Lula, radical à esquerda, e Bolsonaro, radical à direita, enfrentam o mesmo problema: estão com dificuldade em fazer os seus candidatos a prefeito

VOLTAR? NÃO Fernando Haddad (ao lado de Gleisi Hoffmann discursando) já foi prefeito de São Paulo.
O PT o quer como candidato. Ele avisa:
“três eleições em seis anos é muita coisa” (Crédito: TIAGO CALDAS)

O TSE decidiu que assinaturas eletrônicas valem para o registro de novos partidos. Ainda assim, é provável que não dê tempo de o Aliança pelo Brasil ser oficializado como legenda até as eleições de 2020 (Crédito:Estadão)
Há cerca de um mês Lula foi solto pelo STF e uma de suas primeiras ordens ao PT foi no sentido de que o partido lance o maior número possível de candidaturas. A missão é, no entanto, bem mais árdua do que o próprio ex-presidente pensava. Antigos quadros da legenda, quando consultados, sem a menor cerimônia estão dizendo não. Além disso, há gente nova se oferecendo, mas aí não são nomes competitivos. E, finalmente, sobram políticos que dominam determinadas regiões e estão muito mais atentos a seus próprios interesses do que às determinações de Lula. Praça importante para esse jogo é, obviamente, São Paulo. Não sem razão, portanto, é pleno de lisusas que o PT cerca a ex-petista e ex-prefeita paulistana Marta Suplicy, hoje no MDB. Se os entedimentos com Marta não derem certo, Lula já mandou que insistam com Fernando Haddad, mas existe nessa hipótese um detalhe importante: Haddad já avisou que lhe é demais disputar uma terceira eleição no espaço de seis anos. Decodificando a sua fala criptografada: ele por enquanto não está acreditando muito na possibilidade de o PT vencer nas urnas em São Paulo.
Bolsonaro também olha, é claro, sobretudo para São Paulo. Quem pode se candidatar a prefeito? Os nomes são completamente desconhecidos, sabem deles somente o gueto bolsonarista. Uma alternativa é Edson Salomão, amigo pessoal do presidente e fundador do movimento Direita São Paulo. Ele quer? Ninguém sabe, Salomão ainda não se definiu. Outro nome seria o do deputado estadual Gil Diniz, que praticamente já se mostrou disposto a concorrer ao cargo de alcaide da maior cidade do País. Em Belo Horizonte, outra capital que tem de ser levada em consideração devido ao seu colégio eleitoral, Bolsonaro está com leve vantagem: é bem provável que o deputado estadual Bruno Egler seja o candidato do bolsonarismo, enquanto o PT segue no escuro: Patrus Ananias mantém-se esfinge. Já o Nordeste, o importante nordeste eleitoral, o nordeste que funciona como fator determinante de vitórias e derrotas, é região totalmente indefinida, nela não se vê nomes nem para o bolsonarismo nem para o lulismo.

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