28 de fev. de 2011

Petrobras e militares se unem em pesquisas

A Petrobras firmou um convênio com o Instituto Militar de Engenharia (IME), no Rio de Janeiro, para implantação de um laboratório que estudará motores dedicados ao desenvolvimento de combustíveis. O projeto encontra-se em fase de especificação de equipamentos. Outra iniciativa de pesquisa entre a empresa e as Forças Armadas envolverá estudos sobre solos e recuperação de rodovias. "A Petrobras entrou com a montagem do laboratório, enquanto o IME entrou com a massa crítica de engenheiros", afirma o general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, diretor de Obras de Cooperação do Exército.O IME é hoje o sistema nervoso que alimenta as obras tocadas pelo Exército, que, em todas as áreas, conta com um time de 600 engenheiros. Na duplicação da BR-101, por exemplo, no trecho de Goiana (PE), soldados estão usando grandes blocos de isopor para reduzir o peso da rodovia em trajetos de brejo, onde a sedimentação não é firme. A tecnologia - já utilizada nos EUA e Japão, com experiências pontuais no Brasil - foi o caminho mais viável encontrado pelos engenheiros para executar a obra.A parceria com a Petrobras não se limita à colaborações científicas. Hoje, um batalhão de cem soldados trabalha em obras de terraplenagem para expansão da refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus. O convênio com o Departamento de Engenharia e Construção (DEC) teve início em setembro do ano passado, com término previsto para outubro deste ano. Por meio de nota, a Petrobras informou que a ação militar inclui a retirada de vegetação, terraplenagem, drenagem, cercamento de área e construção de guarita de vigilância. "A execução desse objeto já atingiu 89% de avanço físico, apresentando, no atual momento baixa produtividade em virtude das chuvas sazonais características do período (de dezembro a maio) nessa região da Amazônia", informou a empresa. Segundo a Petrobras, há a expectativa da assinatura de um segundo convênio para a construção de uma "Vila de Empreiteiras", nos moldes de um acampamento militar, para suporte logístico das obras de modernização da Reman.

25 de fev. de 2011

22 de fev. de 2011

21 de fev. de 2011

Militares já estão a caminho de Missão de Paz no Haiti

Canoas - O embarque da primeira turma de militares para o Haiti ontem à tarde foi marcado pela emoção. Sentimentos de tristeza, saudade e orgulho se misturavam nos olhos marejados daqueles que ficaram no Brasil na esperança de que daqui a seis meses, quando a tropa retornar, o abraço seja de boas vindas. A despedida dos 128 homens de Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Porto Alegre, Bagé, Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Itaqui, Jaguarão, Nova Santa Rita, Pelotas, Rio Grande, Rosário do Sul, Santa Maria, Santana do Livramento, São Gabriel, além de militares de Brasília (DF), Florianópolis (SC), Juiz de Fora (MG), Resende (RJ) e Rio de Janeiro (RJ), ocorreu na Base Aérea de Canoas.
Às 13h56, o primeiro militar ingressou no avião KC 137 que levará a tripulação até Boa Vista, em Roraima, e seguirá hoje pela manhã para a capital Porto Príncipe. A previsão de chegada é hoje ao meio-dia (horário do Haiti). Essa é a primeira viagem de sete que serão necessárias para levar os 800 militares que formaram o 14.º Contingente do Batalhão Brasileiro no país, integrando a Missão das Nações Unidas de Estabilização do Haiti (Minustah). As viagens prosseguem até dia 7 de março.

Sargento de volta a Porto Príncipe

Sete anos após ter auxiliado o povo haitiano, o sargento Adron Schmidt Steindorff, 40 anos, retorna à capital Porto Príncipe. A experiência adquirida em 2004 quando integrou o primeiro contigente brasileiro no Haiti será aliada para sua segunda missão. ‘‘Estou curioso para verificar de perto como está a situação e ajudar no que for preciso’’, disse o sargento, que deixa a esposa Marlei Rosane, 38, e a filha Gabriela, 15. ‘‘A saudade vai apertar, mas já vivi a experiência da distância, então será mais ameno’’, completou.

