28 de jun. de 2019

Se houver ‘culpabilidade’, ministro pode ser substituído, afirma Mourão

Se houver ‘culpabilidade’, ministro pode ser substituído, afirma Mourão
(Arquivo) O vice-presidente Hamilton Mourão - AFP/Arquivos
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, foi taxativo, na tarde desta quinta-feira, 27, ao afirmar que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, poderá deixar o cargo, caso as investigações da Polícia Federal comprovem a participação dele no esquema envolvendo candidaturas de laranjas do PSL em Minas Gerais. Nesta quinta, o assessor especial do ministro, Mateus Von Rondon, foi preso em Brasília. Contudo, Mourão pediu cautela para que Álvaro Antônio não seja linchado antes do “desenlace da investigação”.
“Óbvio que se houver alguma culpabilidade dele neste processo, o presidente não vai ter nenhuma dúvida em substituí-lo. Mas vamos lembrar que sempre que a gente colocar a culpabilidade na frente dos acontecimentos as coisas não funcionam corretamente. Então, não vamos linchar a pessoa antes de todos os dados serem esclarecidos”, afirmou.
Em Porto Alegre, Mourão participou da posse da nova presidência do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). Após cerimônia, ele reforçou que o caso envolvendo a prisão de laranjas do PSL não trará reflexos na articulação do Palácio do Planalto com o Congresso em meio às discussões sobre a reforma da Previdência. “Eu julgo que não até porque ele não é nenhum encarregado da articulação política”, mencionou o general. Ainda sobre o episódio, o presidente em exercício reforçou que o caso será examinado internamente após retorno de Jair Bolsonaro do Japão.
Hamilton Mourão também comentou os resultados negativos apontados contra o governo após divulgação da pesquisa Ibope nesta quinta-feira. “Toda vez que você está no Executivo, com uma série de reformas para tocar frente e enfrentando uma situação difícil, principalmente na questão econômica, é óbvio que é normal esta queda na popularidade e da avaliação do governo”, admitiu.
O estudo feito pelo Ibope e divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que a avaliação positiva (ótimo e bom) de Bolsonaro passou de 35% em abril para 32% em junho, mostrando uma tendência de queda. Além disso, a avaliação negativa (ruim e péssimo), por sua vez, subiu de 27% para 32% no mesmo período.
Já sobre o documento divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o impacto das mudanças climáticas, que considerou o presidente Bolsonaro um “fracasso”, Mourão rebateu. “Na minha visão pessoal, a ONU está se perdendo ao logo do tempo e em determinadas discussões. O presidente Bolsonaro é um líder reconhecido aqui dentro do nosso país”, considerou.
Por fim, Mourão ainda reforçou que o episódio envolvendo a prisão de um militar com 39 quilos de cocaína em um avião da FAB, na Espanha, não arranha em nada a imagem do governo perante a população. “Este episódio é lamentável e fica muito claro que aquela tripulação não tem nada a ver com a tripulação do presidente da República”, pontuou.
Por sua vez, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, também participou da cerimônia, mas preferiu deixar o TRF-4 em silêncio, sem atender a imprensa.

26 de jun. de 2019

Bolsonaro revoga decreto de armas

Crédito: Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro revogou nesta terça-feira, 25, o decreto de armas e publicará, em edição extra do Diário Oficial, novos atos sobre o tema. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que o governo compreendeu que o melhor caminho é encaminhar um projeto de lei sobre a flexibilização do porte e da posse de armas.
Mais cedo, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, havia afirmado que Bolsonaro não iria revogar o decreto de armas contestado no Congresso nem colocaria “empecilho” para que os parlamentares votem a questão.
“O governo não revogará, não colocará nenhum empecilho para que a votação ocorra no Congresso Nacional”, disse, ao ser questionado sobre a possibilidade de o texto ser revogado para que fosse editado um outro decreto específico para colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs).
Nesta segunda, 24, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a Câmara votaria nesta semana o projeto de decreto legislativo que derrubaria os decretos de posse e porte de armas editados por Bolsonaro. De acordo com Maia, os deputados seguiriam a mesma decisão do Senado e aprovaria a derrubada.

