28 de dez. de 2010

Um século de hipocrisia

Escrito por Rodrigo Constantino 

"É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: que admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte; ausência de censura e consumismo burguês. Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola..." (Roberto Campos)

O arquiteto Oscar Niemeyer completou um século de vida sob grande reverência da mídia. Ele foi tratado como "gênio" e um "orgulho nacional", respeitado no mundo todo. Não vem ao caso julgar suas obras em si, em primeiro lugar porque não sou arquiteto e não seria capaz de fazer uma análise técnica, e em segundo lugar porque isso é irrelevante para o que pretendo aqui tratar.

Entendo perfeitamente que podemos separar as obras do seu autor, e julgá-los independentemente. Alguém pode detestar a pessoa em si, mas respeitar seu trabalho. O problema é que vejo justamente uma grande confusão no caso de Niemeyer e tantos outros "artistas e intelectuais". O que acaba sendo admirado, quando não idolatrado, é a própria pessoa. E, enquanto figura humana, não há nada admirável num sujeito que defendeu o comunismo a vida inteira.

Niemeyer, sejamos bem francos, não passa de um hipócrita. Seus inúmeros trabalhos realizados para governos, principalmente o de JK, lhe renderam uma bela fortuna. O arquiteto mamou e muito nas tetas estatais, tornando-se um homem bem rico. No entanto, ele insiste em pregar, da boca para fora, o regime comunista, a "igualdade" material entre todos. Não consta nas minhas informações que ele tenha doado sua fortuna para os pobres. Enquanto isso, o capitalista "egoísta" Bill Gates já doou vários bilhões à caridade. Além disso, a "igualdade" pregada por Niemeyer é aquela existente em Cuba, cuja ditadura cruel o arquiteto até hoje defende.

Gostaria de entender como alguém que defende Fidel Castro, o maior genocida da América Latina, pode ser uma figura respeitável enquanto ser humano. São coisas completamente contraditórias e impossíveis de se conciliar. Mostre-me alguém que admira Fidel Castro e eu lhe garanto se tratar ou de um perfeito idiota ou de um grande safado. E vamos combinar que a ignorância é cada vez menos possível como desculpa para defender algo tão nefasto como o regime cubano, restando apenas a opção da falta de caráter mesmo. Ainda mais no caso de Niemeyer.

Na prática, Niemeyer é um capitalista, não um comunista. Mas um capitalista da pior espécie: o que usa a retórica socialista para enganar os otários. Sua festa do centenário ocorreu em São Conrado, bairro de luxo no Rio, para 400 convidados. Bem ao lado, vivem os milhares de favelados da Rocinha. Artistas de esquerda são assim mesmo: adoram os pobres, de preferência bem longe.

Outro aclamado artista socialista é Chico Buarque, mais um que admira Cuba bem de longe, de sua mansão. E cobra caro em seus shows, mantendo os pobres bem afastados de seus eventos. A definição de socialista feita por Roberto Campos nos remete diretamente a estes artistas: "No meu dicionário, 'socialista' é o cara que alardeia intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social, mas se considera mais igual que os outros".

Aquelas pessoas que realmente são admiráveis, como tantos empresários que criam riqueza através de inovações que beneficiam as massas, acabam vítima da inveja esquerdista. O sujeito que ficou rico porque montou um negócio, gerou empregos e criou valor para o mercado, reconhecido através de trocas voluntárias, é tachado de "egoísta", "insensível" ou mesmo "explorador" por aqueles mordidos pela mosca marxista. Mas quando o ricaço é algum hipócrita que prega aos quatro ventos as "maravilhas" do socialismo, vivendo no maior luxo que apenas o capitalismo pode propiciar, então ele é ovacionado por uma legião de perfeitos idiotas, de preferência se boa parte de sua fortuna for fruto de relações simbióticas com o governo. Em resumo, os esquerdistas costumam invejar aquele que deveria ser admirado, e admirar aquele que deveria ser execrado. É muita inversão de valores!

Recentemente, mais três cubanos fugiram da ilha-presídio de Fidel Castro. Eles eram artistas, como o cantor Chico Buarque, por exemplo. Aproveitaram a oportunidade e abandonaram o "paraíso" comunista, que faz até o Brasil parecer um lugar decente. Eu gostaria de aproveitar a ocasião para fazer uma proposta: trocar esses três "fugitivos" que buscam a liberdade por Oscar Niemeyer, Chico Buarque e Luiz Fernando Verissimo, três adorados artistas brasileiros, defensores do modelo cubano. Claro que não seria uma troca compulsória, pois estas coisas autoritárias eu deixo com os comunistas, que abominam a liberdade individual. A proposta é uma sugestão, na verdade. Acho que esses três comunistas mostrariam ao mundo que colocam suas ações onde estão suas palavras, provando que realmente admiram Cuba. Verissimo recentemente chegou a escrever um artigo defendendo Zapata e Che Guevara. Não seria maravilhoso ele demonstrar a todos como de fato adora o resultado dos ideais dessas pitorescas figuras?