Dispensa a cada três meses

Para quem ficou, a certeza do reencontro é um dos motivos para suportar a saudade. ‘‘Não é fácil deixá-lo partir, mas sei que ele em breve estará de volta’’, diz a administradora Angélica Colvero Della Valentina, 34 anos, esposa do comandante da 1ª Companhia de Força de Paz, capitão Jefferson Della Valentina, do 19º Batalhão de Infantaria Motorizada (BIMtz), que liderará os 200 militares de São Leopoldo na missão de paz. Para diminuir a saudade da família, Della Valentina levou fotos dos momentos que passou com filho Matheus, 2 anos. Ao lado da mãe e da avó Hilda, 76 anos, o pequeno Matheus olhava os retratos antes de entregá-los ao pai, que explica que a cada três meses os militares têm 33 dias de dispensa. ‘‘Espero vir ao aniversário do meu filho em maio.’’

Telefone e Internet para matar a saudade

Internet e telefone serão as armas para matar a saudade dos familiares. O cabo Marcelo da Rosa, 22, prometeu tentar se comunicar com a namorada Flávia Batista de Souza, 19, sempre que possível. ‘‘Quando estiver liberado da missão farei contato, é única forma de diminuir a saudade’’, disse ele. A mesma promessa fez o sargento José Vivaldino Rosa do Santos, 29, à esposa Shirlei Santos, 28, e à mãe Gessi, 58. ‘‘Mesmo distante, estarei presente, mesmo que seja com auxílio de uma webcam’’, garantiu.

Região presente

Dos 800 homens que serão levados ao Haiti, 200 são do 19º BIMtz de São Leopoldo e 143 do 18º BIMtz de Sapucaia do Sul, sendo que ontem embarcam 40 homens de Sapucaia e 11 de São Leopoldo. A cada três dias um novo efetivo será enviado ao Haiti. Pouco mais de um ano depois do terremoto que assolou o país, a nova tropa terá a missão de manter o ambiente seguro e estável. Para isso, durante seis meses participou de treinamento, que incluiu estudo dos idiomas locais creole e francês. Essa é a quarta vez que o 19º BIMtz participa da missão. O 18º BIMTz participa pela segunda vez.

20 de fev. de 2011

Politização e verba escassa freiam renovação militar

De um lado, 36 caças modernos e uma conta que não sai por menos de R$ 10 bilhões. Do outro, oito carcaças estocadas no deserto do Arizona de um avião dos anos 1960, arrematadas por R$ 390 mil. Incomparáveis, os dois negócios ajudam a resumir problemas da modernização militar do Brasil.Desde que começou a buscar espaço internacional comparável à sua crescente estatura econômica, e principalmente após descobrir um mar de petróleo sob a camada do pré-sal em 2007, o Brasil colocou em sua agenda a necessidade de ter Forças Armadas compatíveis às suas pretensões.Hoje, o país não enfrenta ameaças, mas é vulnerável -e modernização militar é um processo de vários anos.Aí entra o primeiro negócio, a concorrência para a compra dos novos aviões de combate da FAB, que já se arrastava havia dez anos, afetada por pressões políticas e falta de verba.Depois de idas e vindas e de ter fechado com franceses e seu caro Rafale, contra a preferência da Aeronáutica pelo sueco Gripen, o governo Lula deixou a questão para Dilma Rousseff. Pesou na decisão a contrariedade com a falta de apoio francês à posição brasileira sobre o programa nuclear do Irã.Os EUA reforçaram então o lobby de seu F-18. Mas nada será gasto este ano, já que o governo está decidindo o corte de R$ 50 bilhões do Orçamento. Mesmo sendo uma conta a ser paga em vários anos, não há clima para um anúncio desses -estão na geladeira caças, novas fragatas e controle de fronteiras.
"POLITIZAÇÃO""É o maior exemplo de politização de um contrato de compra militar no Brasil. Isso causa preocupação para as empresas internacionais de defesa que buscam explorar oportunidades no país. E, claro, isso causa impacto nas capacidades militares brasileiras", resumiu à Folha Guy Anderson, analista-chefe da Jane's Defence Industry, unidade da principal consultoria de defesa do mundo.Ele assina um detalhado estudo sobre o Brasil, publicado no dia 27 passado, no qual prevê um aumento de 35% nas encomendas militares do país até 2015.O relatório aponta questões como corrupção e burocracia, e um ponto central: "A modernização só será bem-sucedida se houver uma mudança nos processos de compra. Hoje elas são feitas pelas três Forças, em vez de um órgão central no Ministério da Defesa".Aí entram os aviões estocados desde 1985 no deserto do Arizona. A Marinha decidiu que tinha de colocar um aparelho de apoio em seu porta-aviões, o São Paulo, para adquirir capacidade de operação. O navio acaba de passar cinco anos parado para reparos, e seus caças A-4 servem só para treino.Assim, a Força comprou em agosto as carcaças do americano C-1A Trader. Quer colocar quatro deles voando até 2014, e canibalizar o resto. Segundo estimativas, a modernização pode custar até R$ 6,5 milhões a unidade."A Marinha terá o status orgulhoso de possuir o mais antigo porta-aviões e os mais velhos aviões em atividade nele", ironizou a publicação russa "Periskop".Na Marinha, argumenta-se que ou é isso ou é esperar o governo dispor de dezenas de bilhões para um porta-aviões que use os caças que serão comprados pela FAB.O jeitinho parece funcionar para os almirantes, que modernizaram navios antigos com recheio eletrônico novo. "A Marinha é a mais equipada das Forças", diz Felipe Salles, editor da "Base Militar Web Magazine".A Defesa, que não respondeu à Folha sobre o tema, criou em 2010 um órgão centralizado de compras. Mas só este ano ele será implantado.Nem tudo é má notícia. A compra em 2009 de 50 helicópteros franceses para Aeronáutica, Marinha e Exército é um divisor de águas. Na rigorosa Copac, órgão da FAB que seleciona aeronaves, as três Forças discutem juntas pontos do programa.A compra não impediu a FAB de ter adquirido, a conta-gotas, modelos de transporte Black Hawk americanos, com logística diversa. Mas é um começo.A falta de dinheiro é outra questão. O orçamento militar brasileiro vem crescendo na década, saindo do patamar regional de 1,5% do PIB para 2,3% para 2011. Só que os números enganam: dos R$ 60,2 bilhões previstos para defesa neste ano, 73% são para pagamento de pessoal, 45% só para pensões. Para comprar equipamento, apenas R$ 2,5 bilhões. Isso se não caírem nos cortes.