25 de jun. de 2019

Trump anuncia ‘sanções incisivas’ contra líder supremo e dirigentes do Irã

Trump anuncia ‘sanções incisivas’ contra líder supremo e dirigentes do Irã 
Donald Trump mostra sua assinatura no documento que determina as novas sanções contra o Irã - AFP
O presidente Donald Trump ordenou nesta segunda-feira sanções financeiras “incisivas” contra o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, acusando de ser o “responsável em última instância” pelas atividades desestabilizadoras da República Islâmica.
“Continuaremos a aumentar a pressão sobre Teerã”, disse Trump ao assinar o texto de sanções no Salão Oval.
“As sanções contidas neste decreto impedirão que o líder supremo, sua equipe e outras pessoas próximas a ele tenham acesso a recursos financeiros essenciais”, disse Trump.
“Os ativos do aiatolá Ali Khamenei e sua equipe não serão poupados das sanções”, disse ele.
“Nunca o Irã poderá ter uma arma nuclear”, afirmou.
“Não pedimos por conflitos”, disse ainda, acrescentando que, dependendo da resposta do Irã, as sanções podem terminar amanhã – ou “também podem durar anos”.
Além disso, os Estados Unidos também imporão sanções contra o chanceler iraniano, Mohamed Javad Zarif, enquanto congelarão “bilhões de dólares” em mais ativos do país, anunciou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Washington incluirá Zarif na lista de sanções econômicas “nesta semana”, durante a qual ele também apresentará o nome de oito comandantes da Guarda Revolucionária do país, o corpo militar ideológico do regime, que também serão incluídos na medida.
Trump cumpre assim a promessa feita durante o final de semana.
Durante a manhã, Trump afirmou que as exigências de seu país ao Irã eram “muito simples”: Teerã deve dizer “não às armas nucleares e não ao apoio ao terrorismo”.
Mesmo antes de tomar conhecimento da natureza das novas medidas americanas, o Irã minimizou o impacto das novas sanções prometidas, estimando que os Estados Unidos já fizeram tudo o que é possível para punir a república islâmica economicamente.

18 de jun. de 2019

Bolsonaro sanciona 100% de capital estrangeiro e veta bagagem gratuita

Bolsonaro sanciona 100% de capital estrangeiro e veta bagagem gratuita
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vetou a gratuidade das bagagens em voos domésticos ao sancionar a medida provisória que abre 100% do capital para as aéreas estrangeiras. As informações são do UOL.
Na sexta (14), ele disse que avaliava sancionar na íntegra a medida provisória que abre capital para as estrangeiras. Para solucionar a questão de gratuidade das bagagens, o presidente disse que considerava a possibilidade de editar uma nova MP para permitir que as empresas de baixo custo pudessem cobrar de seus passageiros.
A medida provisória que abre 100% do setor aéreo ao capital estrangeiro foi apresentada pelo governo de Michel Temer e aprovada pelo Congresso em maio.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) encaminhou uma recomendação à Casa Civil da Presidência para que a gratuidade fosse vetada. As empresas aéreas no Brasil estavam autorizadas a cobrar pela bagagem despachada desde dezembro de 2016, quando a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) editou uma resolução sobre o tema. Desde então, os passageiros podem levar sem pagar apenas 10 kg em bagagem de mão nas rotas nacionais.
A MP das aéreas estabeleceu que a franquia mínima de bagagem despachada deve ser de 23 kg para as aeronaves com mais de 31 assentos. Para os aviões menores, a franquia será de 18 kg (até 31 assentos) e de 10 kg (até 20 lugares).