Enfim, Niemeyer completa cem anos de vida. Um centenário defendendo atrocidades, com incrível incapacidade de mudar as crenças diante dos fatos. O que alguém como Niemeyer tem para ser admirado, enquanto pessoa? Os "heróis" dos brasileiros me dão calafrios! Eu só lamento, nessas horas, não acreditar em inferno. Creio que nada seria mais justo para um Niemeyer quando batesse as botas do que ter de viver eternamente num lugar como Cuba, a visão perfeita de um inferno, muito mais que a de Dante. E claro, sem ser amigo do diabo, pois uma coisa é viver em Cuba fazendo parte da nomenklatura de Fidel, com direito a casas luxuosas e Mercedes na garagem, e outra completamente diferente é ser um pobre coitado qualquer lá. Acredito que esse seria um castigo merecido para este defensor de Cuba, que completa um século de hipocrisia sendo idolatrado pelos idiotas.

“Não precisamos de esquerda, nem de direita, precisamos mesmo é de mais honestidade e respeito pelas nossas instituições”

24 de dez. de 2010

FELIZ NATAL!

21 de dez. de 2010

J’ACUSE !!! (Eu acuso !)

(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)

« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice. (Émile Zola)

Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...) (Émile Zola)

Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).

A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.

No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.

Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

Igor Pantuzza Wildmann

Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.

20 de dez. de 2010

MEC prepara kit anti-homofobia e provoca reação

Ana Cláudia Barros

Ele nasceu a partir da constatação de que as escolas brasileiras são, em geral, ambientes hostis para adolescentes homossexuais. Foi desenvolvido com a proposta de ajudar a contornar o problema, e recebeu o sugestivo nome de Kit contra a homofobia. A previsão é que sua distribuição ocorra inicialmente em 6 mil escolas públicas a partir do ano que vem. Mesmo sem ter sido lançado pelo Ministério da Educação (MEC), o material didático, contendo cartilha, cartazes, folders e cinco vídeos educativos, já provoca discussões inflamadas.

Terreno democrático por excelência, a internet se transformou em púlpito para os que apoiam e para os que repudiam o kit, que ganhou a pecha de "Kit Gay". O debate está mobilizando redes sociais, blogosfera e até virou tema de abaixo-assinados virtuais - contrários e favoráveis ao material. Catalisou a polêmica a declaração do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) - o mesmo que sugeriu "couro" para corrigir filho "meio gayzinho" -, que, em sessão realizada no Plenário da Câmara, atacou a iniciativa. O parlamentar também fez um apelo aos colegas de Casa para que impedissem a circulação do kit. Veja o link:

http://www.youtube.com/watch?v=ONfPCxKdGT4&feature=player_embedded

O pronunciamento dele se espalhou pela rede e tem embasado o discurso dos que consideram o material "perigoso" por incentivar a homossexualidade entre os estudantes. O que fez Bolsonaro vociferar foram justamente os vídeos educativos, exibidos preliminarmente em seminário na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Um deles conta a história do personagem José Ricardo, um adolescente que gostaria de ser reconhecido como Bianca. "O vídeo fala de um travesti, um homem com identidade feminina, mostrando, inclusive, o sofrimento dele em viver em um lugar onde meninos jogam futebol e, quem não joga, é chamado de mulherzinha", explica Rosilea Wille, coordenadora Geral de Direitos Humanos do MEC, vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), responsável pelo projeto.

Na opinião dela, a forma negativa como o Kit contra a homofobia está sendo recebido é resultado do desconhecimento em relação ao conteúdo do material e dos rumores, amplamente propagados na web.

- Foi colocado que vamos passar informação sobre diversidade sexual e identidade de gênero para crianças de sete anos. Isso nunca foi a decisão do Ministério. O projeto está sendo pensado para o Ensino Médio. Não é um projeto que vai cair de paraquedas nas escolas. Vai ser vinculado à formação dos professores. Há todo um anteparo, uma sustentação pedagógica.

Presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT) e um dos idealizadores do kit, Toni Reis, também rechaça as acusações de que os vídeos seriam um estímulo à homossexualidade.

