30 de nov. de 2016

O ministro amigão

Ricardo Lewandowski, do STF, protege o deputado petista Marco Maia, acusado de comprar um apartamento em Miami de maneira ilícita

Crédito: fotos: REUTERS/Ueslei Marcelino; Adriano Machado/AG. ISTOE
Vista grossa Lewandowski barrou investigação profunda para apurar compra de imóvel em Miami (Crédito: fotos: REUTERS/Ueslei Marcelino; Adriano Machado/AG. ISTOE)
Durante sua atuação como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski foi acusado por seus adversários de se alinhar demais ao PT. No impeachment de Dilma Rousseff, permitiu a separação entre a cassação e a perda dos direitos políticos. Agora, de volta ao trabalho como magistrado em um primeiro inquérito desdobrado da Lava Jato, documentos obtidos por ISTOÉ mostram que ele protege um deputado petista de uma investigação aprofundada.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou abertura de um inquérito para apurar a compra de um apartamento em Miami pelo deputado Marco Maia (PT-RS), acusação feita na delação premiada do ex-vereador petista Alexandre Romano. A hipótese é de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O processo caiu nas mãos de Lewandowski. O ministro até autorizou a abertura do inquérito, mas barrou as duas principais diligências solicitadas por Janot para avançar as investigações: acesso ao conteúdo dos celulares de Marco Maia e cooperação internacional com autoridades dos EUA para obter documentos do imóvel.

Sem quebra de sigilo

Em despacho de 4 de outubro, Lewandowski autorizou somente a tomada de depoimentos no Brasil, o levantamento de doações eleitorais de uma empresa suspeita de bancar o apartamento e a juntada de provas já produzidas. O ministro nem chega a explicar porque barrou as principais diligências.
A delação de Romano envolve nas irregularidades a empresa Ímpar/Hospital 9 de Julho. Segundo o ex-vereador, foi por meio de um acerto com a empresa que o apartamento em Miami foi bancado: Maia lhe relatou que tinha um crédito de R$ 1 milhão a cobrar da Ímpar e que poderia ser destinado ao financiamento do imóvel. O apartamento custou US$ 630 mil. ISTOÉ entrou em contato com a assessoria do grupo Ímpar, mas não houve resposta. Romano contou ter ido à sede da empresa e acertado que firmariam contratos simulados, sem real prestação dos serviços, para realizar a transferência dos valores.

28 de nov. de 2016

Cubanos exilados festejam morte de Fidel pela segunda noite em Miami

Cantando e dançando, os cubanos de Little Havana, em Miami, festejaram pela segunda noite consecutiva a morte de Fidel Castro, em frente ao emblemático Café Versalhes, que durante décadas foi o lugar de encontro dessa comunidade no exílio.
A festa começou à meia-noite de sexta-feira, prolongou-se durante todo o sábado e continuava neste domingo (27). Embora as ruas tenham sido abertas ao tráfego brevemente pela manhã, em um esforço das autoridades de voltar à normalidade, tiveram de ser fechadas à tarde, mais uma vez.
“Não me canso de comemorar, porque parece mentira. Nunca pensei que esse momento fosse chegar”, comentou Delsy, que não quis dar seu sobrenome.
Um casal cantava “Guantanamera” com microfone e amplificador, enquanto outros marcavam o ritmo de “La vida es un carnaval” com panelas, e um grupo entoava “Fidel, tirano, leva o seu irmão!”.
Fidel Castro morreu na noite de sexta-feira (25) em Havana, aos 90 anos, anunciou seu irmão Raúl, atual presidente cubano.
Os cubanos do exílio convocaram uma marcha “pela liberdade e pela democracia” na próxima quarta-feira (30), em Miami.
O ato coincide com o início, em Cuba, da procissão que levará as cinzas de Fidel Castro pela Ilha para que 11 milhões possam lhe prestar uma última homenagem.
“Morreu o tirano, mas a tirania continua”, comentou Orlando Gutiérrez, da Assembleia da Resistência Cubana.
Um pequeno grupo das Damas de Branco exiladas em Miami caminhou neste domingo na rua que, desde a semana passada, leva seu nome.
‘Adeus, Fidel’
Quinze quarteirões mais ao leste, a boate de salsa Ball & Chain, um clássico entre os locais e parada obrigatória dos ônibus de turismo, oferecia descontos e promovia um novo coquetel: “Adeus, Fidel”.
O lugar estava abarrotado na noite de sábado. Repleta de bares e de restaurantes cubanos, a rua estava cheia de vida a altas horas da noite, “muito mais do que o normal”, segundo a garçonete de um estabelecimento.
Em uma esquina próxima, em frente ao Parque Dominó, onde aposentados cubanos se reúnem todas as tardes para jogar, o futuro da Ilha era o principal tema de discussão.
“Agora, nós, cubanos, temos a esperança de que, sem Fidel, o comunismo dele vai cair e, se Deus quiser, poderemos voltar para o nosso país livre”, comentou Vicente Abrez, de 65 anos.
A continuidade de Raúl Castro no poder não desanima os anticastristas que emigraram da ilha.
“Não acho que vai mudar muito, mas é uma luz no fim do túnel, é alguma coisa”, disse Leticia Gallo, uma terapeuta de 44 anos que chegou a Miami há sete com um filho pequeno.
Rezando por Cuba
Na Ermita de la Caridad del Cobre, o santuário da padroeira de Cuba, o próprio arcebispo de Miami, Thomas Wenski, celebrou uma missa atipicamente cheia.
“Fidel Castro morreu. Agora lhe caberá o julgamento de Deus, que é misericordioso e também justo”, disse o prelado.
“Que Santa Maria da Caridade escute o povo e adiante para Cuba a hora da reconciliação”, acrescentou.
Os artistas cubanos também levantaram sua voz. O produtor musical Emilio Estefan, marido da estrela da salsa Gloria Estefan, exclamou: “Por Cuba, um novo amanhecer com um novo sol cheio de esperança”.
O músico Willy Chirino participou da festa de Miami no sábado, e os músicos Arturo Sandoval, Paquito D’Rivera e Jon Secada cumprimentaram os exilados cubanos.
Castro “separou nosso povo e fez que nos odiássemos mutuamente”, disse Sandoval.
Os políticos também deram seu apoio às comemorações do exilados.
O prefeito de Miami, Tomás Regalado, visitou a manifestação durante a tarde de sábado e justificou o fato de seus compatriotas mostrarem tanta alegria com uma morte.
“Nós, cubanos, temos o direito de comemorar esse dia”, disse aos jornalistas, pedindo à comunidade latino-americana “que não critique os cubanos por comemorarem e que entendam o que isso significa”.
Em um comunicado, o governador da Flórida, Rick Scott, disse que se unia “aos cubano-americanos de todo o país que estão incrivelmente esperançosos com o futuro de Cuba”.
O senador pela Flórida Marco Rubio e Ileana Ros-Lehtinen, representante dos congressistas de origem cubana, conhecidos pelo seu anticastrismo implacável, compartilharam esta visão.
Depois de chamar Fidel de “ditador do mal, assassino” no sábado, Rubio disse hoje à rede CNN que é “patético” que o presidente Barack Obama não tenha mencionado as “milhares e milhares de pessoas que sofreram brutalmente no regime, ou que morreram tentando escapar dele”.
Em sua página na Internet, a congressista Ileana Ros-Lehtinen, que representa a área do sul da Flórida onde muitos cubanos exilados vivem, celebrou a morte de Fidel.
“Um tirano está morto e um novo começo pode surgir no último bastião comunista remanescente do Hemisfério Ocidental”, publicou.
Segundo o Pew Research Center, há dois milhões de cubanos nos Estados Unidos. Desse total, 68% vivem na Flórida, sendo a maioria em Miami

21 de nov. de 2016

Polícia ocupa Cidade de Deus após queda de helicóptero

Menos de 24 horas depois que quatro policiais militares morreram na queda de um helicóptero da PM do Rio, sete moradores da Cidade de Deus, na zona oeste, foram encontrados mortos neste domingo, 20. As famílias dizem que todos eram traficantes, mas foram executados após terem se rendido. Eles teriam recebido tiros à queima-roupa na nuca e facadas, e seus objetos pessoais teriam sido furtados. A polícia ocupou a localidade por tempo indeterminado.
Os moradores da comunidade apontam PMs do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) como autores dos sete homicídios. Neste domingo, o dia foi de tensão e revolta na Cidade de Deus, que dispõe de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) desde 2009. Embora os corpos tenham sido localizados no início da manhã, a perícia só chegou às 14h15.
O tumulto na região começou na noite de quinta-feira, na Gardênia Azul, bairro vizinho dominado por milicianos. Os tiroteios opuseram traficantes e integrantes da milícia. A PM interveio, mas os confrontos continuaram e, a partir de sexta, se transferiram para a favela do Karatê, localidade da Cidade de Deus dominada pela facção Comando Vermelho.
A partir de então, os confrontos opuseram PM e traficantes. “Na sexta e no sábado, os tiroteios duraram o dia inteiro”, disse a faxineira aposentada Lucila, de 65 anos, que mora na Cidade de Deus. “Ontem (sábado), achei que (o tiroteio) havia parado e fui à igreja, mas na volta já estava tudo como na sexta. Não saio de casa e, se tivesse um buraco, entraria para me proteger.”
Aeronave.
No sábado, esses confrontos causaram a interdição da Linha Amarela (via expressa que liga a zona norte à oeste) às 10h e às 16h. Pela manhã, os policiais foram chamados para atender uma ocorrência e foram atacados. À tarde, em novo confronto, pediram reforço do Grupamento Aeromóvel. Foram enviados dois helicópteros: um de combate, blindado, e outro de monitoramento, sem blindagem.
Foi essa aeronave que caiu, às 19h30. Os quatro ocupantes morreram: o major Rogério Melo Costa, de 36 anos, o capitão William de Freitas Schorcht, de 37, o subtenente Camilo Barbosa Carvalho e o sargento Rogério Felix Rainha, ambos de 39 anos.
Inicialmente se cogitou a hipótese de que a aeronave tivesse sido abatida por traficantes, mas exames preliminares afastam – embora não descartem – essa possibilidade, segundo o secretário de Estado de Segurança, Roberto Sá.
A autópsia dos quatro corpos indicou que eles morreram em decorrência do impacto da queda, e não foram atingidos por tiros. Segundo o porta-voz da PM, major Ivan Blaz, a manutenção do helicóptero estava em dia. Ele prometeu divulgar os documentos, mas isso não havia ocorrido até as 19h30. Também não foi informado o prefixo da aeronave.
Após a noite de conflitos, no início da manhã de domingo, moradores encontraram os sete corpos à margem de um brejo cheio de esgoto. Embora admitissem que as vítimas atuavam como traficantes e serviam ao Comando Vermelho, os vizinhos se revoltaram com os indícios de que o grupo foi morto depois de ter se rendido e com a demora na remoção. Moradores transferiram os cadáveres para uma praça.
À reportagem ou em conversas entre si, quase todas as pessoas diziam conhecer as vítimas. Algumas diziam torcer para que “o esculacho sirva de lição” aos outros traficantes, mas a maioria defendia as vítimas. “Eles eram traficantes, mas sempre nos respeitaram. Aqueles ali (policiais) são assassinos”, repetia uma moradora. A perícia foi feita sob a escolta de policiais civis armados com fuzis, vestindo toucas ninja e apoiados por um blindado.
Enterros.
Três dos quatro PMs mortos no helicóptero foram velados neste domingo no Batalhão de Choque, no centro do Rio. Os corpos do major Costa, do subtenente Carvalho e do terceiro-sargento Rainha tiveram uma rápida cerimônia no Salão Nobre do batalhão. Depois disso, os PMs se perfilaram no pátio e houve salvas de tiros em homenagem às vítimas. Colegas se emocionaram. Um helicóptero da corporação lançou pétalas de rosas do alto.
Melo foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap; Felix, no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência; e Barbosa, no Cemitério Memorial Parque Nicteroy, em São Gonçalo. O corpo do capitão Willian de Freitas Schorcht, o piloto do helicóptero, seguiu para Resende. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) decretou luto de três dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