17 de jun. de 2019

Caciques ainda dominam o Senado

A nova política venceu com a eleição de Davi Alcolumbre para presidir o Senado, mas velhas raposas insistem em manter o seu poder com indicações políticas

Crédito: Divulgação
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi eleito para o cargo sob o mantra da nova política. Em seu discurso de vitória, em fevereiro, prometeu evitar o revanchismo e disse que iria priorizar as vozes das ruas em detrimento dos clássicos conchavos das elites partidárias. Obviamente que, em política, é preciso relativizar certas promessas. Não que o presidente do Senado tenha sucumbido à velha política, mas velhos caciques ainda conseguem ter seu poder de influência na Casa, mostrando que Davi ainda precisará de muito trabalho para conseguir vencer os Golias que estão incrustados no parlamento e, assim, cumprir o clamor das ruas. Senadores e ex-senadores, derrotados por ele, mantêm-se poderosos no Senado, por meio de assessores que conseguiram nomear para cargos estratégicos.
Davi Alcolumbre ainda tenta mudar práticas antigas, mas precisará de muito trabalho  para vencer o poder paralelo na Casa
Talvez o maior exemplo desse poder paralelo venha justamente daquele que foi o principal adversário de Davi na disputa pela presidência do Senado: Renan Calheiros (MDB-AL). No final de março, Alcolumbre começou uma série de demissões no Senado para limpá-lo da velha política. Foram cerca de 150 exonerações que atingiram em cheio velhos caciques como o próprio Renan, o senador Jáder Barbalho (MDB-PA), o ex-presidente José Sarney (MDB-AP) e o ex-presidente do Senado, Eunício de Oliveira (MDB-CE).
Uma das pessoas exoneradas na época foi Paula Meschesi de Oliveira Souza, que é mãe de um neto do senador Renan Calheiros. Ela trabalhava como assessora parlamentar do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), com salário de aproximadamente R$ 23 mil. Era, sem dúvida alguma, um dos maiores rendimentos do Senado. Oficialmente, Paula passou um mês desempregada. Graças a Renan, ela voltou a trabalhar no próprio ILB, em um cargo um pouco inferior ao que tinha. Para não fazer muito alarde, agora Paula recebe salário de R$ 13,3 mil.
Já o ex-presidente do Senado Eunício de Oliveira (MDB-CE) também tem demonstrado sua força, apesar de não estar mais na Casa. No final de abril, Eunício conseguiu remanejar seis aliados políticos da Diretoria-Geral para a Secretaria-Geral da Mesa. Foram cinco auxiliares parlamentares e um assistente parlamentar. Com a transferência, eles ficaram sob o guarda-chuva de aliados de Renan no Senado.
Poderosos
Sarney também conseguiu fazer um movimento parecido de proteção aos seus aliados. Ex-senador, ele ainda é poderoso no Senado. Igualmente conseguiu manter no cargo, na Secretaria-Geral da Mesa, Tânia Fusco, que exerce função como assistente parlamentar intermediário. Ela também ficou no Senado sob o guarda-chuva de Renan, que continua mostrando seu poder paralelo.
Uma outra jogada dos caciques foi feita pelo senador Jáder Barbalho (MDB-PA). Ele tinha uma aliada no Senado, Iara Jonas, ocupando o posto de assessora parlamentar na Presidência da Casa. Iara foi exonerada por Alcolumbre e Jáder foi obrigado a abrigá-la como assessora parlamentar no seu próprio gabinete, com salário de R$ 22,9 mil. Essa servidora ficou conhecida em 2016 ao ser citada por um delator da Lava Jato, Felipe Rocha Parente, como uma das pessoas que ajudavam no processo de distribuição de propinas obtidas por meio de contratos da Transpetro junto à cúpula do MDB.
Como se vê nestes casos, é fato que o presidente do Senado ainda tenta mudar algumas coisas, mas velhas raposas têm seus métodos para refazer antigos esquemas promíscuos que garantem apaniguados em cargos-chave no parlamento. Eles dançam conforme a música.

14 de jun. de 2019

Após depor na polícia, Neymar diz que está muito tranquilo

Crédito: Nelson Almeida/AFP
O jogador Neymar deixou a 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, na zona sul da capital paulista, na noite desta quinta-feira (13), depois de depor durante cerca de três horas. Ele é acusado de agressão e estupro pela modelo Najila Trindade Mendes de Souza no mês passado, durante encontro em Paris.
Depois de depor, o jogador permaneceu na delegacia para a leitura do documento que fará parte do inquérito policial. Quem preside o inquérito, que corre em segredo de Justiça, é a delegada Juliana Bussacos.
Neymar deixou a delegacia por volta das 20h15 e agradeceu o apoio e as mensagens que está recebendo, além de dizer que está muito tranquilo.
“A verdade aparece, cedo ou tarde. O único desejo que eu tenho agora é que esse caso acabe o mais rápido possível”, afirmou Neymar, ao deixar a delegacia.

