Rio -  O resgate da soldado da Polícia Militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, que morreu após ser baleada num ataque de bandidos a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na Zona Norte, na noite de segunda-feira, foi feito sob intenso fogo cruzado dos criminosos. Primeiro policial de UPP a ser morto em serviço e confronto com bandidos, ela tinha acabado de lanchar e foi ferida fora da sede da UPP, segundo colegas. O policiamento foi reforçado na região após o incidente.
"Recebemos um pedido de socorro dela pelo rádio e fomos ao local. Ela já estava baleada, caída do lado de fora. Eles (bandidos) deram muito tiro em cima da equipe. Só tivemos tempo de resgatar a colega e deixar o local rapidamente. Vi pelo menos três deles armados de fuzis", contou um dos PMs da UPP da Fazendinha que socorreu Fabiana. A policial foi atingida no abdômen. Levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas do Alemão, na Estrada do Itararé, ela não resisitiu ao ferimento. Na viatura ficaram marcas de tiros e na porta e banco traseiros marcas de sangue da PM e pertences dela.
Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
Policiais do Bope foram chamados para a UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão | Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
Segundo o mesmo PM, Fabiana tinha acabado de lanchar quando foi para o lado de fora da sede da unidade, por volta das 21h. Pouco depois, cerca de 12 bandidos armados de fuzis começaram a disparar contra a sede e o container de apoio da UPP, a uma distância de cerca de 20 metros. As marcas do confronto ficaram nas duas bases. Surpreendida e armada apenas com uma pistola, a soldado ainda trocou tiros com os criminosos. O tiro que matou a policial foi disparado de um fuzil calibre 7.62. O projétil atravessou frontalmente o colete e o corpo da militar e ficou alojado na parte traseira.
Cerca de 10 minutos antes ao ataque à UPP Nova Brasília, cerca de oito bandidos atacaram uma patrulha com dois policiais na localidade Pedra do Sapo, no Morro do Alemão. Os militares pediram prioridade a outras unidades da região. Ninguém ficou ferido. PMs suspeitam que este ataque tenha sido promovido pelos marginais para desviar a atenção dos PMs e atacar a Nova Brasília.
Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, estava lotada a apenas 4 meses na UPP Nova Brasília | Foto: Reprodução Internet
Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, estava lotada a apenas 4 meses na UPP Nova Brasília | Foto: Reprodução Internet
Fabiana estava lotada a quatro meses na UPP Nova Brasília. Ele tinha se formado a cerca de um ano. Ainda segundo colegas de farda, a irmã dela também faz curso para ser policial. A família é natural de Valença, no Sul Fluminense, divisa com Minas Gerais. "Ela era jovem e tinha o sonho de ser policial, mas infelizmente seu sonho durou pouco. Foi mais curto que poderia imaginar”, disse um deles revoltado.
Após o ataque, policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) entraram na comunidade. Policiais do Batalhão de Choque (BPCHoque) e do 16º (Olaria), 22º (Maré) e 4º (São Cristóvão) batalhões reforçam o policiamento nas vias de acesso às comunidades do complexo do Alemão. Durante a madrugada não foram registrados novos conforntos ou prisões. A informação de que uma outra pessoa teria sido ferida na ação dos bandidos não foi confirmada. O Rio tem 25 UPPs, com 5.500 PMs.
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A policial foi encaminhada para a UPA da região, mas não resistiu aos ferimentos | Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia