30 de set. de 2010

CGU blinda Erenice Guerra às vésperas da eleição

BRASÍLIA - A três dias das eleições, a Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou a conclusão de auditorias em contratos mencionados no escândalo que derrubou Erenice Guerra da chefia da Casa Civil. O resultado da CGU blinda Erenice, não aprofunda o tráfico de influência de seus parentes, e não aponta qualquer indício de ligação dela com os episódios investigados. No máximo, admite que ela já foi sócia de um escritório contratado pelo governo.As auditorias da CGU começaram no dia 14 de setembro a pedido do presidente Lula em meio ao movimento para dar respostas políticas durante o escândalo que levou à queda do braço-direito da ex-ministra e presidenciável Dilma Rousseff (PT). Em apenas duas semanas e às vésperas da eleição, o órgão do governo apresentou seus principais resultados, favoráveis para Erenice.
Para a CGU, o episódio que culminou com a queda da ex-ministra não teve qualquer irregularidade contratual. O empresário Rubnei Quicoli acusa integrantes da Casa Civil de tentarem intermediar o pedido de financiamento - para um projeto de usina solar - feito pela empresa ERDB ao BNDES. A CGU não aborda isso e explica: "A CGU concluiu que o pleito de financiamento teve o tratamento técnico previsto nas normas internas do BNDES e que o mesmo não foi aprovado por não atender aos requisitos exigidos pelos normativos internos daquela instituição financeira".
Segundo a controladoria, não houve também qualquer irregularidade na compra do remédio Tamiflu, no ano passado. De acordo com a revista Veja, Vinicius Castro, ex-assessor da Casa Civil, recebeu R$ 200 mil de propina pela compra do medicamento. A CGU também afirma que não houve falhas nas multas aplicadas à Matra Mineração, empresa ligada ao marido de Erenice.
A CGU investigou ainda a contratação - revelada pelo Estado - do escritório Trajano e Silva Associados pela Empresa de Pesquisa Energética, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Uma irmã de Erenice, Maria Euriza, era funcionária do órgão e autorizou, em agosto de 2009, a contratação, sem licitação, do escritório, cujo um dos sócios era um irmão delas, Antônio Alves Carvalho. A CGU afirma que ele entrou oficialmente na sociedade só em novembro. Só que o advogado Márcio Silva, um dos sócios do escritório, informara por escrito ao Estado que o irmão de Erenice era sócio desde fevereiro do ano passado. Márcio Silva, aliás, é o advogado de campanha de Dilma.
A CGU revela que a própria Erenice já foi do quadro societário dessa banca. a auditoria admite falhas no processo de contratação sem licitação, mas minimiza o episódio, fazendo apenas recomendações. "A CGU está recomendando à EPE maior cuidado e precisão no enquadramento das hipóteses de inexigibilidade de licitações e recomendando que a empresa fundamente suas futuras contratações com base em amplas pesquisas de preço". Segundo a CGU, todos os relatórios serão enviados à Polícia Federal.
A auditoria da CGU aponta problemas num contrato entre o Ministério das Cidades e a Fundação da Universidade de Brasília (FUB), que teria o envolvimento de José Euricélio Alves de Carvalho, irmão de Erenice. Diz que há irregularidades de R$ 2,1 milhões pelo pagamento de um produto que não atendeu à demanda do ministério. A CGU, porém, não diz que o irmão de Erenice seria o culpado direto por isso. Faz somente uma ressalva: "O que se tem até o momento é constatação de que ele foi assessor na Secretaria Nacional de Transportes e Mobilidade Urbana (Semob) do Ministério das Cidades, e contratado pela Editora UnB, em períodos próximos e seguidos, na época dos fatos", diz.

28 de set. de 2010

O Brasil em primeiro lugar -ELEIÇÕES 2010.

No domingo, 135 milhões de brasileiros decidirão o que a maioria deseja para o País nos próximos quatro anos. As eleições presidenciais de 2010 adquiriram relevância especial pelo fato de que o Brasil de hoje se modernizou e avançou substancialmente nos campos econômico, social e político, passando a ocupar lugar de destaque no cenário internacional.
O futuro presidente se beneficiará de uma situação especial, pois vai começar seu governo com a economia estabilizada e em forte crescimento, com os principais indicadores macroeconômicos positivos, a classe média fortalecida e a sociedade de bem com a vida. A crescente projeção externa do Brasil completa a herança positiva a ser recebida.
Em decorrência de seu sucesso, o Brasil enfrentará grandes desafios internos e externos, com demandas globais, regionais e nacionais.
No contexto doméstico, apesar das conquistas sociais e da solidez dos fundamentos da economia, obtidas nos últimos 16 anos, serão inevitáveis alguns ajustes, em especial nas contas externas. O novo governo enfrentará uma pesada agenda, politicamente custosa, de reformas estruturais, sobretudo a tributária, necessárias para que o País possa continuar a se manter como uma economia emergente pujante e competitiva. O crescente papel do Estado vai influir no modelo de desenvolvimento e no tratamento a ser dado ao investimento externo no capitalismo brasileiro.
Essas mudanças poderão ocorrer ao mesmo tempo que grandes desafios com data marcada deverão ser enfrentados. A organização da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016 e a exploração do pré-sal serão um teste de nossa competência gerencial e da capacidade de obter recursos. A melhora da infraestrutura, em especial dos aeroportos, portos e estradas, reduzirá o custo Brasil e oferecerá grandes oportunidades. Os interesses em jogo são grandes e muitos.
É positiva a expectativa externa em relação ao que poderá ser feito para elevar o País a quinta economia global. As ações do novo governo serão acompanhadas de perto, inclusive quanto ao fortalecimento das instituições e ao respeito aos marcos regulatórios, para que seja confirmada a segurança jurídica e política com vista à manutenção do alto grau de confiança de que goza o País.
O Brasil terá de saber superar as incertezas de um frágil ambiente econômico global. A recuperação da economia norte-americana vai ser longa e os problemas fiscais europeus causarão um crescimento mais lento. A China, sozinha, não poderá ser a locomotiva do mundo e os países em desenvolvimento terão um crescimento menos acelerado.
A voz mais forte do Brasil nos assuntos internacionais obrigará o governo a assumir novas responsabilidades e a afirmar sua liderança, sobretudo nos assuntos de nossa região e nos temas globais de comércio, mudança de clima, energia, democracia e direitos humanos. No âmbito regional, a América do Sul está preparada para bem aproveitar a década 2010-2020. Como mostrou a revista The Economist, estamos tão perto, porém ainda longe desse objetivo. Com 52% do PIB da América do Sul, o papel que o Brasil deverá desempenhar será fundamental para o aprofundamento do processo de integração e para o desenvolvimento econômico dos países da região, a melhora das condições sociais e o aperfeiçoamento das instituições. O crescimento sustentado trará maiores oportunidades para o País e exigirá uma ação positiva para concretizar a percepção de que desta vez seremos um continente vencedor.
Daí os próximos quatro anos serem tão cruciais para o Brasil deixar de carregar o estigma de "país do futuro" e para se afirmar como uma força econômica e política de fato no cenário global. O mundo estará observando atentamente o que ocorrer por aqui.
O trabalho de dois governos - FHC e Lula - em quase duas décadas de ajustes e reformas colocou nosso país no lugar de destaque que hoje ocupa no cenário internacional. O Brasil transformou-se num país normal, como a maioria, e não mais um exemplo de heterodoxia e de radicalismo político, como uns poucos.
Em artigo que publiquei em dezembro de 2009 neste espaço, assinalei que talvez não fosse utopia nem ingenuidade pensar numa possível ação convergente entre o PSDB e o PT durante os primeiros cem dias de governo, com vista a aprovar uma agenda mínima que, por uma série de razões, vem sendo adiada há mais de 15 anos. Um entendimento desse tipo, no qual os dois partidos deverão fazer concessões, representaria uma vitória de todos e minimizaria o desgaste de medidas impopulares que terão, em algum momento, de ser enfrentadas pelo futuro governo. O PMDB, agora em posição de poder influir ainda mais, e os demais partidos poderiam acrescentar os votos necessários para uma maioria qualificada, sem o custo político e outros em que os governos FHC e Lula tiveram de incorrer. Não se trata de formar um governo de unidade nacional ou de adesão da oposição. Cada partido manteria sua independência, no governo ou na oposição, mas poderia haver uma trégua com prazo definido, com o compromisso de se chegar a um entendimento para aprovação de uma agenda de, efetivamente, interesse para o País.
Depois da dura campanha dos últimos meses, continuo convencido de que, ganhe quem ganhar, os interesses do Brasil devem ser colocados acima de divergências pessoais e partidárias e deveria ser tentado um esforço para avançar numa agenda mínima comum.
O Brasil tem tudo para terminar a década como um país de referência global. Para isso temos de evitar a complacência com o que já se conquistou até aqui, redescobrir o apetite para as reformas e, em nome do interesse nacional, tratar de construir uma convivência política civilizada. Rubens Barbosa

26 de set. de 2010

Nota de falecimento - CARLOS ALBERTO SOBRAL COIMBRA

Caros amigos,

É com grande pesar que informo o falecimento do nosso grande amigo CARLOS ALBERTO SOBRAL COIMBRA - Turma 78, que ocorreu na noite de ontem dia 24 set em Aracajú.

Ele estava internado deste de domingo passado no hospital com uma infecção generalizada e não resistiu vindo a falecer.

Nossos sentimentos aos familiares.

Desmontando e Montando um Jeep em menos de 4 minutos

No vídeo abaixo você verá como os soldados canadenses conseguiram desmontar e montar um Jeep em menos de 4 minutos, o interessante é que eles chegam no veículo e saem dentro dele também.

25 de set. de 2010

ESTADÃO - Editorial: O mal a evitar

A acusação do presidente da República de que a Imprensa "se comporta como um partido político" é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside. E muito menos lhe serão agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre "se comportar como um partido político" e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país.

Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.

Efetivamente, não bastasse o embuste do "nunca antes", agora o dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si. Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder. É quem é o responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os eleitores precisam refletir. O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer. O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.

Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes, alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa - iniciada nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique - de promover o desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana. Sob esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte, de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não mero objeto.

Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a começar pelo Congresso. E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o "cara". Esta é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: "Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?" Este é o mal a evitar.

25 de setembro de 2010 | 17h 02

MARIANO - CHARGE ONLINE

Militares defendendo a democracia e "jornalistas" pedindo censura à imprensa?

Não há paradoxo nenhum nisso! Há só história!
Por Reinaldo Azevedo!

Vivi ontem um dia muito especial. Participei, em companhia de Merval Pereira, de O Globo; de Rodolfo Machado Moura, diretor de Assuntos Legais da Abert, e de Paulo Uebel, do Instituto Millenium, de um debate sobre liberdade de expressão. O encontro aconteceu na sede do Clube Militar, no Rio. Mais de 400 pessoas lotaram o salão da entidade — todos os assentos ocupados e algumas pessoas de pé. Enquanto conversámos, vinha um alarido da rua. Uns 20 gatos pingados da Juventude Socialista — com o apoio da UNE, parece — protestavam do lado de fora: contra o Clube Militar, contra os debatedores, contra o debate! Como todos por ali, na mesa e na platéia, defendiam a liberdade de expressão e a Constituição do Brasil, os que gritavam queriam o contrário, certo?

Não é que eles estivessem contra o que dizíamos. Eles são contra o fato de existirmos.

Também ontem, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo abrigou um encontro de defensores da censura. Sob o pretexto de combater um suposto “golpe midiático”, foram lá engrolar palavras sem sentido contra a imprensa, tentando intimidar veículos de comunicação e jornalistas. Os promotores da triste patuscada falaram em 500 pessoas presentes. Uma ova! Não havia 200. É evidente que eu não estava lá, mas estou bem-informado a respeito. Um fracasso! PT, Centrais Sindicais, UNE etc. conseguiram juntar menos gente do que juntou o Manifesto em Defesa da Democracia, anteontem, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco — e sem máquina nenhuma na convocação, feita com um miserável dia de antecendência. O documento, diga-se, conseguiu reunir mais de 20 mil assinaturas em 24 horas. Já falo a respeito. Sigamos.

Antes de sair de casa, minha mulher me alertou para um comentário de Lúcia Hipppolito na CBN. Huuummm… Querido leitor, quando você não conseguir explicar o que vê; quando o fato contraria o seu diagnóstico, o seu prognóstico ou os seus preconceitos, faça como Lúcia Hippolito: diga que se trata de “um “paradoxo!”

A saída é boa porque, a partir daí, você pode se dispensar de pensar, e ninguém se sente estimulado a lhe cobrar mais nada. Ah, sim: você precisa narrar o descrever o paradoxo com ênfase, chamando a atenção para algumas sílabas, de modo que a entonação se confunda com um argumento, entenderam?

Lúcia garrou numa conversa com Heródoto Barbeiro. Transcrevo (encomprido algumas sílabas para chamar a atenção para as suas ênfases). De início, apesar de uma certa arrogância intelectual de quem vê, com olhos muito percucientes e sábios, o Brasil numa jaula, a coisa parece ir bem:

“Eu acho o Brasil um país interessantíssimo. Eu não perderia essa campanha eleitoral por nada. Cê repara o seguinte: a gente tem um presidente em final de segundo mandato, com oiteeeeeeeennnnnta por cento de popularidade, tuuuudo indica que vai eleger a sucessora em primeiro turno, mas ele tá infeliz, Heródoto! Ele vocifera contra tudo e contra todos; ele tá raivoso no palanque; ele briga com todo mundo… Os empresários estão felicíssimos: jamais ganharam tanto dinheiro. Os banqueiros não conseguem parar de rir, mas o Lula se diz vítima do preconceito das elites. Aí cê tem o Zé Dirceu, que, depois de municiar a imprensa durante anos com dossiê contra os adversários, agora ele faz discurso contra o excesso da liberdade de informar e a necessidade de controlar a mídia.

Faço uma pausa aqui para comentar. Lúcia chamará isso tudo, daqui a pouco, de paradoxo, embora, segundo ela, não seja o maior deles — este está por vir. Bem, não vejo nada de paradoxal aí; vejo é história, nunca é paradoxal, coerente ou incoerente. Lula não está infeliz! Trata-se apenas de um governante de perfil autoritário, que decidiu esmagar a oposição, abusando escancaradamente do poder. Se não me engano, Lúcia é formada em história — Heródoto, creio, também; ao menos deu aula em cursinho sobre a disciplina. Lula não está com problema psicológico, faniquito ou transtorno de personalidade: Ele tem método!

Apontar um “paradoxo” nesse comportamento de Lula faz supor que o PT não tenha uma história de desrespeito à democracia, considerada desde sempre um caminho não mais do que tático para chegar ao poder. O relato que ela faz da atividade clandestina de Dirceu quando na oposição é uma das evidências do que estou afirmando. Quando o presidente vai ao horário eleitoral com pompa de chefe de estado e afirma que o candidato da oposição é “líder da turma do contra” — sem falar no uso vergonhoso da máquina pública na campanha —, deixa claro o seu descompromisso com a democracia.

Mais: ele não está “brigando com todo mundo”. Está brigando com a imprensa porque não quer que ela noticie as lambanças de seu governo. Dizer-se “perseguido pelas elites”, embora tenha o apoio dos banqueiros e dos grandes empresário, também não revela paradoxo nenhum, mas uma tática eleitoral — muito típica populismo. Há farta bibliografia a respeito. Voltemos à fala da comentarista.

Heródoto, os jornalistas, que deveriam ser os primeiros a defender a liberdade de expressão, abriram a sede de seu sindicato hoje em São Paulo para que as centrais sindicais façam um ato público contra a imprensa. Cê já viu isso? Agora, os intelectuais assinam um manifesto, que é o papel deles: intelectual assina manifesto. Agora, só que o manifesto é contra o autoritarismo do Lula, mas quem lidera as assinaturas são os fundadores do PT, Hélio Bicuuuudo; entusiastas do PT como Dom Paulo Evaristo Arns. Eu acho até um pouco exagerado, sabem Heródoto? Porque eu acho que a democracia não está sendo ameaçada. As instituições tão funcionando; nós vamos ter eleições; a campanha tá indo de vento em popa,; o STF tá julgando a validade da Lei do Ficha Limpa, o julgamento deve continuar hoje…

Interrompo de novo: deixo a questão do sindicato para o comentário do trecho final. Quero tratar de outras coisinhas. Não! Papel de intelectual não é assinar manifesto, não! Pode até fazê-lo. Mas seu papel essencial é pensar e produzir saber para que entendamos melhor o presente, para que nos orientemos melhor sobre o passado, para que saibamos mais de nos mesmos e do mundo. Se Lúcia quiser, posso lhe enviar uma bibliografia comentada da obra de pelo menos quatro deles: José Arthur Giannotti, Leôncio Martins Rodrigues, Celso Lafer e Marco Antonio Villa. O comentário é boboca, frívolo. Villa, aliás, tem um belo trabalho sobre o governo João Goulart que talvez diminua o assombro de Lúcia sobre certas questões (falo abaixo)

Há um fundador do PT assinando o manifesto: Bicudo! Mas poderia haver 10! Também nisso não há nenhum paradoxo. Ao contrário até. Os partidos de esquerda, mesmo essa esquerda dinheirista do PT, costumam engolir seus filhos com impressionante sem-cerimônia, como Saturno naquele quadro de Goya. Bicudo, diga-se, caiu fora quando o partido resolveu passar a mão na cabeça dos mensaleiros. Mas onde está o “paradoxo” aí? É paradoxal que ex-petistas defendam o regime democrático? Por quê?

Quanto à questão da democracia, aí são só palavras impensadas mesmo, né? Apelando à lógica elementar, é preciso afirmar: se as eleições tivessem sido suspensas e se o STF já não julgasse com liberdade, então não seria mais “democracia ameaçada”, mas democracia extinta. Lembro à comentarista que violações de sigilos, investigações conduzidas por órgãos do estado para esconder o delito — foi o que fez a Receita, certo? — e balcão de negócios na Casa Civil são ameaças evidentes às instituições. O que mais ela quer? Vamos à última, e mais polêmica, parte.

Agora o maior paradoxo de todos, Heródoto, é que o Clube Militarrrr [ela deu força à oxítona], como você sabe, que exerceu papel importantíííísimo na história do Brasil, está realizando hoje no Rio de Janeiro um papel [acho que ela queria dizer debate] sobre a democracia ameaçada. É bem verdade que o Clube Militar sempre liderou a turma que ameaçava a democracia e agora tá querendo defender. É ou não é um país interessantíssimo para a gente viver, Heródoto Barbeiro? É o país do paradoxo político. Eu não perderia essa campanha eleitoral por nada.

Lúcia trata com óbvia ironia o Clube Militar, que exerceu, de fato, papel importantíssimo na história do Brasil, como ela e Heródoto deveriam saber, formandos que são em história. Se a referência irônica é a 1964 — e caberia qualificá-la de todo modo —, lembro a ambos que o Brasil já existia antes. Por que ela não escreve um artigo tentando provar a irrelevância dos militares — ou seu papel apenas nefasto — na construção da democracia? Não escreveria porque, por óbvio, não poderia. Prefere reforçar preconceitos com entonações supostamente significativas.

Uma pergunta a Lúcia Hippolito — pergunta retórica; quem sabe isso a estimule a escrever um post a respeito: ainda que a sua leitura sobre o Clube estivesse correta, o fato de agora ele defender a democracia não deveria ser saudado como um avanço? Ah, ocorre que em seu modelo teórico, militares têm de combater a liberdade de expressão; se eles defendem, ela grita: “Paradoxo!”.

Mais: o que há de paradoxal na manifestação ridícula de ontem no Sindicato dos Jornalistas? Nada! Os que estavam lá são herdeiros — ainda que bem mequetrefes, ainda que uma gente bem chulé — das ilusões armadas (não a dos militares!) do pré-64, de 64 e do pós-64. Diga aí, dona Lúcia Hippolito: era democracia o que eles queriam então? É democracia o que eles querem hoje? Apresente-me um só texto das esquerdas de 1964 ou de 1968 defendendo o regime democrático, unzinho só, “para fazer remédio”, como se diz em Dois Córregos! Nada! Não existe!

Os paradoxos que Lúcia vê nascem de uma visão deturpada sobre o presente e desinformada sobre o passado. Como afirmei a jornalistas que me entrevistaram depois do evento, ainda que essa leitura maniqueísta do papel dos militares e da esquerda estivesse correto, forçoso seria reconhecer, então, que os militares avançaram, progrediram e aprenderam o valor universal da democracia. Já as esquerdas — tanto aqueles coitadinhos que foram protestar ontem às portas do Clube quanto as cobras criadas com dinheiro público que foram honrar anos de delinqüência intelectual no sindicato — evidenciam que não esqueceram nada nem aprenderam nada. E não há paradoxo aí.

Não há dificuldade nenhuma em provar que a história dos militares brasileiros está muito mais comprometida com a democracia do que a história da esquerda brasileira — ou da esquerda de qualquer país do mundo. Não precisa ir muito longe: ainda hoje há quem se escandalize com os chamados mortos da ditadura. De fato, depois de rendidos pelo estado, não deveria ter morrido um só preso (morte na batalha é outra coisa; escolhe-se matar ou morrer). Mas tenho a certeza de que a esmagadora maioria daqueles que foram pedir censura à imprensa são, por exemplo, defensores do regime cubano, responsável pela morte de 100 mil e pelo exílio de quase 2 milhões. Para esses vigaristas morais, matar 400 faz os bandidos eternos, mas matar 100 mil faz os heróis da civilização. Ora, tenham vergonha na cara!

Ontem, no Clube Militar, mais de 400 pessoas, entre civis e militares da ativa e da reserva, aplaudiram palavras em defesa da democracia, do estado de direito e da Constituição do Brasil. Aliás, eu só era um dos convidados, suponho, porque sou esta pessoa exótica: defendo as instituições e as leis.

Traído por companheiros e GPS na bota-Sistema instalado em calçado levou Exército a chefe das Farc

A operação mais importante contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que resultou na morte de seu chefe militar, Mono Jojoy, só foi possível graças à traição de alguns de seus homens de confiança e a um longo trabalho da inteligência colombiana, que conseguiu instalar um sistema de GPS em botas militares especiais enviadas ao guerrilheiro, permitindo sua localização.
Ao interceptar uma comunicação das Farc, a inteligência colombiana descobriu que Mono Jojoy solicitava botas especiais, pois possuía problemas nos pés causados por diabetes.
Forças de segurança conseguiram ter acesso à encomenda, instalando um sistema de GPS nos calçados, segundo relato oficial. Dias depois, militares detectaram sinais num acampamento, e iniciaram a ofensiva que resultou na morte do líder e de ao menos outros 20 guerrilheiros. Ontem, o corpo de Mono Jojoy chegou a Bogotá, com uma grande ferida, não se sabe se causada por tiros ou bomba. Apesar de mais calvo e inchado, foi facilmente reconhecido graças a seu relógio Rolex e aos remédios para diabetes.
— Foi uma operação cirúrgica. Sabíamos que ele costumava se levantar entre uma e quatro da manhã (...), por isso atacamos às duas da manhã — disse o ministro da Defesa, Rodrigo Rivera, afirmando que Mono Jojoy foi traído “pela sua própria gente”.
Segundo um general que não quis ser identificado, o sucesso da operação se deve a informações dadas por um guerrilheiro, que já estaria fora do país com a família. Rivera afirmou que serão pagas recompensas a quem ajudou a levar as forças de segurança a Mono Jojoy, mas não precisou a quantia. O governo colombiano oferecia US$ 2,7 milhões por informações sobre Mono Jojoy.
No primeiro pronunciamento após a morte de seu número dois, as Farc negaram a intenção de se render, e rechaçaram a operação do governo, dizendo que o caminho escolhido só alimenta a espiral da violência. No início da semana, o líder máximo do grupo, Alfonso Cano, havia proposto um diálogo ao presidente Juan Manuel Santos, negando-se, no entanto, a aceitar condições. Santos exige que a guerrilha abandone as armas e liberte seus reféns antes de sentar-se à mesa de negociações com os guerrilheiros

Grupo tem problema de comunicação
O analista de conflito colombiano César Castaño afirma que essa agenda dupla das Farc, que ao mesmo tempo que pede o diálogo continua a realizar atos violentos, é uma estratégia do grupo, que está enfraquecido. Para Castaño, além da perda de líderes, o grupo enfrenta problemas, por exemplo, na comunicação, que hoje é feita quase inteiramente por cartas transportadas pelos próprios guerrilheiros.
— As Farc seguirão pela via do terrorismo, mas a força militar que permitia realizar grandes golpes está cada vez menor. O grupo continuará a aplicar o plano “Renascer”, proposto por Alfonso Cano em 2008, no qual ele ordena, por exemplo, a semeação de campos minados no país para tentar pressionar o governo — analisa.
Castaño acredita que Mono Jojoy será substituído em breve.
— Um forte candidato é El Paisa (Hernán Velásquez Saldarriaga), chefe de uma coluna das Farc e responsável por centenas de ações entre massacres, sequestros e atentados. Ele tem o perfil militar, e sua coluna sabe administrar muito bem o dinheiro, o que desperta interesse das Farc.
Com agências internacionais


O que o futuro reserva para as Farc
León Valencia

Em 1999, um ano antes do encerramento das negociações de paz de Caguán, Alfonso Cano, líder das Farc, saiu da região e se foi para a Cordilheira Central. Havia chegado à conclusão que as negociações terminariam num acordo de paz.
Cano não teve o papel principal nas conversas. Mono Jojoy era o protagonista. As grandes vitórias do grupo sobre as forças de segurança em meados das décadas de noventa o colocavam como o homem-chave da guerrilha.
Isso não era gratuito. Parte do grupo, sob seu comando, havia instalado 10 frentes de guerrilha.
Os golpes contra a polícia e sequestros frequentes ao redor da capital geraram temor no governo e projetaram a imagem de uma guerrilha que podia ameaçar o poder do Estado.
Jojoy sabia disso, e nas negociações de Caguán falava com segurança e arrogância. Tinha grandes exigências para chegar à paz, o que levou ao fracasso das negociações.
Desde então, Cano consolidou o comando da guerrilha e criou novos cenários de guerra. Essas forças já não operam como nos anos noventa. Já não podem realizar grandes ataques.
Seguem produzindo baixas nas forças de segurança e pressionando o Estado e a sociedade, mas perderam toda a possibilidade de chegar ao poder.
Cano demonstrou saber disso em suas últimas comunicações.
Suas exigências para chegar à paz são muito distintas das de Caguán.
Já não insiste “num governo de ampla participação”, a agenda é limitada. A proposta reflete realismo em sua fraqueza.
O governo de Juan Manuel Santos tem isso claro e, por isso, ao mesmo tempo em que continua a ofensiva militar, oferece possibilidades de negociação, fazendo exigências às Farc. Talvez a morte de Jojoy seja o presságio de um destino de reconciliação com o país.
Segundo especialistas, quatro são os fatores que permitiram o Estado colombiano a inclinar a balança a seu favor nos últimos anos.
Decisão política, apoio cidadão, investimento na inteligência e recursos econômicos foram fatores determinantes nos triunfos obtidos pelo Estado sobre a guerrilha.
Nos últimos anos, houve decisão política de enfrentar a guerrilha por parte de todas as autoridades.

Para o general Manuel J.
Bonett, ex-assessor presidencial de José Obdulio Gaviria, a balança se inclinou quando foi determinado que o problema devia ser tratado como um assunto de segurança, e não como um conflito político interno.
O apoio da sociedade aos militares foi um fator chave, não somente pelo apoio moral, mas também pelas informações fornecidas.
— As pessoas, ao começarem a rodear as Forças Armadas, deram legitimidade a elas, que se sentiram respaldadas — disse Jairo Libreros, analista político da Universidade Externado.
Os últimos golpes certeiros à guerrilha foram possíveis graças a trabalhos de inteligência humana e técnica. Nesse último aspecto, avançamos de maneira significativa nos últimos anos. O analista de segurança Alfredo Rangel destaca a importância da informação via satélite e, especialmente, da interceptação das comunicações. O trabalho de desmobilização foi significativo.
E as recompensas também tiveram um papel definitivo.
A modernização da aviação militar teve uma importância estratégica para golpear a guerrilha. O general Manuel José Bonett destaca o uso dos aviões Supertucano, que são muito efetivos no combate, e também o desenvolvimento de tecnologias que podem ser usadas na luta contra a insurgência.
Outros avanços são as bombas inteligentes, que permitem o bombardeio a grande distância do objetivo, devido a sensores que as guiam ao ponto exato onde devem cair. A isso se soma o incremento de militares em todas as forças da Colômbia.

23 de set. de 2010

'Precisamos ficar atentos a isso'-Para plateia de militares, Gabeira critica 'tentações' do governo petista

Um ex-combatente armado da ditadura aplaudido por uma plateia de militares, ao discursar sobre o risco de desestabilização democrática do país, liberdade de imprensa e a “sedução” do governo pelo totalitarismo.
Perguntado pelo presidente do Clube da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Batista, sobre possíveis semelhanças entre o atual cenário político e o do período pré-golpe em 1964, Fernando Gabeira ressalvou inicialmente um “amadurecimento político” do país e criticou o governo federal, que, na sua visão, tem a “tentação de suprimir a liberdade de imprensa e até as próprias leis”. Para o candidato do PV ao governo do Rio, o Brasil, depois de flertar com a “democracia plebiscitária presente em países como Venezuela, Bolívia e Equador”, caminha para um modelo similar ao argentino.
— Precisamos ficar atentos a isso. Lá, há uma tentativa de estrangular os jornais pelo caminho econômico e fiscal. Aqui, há a tentação de suprimir a propriedade privada, evidentes em iniciativas do MST; tentação de suprimir a liberdade de imprensa; e tentação de suprimir em certos momentos as próprias leis. A quantidade de comportamento equivocado e as multas da Justiça no processo eleitoral mostram isso. Mas considero que o Brasil tem um amadurecimento político que vai superar sem trauma essas ameaças. A reação de setores democráticos, como imprensa e OAB, mostra isso. Não vejo como comparar com 1964 — disse Gabeira, no Clube da Aeronáutica.
Gabeira defendeu a utilização das Forças Armadas no enfrentamento do tráfico no Rio. Não com ocupação de áreas da cidade, mas com a participação da inteligência militar no combate ao crime. Além de sugerir que o uso da inteligência militar dispensa entraves burocráticos inerentes ao deslocamento de tropas, ele deu uma sutil alfinetada nos militares: — Falta inteligência na segurança. E as Forças Armadas têm grande know-how. O deslocamento de tropas para áreas da cidade tem questões de legislação... Serviço de inteligência, quando bem-feito, ninguém sabe quem fez. E já houve trabalho de inteligência do Exército no combate a civis — disse Gabeira em referência à ditadura, como confirmou depois.

21 de set. de 2010

Militar também vendia armas a policiais-O sargento do Exército Volber Roberto da Silva Júnior

O sargento do Exército Volber Roberto da Silva Júnior, apontado pela Polícia Civil como um dos maiores traficantes internacionais de armas e morto em junho deste ano, não era fornecedor apenas das facções criminosas do Rio. Um relatório reservado do serviço de inteligência do Exército, ao qual O GLOBO teve acesso, revela que Volber também vendia armas a policiais civis e militares, além de ser especializado na fabricação de explosivos.
Ele foi investigado pelo serviço de inteligência de sua corporação, suspeito de desvio de armas. Como no caso dos ex-paraquedistas que ingressam no tráfico ou nas milícias, conforme O GLOBO noticiou no domingo, os desvios de conduta de militares com cursos especializados no Exército sempre foram o calcanhar de aquiles da instituição.
De acordo com o relatório, em conversas telefônicas gravadas com autorização da Justiça, foi constatada a ligação de Volber com policiais. Devido à rapidez com que o sargento atendia às encomendas de armas de diversos calibres, principalmente pistolas Glock, e miras a laser, ele era bastante procurado.

Exército não abriu inquérito contra sargento
Embora o Exército soubesse das atividade ilícitas do sargento, não foi aberto inquérito policial-militar contra ele, que era apenas monitorado. Volber só estava afastado de sua unidade, o 21º Batalhão Logístico, em Deodoro, quando foi morto, porque pedira licença sem vencimentos, alegando problemas pessoais.
Segundo a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), o sargento Volber morreu, aos 38 anos, no dia 30 de junho deste ano, ao reagir à abordagem de policiais na garagem de um motel, em Jacarepaguá. Com ele, a polícia encontrou duas pistolas Glock, arma preferida dos policiais, e uma mochila repleta de munição. O militar estava sendo investigado pelo Dcod e pela Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae). Ele também era alvo da Polícia Federal.
O documento reservado do Exército informa ainda que, em fevereiro de 2005, o contrabandista negociou miras a laser com policiais do 14º BPM (Bangu) e um inspetor que trabalhava na 34ª DP (Bangu). De acordo com o relatório, as peças foram adquiridas pelo cunhado do militar em Foz do Iguaçu e Cidade do Leste, no Paraguai.
As miras foram enviadas pelo correio, por R$ 430 cada.
Ainda em 2005, em março, uma outra interceptação telefônica, de uma conversa entre Volber e um inspetor chamado Alexandre, lotado na época na delegacia de Bangu, mostrou que os dois planejaram forjar uma apreensão de armas, com a finalidade de “elevar o conceito” que o delegado tinha do policial.
Nos pedidos dos policiais, eles se referiam às armas como “tênis”. Um deles, não identificado, encomendou um “tênis” tamanho 45 — referência a uma pistola Colt calibre 45.

Contrabandista indicava outros vendedores de armas
Quando o assunto era armamento, Volber atendia todos que o procuravam ou indicava colaboradores, como fez com um policial que pediu um prolongador para cano de pistola .40. Nesse caso, ele aconselhou o comprador a procurar um outro armeiro.
O envolvimento de policiais com o sargento seria tão grande que, segundo o relatório, foi ele quem facilitou, em 2005, o acesso do Exército às polícias Civil e Militar do Rio, para a manutenção de armamento das forças de segurança do estado. O contrabandista também estaria envolvido com agiotagem, emprestando dinheiro a policiais e militares.

18 de set. de 2010

Falecimento General De Pessôa – Paraquedista Militar nº 001 do Brasil

O Comando Militar do Leste e a Brigada de Infantaria Pára-quedista informam, com pesar, que por volta das 02:00h de hoje, 17 de setembro, no Hospital do Amparo – Rio de Janeiro, faleceu o paraquedista militar número 1 do Brasil, General de Divisão Roberto de Pessôa, aos 100 anos de idade.

O General De Pessôa foi o pioneiro da atividade paraquedista militar no País, tendo cursado a Escola de Paraquedistas dos Estados Unidos da América, em Fort Benning, em 1944.

O General De Pessòa ficará marcado por toda a eternidade na memória da tropa de elite do nosso Exército por sua coragem, devoção e luta incessante em prol do desenvolvimento da atividade aeroterrestre militar.

O velório será realizado em data a ser definida, no Museu Aeroterrestre, localizado no Centro de Instrução Pára-quedista General Penha Brasil, e ainda não há definição de data e local do sepultamento.

As informações serão atualizadas no site do Comando Militar do Leste e no da Brigada de Infantaria Pára-quedista, www.cml.eb.mil.br www.bdainfpqdt.eb.mil.br,. bem como pelos telefones (21) 2457-1269

General Roberto de Pessôa: o primeiro paraquedista militar brasileiro

Ao longo de seus 100 anos de vida, coragem, determinação e espírito inovador marcaram a história do General-de-Divisão Roberto de Pessôa. Paraibano, nascido em 1910, seu vínculo com o Exército nasceu a partir do sonho de servir à Pátria. Este desejo fez com que ingressasse na Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro, em 1928, tendo sido declarado Aspirante-a-Oficial da arma de Infantaria em dezembro de 1932. A partir daí, a história do militarismo no Brasil teve uma guinada significativa.

Ainda como Aspirante, De Pessôa integrou o 2º Regimento de Infantaria, no Rio de Janeiro, sendo promovido a 2º Tenente em 1933, e a 1 º Tenente em 1934. Devido a sua excelente aptidão física, ainda como 2ª Tenente, realizou o curso da Escola de Educação Física do Exército, também situada no Rio de Janeiro, o que acabou lhe rendendo a atribuição de Oficial de Educação Física da unidade.