12 de jun. de 2019

Governadores apresentam condições para apoiar reforma da Previdência

Crédito: José Cruz/ Agência Brasil
5ª Reunião do Fórum de Governadores (Crédito: José Cruz/ Agência Brasil)
Os 25 chefes de governos estaduais que participaram da 5ª Reunião do Fórum de Governadores condicionaram o apoio à reforma da Previdência à exclusão, no texto final da matéria, dos pontos relativos a previdência rural, Benefício de Prestação Continuada, desconstituicionalização, e relativo à criação de um regime de capitalização do benefício.
Alguns governadores disseram que o apoio dependerá, ainda, da inclusão de pontos relativos à redução, de 60 para 55 anos, da idade mínima para a aposentadoria de professoras, e a eliminação de alguns privilégios dado a policiais militares.
Na avaliação do governador de São Paulo, João Doria, a reunião foi positiva. Ele disse que houve “gestos de boa vontade e entendimento” por parte do relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). “O relator se mostrou sensível aos pontos apresentados pelos governadores, que se manifestarão favoravelmente [à reforma] caso esses pontos sejam analisados e incorporados pelo relator no texto final”, disse Dória referindo-se às propostas apresentadas no sentido de excluir pontos do texto relativos a previdência rural, Benefício de Prestação Continuada (BPC), capitalização e constitucionalização.
Dória reforçou que a manutenção de estados e municípios é ponto de consenso entre os governadores. “Não houve nenhuma manifestação contrária à inclusão [desses entes federativos], mas não basta dizer ser favorável se não transformarmos isso em votos nas bancadas”, disse o governador paulista ao informar que será proposto em seu partido, o PSDB, o fechamento de questão a favor da aprovação da reforma.
“Teve também a inclusão de dois outros pontos relacionados às polícias militares e ao magistério, com destaque ao tema da idade das mulheres professoras [que estão na ativa]”.Segudno Doria, “houve também sensibilidade do relator para analisar esses temas”.
De acordo com o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, a ideia é ter transição para as professoras que já tem alguns requisitos da aposentaria formulados, reduzindo de 60 para 55 anos a idade mínima delas [professoras], “que são a maioria que estão nas salas de aulas”.
Com relação à aposentadoria de policiais militares, Ibaneis disse que a proposta dos governadores é a de “eliminar privilégios”. “Hoje temos policiais militares se aposentando com 45 anos, o que torna [a previdência] inviável, porque pagamos muito mais a aposentados e pensionistas do que para quem está na ativa”.
O governador do DF disse que mesmo que haja uma transição, a ideia é aumentar a idade para a aposentadoria de policiais militares, agentes penitenciários e Corpo de Bombeiros militar. Durante a reunião, alguns governadores sugeriram uma espécie de “válvula de escape”, para o caso daqueles que não queiram adotar as regras relativas a essas três categorias. “Dessa forma, seria possível ao governador do estado encaminhar, à assembleia legislativa, um projeto pedindo a retirada da proposta”.
“Essas questões são importantes para todos os estados, porque se não tiver o benefício continuado nós teremos pobres em todo local o país. Quem vai cuidar dessas pessoas são estados e municípios. Não adianta fazer uma reforma que não tenha efeito na previdência dos estados”, acrescentou ao reforçar a proposta de incluir estados e municípios na redação final da proposta.
Os governadores agora vão aguardar a reunião de bancadas, a proposta de relator e o encaminhamento para que confirmar que as sugestões por eles apresentadas serão consolidadas pelo relator da matéria.