- O que está sendo dito é totalmente distorcido. Não queremos incentivar a homossexualidade. Ela não precisa de incentivo algum. Queremos incentivar o respeito à cidadania, à não violência, à dignidade humana. Quem está falando isso são pessoas homofóbicas, fundamentalistas religiosos. Estes são os grandes incentivadores da violência e do desrespeito - afirma.

Ela ainda explica o caráter do projeto:
- Os vídeos são extremamente didáticos. Explicam a questão do travesti, do bissexual, da lésbica. São muito bacanas porque vão ajudar o adolescente a entender a situação. Muitas vezes, o preconceito vem da desinformação. Estamos super tranquilos com esse trabalho. Ele não vai ser censurado por pessoas homofóbicas.

A vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Clara Goldman, que teve acesso ao material, também desconstrói a alegação de que o kit exerceria influência na orientação sexual dos adolescentes.

- O argumento esconde um princípio de que essa sexualidade é ruim e tem que ser combatida, evitada. Essa é a base do pensamento homofóbico. O kit não orienta, não estimula, mas problematiza. Coloca no seu devido lugar a discussão que deve ser feita. O objetivo é que as pessoas LGBT possam ser respeitadas e que caibam na nossa sociedade, nos nossos espaços coletivos, o respeito a essa diversidade.

De acordo com ela, o CFP apoia a iniciativa encampada pelo MEC.
- Acho que a ideia de se produzir um material específico, que possa orientar essa discussão, é muito bem-vinda. Nós apoiamos o kit, mas nosso apoio não se restringe a ele. É em relação à luta pela promoção dos direitos dessa população em todas as políticas públicas, não só na educação. Apoiamos como uma possibilidade a mais de que, na formação, essa questão possa ser discutida com mais qualidade, assentada em princípios que sejam realmente de direitos humanos.

Terra Magazine procurou a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mas foi informada pela assessoria de comunicação que a entidade ainda não se posicionou sobre a questão.

Bullying

A Coordenadora Geral de Direitos Humanos do MEC conta que o ponto de partida para se pensar na elaboração de um material de combate à homofobia nas escolas foi uma pesquisa realizada em 2008 e publicada no ano seguinte, sobre preconceito, discriminação e bullying.

- Ela foi feita em 501 escolas de diferentes regiões, com quase 20 mil atores. Foi comprovado que o grau de homofobia é altíssimo. Pesquisamos vários aspectos: pessoas com deficiência, a questão de gênero, orientação sexual. Os homossexuais estão entre os mais discriminados. Em cima disso, a Secad entendeu que era preciso desenvolver ações para assegurar o direito à educação de todas as pessoas.

E acrescenta:

- Todo o material trabalha com a ideia de respeito à diversidade sexual, ajuda a entender que a a escola precisa respeitar os direitos humanos dos LGBT. O Ministério da Educação está preocupado exatamente com essa sociedade que vem cada vez mais batendo em homossexuais na rua, dando tiro, como aconteceu no Rio de Janeiro e em São Paulo. Uma sociedade que precisa ser educada para respeitar os direitos humanos.

Toni Reis recorre a um levantamento feito pela Unesco para enfatizar a necessidade de se aplicar o material didático contra homofobia nas instituições de ensino. "A pesquisa mostra que 40% dos adolescentes masculinos não gostariam de ter um gay ou uma lésbica na sala de aula. A evasão escolar entre homossexuais é grande", justifica.

Rosilea frisa que a capacitação dos docentes, para que possam trabalhar com o material, será prioridade. Segundo ela, o kit ainda não foi finalizado e terá que ser submetido ao Comitê de Publicações do MEC, para ser depois impresso e enviado às escolas.

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4851100-EI6594,00-MEC+prepara+kit+antihomofobia+e+provoca+reacao.html

13 de dez. de 2010

A COLUNA DE RAIMUNDO FLORIANO

MÚSICA MILITAR

mmlt

Símbolos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica

A Música Militar é um gênero que congrega aficionados do mundo inteiro, os quais interagem na troca de arquivos sonoros e informações, hoje com a utilização dessa grande ferramenta que é a Internet. Esse compartilhamento refere-se também a partituras e arranjos.

No Brasil, existem grandes colecionadores, além de mim, possuidor do maior acervo em CDs: Albérico Andrade, em Natal-RN, Denize Dalla Rosa, em Curitiba-PR, Antônio Gomes Sales, em Caraúbas-RN, Cléber Olímpio, em São Paulo-SP, e outros mais, reunidos em três Comunidades Okutianas: Só Dobrados, Música Militar e Dobrados, Carnaval e Forró, que eu administro, cujo ícone aí vai:

iicc

O Jornal da Besta Fubana, http://www.luizberto.com/ com seus mais de 30 mil acessos diários, tem sido minha grande vitrine, nesse trabalho de divulgação da Música Popular Brasileira. No item Música Militar, aqui concluí, na segunda-feira passada, dia 06.12.10, a postagem de uma pequena amostra de minha coleção, conforme relação abaixo:

01) 350 DOBRADOS INSTRUMENTAIS, apresentando os mais conhecidos e tocados de todos os tempos, bem como seus grandes compositores, brasileiros e internacionais.