Em agosto de 1936, o mundo assistia aos Jogos Olímpicos da Alemanha. E entre os atletas dos 49 países participantes, estava o Tenente De Pessôa. Sua principal missão era importar técnicas de treinamento alemão que produziam atletas de alto nível. Nesta ocasião, ele pode observar o trabalho dos paraquedistas do Terceiro Reich e, então, decidiu que também queria aprender a saltar. Como o curso era exclusivo para os militares alemães, ele não pôde matricular-se. Em contrapartida, lhe foi oferecido um Curso de Planadorismo. Após cursar a Academia de Esportes do Terceiro Reich, De Pessôa voltou ao Brasil e ajudou a desenvolver as práticas de educação física usados até hoje nas Forças Armadas e nas escolas. Este período rendeu-lhe também importantes conhecimentos sobre o paraquedismo.

Em 1940, De Pessôa foi promovido ao posto de Capitão. Os ensinamentos aprendidos na Alemanha continuavam vivos em sua memória e a vontade de tornar-se um paraquedista persistia. Em 1943, foi transferido para Pernambuco com a missão de comandar o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da 7ª Região Militar.

De volta ao Rio de Janeiro, em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, De Pessôa percebeu que lutaria ao lado dos países aliados contra a Alemanha nazista. Então, pediu autorização ao governo brasileiro para treinar com os paraquedistas americanos em Fort Benning, nos EUA. Em outubro de 1944, concluiu o Curso Básico Paraquedista, tornando-se o primeiro paraquedista militar brasileiro, ou o paraquedista número 01. Seu estágio nos EUA lhe rendeu a participação em atividades junto ao contingente Airborne, a 101ª Divisão Aerotransportada, que saltou na Normandia no famoso Dia D, em 1944.

Um ano depois, por força do seu entusiasmo e motivação, percorreu todo o país recrutando voluntários a fim de serem transferidos para o Rio de Janeiro para realizar rigorosos testes de aptidão física com a finalidade de realizar o Curso Básico Paraquedista nos Estados Unidos.

No início dos anos 50, o então Major De Pessôa foi designado para o cargo de Secretário de Segurança Pública e Comandante da Polícia Militar do estado de Pernambuco. Em 1953, foi promovido a Tenente-Coronel e em 1954, assumiu a Subchefia da 3ª Seção da Zona Militar Leste, no Rio de Janeiro e foi oficial de Gabinete do Ministro da Guerra. Promovido a Coronel em 1959, assumiu o Comando do 26º Batalhão de Infantaria, Batalhão Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Em 1966, foi promovido a General-de-Brigada, tendo passado para a reserva no posto de General-de-Divisão.

Roberto de Pessôa, um homem cuja vida foi pautada na coragem, determinação e empenho, em prol do Exército , da atividade aeroterrestre brasileira e do nosso país. Um verdadeiro herói que deixa um grande legado para a nossa nação.

Força Militar: Tempo de 'apagões' nos quartéis

A combinação da ampla oferta de vagas no serviço público civil com os soldos aquém dos salários pagos ao funcionalismo está levando setores das Forças Armadas a temer um ‘apagão militar’. O termo é usado para designar falta estratégica que, no casos dos quartéis, atinge áreas importantes como engenharia. “O descontentamento com a carreira militar é tão grande que há até grupos de estudos dentro dos quartéis visando preparação para concursos. A Bibliex, no Comando Militar do Leste fica cheia de estudantes fardados que com certeza não estão lá lendo os livros sobre batalhas e guerras escritos pelos militares”, preocupado com o ‘apagão’. “Daqui a uns 10 anos o efetivo de capitães, subtenentes e 1º sargentos estará demasiadamente defasado por conta dos pedidos de baixa que ocorrem hoje”. Dados já publicados aqui dão conta que só este ano 133 oficiais deixaram a carreira este ano.

16 de set. de 2010

Quem tutela - Dilma , José Dirceu ou Lula

Lembrar a proximidade de José Dirceu irrita a campanha de Dilma, mas ninguém ousa entrar com um pedido no Tribunal Superior Eleitoral para tirar do ar o comercial do PSDB que alerta que o ex-ministro e deputado cassado, considerado pelo procurador-geral da República o “chefe da quadrilha” do mensalão, voltará ao poder em um eventual governo petista.
Nem Dilma ousou negar essa possibilidade, quando perguntada. Pois Dirceu tratou de deixar bem claro que ele é um dos que mandam nos bastidores da candidatura Dilma, e qual é o projeto que ela representa.
Falando em uma assembleia de sindicalistas na Bahia, ele disse que a vitória de Dilma será a vitória do PT, ressaltando que Lula é muito maior do que o partido.
O raciocínio político de Dirceu como sempre é competente para seus interesses, e interessa a ele esquecer que Dilma só está sendo eleita, provavelmente no primeiro turno, porque por trás dela está Lula, e não o PT.
Interessa a ele, para o exercício de poder dentro do partido, transformar a eleição de uma candidata petista sem tradição partidária, imposta pelo presidente a seus correligionários justamente para não fortalecer nenhum deles, em uma vitória da facção política que comanda.
Ele não esconde que trabalhou na composição dos palanques estaduais para a candidatura Dilma, e que viaja o país como dirigente partidário.
Só esclarece que não se interessa em ter um lugar no futuro governo, para alívio da campanha de Dilma.
Mas Dirceu não esconde que pretende influir na construção do futuro governo Dilma, e já começou a chamar para si a disputa interna com o PMDB.
Delimitar espaços dentro da heterogênea coligação que sustentará o futuro governo, mas sobretudo avisar ao PMDB que será recebido com agrados desse tipo quando colocar seu jogo na mesa para “repartir o pão”, como cunhou o candidato a vice e presidente do PMDB Michel Temer.
Essa divisão dos cargos será a parte mais delicada de toda a operação que o presidente Lula montou, e já é possível prever que até mesmo a proeminência de Lula será colocada em xeque.
Ao classificar a vitória de Dilma como “do partido”, e por isso muito mais importante do que a de Lula, Dirceu mandou um recado direto para a provável futura presidenta: o projeto é petista, não é lulista nem de Dilma.
Acontece que Lula já anunciou que pretende continuar atuando na política partidária, e pelo apetite com que se atira na campanha presidencial, está considerando sim esta uma terceira eleição consecutiva, com todos os direitos de que se julga detentor.
Já havia a desconfiança de que não será difícil a ele tentar comandar a presidente puxando os cordéis, mas agora a disputa parece se desviará para dentro do partido, que Lula domina por ser o presidente popular que é.
Mas fora do poder, terá o mesmo respeito, e a mesma capacidade de atuação política que tem hoje? Dirceu sinaliza que não, antes mesmo que Lula comece a receber o café frio no Palácio do Planalto. Se esta eleição é mais importante que a de Lula por representar o projeto do partido, então o partido, e não Lula, decidirá ao lado de Dilma.
Vemos então que a provável futura presidenta já tem dois a quererem tutelála.
Falta ainda o PMDB, que se prepara para ganhar corpo e disputar palmo a palmo os espaços do governo com o PT.
Dirceu trata de desqualificar os parceiros mais importantes para que não venham com a boca muito aberta para a divisão do butim do Estado.
Mas o PMDB tem planos mais ambiciosos que a mera “repartição do pão”. Quer opinar sobre os rumos do governo, quer se colocar como o defensor dos valores democráticos em um governo que, como avisa Dirceu, será mais do PT do que de Lula ou Dilma.
É previsível que essa declaração de força de Dirceu vá parar na campanha do tucano José Serra, que já tem musiquinha e tudo alertando para o perigo que seria um governo do PT sem Lula para controlar os petistas.
E na fala de Dirceu aos sindicalistas já apareceu um dos temas que serão razão de disputa no Congresso, o tal controle social dos meios de comunicação.
Ao criticar os jornais e televisões, ele diz que seus comandos já estão querendo decidir quem participará de um futuro governo Dilma, e que seu primeiro ano será de luta contra os meios de comunicação.
Essa é outra disputa particular de Dirceu, agora com seu ex-colega de ministério Antônio Palocci.
O ex-ministro da Fazenda foi colocado na campanha de Dilma por Lula, para que orientasse a candidata especialmente sobre economia.
Sua presença em cargo importante no governo, como a chefia do Gabinete Civil, como Lula quer, seria uma indicação de que ele daria o compasso do novo governo.
Essa hipótese ganhou força com o novo escândalo que estourou no Gabinete Civil, com o filho da ministra Erenice Guerra admitindo que fez uma “consultoria” para uma firma que negociava com órgão do governo.
Aliás, foi essa a explicação esdrúxula que foi aceita pelo presidente Lula e os ministros que compõem o núcleo político do governo, o que só torna mais escandaloso ainda o caso.
Não deveria ser preciso uma Comissão de Ética para identificar essa “consultoria” como uma falta gravíssima contra a ética pública.
Mas, voltando ao ministério de Dilma, com a provável inviabilização política da permanência de Erenice no Gabinete Civil como Dilma queria, a possibilidade de Palocci vir a ocupá-lo aumenta.
A não ser que a futura presidenta resolva peitar logo de cara o presidente Lula.