19 de fev. de 2011

Corte deve afetar projeto da Embraer, diz comando da FAB

O corte de R$ 4 bilhões no orçamento do Ministério da Defesa vai afetar o programa de desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390, principal projeto da Embraer na área, disse ontem o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.Dos R$ 4 bilhões congelados, a Aeronáutica deve responder por R$ 1,2 bilhão. O orçamento inicial previsto para a área em 2011 era de R$ 4,6 bilhões (somados os gastos para o funcionamento do ministério e investimentos).Segundo Saito, outros programas da FAB serão atingidos, como a parceria com a França na produção dos helicópteros EC-725 e a modernização dos caças AMX, também feita pela Embraer."Com certeza sofrerão corte [os programas]. Minha esperança é que no decorrer do ano o governo recomponha ou restabeleça este orçamento aos poucos", disse Saito, em visita a São José dos Campos (91 km de São Paulo).Para o comandante da Aeronáutica, é preciso um esforço para evitar que o corte atrase o desenvolvimento do KC-390. Só neste ano, a previsão da FAB era liberar R$ 230 milhões para o programa."[O atraso] é uma coisa que a gente não quer. Se perder o "time" poderemos ter outros concorrentes", disse.O desenvolvimento do jato KC-390 é bancado pelo governo. Em abril de 2009, no governo Lula, recebeu US$ 1,3 bilhão (R$ 2,1 bilhões). A FAB deve comprar ao menos 28 unidades do avião.A Embraer e a FAB buscam parceiros para a produção do jato. Cinco países já assinaram acordo de participação.