19 de nov. de 2016

Juiz acusa Garotinho e filho de oferecer R$ 5 milhões para não serem presos

Procuradoria Regional Eleitoral pede inquérito urgente contra ex-governador e Wladimir Matheus

Rio - A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro (PRE/RJ) requereu à Polícia Federal que instaure um inquérito para apurar recentes condutas do ex-governador Anthony Garotinho e de seu filho Wladimir Matheus. A PRE quer que a Delegacia de Defesa Institucional da PF-RJ investigue fatos narrados pelo juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, Glaucenir Silva de Oliveira, segundo o qual eles teriam oferecido, por intermédio de terceiros, “quantias milionárias” a pessoas conhecidas pelo juiz, com o objetivo de influenciar suas decisões, inclusive para evitar a prisão de ambos.

Em ofício encaminhado na noite de ontem (18/11) à chefia da Delinst, o procurador regional eleitoral Sidney Madruga ressalta a gravidade dos fatos apontados, que configurariam um caso explícito de corrupção. Expedido dentro de investigação de possíveis crimes eleitorais do grupo político liderado por Garotinho, o mandado de prisão do ex-governador foi cumprido no último dia 16 em decorrência de investigações do Ministério Público Eleitoral e da PF.

“Os fatos serão apurados, em caráter urgente, pelo Ministerio Publico e Policia Federal, pois a situação retratada pelo Magistrado é extremamente grave", diz o procurador regional eleitoral Sidney Madruga, que menciona que as duas ofertas relatadas pelo juiz foram de entrega de propinas de R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões em troca de decisões judiciais favoráveis aos investigados.

Na noite desta 6ª feira, a PRE também expediu ofícios em caráter de urgência ao MP Estadual e para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RJ). No ofício ao procurador-geral de Justiça Marfan Vieira, o procurador eleitoral pede que a Promotoria em Campos tome as medidas necessárias para reprimir possíveis ilícitos criminais e eleitorais cometidos por pai e filho. No ofício ao presidente do TRE, a PRE dá ciência da abertura iminente de um inquérito da Polícia Federal para apurar os fatos narrados pelo juiz em Campos.

18 de nov. de 2016

Quem é quem: os suspeitos da operação que prendeu Sérgio Cabral

Ex-governador do RJ foi preso por suspeita de cobrar propina em obras.
Além de Cabral, Justiça Federal pediu a prisão de mais 10 envolvidos.

Lucas SalomãoDo G1, em Brasília
VALE ESTE - Arte Quem é Quem na Operação Calicute (Foto: Arte/G1)
A Polícia Federal (PF) prendeu no início da manhã desta quinta-feira (17), na Operação Calicute, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), suspeito de ter cobrado propina de empreiteiras durante o período em que comandou o Palácio da Guanabara.
Além da prisão de Cabral, a Justiça Federal expediu mais oito mandados de prisão preventiva (sem prazo determinado) e dois mandados de prisão temporária (com prazo de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco). Também houve 14 mandados de condução coercitiva, quando o suspeito é obrigado a ir prestar depoimento e depois liberado.
Veja abaixo quem é quem no esquema investigado na Operação Calicute:
Sérgio Cabral: o peemedebista comandou o estado do Rio de Janeiro durante sete anos (2007-2014). Jornalista de formação, Cabral ingressou na política no início dos anos 80, como militante da Juventude do PMDB. Ao longo da carreira política, além de governador, ele foi deputado estadual e senador. Foi preso preventivamente. É apontado nas investigações como possível "principal elemento" do esquema de corrupção que, segundo o MPF, tinha "plena atuação" no seio do governo do estado. O Ministério Público afirma que ele era o "líder" do esquema.
O MPF afirma que provas obtidas nas investigações e diversos depoimentos de empreiteiros e delaotres apontam que Cabral solicitou e obteve pagamento de propina em razão de obras de grande porte para as quais foram destinados recursos financeiros da União. A mesma prática foi adotada em diversas obras estaduais, de acordo com o Ministério Público.
Adriana Ancelmo Cabral, mulher do ex-governador do RJ Sérgio Cabral (Foto: Vera Donado/Estadão Conteúdo/Arquivo)Adriana Ancelmo Cabral, mulher do ex-governador do RJ Sérgio Cabral (Foto: Vera Donado/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Adriana Ancelmo: advogada, é casada com Sérgio Cabral. Segundo "O Globo", ganhou um anel de R$ 800 mil de presente do empresário Fernando Cavendish. De acordo com a reportagem, o anel é considerado por Cavendish "a peça mais simbólica do tipo de relação que Cabral estabeleceu com empreiteiros". Adriana foi alvo de condução coercitiva. Ela não é apontada nas investigações como parte do esquema de propina, mas é apontada em vários episódios de repasse de dinheiro, dos quais não seria a beneficiária real.
O MPF chegou a pedir a prisão temporária de Adriana Ancelmo, mas o juiz entendeu que a eventual participação dela no esquema não justificaria a medida. Para o magistrado, a condução coercitiva é uma medida menos drástica e que poderia, dependendo da colaboração da investigada, substituir eficazmente a prisão temporária.
Wilson Carlos, ex-secretário de Governo de Sérgio Cabral (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo/Arquivo)Wilson Carlos, ex-secretário de Governo de Sérgio Cabral (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Wilson CarlosCordeiro Carvalho: ex-secretário de governo das duas gestões de Cabral no comando do Rio. Ele também foi assessor financeiro do ex-governador na campanha à reeleição, em 2010. Já havia sido citado na 16ª fase da Lava Jato por ter pedido a empresa Techint recursos à campanha de Cabral em retribuição a uma suposta ajuda do então governador na obtenção de contratos da empresa junto à Petrobras. Alvo de prisão preventiva, é apontado como "operador administrativo" das supostas propinas, segundo o MPF.
Hudson Braga, ex-secretário de obras do governo de Sérgio Cabral no RJ (Foto: Fernanda Almeida/Governo do Rio de Janeiro)Hudson Braga, ex-secretário de obras do governo de Sérgio Cabral no RJ (Foto: Fernanda Almeida/Governo do Rio de Janeiro)
Hudson Braga: ex-secretário de obras de Sérgio Cabral. De acordo com o jornal "Extra", era homem de confiança do atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Ele foi um dos coordenadores da campanha de Pezão ao governo, em 2014. Segundo o "Extra", ele é réu na Justiça Federal por improbidade administrativa, acusado de cometer irregularidades na contratação de empresas, após a tragédia que matou mais de 900 pessoas na Região Serrana e outras centenas de desaparecidos, em 2011. Também é alvo de prisão preventiva por supostamente ter atuado como um dos principais operadores do esquema. Teria utilizado empresas para lavar dinheiro desviado e atuado ativamente no esquema.
Carlos Emanuel de Carvalho Miranda: sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação, criada pelo ex-governador em 2003, quando ele era senador. Foi consultor de orçamento na Assembleia Legislativa quando Cabral presidiu a Casa. Foi preso preventivamente por supostamente atuar como operador de propina no esquema investigado.
Wagner Jordão Garcia: ex-assessor de Sérgio Cabral. Foi preso preventivamente nesta quinta. Ele é apontado como um dos operadores financeiros do esquema. De acordo com o MPF, cobrava das empreiteiras uma taxa, apelidada de "taxa de oxigênio", que era a propina cobrada das empresas para realizarem obras na esfera da Secretaria de Obras do Rio de Janeiro. Teria utilizado empresas para ocultar e lavar dinheiro desviado.
 
Luiz Carlos Bezerra: foi assessor de orçamento do ex-presidente da Assembleia Legislativa Paulo Melo, no mesmo período em que Sérgio Cabral governou o estado do Rio de Janeiro. Foi preso preventivamente por supostamente ter atuado como operador de propina no esquema de corrupção. Era, segundo o MPF, responsável por distribuir o dinheiro entre os integrantes da organização criminosa.
José Orlando Rabelo: alvo de mandado de prisão preventiva, é apontado por delatores como "recebedor de propina" a mando de Hudson Braga, de quem foi chefe de gabinete.
Luiz Paulo Reis: segundo o Ministério Público, é apontado como "testa de ferro" de Hudson Braga. Administrador e empresário, é apontado pelo MPF como um dos operadores do esquema investigado. É alvo de mandado de prisão preventiva, ainda não cumprido pela PF.
Paulo Fernando Magalhães Pinto: administrador de empresas, foi assessor de Sérgio Cabral. De acordo com as investigações, os dois mantêm relações próximas. Segundo "O Globo", no período em que esteve separado da mulher, Cabral morou no apartamento de Magalhães Pinto. É apontado pelos investigadores como um "laranja" de Sérgio Cabral. Ele é alvo de mandado de prisão temporária, ainda não cumprido pela PF.
Alex Sardinha da Veiga: alvo de mandado de prisão temporária, é tido pelos investigadores como um dos participantes de acordos "criminosos" entre a Secretaria de Obras e a Construtora Oriente, empresa que ele diz representar, segundo o MPF.
Veja abaixo os alvos dos mandados de condução coercitiva:
Pedro Ramos Miranda: assessor pessoal de Sérgio Cabral.
Luciana Rodrigues da Silva: assessora especial do governo do Rio de Janeiro na gestão de Sérgio Cabral. Apesar de formalmente contratada por uma empresa de Paulo Fernando Magalhães Pinto, o MPF afirma que ela aparenta ser assessora pessoal de Cabral.
Sônia Baptista: foi assessora parlamentar de Sérgio Cabral quando ele era senador. Também foi sócia de Carlos Miranda, outro investigado na operação.
Jéssica Machado Braga: parente de Hudson Braga, é apontada como possível "laranja" no esquema.
Rosângela de Oliveira Braga: parente de Hudson Braga, é apontada como possível "laranja" no esquema.
Ângela Fátima Sivero Garcia: casada com Wagner Jordão Garcia, é apontada como possível "laranja" no esquema.
David Augusto Câmara Sampaio: segundo o MPF, é policial civil em exercício do cargo de assessor parlamentar na Assembleia Legislativa. De acordo com as investigações, seria responsável por guardar dinheiro em espécie para Hudson Braga.
Paulo Mancuso Tupinambá: empresário, teria realizado pagamentos suspeitos para empresa de Hudson Braga.
Adriano José Reis Martins: empresário, teria realizado pagamentos suspeitos para empresa de Carlos Miranda.
Jaime Luiz Martins: empresário, teria realizado pagamentos suspeitos para empresa de Carlos Miranda.
Carlos Jardim Borges: empresário, teria realizado pagamentos suspeitos para empresa de Carlos Miranda.
Luiz Alexandre Igayara: empresário, teria realizado pagamentos por serviços inexistentes em benefício do esquema investigado. Documentos do MPF apontam que Cabral realizou "gestões" em favor de negócios milionários da empresa de Igayara.
Gustavo Ferreira Mohammad – empresário, teria contrato de “assessoramento estratégico” mensal de R$60 mil com a empresa Objetiva, de Sérgio Cabral.
Em nota, a defesa de Paulo Fernando Magalhães Pinto negou que ele seja laranja de Sérgio Cabral (veja a nota completa abaixo).