15 de set. de 2010

Passagem de Cargo Ch EM CML


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O Comandante Militar do Leste, General-de-Exército Adriano Pereira Junior, tem a honra de convidar VExa / VSa e família para a solenidade de Passagem do Cargo de Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste do General-de-Brigada Roberto Severo Ramos ao General-de-Brigada Geraldo Antonio Miotto.

Data: 23 de setembro de 2010 (quinta-feira)

Horário: 1700 horas

Local: Salão de Honra do Comando Militar do Leste (Palácio Duque de Caxias, 9º andar)

Uniforme/Traje:

- Militares: 3º D1

- Demais Forças: o correspondente

- Militares da Reserva e Civis: Passeio completo

14 de set. de 2010

Brasil vai assinar acordo de defesa com Reino Unido, diz jornal

LONDRES - A Grã-Bretanha e o Brasil assinarão um acordo na área de defesa que o governo do Reino Unido espera que abra caminho para um contrato bilionário de fornecimento de navios para a Marinha brasileira, publicou o jornalFinancial Times, nesta terça-feira.
O acordo com a BAE, que pode envolver 6 navios-patrulha e 5 a 6 fragatas Type-26, pode chegar a 2,9 bilhões de libras (US$ 4,5 bilhões) se as embarcações forem construídas no Reino Unido, disse o jornal.
O FT publicou que os seis navios-patrulha, custando entre 60 milhões a 80 milhões de libras cada, devem ser usados para vigilância e dissuasão na região dos campos de petróleo no litoral brasileiro, assim como em operações de segurança e de busca e resgate.
O maior prêmio para a BAE, maior fornecedora de produtos bélicos da Europa, seria um contrato para manutenção e atualização dos navios nas próximas duas ou três décadas, segundo o FT.
As empresas britânicas de produtos militares têm enfrentado cortes em um momento que o governo de coalizão do país revisa seu orçamento para a área. Os detalhes sobre essa revisão devem ser anunciados em 20 de outubro.

13 de set. de 2010

Petrobras pode aumentar capital em até R$ 150 bilhões com oferta de ações

O governo autorizou a Petrobras, por meio de decreto, a aumentar seu capital social em até R$ 150 bilhões. Segundo o texto publicado nesta segunda-feira no "Diário Oficial da União", o aumento do capital poderá ser feito até o limite de 5,6 bilhões de novas ações.
No anúncio da capitalização, na semana passada, os valores previstos eram um pouco abaixo porque foram estruturados desta forma pela empresa. Portanto, embora o limite seja de R$ 150 bilhões, a capitalização pode somar o limite dos R$ 127,4 bilhões previstos na semana passada. O decreto de hoje também formaliza o limite máximo de 5,6 bilhões de ações ofertadas, sendo 3,2 bilhões de ações ordinárias (PETR3-ON) e 2,4 bilhões de ações preferenciais (PETR4-PN). No anúncio da capitalização, a empresa havia informado que a oferta de ações neste modelo de capitalização deve chegar, no máximo, a 4,3 bilhões, sendo 2,5 bilhões de novos papéis ordinários e 1,8 bilhão de novas ações preferenciais, segundo comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A capitalização é uma forma de garantir dinheiro no caixa da estatal sem precisar recorrer a empréstimos.
PROCESSO
Maior oferta de ações em curso no mundo, a capitalização da Petrobras ocorrerá em duas etapas, que acontecerão simultaneamente. Na primeira, 80% dos novos papéis vão direto para os atuais acionistas, que terão prioridade de compra.
Os 20% restantes serão oferecidos aos demais interessados, sejam eles brasileiros, sejam estrangeiros. Desse lote, os investidores pessoa física ficarão com 10% a 20% das ações. Os funcionários da estatal têm direito de levar até 50% da oferta do varejo, mas não poderão vender os papéis por 365 dias.
O preço das ações na oferta será fechado no dia 23, e os novos papéis começam a ser negociados no dia 24 na Bolsa de Nova York. No Brasil, a estreia será no dia 27. O dinheiro arrecadado entra no caixa da Petrobras já no dia 29 deste mês, com folga de um dia da data máxima estipulada pelo governo.
A Petrobras vai promover a capitalização --aporte de recursos de acionistas ou de investidores-- para pagar por até 5 bilhões de barris em reservas que a União lhe cederá e levantar dinheiro para novos investimentos.
As ações serão nominativas e o coordenador líder da oferta será o Bradesco BBI.
RECORDE
Com esse valor estimado, a oferta da Petrobras deve ser, de longe, a maior da história, deixando em segundo lugar a operação da Nippon Telegraph and Telephone, do Japão, que levantou US$ 36,8 bilhões em 1987.
O terceiro lugar entre as grandes ofertas mundiais de ações fica com o banco britânico RBS, que realizou capitalização de US$ 24,4 bilhões em 2008.

Lula cita prisão de governador do AP e diz que todo ‘bandido’ é preso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou nesta segunda-feira (13), em Criciúma (SC), a prisão do governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), investigado por supostamente liderar uma quadrilha que desviava recursos estaduais e da União. Ao comentar o combate à corrupção, Lula disse que “bandido” só não é preso no Brasil “se não for bandido”.
“Quando tem roubo a gente pega. Vocês viram o que aconteceu no Amapá. Só tem um jeito de um bandido não ser preso nesse País, é não ser bandido. Porque se for bandido e a gente descobrir, a gente pega”, disse.
O presidente afirmou que antigamente denúncias de corrupção não eram investigadas como no atual governo. “Houve um tempo que não era assim. Houve um tempo que era mais fácil levantar o tapete e jogar para baixo. Agora não.”
Lula participou no início da tarde desta segunda-feira de entrega de trechos da BR-101/SC, lançamento do edital do túnel do Morro do Formigão e da assinatura do contrato do projeto da via expressa de Florianópolis.
Operação Mãos LimpasO governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), o presidente do Tribunal de Contas do Amapá, José Júlio de Miranda Coelho, o ex-governador do estado Walder Goés e a mulher dele, Marília Goés, foram presos nesta sexta (10) com outras 14 pessoas durante a Operação Mãos Limpas.
Foram mobilizados 600 policiais federais para cumprir 18 mandados de prisão temporária, 87 mandados de condução coercitiva e 94 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a PF, estão envolvidos no esquema servidores públicos, políticos e empresários.
As apurações da Polícia Federal revelaram indícios de um esquema de desvio de recursos da União que eram repassados à Secretaria de Educação do Estado do Amapá, provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).
Durante a operação da PF foram apreendidos R$ 1 milhão, cinco carros de luxo e quatro armas. Os 18 presos foram transferidos para Brasília. O governador e o presidente do TCE estão na Superintendência da PF, enquanto os outros 16 presos estão em duas penitenciárias da cidade.