15 de fev. de 2011

Estratégia das Forças Armadas reunida em livro

BRASÍLIA. A presidente Dilma Rousseff criou, por decreto, um grupo interministerial que vai elaborar o Livro Branco de Defesa Nacional, que servirá como uma radiografia das Forças Armadas. Prevista para ser lançada no primeiro mandato do ex-presidente Lula, só agora o governo toma iniciativa de criar essa publicação. O Livro Branco conterá informações estratégicas sobre o planejamento dos militares, suas normas, e o orçamento das Forças Armadas. Apesar de ter sido uma ideia do governo petista em 2003, coube a um deputado de oposição cobrar a criação da publicação. Ano passado, o então deputado Raul Jungmann (PPS-PE) relatou e apresentou emenda ao projeto da Estratégia Nacional de Defesa prevendo inclusão do Livro Branco no texto, sancionado por Lula. Jungmann disse que até os tipos de armas, os blindados e os aviões constarão no livro. Esse tipo de publicação existe no mundo inteiro, e a decisão de implantá-lo, segundo Jungmann, chega com atraso no Brasil: - É um grande glossário, uma radiografia dos militares. Vai trazer não só as tecnologias que estão sendo empregadas, os equipamentos, como a política pacifista do Brasil. Vai demonstrar que o país não está desguarnecido. O Livro Branco abre a caixa-preta das Forças Armadas. A publicação deverá ser enviada ao Congresso e votada a cada quatro anos. Pelo decreto, o grupo de trabalho, que será integrado por representantes de 11 ministérios, definirá os temas que estarão inseridos no livro. A equipe se reunirá a cada três meses, e a previsão do governo é que o acesso ao Livro Branco esteja liberado numa "perspectiva de médio e longo prazos". O indicado pelo Ministério da Defesa presidirá o grupo, que terá poderes até para convidar entidades da sociedade para participar desse trabalho.

10 de fev. de 2011

Governo promete anunciar até julho novo caça da FAB

SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff está disposta a anunciar a decisão do governo na escolha F-X2 - para o reequipamento da aviação de caça - até julho. O negócio envolve um lote de 36 aeronaves e é avaliado em US$ 6 bilhões.O processo está sendo minuciosamente analisado no Palácio do Planalto. A presidente faz suas próprias anotações e levanta dúvidas. Dilma leu relatórios e ouviu especialistas. Ela sabe que o F/A-18 Super Hornet, da americana Boeing, é considerado a melhor máquina de guerra entre os oficiais da Aeronáutica. O preço final é intermediário, na faixa estimada de US$ 5,2 bilhões - acima dos US$ 4 bilhões da proposta da sueca Saab para seu Gripen NG e abaixo dos US$ 6,2 bilhões da oferta da francesa Dassault para o moderno Rafale.Dilma tem discutido vários tópicos específicos. Quer saber se o pacote de transferência de tecnologia já garantido pela Boeing com o aval do governo dos Estados Unidos - em carta da secretária de Estado, Hillary Clinton, e em telefonema entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama - não é suficiente para atender a expectativa da indústria aeroespacial.Dilma ficou interessada nos detalhes referentes ao sofisticado radar digital multimodo. A presidente surpreendeu os técnicos ao querer saber como um projeto original dos anos 70, caso do F/A-18 de primeira geração, pode incorporar recursos stealth, para tornar a aeronave furtiva ante a detecção por radares. De acordo com um assessor presente na reunião, os militares ficaram surpresos com o elevado grau de informação de Dilma.Os americanos aumentaram o tom, assumindo o compromisso de pagar os custos de 100 mil homens/hora da Embraer para habilitar a empresa no programa de desenvolvimento do Super Hornet. Também renovaram o acordo formal para pagar uma espécie de multa de 5% sobre o contrato cada vez que a abertura de tecnologia não seja cumprida.O F/A-18 é a versão mais avançada do primeiro modelo, lançado em 1978 e do qual foram fabricados perto de 1.500 unidades. O Super, em linha desde 1997, soma pouco mais de 500 caças. Voa a 1.900 km/hora e cobre 2.346 km com 578 projeteis para um canhão de 20 mm, mais dois mísseis do tipo ar-ar. Em condição plena de combate, a carga de ataque é de 8,05 toneladas.Mais músicaA revisão do parecer técnico e financeiro da F-X2 aumentou o volume do que é música para os ouvidos da ala tecnológica da Força. A Saab quer fabricar no Brasil, em parceria ampla com a indústria, o Gripen NG. O caça está em desenvolvimento.O País teria, assim, a oportunidade de criar um avião de combate com a característica BR. Com ciclo de maturação calculado em 30 anos, o empreendimento permitiria à Defesa, no futuro, passar a encomendar essa classe de supersônicos apenas ao complexo aeroespacial nacional, como explicou ao Estado um oficial engenheiro do setor.Discreta, a francesa Dassault gastou o dia, ontem, em ação objetiva: reuniu 140 empresários de São José dos Campos para detalhar o seu método de transferência de tecnologia - até agora, único mecanismo qualificado claramente como irrestrito e a critério da FAB.