1. Inicialmente, é fundamental esclarecer que o mandado contra Paulo Fernando Magalhães Pinto é de prisão temporária (cinco dias) e não preventiva.
2. A lancha Manhattan foi comprada, há cerca de dez anos, por Paulo Marcio Possas Gonçalves, pai de Paulo Fernando, em nome da empresa MPG Participações. A lancha é de uso de Paulo Marcio e da família. A lancha fica permanentemente ancorada na Verolme, na cidade de Angra, e não em Mangaratiba, no Porto Bello. Pode ter sido emprestada a Cabral em raras ocasiões e de forma absolutamente esporádica, como a outros amigos. Porém é inteiramente descabida a suposição de que a lancha pertenceria ao ex-governador.
3. O helicóptero era de propriedade da família Magalhães Pinto Gonçalves, e nunca foi usado por Sérgio Cabral, como registros de aeroportos e heliportos podem comprovar.  Há alguns anos, a família tentava vender o helicóptero, o que ocorreu há alguns meses.
4. Após o fim do governo, Paulo Fernando alugou um conjunto de salas para atividades de suas empresas privadas. Paulo Fernando emprestou uma sala a Sérgio Cabral. Posteriormente, passaram a dividir as despesas do conjunto de salas. Cabral foi incluído no contrato de locação como co-locatário, situação em que permanece atualmente.
5. Paulo Fernando refuta veementemente a suposição de que seria "laranja" de Sérgio Cabral.

16 de nov. de 2016

Suspeito de matar parente de Sarney consolou família da vítima

Justiça decretou a prisão preventiva do empresário Lucas Porto, suspeito de matar Mariana Costa, sobrinha-neta de José Sarney

A Justiça Estadual do Maranhão decretou a prisão preventiva do empresário Lucas Porto, principal suspeito de ter matado a sua cunhada Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto — ela é filha do ex-deputado estadual Sarney Neto e sobrinha-neta do ex-presidente da República José Sarney. O crime aconteceu na tarde de domingo dentro do apartamento da vítima, em São Luís. A juíza Andréa Maia expediu o mandado, argumentando que Porto pode intimidar as testemunhas por ter laços de parentesco com elas. Com a decisão, ele continua preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na capital maranhense – ele havia sido autuado antes por flagrante.
O empresário nega que tenha cometido o assassinato, mas, segundo a polícia, tem se recusado a fornecer informações. As principais provas contra ele são as imagens de segurança do prédio da vítima. Nelas, ele aparece deixando a jovem e as duas filhas no apartamento após um culto, por volta das 15 horas. Depois, sobe uma segunda vez ao imóvel, permanecendo lá por cerca de 40 minutos. Na sequência, desce com pressa as escadas de emergência e faz uma ligação nos fundos do edifício. E vai embora com o carro. Naquele mesmo dia, Mariana foi encontrada desmaiada e levada a um hospital, onde não resistiu aos ferimentos e morreu.
Segundo relatos de familiares e amigos, o suspeito ainda chegou a ir ao hospital em que Mariana estava e, ao saber da morte, consolou a família. Porto é herdeiro do grupo Planta Engenharia e já tinha sido fichado, em 2007, por porte ilegal de arma, estelionato e falsa comunicação de crime. Na época, ele teria forjado o roubo de veículos para conseguir ressarcimento do seguro.
Segundo a Polícia Civil, Mariana foi morta por asfixia com a ajuda de um travesseiro.
O marido da vítima, Marcos Renato, filho do dono dos Laticínios São José, estava em uma festa no momento do crime e, por isso, foi descartado pela polícia como suspeito. Segundo o delegado que investiga o caso, Lúcio Rogério Reis, do Departamento de Homicídios da Capital, a polícia ainda não sabe a motivação do crime, mas tem “indícios suficientes” para apontar Porto como autor.
“O exame de corpo de delito revelou marcas de ações criminosas contra a vítima. O conjunto de elementos periciais indicam que Lucas Porto figura como o principal suspeito na morte de Mariana Costa”, disse o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, em coletiva concedida nesta segunda-feira. Segundo a polícia, Porto teria se complicado em seus depoimentos ao explicar as marcas de arranhões que tinha no corpo e o sumiço das roupas que usava no domingo.
Mariana Costa, sobrinha-neta de José Sarney, é encontrada morta em seu apartamento com sinais de asfixia, em São Luís do Maranhão
Mariana Costa, sobrinha-neta de José Sarney (Reprodução)