02) 106 DOBRADOS 78 RPM, com grande parte das peças gravadas no início dos Anos 1900, a maioria a cargo da Casa Edison, pioneira na América Latina.

03) 65 HINOS E CANÇÕES PATRIÓTICAS, compreendendo os 4 Hinos Oficiais e canções diversas, com as principais partituras disponíveis em minha Comunidade.

04) 28 HINOS ESTADUAIS, sendo 27 correspondentes aos 27 Estados mais o Distrito Federal, e 1 referente à íntegra do Hino de Sergipe, cujas partituras também se encontram em minha Comunidade.

05) 23 EXÓRDIOS, os principais, que anunciam a chegada, a saída ou a presença de uma autoridade, não só em Organização Militar, como também por ocasião de sua aproximação de uma tropa.

06) 290 TOQUES DE CORNETA comuns às três Forças Armadas, 218 deles por mim produzidos com o auxílio de 2 Cabos Corneteiros do BGP.

Com isso, espero ter atingido meu público-alvo e objetivos, ficando à disposição de todos para qualquer informação adicional quanto às partituras, aos áudios e pesquisas, aqui no JBF, ou pelo e-mail raimundofloriano@brturbo.com.br.

Finalizando, quer falar-lhes de uma curiosidade sobre os Toques de Corneta. O mais esperado, o que os soldados aprendem primeiro, é Toque de Rancho - o da comida. E o mais detestado é o Toque de Alvorada, 1ª Parte, que, embora alegre e festivo, os acorda todas as manhãs, quer seja dia útil, santificado, sábado, domingo ou feriado, para as atividades rotineiras da caserna. Pois bem, neste momento em lhes escrevo, esse toque já contabilizou 5.167 acessos. Outro que me causa espécie é o de Alarme Aéreo, com 4.558.


Confiram clicando aqui.

http://www.4shared.com/dir/isC3lDms/DOBRADOS_INSTRUMENTAIS.html
http://www.4shared.com/dir/TUxSzUyM/Toques_de_Corneta.html

10 de dez. de 2010

GERINGONÇAS DO VIETNAM E REFUGOS DA UNIÃO EUROPÉIA

Publicado no “Gazeta do Sul” em 3 de dezembro de 2010

Alguém já parou para pensar neste atraso de vida? As viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP), que nossos filhos e netos estão pilotando e sendo transportados nas unidades da “Brigada Niederauer”, são aqueles mesmos M-113 aqui chegados em 1972, sobras da guerra perdida pelos EUA no sudeste asiático.

Em verdade, estas verdadeiras geringonças, que só estão serpenteando ainda graças ao esforço inaudito de um punhado de profissionais de valor, deveriam estar aposentadas já nos meados dos anos 80 quando a MOTO PEÇAS S/A lançou o protótipo do CHARRUA, um modelo com melhor desempenho das destinações: transporte de pessoal, combate de fuzileiro, anticarro, comando, comunicações e ambulância, atribuídas no Vietnam aos seus predecessores.

O crítico derrotista vai contrapor de imediato que hoje o CHARRUA já estaria ultrapassado. Ele não é capaz de visualizar que na esteira de um projeto, desde que bem sucedido, teriam sido lançados seus homônimos mais avançados nas versões II, III, etc, tudo de molde a prolongar uma revitalização capaz de manter em reais condições de emprego as unidades da Força Terrestre dotadas com este material.

Raciocínio semelhante pode ser feito para os carros de combate da cavalaria da “Divisão Encouraçada”, com o “OSÓRIO” e o “TAMOYO” que bem poderiam estar ocupando o lugar dos “LEOPARD”, os quais, comprados na União Européia, só enriqueceram os cofres alheios, deixando de constituir o sustento de tantos brasileiros, dispensados que foram de seus empregos na ENGESA e na BERNARDINI. Como aspirar uma cadeira cativa no Conselho de Segurança da ONU, tão fragilizados e tão dependentes? Quanta petulância, durma-se com um barulho destes, que grande piadão! Vamos segurar o que quando os todo-poderosos resolverem chutar o balde?