Oposição

O governador do Piauí, Wellingon Dias (PT), também avaliou positivamente a reunião, e antecipou que acredita no apoio de parlamentares de seu partido, caso todos os pontos defendidos pelos governadores sejam acatados pelo relator. “Meu partido e outros partidos têm uma posição de que o Brasil precisa encontrar uma regra que dê equilíbrio à previdência. Temos de trabalhar tendo consciência de que não estamos começando do zero”.
O governador exlicou que o encontro de hoje foi diferente de outros porque teve avanços. “Hoje conseguimos retirar o bode da sala”, disse. “Tivemos pela primeira vez posição firme de o relator retirar a parte relativa a BPC, trabalhadores rurais e, pela primeira vez, a possibilidade de retirar a parte relacionada à redação que ficou sobre capitalização, que coloca o benefício a critério do que seria a regra de mercado e passa ter uma regra que já é da cultura brasileira, que é a da partilha, onde é feita a aplicação, mas com o objetivo de atingir um benefício definido”.
“Diante disso [nós, do meu partido] propomos que, além da contribuição do lado laboral tem de ter outras fontes de receita, a partir da cobrança de sonegadores. E temos necessidade de receitas novas como as de gás e petróleo sirva para cobrir o déficit da previdência. Os próprios estados têm pedido autorização de receitas que já são nossas, como imposto de renda de pessoa fisica servidor público, para ser utilizada para cobrir esse déficit. Aí sim é possível alcançar o R$ 1 trilhão que está prometido como parâmetro para essa reforma”.
Dos 27 governadores, 25 estavam presentes na reunião que contou com a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; do presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, Marcelo Ramos; do relator do projeto, Samuel Moreira (PSDB-SP); e do Secretario Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, Rogério Marinho.
Os únicos estados que não foram representados por seus governadores foram o Amazonas e o Maranhão. O próximo encontro de governadores foi marcado para o dia 6 de agosto.

11 de jun. de 2019

Hildo Rocha diz que há acordo para votar crédito da regra de ouro nesta terça

Crédito: Antônio Cruz/Agência Brasil
Os partidos de centro e o governo selaram um acordo para garantir a votação nesta terça-feira, 11, na Comissão Mista de Orçamento (CMO) de uma autorização especial para pagar benefícios sociais com dinheiro de empréstimos, disse nesta segunda-feira o relator do crédito suplementar, deputado Hildo Rocha (MDB-MA).
O governo precisa do aval da maioria do Congresso para liberar R$ 248,9 bilhões em gastos com aposentadorias do INSS, subsídios agrícolas, benefícios assistenciais a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda e Bolsa Família. Sem esse aval, o presidente Jair Bolsonaro não pode autorizar a despesa, sob risco de cometer crime de responsabilidade, passível de impeachment.
Se o crédito não for aprovado logo, os beneficiários poderão ficar sem o dinheiro. Por isso, nos últimos dias, Bolsonaro tem intensificado os alertas nas redes sociais sobre a necessidade de votar o projeto.
Segundo Rocha, o acerto para votar o crédito envolve a posterior liberação de recursos adicionais para o Minha Casa Minha Vida, para a conclusão de obras no São Francisco e para a defesa civil.
Rocha afirmou que o acordo foi construído neste fim de semana entre o governo e os partidos de centro. “Foi construído acordo e amanhã (terça) vai ter tranquilidade para aprovar na comissão, com exceção da oposição, que deve vir com obstrução feroz”, disse.
De acordo com o relator, o governo prometeu R$ 2 bilhões para o Minha Casa Minha Vida e R$ 800 milhões para defesa civil. “É um compromisso que existe do governo”, disse Rocha. “O acordo é esse, vota agora (o crédito da regra de ouro) e vem o outro PLN (projeto que mexe no Orçamento) depois”, afirmou.
Apesar do acordo para votação na comissão mista, a apreciação do crédito no plenário ainda pode levar mais tempo porque a oposição pode obstruir os trabalhos. Se houvesse acerto também com a oposição, seria possível inverter a pauta do plenário do Congresso para votar o crédito antes dos vetos presidenciais que travam a pauta, disse.
As notícias envolvendo o ministro da Justiça, Sergio Moro, também podem ser um complicador, avalia Rocha. “Um problema desse sempre agrava a situação do governo”, disse o relator, que acredita que o episódio pode influenciar a votação no plenário. “Fica mais difícil. O clima azeda, né?”, afirmou. Ele previa se reunir ainda nesta segunda com o presidente da CMO, senador Marcelo Castro (MDB-PI), para discutir o contexto político da votação.