8 de nov. de 2016

80% das multas são por recusa ao bafômetro

Em 2016, já foram registrados 2.708 acidentes nas rodovias do CE, um aumento de 5% em relação a 2015
Image-0-Artigo-2155738-1
Quem se submete ao teste do bafômetro pode estar se livrando de uma infração gravíssima, com multa no valor de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses, além de acúmulo de 7 pontos na habilitação ( Foto: Fabiane de Paula )
Mesmo com as punições tornando-se mais rígidas para os infratores no trânsito, 2016 apresenta um cenário semelhante ao de 2015. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-Ce), até o mês de outubro, mais de 7 mil motoristas já foram autuados pelo órgão e pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE) com base na Lei Seca. Cerca de 80% das notificações são pela recusa ao teste do bafômetro.
A Lei 13.281 alterou o artigo que agora deixa explicitado a penalidade ao motorista que se recusa a fazer o teste do etilômetro. Dirigir alcoolizado é uma infração gravíssima, com multa no valor de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses, além de acúmulo de 7 pontos na habilitação.
Tal penalidade está inserida no artigo 165-A, que pune quem "recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar o uso de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277".
O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização poderá ser submetido ao teste de exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência. Com 8.883 motoristas notificados em 2015, os número deste ano não apresentam grandes mudanças e podem até superar os do ano anterior.
Para o Tenente da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) Elton Oliveira, a não redução dos casos não significa uma falha na eficiência de coibir as infrações. "Eu acredito que esse número reflete que as fiscalizações aumentaram. Antes a gente autuava só nas rodovias estaduais. Passamos a fiscalizar este ano em Fortaleza, mais próximo de bares e restaurantes".
Quando questionado sobre o número tão alto de pessoas que se recusam a fazer o teste, o tenente explica que isso se deve ao medo do motorista. "Muitas vezes, o condutor fez um uso de bebida alcoólica bem mais cedo, mas teme que no teste seja constatado algum teor de álcool". Caso o equipamento registre mais de 0,33 mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões o condutor será preso em flagrante e sofrerá todas as punições. Já são 8 anos desde que a Lei Seca entrou em vigor no Brasil.
Aumento
O Brasil é um dos países em que o trânsito mata milhares de pessoas todo ano. É como se um avião, com 150 passageiros caísse a cada dois dias, sem sobreviventes. Neste ano, já foram registrados 2.708 acidentes nas rodovias estaduais, o que representa um aumento de 5% se comparado com os 2.585 de 2015. Até ontem, 272 pessoas morreram nas estradas, 21% menos que os 345 em todo o ano de 2015. (Colaborou Gabriel Borges)

7 de nov. de 2016

Gleisi Hoffmann, a “coxa”, recebeu propina também da Odebrecht

Em depoimento aos investigadores, empresário confirma que senadora teria recebido meio milhão de reais da empreiteira

Enquanto a delação dos executivos da Odebrecht caminha para a reta final, a Operação Lava Jato avança nas investigações da lista de políticos que receberam dinheiro sujo da construtora. Desta vez, o alvo é a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que já é ré do petrolão. A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a instauração de um inquérito sigiloso para apurar se a ex-ministra praticou os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.
Gleisi é suspeita de receber meio milhão de reais em caixa dois da Odebrecht durante as eleições de 2014. Segundo os investigadores, a senadora petista estaria associada ao codinome “coxa” na relação de políticos que receberam dinheiro do departamento de propinas da maior empreiteira do país. Na lista da construtora, consta que o empresário Bruno Martins Gonçalves Ferreira seria o responsável por entregar os recursos ilícitos destinados à ex-ministra da Casa Civil.
“Ouvido sobre os fatos, Bruno Ferreira asseriu que levou uma pessoa de nome Leones, chefe de gabinete da Senadora Gleisi Hoffmann, do aeroporto de Congonhas até o edifício da Odebrecht, ocasião em  presenciou reunião entre Leones e Fernando Migliaccio da Silva na qual foi discutido o pagamento de verbas para a campanha da referida senadora”, diz documento da PGR obtido por VEJA.
Leones Dall’agnol coordenou a campanha de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná em 2014, foi chefe de gabinete da ex-ministra na Casa Civil e integrou o conselho de administração dos Correios, presidido pelo ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora petista. O homem de confiança de Gleisi foi apontado como destinatário de uma propina de 600 000 reais, oriunda de contratos dos Correios, na delação premiada do ex-vereador do PT Alexandre Romano, conhecido como Chambinho.
Ex-diretor da Odebrecht, Fernando Migliaccio da Silva era um dos responsáveis por administrar o departamento de propinas da empreiteira, segundo investigadores da Lava Jato. O executivo foi preso na Suíça, tentando fechar uma conta bancária em Genebra, e extraditado para o Brasil. Migliaccio, denunciado pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro, está entre os principais delatores da construtora.
Em setembro, Gleisi e seu marido, Paulo Bernardo, se tornaram réus na Lava Jato, após o STF aceitar a denúncia apresentada pela PGR, que acusa o casal petista de ter praticado os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com os investigadores, a senadora teria recebido 1 milhão de reais em propina da diretoria de abastecimento da Petrobras para a sua campanha eleitoral ao Senado em 2010. A ex-ministra da Casa Civil e Paulo Bernardo também são suspeitos de terem se beneficiado de dinheiro sujo desviado de um contrato da Consist com o Ministério do Planejamento. Ao todo, os dois teriam recebido 7 milhões de reais em vantagens indevidas. Esse pixuleco teria sido usado para bancar jantares para prefeitos,  motorista particular da senadora e aluguel de um flat usado como escritório informal da campanha. Bernardo foi denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Procurada, a senadora Gleisi Hoffmann, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não vai comentar, porque “desconhece o fato”.