10 de set. de 2010

Anistiados: governo não quer revisão de valores


BRASÍLIA. O governo recorreu ao Tribunal de Contas da União (TCU), pedindo a revogação da decisão do próprio tribunal que autorizou a revisão do valor das indenizações pagas aos anistiados políticos. A Advocacia Geral da União (AGU) e a Comissão de Anistia argumentam que o TCU não tem competência para reanalisar esses valores e que, ao contrário do que concluiu o tribunal, a mensalidade paga não tem caráter previdenciário, mas de reparação de danos.
Por cinco a três, o TCU acatou, em agosto, a representação do procurador Marinus Marsico, e determinou ao Ministério da Justiça a revisão dos processos.
Para Marsico, a prestação paga ao anistiado se assemelha a uma pensão e, por usar dinheiro da União, precisa passar pelo crivo do tribunal. Ao todo, 9.371 processos, totalizando indenizações de R$ 4 bilhões, podem ser revistos.
Para o governo, os anistiados, por terem sido atingidos por atos de exceção da ditadura, comprometendo seus empregos, são beneficiados por um regime próprio. “Lesão gera indenização.
(...) É devolver ao cidadão o que lhe pertencia e foi-lhe subtraído arbitrariamente”, argumenta o governo.

CARREIRA DAS ARMAS...

Publicado em “A RAZÃO”, Santa Maria/RS, em 9 de setembro de 2010

CARREIRA DAS ARMAS...

TEU FILHO PODE SE ENTUSIASMAR

Suspeito para falar, de família já tradicional no Exército: pai, irmão, filho, sobrinho, todos passamos pelas Agulhas Negras, quem sabe, ainda verei a quarta geração ultrapassando o portal monumental da “nossa” Academia Militar? Sim porque, muito mais do que minha, ela pertence a todos nós brasileiros. Prezado cidadão civil, a mensagem é para você que pode um dia se surpreender com um vocacionado no seio familiar.

Se quiser dissuadi-lo, não faça por menos, comece falando que ela não enriquece ninguém, que não comporta o direito de greve, que ela requer dedicação integral, que vai levá-lo para longe de casa, podendo mesmo, pelo juramento que terá de fazer, exigir dele o sacrifício da própria vida. Alerte, sem meias palavras: que seus companheiros de bancos escolares, os futuros médicos, engenheiros, advogados, a maioria deles vai comprar um apartamento, um carro de presença bem mais cedo que ele; que não terá hora para sair ou para chegar; que não terá uma vizinhança permanente e que seus filhos sempre estarão sentindo saudade dos amigos que deixaram por força de suas transferências.

Entretanto, se deseja deixar que as coisas corram naturalmente, gostaria de lhe dizer que, apesar de todas essas vicissitudes, amo a profissão e a recomendo para seu filho. Dirão que sou cabotino, no mínimo corporativista! Meu caro paisano, irmão no esforço diuturno que fazemos em prol deste nosso País, permita-me chamá-lo assim, creia, eu teria muitos motivos para me congratular com seu guri e quero dizer a ele: que soldado vem do termo “soldo” e que este, embora sempre defasado, jamais deixará de lhe ser pago no fim do mês; que morar longe dos parentes vai lhe forjar um coração mais brasileiro, pois, a cada transferência, vai sentir que deixou um pouco de si nas diversas guarnições espalhadas pelos estados do seu País; que empenhar sua vida pela Pátria faz dele um diferenciado, visto que honra, integridade e instituições são valores transcendentais dos quais a nação não pode abdicar, cabendo ao soldado, ao marinheiro e ao aviador o privilégio de defendê-los em todas as instâncias.

Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Coronel de Infantaria e Estado-Maior

7 de set. de 2010

EXÉRCITO FORMA AS PRIMEIRAS GUERREIRAS DE SELVA DO BRASIL

Curso de Operações na Selva teve duração de oito semanas e reuniu 47 militares

Primeiras guerreiras de selva do Brasil

As 3º Sargentos Xavier e Lidiana foram diplomadas como guerreiras pelo CIGS

Após formar mais de 4.937 militares do sexo masculino, o Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs) diplomou nesta 5ª feira (2), em solenidade militar, as primeiras guerreiras de selva das Forças Armadas brasileiras.

Com outros 45 militares, as 3º sargentos do serviço de saúde, Lidiana Reinaldo Jiló da Costa e Elisângela Ferreira Xavier, participaram dos cursos de Guerra na Selva nas categorias A, D, E e F.

De acordo com o comando do CIGS, as duas concluíram com aproveitamento um dos cursos mais difíceis do Exército Brasileiro. Além de conhecimentos inerentes aos guerreiros de selva, elas também obtiveram capacitação de Assistência Hospitalar.

O Curso de Operações na Selva teve duração de oito semanas, das quais mais da metade com atividades de treinamento no campo de instrução do CIGS, em zona de mata fechada, a 70 quilômetros de Manaus.

5 de set. de 2010

MASCOTE dos 5o. Jogos Mundiais Militares do CISM

Caros amigos:

Aproveitamos a oportunidade para encaminhar a todos o link de apresentação da Mascote dos 5o. Jogos Mundiais Militares do CISM.
No portal www.rio2011.mil.br , há maiores informações e a possibilidade de VOTAR na escolha do nome da Mascote.
Contamos a sua participação, solicitando a gentileza de repassar esta mensagem para a sua lista de amigos.
Megid

4 de set. de 2010

Werktrein in Overpelt.wmv



Interessante vídeo, que mostra máquinas que praticametne "constroem" quase que sozinhas a própria ferrovia do trem que as transporta e propulsiona...

Imagine se tivéssemos esse tipo de tecnologia aqui no país.

Um país do tamanho do Brasil, dependente de transporte, feito hoje quase que exclusivametne por rodovias e que não aumenta sua malha ferroviária, pode prosperar?

Se uma máquina dessas fosse utilizada em cada estado, imagine o potencial de crescimento a curto e médio prazo... + empregos...fretes mais baratos...!!!

3 de set. de 2010

Censo 2010



1 de set. de 2010

SPONHOLZ - JORNAL DA MANHÃ

Governo quer formandos no serviço militar



BRASÍLIA. O governo conseguiu aprovar ontem, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, um projeto que praticamente torna obrigatória a prestação de serviço militar de formandos em medicina, veterinária, farmácia e odontologia. Estes estudantes, que foram dispensados das Forças Armadas quando completaram 18 anos, servirão nas regiões mais pobres e distantes, como interior da Amazônia. Outra proposta, também aprovada, concede um bônus para os recémformados nessas quatro áreas que decidirem fazer estágios em regiões inóspitas. Os dois textos seguem para a sanção do presidente Lula.
A legislação que trata do serviço militar hoje é ambígua sobre convocação dos dispensados.