8 de fev. de 2011

FAB RESPONDE A ISTO É

Alguém avise a FAB de que tem gente morrendo no Rio

Antonio Carlos Prado e Juliana Dal Piva

Há um antigo ditado no Brasil que diz: “A incompetência dói, o descaso mata.” Serve para a FAB no caso de 30 toneladas de donativos que até a sexta-feira 28 corriam o risco de apodrecer em depósitos de São Luiz e Fortaleza – tudo doado pelo povo para socorrer vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, que na mesma sexta-feira era atacada pela leptospirose. A FAB deve saber – e, se não souber, o Ministério Público pode ensiná-la – que há gente morrendo no Rio e que a morte não pede protocolos oficiais nem se amarra à burocracia para agir, como ela, a FAB, tem se amarrado. A FAB diz que não enviou aviões para transportar donativos porque a Cruz Vermelha não a informou oficialmente que carecia disso nem avisou a Defesa Civil, que, por sua vez, teria de avisar à FAB de que foi comunicada. É jogo de empurra-empurra. A FAB e a Defesa Civil não precisam de avisos oficiais, é só seus integrantes lerem jornais e verem tevê.

RESPOSTA DO CECOMSAER À REVISTA ISTO É

Prezados Senhores,

DIRETOR EDITORIAL, Carlos José Marques,

DIRETOR EDITORIAL-ADJUNTO, Luiz Fernando Sá e

DIRETOR DE NÚCLEO, Mário Simas Filho

Foi com lamentável surpresa que lemos o texto “Alguém avise a FAB de que tem gente morrendo no Rio”, publicada na coluna SEMANA da edição n. 2151 da revista ISTO É. O material contém uma série de juízos de valor que podem levar o leitor a equivocadas interpretações acerca do apoio prestado pela Força Aérea Brasileira à calamidade ocorrida na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Diante de acusações tão graves, o CECOMSAER entende que deveria ao menos ter sido consultado a respeito do assunto, fato que não ocorreu, mesmo existindo um serviço de atendimento à imprensa que funciona 24h por dia.

Caso consultados, informaríamos a ISTO É, como fizemos com outros veículos de comunicação, sobre a necessidade de existir um trabalho organizado e coordenado entre as instituições envolvidas nesse apoio, semelhante a tantas outras operações de ajuda em calamidades das quais participamos. Saibam que nesse trabalho não se admitem improvisos. Entendemos que existe um gerenciamento de ações que deve ser respeitado. Organização sim, e não burocracia, pauta nosso trabalho em consonância com os órgãos federais e estaduais.

Isso fez com que, por exemplo, a FAB transportasse para o Rio de Janeiro mais de 50 toneladas de donativos doados pela população brasileira. Em 18/01, uma aeronave C-105 Amazonas partiu de Campo Grande (MS) com 4,5 toneladas de mantimentos. Em 19/01, mais um C-105 decolou de Maceió (AL) com sete toneladas de auxílios. No dia 20/01, dois C-130 Hércules partiram de Brasília (DF) e Canoas (RS) transportando, respectivamente, 19 e 13 toneladas de donativos. No dia 24/01, outro C-130 deixou as cidades de Boa Vista (RR) e Manaus (AM) com 14 toneladas de doações.

O texto de ISTO É confunde conceitos e práticas e chama de burocracia o trabalho organizado. Além disso, mostra um dos maiores erros que um jornalista pode cometer: propagar o que ele pensa ser um fato e não o que ele realmente apurou como fato.

Assim, neste caso em particular, posso deduzir que os autores desse texto não realizaram uma apuração aprofundada dos fatos e frustraram os parâmetros éticos do jornalismo, adotando uma postura leiga e desinformada, que em nada contribui para informar os leitores da conceituada revista ISTO É.

Jornalismo interpretativo e também o opinativo pressupõem maior cuidado na elaboração, ainda mais diante de um assunto tão sério, cercado por profunda consternação de todo o País.

Todo o apoio da Força Aérea Brasileira para o transporte de donativos é solicitado de forma centralizada pela Defesa Civil do Rio de Janeiro, que concentra todos os pedidos e realiza o contato com a Defesa Civil das localidades onde foram arrecadadas doações, obedecendo a uma hierarquia de ações.

O que os jornalistas chamam na matéria de “descaso” e “jogo de empurra-empurra”, o Comando da Aeronáutica chama de trabalho planejado e coordenado para atender as reais necessidades da Região Serrana do Rio de Janeiro.

De forma análoga, este Centro entende que o processo de construção de uma matéria sustentado por apuração cuidadosa, ouvindo todos os lados da história, jamais seria considerado burocrático, e sim jornalismo com responsabilidade.

Mais informações sobre a participação da FAB em apoio às vítimas da Região Serrana do Rio de janeiro encontram-se em nota oficial publicada no site da FAB, em 28 de janeiro de 2010.

Por fim, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica disponibiliza na páginawww.fab.mil.br/portal/hotsites/serrana/ diversas notícias, fotos e vídeos sobre as ações desenvolvidas pela FAB.

Atenciosamente,

Marcelo Kanitz Damasceno - Coronel Aviador

Chefe do CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA AERONÁUTICA

7 de fev. de 2011

Lula critica centrais sindicais que pressionam por aumento maior do salário mínimo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a exigência das centrais sindicais de aumento real do salário mínimo este ano, quando a regra prevê a reposição da inflação do ano anterior e aumento real com base na variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.

- Não é uma boa política mudar o acordo a cada ano. Se é verdade que o PIB vai dar zero este ano, ano que vem vai dar oito, tem compensação.

A declaração foi feita pouco antes de uma das discussões do Fórum Social Mundial, em Dacar, capital do Senegal. Esse é o primeiro evento internacional do qual Lula participa desde que deixou o governo.

- O que não pode é nossos companheiros sindicalistas quererem mudar a regra do jogo a cada momento. Ou você aprova a regra na Câmara e todo mundo fica tranquilo, ou você tem oportunismo. [...] Proposta não é do governo, é um acordo.

As centrais sindicais querem que o governo conceda aumento real para o mínimo, ignorando a regra que prevê aumentos com base no crescimento econômico que, em 2009, não houve, por causa da crise financeira mundial iniciada em 2008.

João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e ex-presidente da entidade, minimizou as cobranças das centrais. Ele, que também está em Dacar, afirmou que a cobrança é “natural”.

- É natural que as centrais queiram um aumento maior que a inflação. A nossa pretensão é [elevar o salário mínimo para] R$ 580. Caso não consigamos convencer o governo, vamos levar essa luta para o Congresso Nacional e para a sociedade.

Segundo Felício, a CUT não está propondo mudança na regra de correção do mínimo.

- Estamos propondo ter o aumento real já este ano. No ano que vem a gente volta a discutir a regra antiga.

Para ele, empresas, governos estaduais e prefeituras beneficiaram-se da melhora da economia e estão em condições de pagar um mínimo maior.

- O que também aumenta a arrecadação da Previdência, sempre usada para justificar a decisão de não aumentar mais.

Lula declarou que pode até conversar com os antigos companheiros, mas não irá interferir na questão.

- Não é mais minha tarefa conversar. O governo e o Congresso devem fazer isso.

3 de fev. de 2011

STF rejeita recurso da defesa de Jefferson no caso mensalão

O STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou nesta quinta-feira (3) uma questão de ordem apresentada pela defesa do presidente do PTB e deputado cassado Roberto Jefferson, um dos réus no processo do mensalão.

Os advogados argumentavam que a defesa de Jefferson estava sendo prejudicada com omissões e problemas administrativos, como a demora na digitalização das peças do processo.

Relator do caso, o ministro Joaquim Barbosa acusou a defesa de "tumultuar o processo" e querer protelar a análise do caso pelo STF, uma vez que já apresentou mais de 13 recursos. O voto de Barbosa foi seguido por sete colegas.

"A defesa finda por manipular as informações e acusa-me de sonegar informações dos demais ministros na tentativa de gerar mal-estar e suspeita na condução do processo. Não satisfeita com os pedidos anteriores, prosseguiu recursos a revelia que pretende tumultuar o processo", disse.

Barbosa confirmou que pretende submeter à ação penal este ano à Corte. Para o relator, os advogados de Jefferson querem colocar sob suspeita seu trabalho. "É mais uma tentativa de manipulação dos fatos e postergar os trabalhos."

A ministra Ellen Gracie sugeriu que o plenário desse a Barbosa poderes para rejeitar monocraticamente todos os recursos dos réus do caso a partir de agora. A proposta foi rejeitada.