5 de nov. de 2016

Essa mulher atrasa o Brasil

Denunciada pela Lava Jato, agora a petista Gleisi Hoffmann assume a postura do quanto pior melhor, tenta retardar a aprovação da PEC do Teto do Gasto Público e é interpelada nos corredores do Senado

Essa mulher atrasa o Brasil
IRRESPONSÁVEL: Gleisi cria emenda absurda para tumultuar sessão no Senado e tenta retardar aprovação de PEC que ajudará o Brasil a sair da crise
Ex-ministra da Casa Civil e denunciada pela Operação Lava Jato, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) começou a manchar publicamente a própria biografia quando adotou a postura de líder da tropa de choque de Lula e Dilma no Senado. Depois do impeachment, ela vem transformando sua atividade parlamentar em sinônimo da política do quanto pior melhor, promovendo uma oposição inconsequente que em nada contribui para que o País avance. A última investida de Gleisi contra o País se deu na semana passada, durante a tramitação da PEC do Teto dos Gastos Públicos. A proposta, já aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados, é apontada pelo governo, por economistas e até por parte da oposição, como um instrumento indispensável para que o País retome o equilíbrio fiscal e reencontre o caminho do crescimento. Para entrar em vigor, a PEC precisa ser aprovada em dois turnos no plenário do Senado, o que deverá ocorrer até 13 de dezembro. Antes de ir ao plenário, porém, o projeto precisa do aval da Comissão de Constituição e Justiça, o que poderia ter ocorrido já na terça-feira 1, não fosse a atuação de Gleisi.
Na véspera da reunião, a senadora apresentou uma absurda proposta de emenda prevendo que após a aprovação da PEC no Senado a mesma deveria ser aprovada em referendo popular antes de entrar em vigor. É evidente que a petista apenas tenta tumultuar. Seria natural que Gleisi, como senadora de oposição, apresentasse projetos alternativos ao do governo e que o Parlamento fizesse o debate sobre as propostas para, em nome do povo, definir o rumo a ser seguido. O problema é que nem Gleisi e nem o PT têm uma proposta paralela. A senadora busca, então, apenas retardar a aprovação da PEC. “Essa é uma postura irresponsável, pois enquanto não se aprovar a PEC o Brasil manterá a tendência de estagnação econômica ou crescimento mínimo”, observa o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), relator da PEC no Senado. Na terça-feira 1, Oliveira apresentou parecer em que defende a constitucionalidade da proposta e rejeita qualquer alteração, inclusive a estapafúrdia emenda de Gleisi. “Não temos dúvida sobre a aprovação, mas o Brasil tem pressa e teríamos ganhado uma semana se não houvesse essa falsa discussão”, afirmou o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) a dois colegas de partido. Durante a sessão, para impedir que os falsos debates protagonizados por Gleisi seguissem, Ferraço pediu vistas e encerrou a questão.
“A postura (de Gleisi) é irresponsável, pois enquanto não se aprovar a PEC o Brasil manterá a tendência de estagnação econômica ou crescimento mínimo” Eunício Oliveira, relator da PEC
“A postura (de Gleisi) é irresponsável, pois enquanto não se aprovar a PEC o Brasil manterá a tendência de estagnação econômica ou crescimento mínimo” Eunício Oliveira, relator da PEC
INTERPELAÇÃO PÚBLICA
As flagrantes tentativas de sabotar qualquer iniciativa que possa fazer o País avançar, tem levado a senadora petista a ser hostilizada por colegas parlamentares e já provocam reação em parte dos eleitores. “A senadora está ultrapassando os limites e fazendo uma oposição destrutiva”, disse um dos principais lideres do PSDB no Senado na quinta-feira 3. “Essa postura não contribui sequer com a oposição”. Nos corredores do Congresso, as pessoas já interpelam a senadora sem constrangimento. Há poucos dias, Gleisi conversava com um jornalista quando foi abordada por uma cidadã:
– Oi Gleisi, você já está preparada para ser presa?, perguntou.
– Não querida, mas você pode ir!, respondeu a senadora.
– Eu não. A bandida aqui não sou eu, disse a mulher.
Em seguida, Gleisi pede a um assessor para chamar a segurança do Senado a fim de deter a mulher. O diálogo foi gravado e na semana passada, depois de a senadora tumultuar a Comissão de Constituição e Justiça, viralizou nas redes sociais. Gleisi e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, foram denunciados pela Procuradoria Geral da República por terem desviado recursos da Petrobras para campanhas políticas e até para pagar contas pessoais. Paulo Bernardo chegou a preso por desviar recursos de empréstimos concedidos a servidores públicos aposentados.
Fotos: Ricardo Botelho/Brazil Photo Press; Aílton de Freitas/Ag. O Globo

4 de nov. de 2016

Astronautas usam plástico brasileiro feito de cana em estação espacial

Iniciativa é parceria entre a Braskem e uma fornecedora da Nasa.
Plástico é usado para produzir ferramentas por meio de impressão 3D

