O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou hoje (16),
ao comentar a possibilidade de paralisação dos caminhoneiros, que a
situação está sob controle. Ele disse que informações recebidas ao longo
do fim de semana e também nesta manhã mostram que não há problemas de
deslocamento nas estradas, nem em questões de segurança energética e no
setor econômico.
As indicações [de que não haverá greve] mostram que não. “A situação
está bem próxima da normalidade, se é que, neste momento, não está
normal”, enfatizou.
Segundo o ministro, a mobilização da categoria está sendo acompanhado
pelo gabinete que o governo montou com integrantes da sua pasta e dos
ministérios da Infraestrutura e da Justiça e Segurança Pública, do
Gabinete de Segurança Institucional e da Casa Civil.
Albuquerque disse que o país já apresenta índices que apontam para um
crescimento econômico com atividade econômica sustentável e que isso
vai beneficiar toda a sociedade. Se há excesso de caminhões comprados
com a facilidade de crédito oferecida por outros governos, isso será
absorvido pelo mercado com o crescimento da economia, afirmou o
ministro. E, enquanto isso não ocorre, o governo toma medidas para que
todos os atores envolvidos na questão contribuam para estabelecer o
diálogo e evitar a paralisação. O diálogo com associações e entidades de
classe, em caso particular, a dos caminhoneiros, tem sido permanente,
acrescentou.
Para o ministro, o momento atual é diferente do que o país viveu
durante o governo passado, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. “As
expectativas eram outras em relação ao país. Hoje em dia há um novo
governo. Há resultados, e a sociedade tem visto. Estamos trabalhando
tudo com bastante diálogo e transparência. Acho que a motivação que
houve no passado não existe agora”, completou.
Ele ressaltou que não se pode restringir a questão dos caminhoneiros
ao preço do diesel, que foi um dos motivos da paralisação passada. “Às
vezes, o motivo não é aquilo que determina. É apenas um estopim. Não é a
questão do preço do diesel. Já se veiculou, inclusive, que o problema é
um somatório de coisas. Não é só o combustível”, enfatizou.
Segundo Albuquerque, não será o menor preço do combustível que vai
determinar um frete com valores mais baixos. “Se você não tem como
transportar, não adianta o preço do frete. Tem que ter o que [e como]
transportar. A dinâmica da economia e o crescimento econômico é que vão
permitir uma maior demanda e maior emprego dessa categoria.”
Brumadinho
O Ministério de Minas e Energia está analisando os resultados da
investigação técnica contratada pela mineradora Vale sobre o rompimento
da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que
apontou, entre outras causas, a combinação de deformações específicas
internas contínuas causadas pela carga constante. O rompimento da
barragem, em janeiro deste ano, causou centenas de mortes, e ainda há
pessoas desaparecidas.
Bento Albuquerque não revelou quais são as conclusões, até o momento.
“Isso tudo está sendo analisado nas esferas competentes. Nós, no
Ministério de Minas e Energia, por meio da Secretaria de Geologia
Mineração e Transformação Mineral, trabalhamos junto com a empresa, com a
Agência Nacional de Mineração e a própria CPRM [Serviço Geológico do
Brasil – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais], para fazer um
acompanhamento e, naquilo que diz respeito às nossas atribuições, temos
dado a nossa colaboração”, afirmou, ressaltanto que esta é uma
atribuição do ministério e está sendo feita.
Petrobras
Sobre a Petrobras, o ministro negou que a empresa esteja saindo de
operações no Nordeste. Albuquerque explicou que a companhia cumpre seu
plano de negócios, que atualmente está voltado, principalmente para a
exploração de petróleo e de gás nos lugares onde consegue mais retorno,
que é no pré-sal.
Ele disse que outros agentes estão ocupando o espaço nos locais onde a
empresa não vai mais operar no Nordeste. “[É] isso que os indicadores
apontam. Várias empresas estão entrando, estão adquirindo campos no
[programa de] desinvestimento da Petrobras. Isso acredito seja muito bom
para o Nordeste e para o Norte do país”, afirmou o ministro. As
empresas que estão entrando nesses lugares geram emprego e renda e
riqueza, uma vez que a Petrobras não teria recursos para investir na
recuperação de campos, acrescentou.
“Outros atores de pequeno e médio porte estão fazendo esste papel.
Acho que não é o fato da Petrobras estar saindo. A Petrobras está se
voltando para o negócio dela, vamos dizendo assim, com maior apetite. E
aquilo onde não tinha mais apetite está sendo ocupado por outros atores
que são importantíssimos para a nossa atividade”, enfatizou.
Quanto à entrada do Brasil na Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep), ele revelou que ainda não há uma avaliação conclusiva
do governo sobre o assunto. “Nós não queríamos entrar, nem queremos
entrar. Isso vai ser analisado no momento certo, e o país vai tomar a
sua decisão dentro do que for o interesse nacional.”
Pesquisas
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o
diretor-presidente do SGB-CPRM, Esteves Colnago, cumprimentam-se durante
cerimônia de assinatura de contrato no Rio – Tânia Rêgo/Agência Brasil
Bento Albuquerque deu as declarações antes da cerimônia de assinatura
do contrato de cooperação para execução de projetos de pesquisa,
desenvolvimento e inovação (PD&I) com a intenção de impulsionar
estudos inovadores no setor de petróleo e gás e ampliar o conhecimento
geológico das bacias sedimentares brasileiras. Assinaram o contrato a
CPRM, a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP).
Os investimentos para a execução dos projetos somam aproximadamente
R$ 220 milhões e os recursos resultarão da aplicação da Cláusula de
PD&I que determina a aplicação de percentual da receita bruta de
campos com grande produção em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Será
de 1% para contratos de concessão e partilha e de 0,5% para cessão
onerosa.
O ministro falou também sobre a privatização da Eletrobras, que, segundo ele, deve ser concluída em 2020.