo

Windows perdeu o posto que que era dele desde os anos 80
StatCounter Windows x Android
Gráficos mostrando o crescimento do sistema operacional Android e, por tabela, o crescimento do mercado de aparelhos móveis, notadamente smartphones, para o acesso de dados na internet ( Foto: Reprodução StaCounter )
Uma pesquisa divulgada pela StatCounter que mostra o tráfego de mais de 3 milhões de sites e páginas com mais de 15 bilhões de visualizações por mês mostrou que o reinado do Windows como sistema operacional dominante está ameaçado no mundo. Isso analisando uso de desktops e aparelhos mobile.
Pela primeira vez, desde os anos 80, o sistema operacional criado pela Microsoft foi suplantado. O Android, segundo o StatCounter, lidera a pesquisa com 37,93% de utilização contra 37,91% do Windows.
Ainda segundo o levantamento, na América do Norte a liderança ainda é do Windows com 39,5%, depois vem o iOS (sistema da Apple para os dispositivos móveis da empresa) com 25,7% seguido pelo Android com 21,2%.
Na Europa o Windows reina mais tranquilo com 51,7% contra 23,6% do Android. Na Ásia, o Android domina com 52,2% contra 29,2% do Windows.
Se tirarmos os dispositivos móveis, porém, a liderança do Windows é geral com 84% do total de acessos.

3 de abr. de 2017

O homem do terno de ouro

Como é fabricado e o que há de especial nos ternos da grife italiana Ermenegildo Zegna que foram encomendados por Sérgio Cabral e que podem custar até R$ 150 mil

Flagrado num mega esquema de corrupção pela pela força tarefa da operação Lava Jato, o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral adquiriu 20 ternos da grife italiana Ermegildo Zena, uma das mais conceituadas do mundo, por meio de depósitos fracionados em dinheiro, no valor de R$ 18 mil a 150 mil. Todos os trajes eram feitos a mão, o que requer um processo absolutamente artesanal. Primeiro, um mestre alfaiate precisa se reunir com o cliente, para definir o modelo. A medição começa no topo do corpo – uma lição da casa italiana, que faz costumes a mão há 40 anos. Primeiro pescoço, depois ombros, peito, braços, costas e cintura. Todos os itens do terno podem ser definidos: a forma das lapelas, o corte, os bolsos e o tipo de abotoamento, simples ou duplo. Um detalhe muito importante é que a feitura é toda na sede da empresa, em Trivero, no norte da Itália, onde também fica o Lanificio Zegna. O processo tem cerca de 30 estágios e pode durar até 90 dias. A última etapa é a costura em dourado da etiqueta, que vem com o nome do proprietário do terno. A seguir, alguns detalhes só possíveis nos costumes com mais de três dígitos:75

1 de abr. de 2017

Esquema no TCE seria desde 2000

Ex-presidente Jonas Lopes admitiu que empresas pagavam 1% de obras acima de R$ 5 milhões

Rio - Um esquema de propina no Tribunal de Contas do Estado (TCE) pelo menos desde de 2000. É o que garante o ex-presidente da Corte, Jonas Lopes, em delação premiada ao Superior Tribunal de Justiça, como o RJ-TV 2ª edição publicou ontem.
Lopes confessou que empresas pagavam 1% de obras acima de R$ 5 milhões. Ele sustentou que os conselheiros José Gomes Graciosa, Marco Antônio Alencar, Aloysio Neves, José Maurício Nolasco e Domingos Brazão receberam, cada um, aproximadamente R$ 1,2 milhão em espécie.
Cabral já estaria preenchendo documentos com delações, para evitar ficar mais de 50 anos na cadeia Reprodução
A divisão da propina era sempre feita no gabinete da presidência. Os conselheiros foram presos quarta-feira e levados para o presídio Bangu 8, no Complexo de Gericinó, onde o ex-governador Sérgio Cabral também está preso acusado de desvios de R$ 224 milhões em esquema envolvendo empreiteiras.
Já Jonas Lopes Neto, filho do ex-presidente, contou à Justiça que foi convidado pelo pai a recolher recursos irregulares e receber, por isso, 5%. O dinheiro era levado ao TCE em pasta 007 para ser dividido com os outros conselheiros.
Segundo Jonas Lopes, um pedido de ajuda do governo do estado para comprar comida para os presídios virou alvo da propina. Para isso, o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), teria aceitado flexibilizar a lei do fundo do órgão que permite apenas que a verba seja investida em projetas da Corte, para aprovar a ajuda. Picciani foi levado para prestar depoimento coercitivamente na Polícia Federal na quarta-feira e negou as acusações.
Segundo Lopes, Picciani teria indicado o empresário Luiz Roberto Menezes Soares, da empresa Cor e Sabor, para participar do esquema. Luiz é irmão de Arthur Soares, conhecido com o Rei Artur, que foi um dos principais fornecedores do estado na gestão de Cabral.

Documentos
Só um dos sete conselheiros do TCE não está envolvido nas suspeitas de corrupção: a corregedora Marianna Montebello. No entanto, o trabalho na Corte foi paralisado porque é necessário a presença de no mínimo quatro conselheiros. Com isso, ainda não se tem uma definição de quando as contas do Estado, que já foram encaminhadas pela Alerj, serão analisadas pela Corte.
Ontem, a probabilidade de Cabral estar negociando uma delação premiada para denunciar membros do Judiciário e Ministério Público ganhou força. Cabral já estaria preenchendo a documentação com as informações que estaria disposto a revelar que deverá ser encaminhada à Procuradoria Geral da República. Na cadeia, ele entraria constantemente em depressão e foi informado pelos advogados que se não colaborar com a Lava Jato terá pena de mais de 50 anos.