O Exército, que não se duvide, hoje, só está em condições de cumprir missões de paz, e isto com restrições de toda monta, com nossas regiões militares, batalhões logísticos e parques de manutenção fazendo o possível e o impossível para deixar em condições o material/equipamento necessário para uma mobilização satisfatória dos contingentes destacados no exterior. Acontece que, alçado como a 8ª (alguns já o consideram a 5ª) potencia econômica mundial, as riquezas entesouradas, agora não apenas as da grande região norte mas também as da chamada “amazônia azul”, estão fazendo aflorar ameaças que, antes escamoteadas, atualmente já são parte do cotidiano das tensões internacionais, fazendo-se necessário medidas emergenciais e urgentes, fora do padrão convencional, para reaparelhamento/fortalecimento não só do EB mas também das demais Forças Armadas.

Que o próximo governo não se engane: é preciso muito mais do que os 36 caças e os 5 submarinos que Sarkozy quer negociar conosco. Para dissuadir os que nos ameaçam, ou se investe pesadamente em uma indústria de material bélico compatível com a atual projeção do Brasil no contexto da comunidade internacional ou vamos amargar seriamente humilhações, com perigo, inclusive, de mutilações em nossa integridade territorial e de estreitamento do mar territorial que nos cabe por direito.

Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Coronel de Infantaria e Estado-Maior

8 de dez. de 2010

www.bolsonaro.com.br

7 de dez. de 2010

MInistro Genérico da Defesa critica General Médici. . .

Jobim critica Médici...

Nelson Jobim (Defesa) provocou mal-estar sábado, na Academia Militar das Agulhas Negras, durante a formatura da “Turma General Emílio Garrastazu Médici”, ao criticar indiretamente o patrono – elogiado antes pelo comandante do Exército pela “honradez, dignidade e patriotismo”.

...e o filho se retira

No discurso, que aliás não estava previsto, Jobim deixou claro que não aprovou a escolha do patrono, dizendo que o Exército “deve esquecer o passado”. Os generais nem o aplaudiram. E o convidado Roberto Médici, filho do ex-presidente, desceu do palanque e foi embora.

(Claudio Humberto)

5 de dez. de 2010

2 de dez. de 2010

No Complexo do Alemão, Exército faz obras em terreno na Avenida Itaoca para fixar base

RIO - Com a decisão de que os militares ficarão no Complexo do Alemão durante pelo menos sete meses, o Exército começou a fazer as obras para a construção de um "quartel-general" no terreno onde estão as ruínas de uma fábrica de refrigerantes desativada, na Avenida Itaoca. O local será dividido em vários módulos. Com áreas para lavanderia, banho, sanitários, posto médico, cozinha e manutenção de equipamentos. O mesmo local foi usado pelos militares na época das eleições de 2008. - Mas, naquela época ficamos apenas durante 72 horas. Agora, terá que ser uma base fixa para os homens da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército - explicou o major Fabiano Lima de Carvalho, da Comunicação Social da Brigada. As primeiras obras já estão sendo feitas pelos próprios militares para a instalação de salas de comandos, auditórios e dormitórios. Segundo o major, o Exército também pedirá que a prefeitura ajude nas obras de infraestrutura da área para o acesso de caminhões, blindados e carros. Militares começam a ter as primeiras folgasO efetivo usado para o apoio à invasão do Complexo do Alemão ultrapassou os 1.500 homens. Esse número começou a ser reduzido nesta quarta-feira e agora será dividido por turnos. A unidade tem ainda uma sala de comando, com computadores e mapas do Complexo do Alemão para planejamento. Na parede também estão afixadas as fotos dos principais traficantes. Aos poucos, cada um vai recebendo um X para determinar que já estão presos. Alguns paraquedistas, no entanto, estão no complexo desde a sexta-feira da semana passada. O capitão Vítor de Giuseppe Rodrigues, de 30 anos, teve o seu primeiro dia folga marcado para hoje, quando enfim poderá ver a mulher e os filhos. Com 11 anos de Exército, o capitão acumula no currículo a experiência de ter participado da missão de paz no Haiti. Missão que, segundo ele, se assemelha muito à desempenhada no complexo. - É uma guerra diferente, onde não há um inimigo. A nossa atuação é garantir a lei e a ordem - disse o capitão Giuseppe, orgulho da participação em mais essa missão de paz. Morador do Rio, capitão Giuseppe disse que já conhecia bem a situação do Alemão. Para ele, o sucesso da missão foi graças à união das forças estaduais e federais. - Assim como no Haiti, atuamos na implantação de unidades que são chamadas de 'Ponto Forte', um projeto semelhante às Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) - explicou o capitão.