10 de jun. de 2019

O caso que abala Neymar

O escândalo, que envolve uma denúncia de estupro e agressão contra o ídolo da seleção brasileira, mostra que o craque celebridade coleciona mais destaques fora do que dentro dos gramados. A questão é que a acusadora, a modelo Najila Trindade, também é dona de uma vida para lá de conturbada – recheadas de histórias mal explicadas

Crédito: Divulgação
NA MARCA DO PÊNALTI Craque da seleção, ídolo de milhões e garoto propaganda tem a credibilidade posta em xeque: guerra de versões BRIGA NO HOTEL Najila filmou uma discussão que resultou em tapas: “Você me agrediu ontem. Você me deixou aqui sozinha” REDE SOCIAL Rede social A modelo encantou o jogador, que bancou a viagem até Paris. Paquera de meses virou caso de polícia (Crédito: Divulgação)
Corpo mignon torneado em academia, loira levemente tingida, modelo fotográfica, estudante de design de interiores, 1,70 metro, 26 anos, separada, mãe de um menino de sete anos. Najila Trindade Mendes de Souza é a declarada vítima do que pode vir a ser um escândalo sexual ou mesmo uma grande armação, num jogo sujo de tramas inconfessáveis envolvendo o principal jogador da seleção brasileira. Ela denunciou Neymar Jr. por estupro, em 31 de maio. Desde então, desencadeou-se uma guerra de versões e contradições cujo desenlace impõe grave risco a imagem e reputações dos personagens enredados — sobretudo a de Neymar, ídolo da criançada brasileira e do Paris Saint-Germain, que nos últimos tempos tem gerado mais fatos rumorosos fora das quatro linhas do que dentro delas. Najila Trindade alega que o ataque teria ocorrido no quarto 203 do hotel Sofitel Paris Arc Du Triomphe, na noite de 15 de maio, na capital francesa. Na noite seguinte, ambos discutiram no mesmo quarto. “Você me agrediu ontem. Você me deixou aqui sozinha”, disse ela, enquanto o estapeava, de acordo com um vídeo de meio minuto revelado pela Rede Record, na quarta-feira 5.
Neymar Jr. e seu pai, Neymar da Silva Santos, tentam desacreditar a denunciante e seus representantes, argumentando que o jogador é vítima de uma tramoia de gente que só deseja lhes tomar dinheiro. Ela própria se complica a cada dia. Seu ex-advogado José Edgard Bueno abandonou o caso porque, segundo ele, Najila mudou a versão inicial. De acordo com Bueno, a modelo havia lhe relatado uma agressão e não um estupro. As próprias imagens do vídeo gravado por ela no hotel em Paris sugerem a montagem de uma armadilha para o jogador. Para piorar, foram descobertos dois boletins de ocorrência, de 2014 e 2016, segundo os quais estivens alves, ex-marido e pai de seu filho, teria sido agredido. Em 2014, ele foi esfaqueado em uma discussão e precisou ser socorrido por bombeiros. Dois anos depois, ele a denunciou por agressão.
Pressionada, Najila trocou de advogado e concedeu uma entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT, na quarta-feira 5, fornecendo detalhes da tórrida e consensual aventura casual entre dois jovens adultos. Ela insistiu que o encontro acabou em sexo forçado e agressões que resultaram em hematomas e trauma psicológico. “Ele não tinha o direito de fazer o que fez comigo”, afirmou. Sem posar de ingênua, disse também que sim, desejava fazer sexo com o atleta milionário.
O caso explodiu no sábado 1º de junho. O boletim de ocorrência não revelou o nome da denunciante, conforme determina a lei brasileira. Porém, sua identidade vazou e Najila teve a vida devassada. Tanto que optou por não voltar ao seu apartamento, na zona sul de São Paulo. Sua família foi procurada pela imprensa. A mãe e os irmãos alegaram não saber de nada até então, mas notaram que ela aparentava nervosismo depois de ter voltado de Paris.
Nascida no interior da Bahia, Najila sempre acalentou o sonho de ser modelo. Acreditava ter vocação para algum estrelato. Ainda criança, mudou-se com a família para São Paulo. Em 2014, ela fez o seu primeiro ensaio fotográfico. “Até onde eu conheci, ela me pareceu tranquila, profissional e atenta. Muita gente mais experiente não é tão desenvolta”, relata o fotógrafo Eddy Marchi, responsável pelas fotos. Em 2017, Najila estrelou um clipe musical, produzido pelo produtor de vídeo Fill Rocha. De acordo com pessoas ouvidas por ISTOÉ, a jovem jamais exibiu o perfil clássico das chamadas maria chuteiras, mulheres que exercem marcação cerrada sobre jogadores de futebol, buscando promoção e segurança financeira em troca de favores sexuais. Mesmo assim, seria ingênuo supor que uma modelo fotográfica desconhecida se aproximaria de um jogador do calibre de Neymar, sem premeditar uma projeção pessoal e alguns valiosos contratos.
“Ele me virou e cometeu o ato. Pedi para ele parar. Enquanto ele cometia, continuava a bater na minha bunda” Najila Trindade, modelo (Crédito:Divulgação)
