O Comando Militar do Leste e a Brigada de Infantaria Pára-quedista informam, com pesar, que por volta das 02:00h de hoje, 17 de setembro, no Hospital do Amparo – Rio de Janeiro, faleceu o paraquedista militar número 1 do Brasil, General de Divisão Roberto de Pessôa, aos 100 anos de idade.
O General De Pessôa foi o pioneiro da atividade paraquedista militar no País, tendo cursado a Escola de Paraquedistas dos Estados Unidos da América, em Fort Benning, em 1944.
O General De Pessòa ficará marcado por toda a eternidade na memória da tropa de elite do nosso Exército por sua coragem, devoção e luta incessante em prol do desenvolvimento da atividade aeroterrestre militar.
O velório será realizado em data a ser definida, no Museu Aeroterrestre, localizado no Centro de Instrução Pára-quedista General Penha Brasil, e ainda não há definição de data e local do sepultamento.
As informações serão atualizadas no site do Comando Militar do Leste e no da Brigada de Infantaria Pára-quedista, www.cml.eb.mil.br www.bdainfpqdt.eb.mil.br,. bem como pelos telefones (21) 2457-1269
General Roberto de Pessôa: o primeiro paraquedista militar brasileiro
Ao longo de seus 100 anos de vida, coragem, determinação e espírito inovador marcaram a história do General-de-Divisão Roberto de Pessôa. Paraibano, nascido em 1910, seu vínculo com o Exército nasceu a partir do sonho de servir à Pátria. Este desejo fez com que ingressasse na Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro, em 1928, tendo sido declarado Aspirante-a-Oficial da arma de Infantaria em dezembro de 1932. A partir daí, a história do militarismo no Brasil teve uma guinada significativa.
Ainda como Aspirante, De Pessôa integrou o 2º Regimento de Infantaria, no Rio de Janeiro, sendo promovido a 2º Tenente em 1933, e a 1 º Tenente em 1934. Devido a sua excelente aptidão física, ainda como 2ª Tenente, realizou o curso da Escola de Educação Física do Exército, também situada no Rio de Janeiro, o que acabou lhe rendendo a atribuição de Oficial de Educação Física da unidade.
Em agosto de 1936, o mundo assistia aos Jogos Olímpicos da Alemanha. E entre os atletas dos 49 países participantes, estava o Tenente De Pessôa. Sua principal missão era importar técnicas de treinamento alemão que produziam atletas de alto nível. Nesta ocasião, ele pode observar o trabalho dos paraquedistas do Terceiro Reich e, então, decidiu que também queria aprender a saltar. Como o curso era exclusivo para os militares alemães, ele não pôde matricular-se. Em contrapartida, lhe foi oferecido um Curso de Planadorismo. Após cursar a Academia de Esportes do Terceiro Reich, De Pessôa voltou ao Brasil e ajudou a desenvolver as práticas de educação física usados até hoje nas Forças Armadas e nas escolas. Este período rendeu-lhe também importantes conhecimentos sobre o paraquedismo.
Em 1940, De Pessôa foi promovido ao posto de Capitão. Os ensinamentos aprendidos na Alemanha continuavam vivos em sua memória e a vontade de tornar-se um paraquedista persistia. Em 1943, foi transferido para Pernambuco com a missão de comandar o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da 7ª Região Militar.
De volta ao Rio de Janeiro, em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, De Pessôa percebeu que lutaria ao lado dos países aliados contra a Alemanha nazista. Então, pediu autorização ao governo brasileiro para treinar com os paraquedistas americanos em Fort Benning, nos EUA. Em outubro de 1944, concluiu o Curso Básico Paraquedista, tornando-se o primeiro paraquedista militar brasileiro, ou o paraquedista número 01. Seu estágio nos EUA lhe rendeu a participação em atividades junto ao contingente Airborne, a 101ª Divisão Aerotransportada, que saltou na Normandia no famoso Dia D, em 1944.
Um ano depois, por força do seu entusiasmo e motivação, percorreu todo o país recrutando voluntários a fim de serem transferidos para o Rio de Janeiro para realizar rigorosos testes de aptidão física com a finalidade de realizar o Curso Básico Paraquedista nos Estados Unidos.
No início dos anos 50, o então Major De Pessôa foi designado para o cargo de Secretário de Segurança Pública e Comandante da Polícia Militar do estado de Pernambuco. Em 1953, foi promovido a Tenente-Coronel e em 1954, assumiu a Subchefia da 3ª Seção da Zona Militar Leste, no Rio de Janeiro e foi oficial de Gabinete do Ministro da Guerra. Promovido a Coronel em 1959, assumiu o Comando do 26º Batalhão de Infantaria, Batalhão Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Em 1966, foi promovido a General-de-Brigada, tendo passado para a reserva no posto de General-de-Divisão.
Roberto de Pessôa, um homem cuja vida foi pautada na coragem, determinação e empenho, em prol do Exército , da atividade aeroterrestre brasileira e do nosso país. Um verdadeiro herói que deixa um grande legado para a nossa nação.
Um comentário:
Considerando a história de Deus, Adão e Eva, se o Senhor Deus tivesse colocado o fruto proibido fora do alcance de Adão e Eva, eles não teriam comido fruto, não perdendo a vida eterna.
Se Deus tivesse feito cada pessoa de um boneco de barro diferente e um paraíso para cada pessoa, não haveriam motivos para haver guerras, mas se mesmo assim, as pessoas quisessem guerrear por esporte, as pessoas não morreriam.
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