Do G1 em São Paulo
Astronautas 'imprimem' peças de plástico no espaço (Foto: Divulgação)Astronautas 'imprimem' peças de plástico no espaço (Foto: Divulgação)
Os astronautas que estão na Estação Espacial Internacional começaram a usar plástico brasileiro feito de  cana-de-açúcar, para criar ferramentas no espaço. A matéria-prima chegou ao espaço por meio de  uma parceria entre a Braskem, produtora de plásticos, e a Made in Space, uma empresa americana  que é fornecedora da Nasa.
Os astronautas usam o plástico para construir peças diversas a partir de uma impressora 3D que opera em gravidade zero.  Por meio dessa tecnologia, a equipe de estação espacial pode receber um e-mail com o design digital das peças e imprimi-las no espaço.
Há mais de um ano, a Braskem e a Made in Space desenvolvem a tecnologia para uso no espaço. O primeiro lote de plásticos foi enviado à estação espacial em março em um foguete que partiu da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, nos Estados Unidos. A primeira peça com o material foi produzida em setembro - um conector de tubos para irrigação de vegetais.
Primeira peça produzida com plástico verde foi um conector de tubos para irrigação de vegetais (Foto: Divulgação)Primeira peça produzida com plástico verde foi um conector de tubos para irrigação (Foto: Divulgação)
Plástico verde
O chamado “plástico verde” é feito a partir de um subproduto do etanol, combustível feito de cana de açúcar. O produto é exclusivo da Braskem e começou a ser fabricado em escala industrial em 2010 na unidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul.
A intenção da Braskem é usar a experiência no espaço para buscar novas aplicações para o seu produto, focadas especialmente na tecnologia de impressão 3D. “A tecnologia tem o potencial de impactar a cadeia do plástico, por meio da viabilização de novas aplicações e da personalização em massa feita com uma matéria-prima de fonte renovável”, afirma Gustavo Sergi, diretor de Químicos Renováveis da empresa.

3 de nov. de 2016

Brasileiro é condenado a 13 anos de prisão por estupro na Irlanda

Rafael Tiso, de 31 anos, foi julgado culpado por agredir uma jovem de 23 anos em uma rua da cidade de Dublin, em janeiro

O brasileiro Rafael Tiso, natural de Três Pontas, em Minas Gerais, foi condenado a 13 anos de prisão nesta quarta-feira por agredir e estuprar uma mulher em Dublin, na Irlanda. O administrador de empresas de 31 anos foi flagrado por uma câmera de segurança quando deixava uma boate acompanhado de uma jovem de 23 anos, em janeiro, de acordo jornal Irish Examiner.
As imagens mostram Rafael dirigindo-se a uma rua lateral com a mulher, visivelmente bêbada, e retornando 40 minutos depois. Segundo a imprensa local, um passante encontrou a jovem no chão, entre um caminhão e um carro, com as pernas abertas e as roupas manchadas de sangue. A vítima, que havia consumido ecstasy na boate, não se lembra dos eventos da noite e teve ferimentos graves em suas partes íntimas, além de arranhões e contusões.
Rafael está no país desde o ano passado, participando de um intercâmbio. Ao ser preso, o brasileiro afirmou ter feito “sexo consensual” com a jovem. Mais tarde, à corte, declarou-se culpado.
De acordo com o site Irish Independent, a juíza Isobel Kennedy afirmou que se tratou de um crime “violento e insensível” contra “uma mulher vulnerável e inebriada”, que terá toda sua vida afetada pela agressão. Rafael não tinha antecedentes criminais, e sua advogada de defesa, Caroline Biggs, alegou que ele usava medicações contra ansiedade e estava sob estresse por ficar longe de sua família e trabalhar longas horas – levando passageiros em uma espécie de riquixá movido a pedaladas.
Cartas de ex-namoradas do brasileiro também foram usadas para provar que Rafael tinha um comportamento “normal” com as mulheres. Biggs afirmou que o caso foi “fora do comum” para Rafael, sugerindo que ele não estava acostumado a consumir grande volume de álcool e que havia comido pouco naquele dia. A juíza, porém, considerou a sentença adequada devido ao estado “brutal” em que a vítima foi encontrada.

1 de nov. de 2016

Temer anuncia ‘cartão reforma’ com crédito de até R$ 5 mil

Medida tem por objetivo incentivar a construção civil

Com o objetivo de incentivar a construção civil, o presidente Michel Temer anunciou hoje o lançamento de uma linha de crédito que concederá financiamento de até R$ 5 mil para a reforma de casas. O “cartão reforma”, apresentado em entrevista ao programa A Voz do Brasil, faz parte de uma iniciativa que visa, segundo Temer, a regularizar qualquer propriedade do País e dar recursos para quem quiser ampliar ou reformar residências. Ainda não foi detalhado, no entanto, de onde sairá o financiamento e quais serão as condições, como juros e prazos, do financiamento.
Na mesma entrevista, Temer voltou a defender a importância da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um limite para o crescimento dos gastos públicos, a PEC 241, e disse ter certeza de que o governo conseguirá no Senado “ampla maioria” para sua aprovação. O presidente citou a PEC do Teto como uma das reformas que estão sendo realizadas no País. “Nosso lema é reformar para crescer”, afirmou Temer, que destacou também o “diálogo produtivo” com o Congresso e a sociedade civil em busca de saídas para que o Brasil volte a criar emprego.
(Com Estadão Conteúdo)