Dívidas e ordem de despejo
Antes do escândalo, a vida de Najila andava financeiramente tensa. Suas dívidas hoje somam mais de R$ 30 mil. Sem pagar aluguel e condomínio há meses, havia abandonado a faculdade. Na segunda-feira 3, foi emitida uma ordem de despejo para que ela saísse do apartamento de três quartos onde vive com o filho. De acordo com o advogado da imobiliária, Ricardo Bornacina, a inquilina não apresentou um plano de parcelamento da dívida e pode ter seus pertences retirados do imóvel coercitivamente caso não se mude.
Para o ex-advogado, José Edgard Bueno, Najila se caracteriza por ser uma pessoa confusa e contraditória. “A ex-contratante tomou decisões à revelia de seus patronos. Esse fato fez com que renunciássemos ao nosso mandato”, afirmou em comunicado após deixar o caso. “Ele não estava acreditando em mim. Senti preconceito da parte dele”, contrapôs ela ao SBT. Najila havia entregue ao ex-advogado uma foto dela enviada por Neymar Jr. na qual a estudante encontra-se nua, de costas e com os glúteos avermelhados. Antes de o caso ir parar na delegacia, Bueno tentou, sem sucesso, uma reunião com Neymar pai e assessores. Segundo os representantes do jogador, o advogado teria tentado lhes extorquir dinheiro. Bueno afirmou ter sido vítima de uma “armadilha com o objetivo de criar um álibi para o seu protegido”.
Pela versão apresentada por Najila ao SBT, o estupro no hotel teria ocorrido depois de ela anunciar que não manteria a relação sexual sem preservativo. Durante as carícias preliminares, ela teria notado que ojogador estava ficando agressivo, mas decidiu ir em frente. Com ela despida na cama, ele lhe desferiu palmadas. “Falei para ele parar: ‘Está doendo’”, relatou. Como Najila teria se recusado a manter uma relação sem proteção, o jogador a teria violentado e agredido: “Foi tudo muito rápido”. Há fragilidades nessa versão. A principal delas é que na troca de mensagens com Neymar, no dia seguinte, a modelo não só agiu como se nada tivesse acontecido, como tentou marcar um novo encontro, regado a vinho, que ela pediu para o craque levar. À noite, a modelo o confrontou no quarto.
Como mostra o vídeo, de início ele riu: “Não, não, não, não, não. Aí vira paixão”. Mas teria ficado furioso ao perceber que estava sendo filmado por um celular estrategicamente acomodado na pia do banheiro da suíte. Esse trecho do vídeo, com vários minutos a mais, ainda não foi divulgado. Após a briga, Najila voltou ao Brasil. Disse não ter prestado queixa na França por temor e por estar emocionalmente abalada.
Crimes de internet
No afã de se defender, o jogador acabou por cometer crimes facilmente comprováveis. No sábado 1º, divulgou as conversas íntimas que ambos tiveram por WhatsApp ao longo de meses. O conteúdo foi deletado, mas acabou copiado e passou a circular livremente pela internet. Além do vazamento das imagens íntimas, o jogador revelou inadvertidamente o nome do filho de 7 anos de Najila. A atitude virou uma investigação da Delegacia de Crimes de Informática do Rio de Janeiro. “Eu prefiro um crime de internet ao de estupro”, justificou Neymar pai, enquanto o filho seguia concentrado com a seleção brasileira. Para ele, o jogador de 27 anos é apenas um jovem inexperiente. “Quem me conhece, sabe do meu caráter, da minha índole”, declarou o craque em vídeo no Instagram.
CORTADO Além da grave ruptura de tendão, patrocinadora da seleção cancelou uma campanha publicitária com o ídolo (Crédito:EVARISTO SA)
O escândalo já custa caro a Neymar. O comportamento errático do jogador faz sua carreira patinar. Patrocinadora oficial da seleção brasileira, a Mastercard suspendeu uma campanha que seria veiculada durante a Copa América, que será iniciada na sexta-feira 16. O jogador nem vai participar do torneio. Não bastasse o escândalo, foi cortado por ter rompido os ligamentos do tornozelo direito no amistoso contra o Catar, na noite de quarta-feira. Ao deixar o gramado com dores, ainda sem saber do diagnóstico, Neymar chorou. Dizendo confiar no atleta, o presidente Jair Bolsonaro o visitou no hospital em Brasília. “É um garoto que está num momento difícil, mas eu acredito nele”.
O papel e o destino dos envolvidos ainda estão longe de uma definição. Neymar pode ser um jogador inocente alvo de uma armação ou um craque milionário e mimado que agrediu e estuprou uma jovem de 26 anos. Najila, por sua vez, seria uma vítima de violência machista buscando o que é certo ou alguém querendo aplicar um golpe que parece ter saído do controle. Resta torcer para que a imensa diferença de poder e prestígio entre os dois não impeça a Justiça de cumprir sua missão com a necessária imparcialidade.