O presidente do STF, Cezar Peluso, sugeriu que os próximos recursos e questionamentos sejam levados ao plenário, mas de forma sucinta pelo relator.

O caso do mensalão está prestes a entrar na reta final. São 191 volumes e 50 mil páginas do processo. No final de 2010, Barbosa abriu uma última oportunidade para as partes pedirem a realização de novas diligências ou outras medidas.

1 de fev. de 2011

Reabertura do Poder Legislativo



COITADOS DOS TRADUTORES

O ESTADÃO - 26/1/11

Segundo sua "assessoria" paga com dinheiro público, a partir de março o ex-presidente Lula deverá iniciar uma nova fase em sua vida, proferindo palestras aos interessados pela astronômica cifra de R$ 200 mil por evento, além de dedicar-se à criação do Instituto Lula. O primeiro desses eventos será no Senegal, "importantíssimo" país africano onde, naturalmente, Lula se sentirá à vontade, no mesmo nível de seus ouvintes, visto que essa seletíssima plateia muito tem a aprender com o ex-mandatário brasileiro, que nutre pela África um profundo amor e carinho, chegando ao cúmulo de perdoar a maioria das dívidas externas que muitos desses países tinham com o Brasil, destacadas ditaduras com cujo apoio Lula contava em suas pretensões relativas à ONU.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao longo de sua brilhante vida acadêmica e política, recebeu inúmeros títulos de "doutor honoris causa" em várias das grandes universidades dos Estados Unidos, da França, da Inglaterra, da Alemanha, etc. Coisas de Primeiríssimo Mundo, assim como José Serra, que foi professor das mais excelentes universidades americanas. Lula morre de ciúme e inveja de FHC, pois nunca recebeu essas homenagens e nunca as receberá. Por FHC ter sua fundação ligada ao PSDB, Lula igualmente não quer ficar por baixo e planeja também criar o Instituto Lula. FHC é mestre por excelência e reconhecido mundialmente por sua invulgar e invejável vida acadêmica, o mesmo não se pode dizer de Lula, que obviamente escolheu o Senegal para dar início à sua série de palestras. Afinal, o que o Senegal tem a oferecer ao mundo ao receber Lula nesse simpósio?

O que Lula falaria em suas preleções?! Qual a brilhante contribuição que o ex-presidente brasileiro daria ao mundo globalizado com suas palestras?! Quem se habilita a pagar R$ 200 mil para ouvir essa retórica tão importante?! Coitados dos tradutores, dos intérpretes, ao ouvirem Lula falar e terem de fazer a tradução simultânea para as línguas ou para os dialetos tribais dando a exata noção do que significam palavras como "pobrema", "menas", "pá" e por aÍ vai. Lula não consegue falar frases simples como, por exemplo, "dinheiro para ou pra comer, pra estudar". Ele diria: "dinheiro pá cumê, pá istudá...." Diria sempre: "Istô cunvencidu..." Que sofrimento será para esses pobres intérpretes! Machado de Assis vai se contorcer em seu túmulo!

Naturalmente, podemos esperar que as grandes estatais brasileiras, tão vilmente usadas pelo PT, vão contratar este novo professor Polito. Petrobrás, Banco do Brasil, etc., certamente incluirão entre os estudos "avançados" para seus executivos palestras de Lula, pagas, obviamente, com o suado dinheiro do povo brasileiro.

Lula, com maestria, vai ensinar:

1) com armar um esquema para arrecadar dinheiro para partidos políticos.

2) Como manter livres no Brasil trambiqueiros, mafiosos e terroristas que para cá fugirem, usurpando decisões de nossa mais alta Corte de Justiça.

3) Como torrar milhões usando cartões corporativos, pagos pelos contribuintes, até em jogos de sinuca.

4) Certamente ensinará como conseguir passaportes diplomáticos privativos de autoridades federais em detrimento da lei.

5) Lula certamente em muito contribuirá com seus ensinamentos sobre como armar uma frente política para atingir o poder unindo-se ao que de pior existe em matéria de ética e moralidade pública.

6) Como conseguir votos em troca de um cartão de benefícios.

7) Vai ensinar teorias fantásticas de como agradar e se unir a antigos desafetos com o intuito da tomada do poder. Lula tem muito a ensinar e discípulos não lhe faltam.

É aguardar pra ver, afinal, o que representam R$ 200 mil por palestra?

Iranilson Alves da Silva