Ex-governador do RJ foi preso por suspeita de cobrar propina em obras.
Além de Cabral, Justiça Federal pediu a prisão de mais 10 envolvidos.

Além da prisão de Cabral, a Justiça Federal expediu mais oito mandados de prisão preventiva (sem prazo determinado) e dois mandados de prisão temporária (com prazo de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco). Também houve 14 mandados de condução coercitiva, quando o suspeito é obrigado a ir prestar depoimento e depois liberado.
Veja abaixo quem é quem no esquema investigado na Operação Calicute:
O MPF afirma que provas obtidas nas investigações e diversos depoimentos de empreiteiros e delaotres apontam que Cabral solicitou e obteve pagamento de propina em razão de obras de grande porte para as quais foram destinados recursos financeiros da União. A mesma prática foi adotada em diversas obras estaduais, de acordo com o Ministério Público.

O MPF chegou a pedir a prisão temporária de Adriana Ancelmo, mas o juiz entendeu que a eventual participação dela no esquema não justificaria a medida. Para o magistrado, a condução coercitiva é uma medida menos drástica e que poderia, dependendo da colaboração da investigada, substituir eficazmente a prisão temporária.


Carlos Emanuel de Carvalho Miranda: sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação, criada pelo ex-governador em 2003, quando ele era senador. Foi consultor de orçamento na Assembleia Legislativa quando Cabral presidiu a Casa. Foi preso preventivamente por supostamente atuar como operador de propina no esquema investigado.
Wagner Jordão Garcia: ex-assessor de Sérgio Cabral. Foi preso preventivamente nesta quinta. Ele é apontado como um dos operadores financeiros do esquema. De acordo com o MPF, cobrava das empreiteiras uma taxa, apelidada de "taxa de oxigênio", que era a propina cobrada das empresas para realizarem obras na esfera da Secretaria de Obras do Rio de Janeiro. Teria utilizado empresas para ocultar e lavar dinheiro desviado.
Luiz Carlos Bezerra: foi assessor de orçamento do ex-presidente da Assembleia Legislativa Paulo Melo, no mesmo período em que Sérgio Cabral governou o estado do Rio de Janeiro. Foi preso preventivamente por supostamente ter atuado como operador de propina no esquema de corrupção. Era, segundo o MPF, responsável por distribuir o dinheiro entre os integrantes da organização criminosa.
José Orlando Rabelo: alvo de mandado de prisão preventiva, é apontado por delatores como "recebedor de propina" a mando de Hudson Braga, de quem foi chefe de gabinete.
Luiz Paulo Reis: segundo o Ministério Público, é apontado como "testa de ferro" de Hudson Braga. Administrador e empresário, é apontado pelo MPF como um dos operadores do esquema investigado. É alvo de mandado de prisão preventiva, ainda não cumprido pela PF.
Paulo Fernando Magalhães Pinto: administrador de empresas, foi assessor de Sérgio Cabral. De acordo com as investigações, os dois mantêm relações próximas. Segundo "O Globo", no período em que esteve separado da mulher, Cabral morou no apartamento de Magalhães Pinto. É apontado pelos investigadores como um "laranja" de Sérgio Cabral. Ele é alvo de mandado de prisão temporária, ainda não cumprido pela PF.
Alex Sardinha da Veiga: alvo de mandado de prisão temporária, é tido pelos investigadores como um dos participantes de acordos "criminosos" entre a Secretaria de Obras e a Construtora Oriente, empresa que ele diz representar, segundo o MPF.
Veja abaixo os alvos dos mandados de condução coercitiva:
Pedro Ramos Miranda: assessor pessoal de Sérgio Cabral.
Luciana Rodrigues da Silva: assessora especial do governo do Rio de Janeiro na gestão de Sérgio Cabral. Apesar de formalmente contratada por uma empresa de Paulo Fernando Magalhães Pinto, o MPF afirma que ela aparenta ser assessora pessoal de Cabral.
Sônia Baptista: foi assessora parlamentar de Sérgio Cabral quando ele era senador. Também foi sócia de Carlos Miranda, outro investigado na operação.
Jéssica Machado Braga: parente de Hudson Braga, é apontada como possível "laranja" no esquema.
Rosângela de Oliveira Braga: parente de Hudson Braga, é apontada como possível "laranja" no esquema.
Ângela Fátima Sivero Garcia: casada com Wagner Jordão Garcia, é apontada como possível "laranja" no esquema.
David Augusto Câmara Sampaio: segundo o MPF, é policial civil em exercício do cargo de assessor parlamentar na Assembleia Legislativa. De acordo com as investigações, seria responsável por guardar dinheiro em espécie para Hudson Braga.
Paulo Mancuso Tupinambá: empresário, teria realizado pagamentos suspeitos para empresa de Hudson Braga.
Adriano José Reis Martins: empresário, teria realizado pagamentos suspeitos para empresa de Carlos Miranda.
Jaime Luiz Martins: empresário, teria realizado pagamentos suspeitos para empresa de Carlos Miranda.
Carlos Jardim Borges: empresário, teria realizado pagamentos suspeitos para empresa de Carlos Miranda.
Luiz Alexandre Igayara: empresário, teria realizado pagamentos por serviços inexistentes em benefício do esquema investigado. Documentos do MPF apontam que Cabral realizou "gestões" em favor de negócios milionários da empresa de Igayara.
Gustavo Ferreira Mohammad – empresário, teria contrato de “assessoramento estratégico” mensal de R$60 mil com a empresa Objetiva, de Sérgio Cabral.
Em nota, a defesa de Paulo Fernando Magalhães Pinto negou que ele seja laranja de Sérgio Cabral (veja a nota completa abaixo).
1. Inicialmente, é fundamental esclarecer que o mandado contra Paulo Fernando Magalhães Pinto é de prisão temporária (cinco dias) e não preventiva.
2. A lancha Manhattan foi comprada, há cerca de dez anos, por Paulo Marcio Possas Gonçalves, pai de Paulo Fernando, em nome da empresa MPG Participações. A lancha é de uso de Paulo Marcio e da família. A lancha fica permanentemente ancorada na Verolme, na cidade de Angra, e não em Mangaratiba, no Porto Bello. Pode ter sido emprestada a Cabral em raras ocasiões e de forma absolutamente esporádica, como a outros amigos. Porém é inteiramente descabida a suposição de que a lancha pertenceria ao ex-governador.
3. O helicóptero era de propriedade da família Magalhães Pinto Gonçalves, e nunca foi usado por Sérgio Cabral, como registros de aeroportos e heliportos podem comprovar. Há alguns anos, a família tentava vender o helicóptero, o que ocorreu há alguns meses.
4. Após o fim do governo, Paulo Fernando alugou um conjunto de salas para atividades de suas empresas privadas. Paulo Fernando emprestou uma sala a Sérgio Cabral. Posteriormente, passaram a dividir as despesas do conjunto de salas. Cabral foi incluído no contrato de locação como co-locatário, situação em que permanece atualmente.
5. Paulo Fernando refuta veementemente a suposição de que seria "laranja" de Sérgio Cabral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário