RIO - Com a decisão de que os militares ficarão no Complexo do Alemão durante pelo menos sete meses, o Exército começou a fazer as obras para a construção de um "quartel-general" no terreno onde estão as ruínas de uma fábrica de refrigerantes desativada, na Avenida Itaoca. O local será dividido em vários módulos. Com áreas para lavanderia, banho, sanitários, posto médico, cozinha e manutenção de equipamentos. O mesmo local foi usado pelos militares na época das eleições de 2008. - Mas, naquela época ficamos apenas durante 72 horas. Agora, terá que ser uma base fixa para os homens da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército - explicou o major Fabiano Lima de Carvalho, da Comunicação Social da Brigada. As primeiras obras já estão sendo feitas pelos próprios militares para a instalação de salas de comandos, auditórios e dormitórios. Segundo o major, o Exército também pedirá que a prefeitura ajude nas obras de infraestrutura da área para o acesso de caminhões, blindados e carros. Militares começam a ter as primeiras folgasO efetivo usado para o apoio à invasão do Complexo do Alemão ultrapassou os 1.500 homens. Esse número começou a ser reduzido nesta quarta-feira e agora será dividido por turnos. A unidade tem ainda uma sala de comando, com computadores e mapas do Complexo do Alemão para planejamento. Na parede também estão afixadas as fotos dos principais traficantes. Aos poucos, cada um vai recebendo um X para determinar que já estão presos. Alguns paraquedistas, no entanto, estão no complexo desde a sexta-feira da semana passada. O capitão Vítor de Giuseppe Rodrigues, de 30 anos, teve o seu primeiro dia folga marcado para hoje, quando enfim poderá ver a mulher e os filhos. Com 11 anos de Exército, o capitão acumula no currículo a experiência de ter participado da missão de paz no Haiti. Missão que, segundo ele, se assemelha muito à desempenhada no complexo. - É uma guerra diferente, onde não há um inimigo. A nossa atuação é garantir a lei e a ordem - disse o capitão Giuseppe, orgulho da participação em mais essa missão de paz. Morador do Rio, capitão Giuseppe disse que já conhecia bem a situação do Alemão. Para ele, o sucesso da missão foi graças à união das forças estaduais e federais. - Assim como no Haiti, atuamos na implantação de unidades que são chamadas de 'Ponto Forte', um projeto semelhante às Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) - explicou o capitão.
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