7 de jun. de 2019

Tenente-coronel acusado de desviar armas do Exército responderá em liberdade

Oficial foi denunciado pelo Ministério Público Militar pela posse ilícita de duas de um total de 43 armas apreendidas em seu apartamento

Por O Dia
O coronel Alexandre de Almeida
O coronel Alexandre de Almeida -
Rio - O Superior Tribunal Militar (STM) decidiu, nesta quinta-feira, que o tenente-coronel do Exército Alexandre de Almeida, acusado de desviar armas da corporação para clubes de tiros, vai responder em liberdade. O oficial foi denunciado pelo Ministério Público Militar pela posse ilícita de duas de um total de 43 armas apreendidas em seu apartamento no Leme, na Zona Sul do Rio, no dia 23 de abril.
De acordo com o inquérito policial-militar instaurado pelo Exército, o coronel é investigado por um suposto esquema de desvio de armas do Serviço de Fiscalização. O militar era a mais importante autoridade do setor no controle de armas que circulam no Rio de Janeiro e Espírito Santo. Ainda segundo o inquérito, armas desviadas pelo tenente-coronel Alexandre de Almeida eram repassadas ao Guerreiros Escola de Tiro e Comércio de Armas, na cidade de Serra, no Espírito Santo, por intermédio do irmão do oficial, Rafael Felipe de Almeida.
O caso foi descoberto em dezembro do ano passado, quando uma pistola calibre 9mm, da marcar Taurus, foi entregue por um coronel ao Serviço de Produtos Controlados, assim que este oficial passou à reserva. O oficial descobriu que a pistola tinha sido repassada ilegalmente para o CAC Rafael de Almeida, que a enviou para o clube capixaba.
A defesa do tenente-coronel do Exército Alexandre de Almeida alega que ele não exerce mais a função de chefia nas Forças Armadas e por isso pode responder em liberdade. O advogado Ary Arsolino Brandao, que representa o militar, nega que ele tenha cometido os crimes.

6 de jun. de 2019

Lula tenta reduzir expectativa sobre semiaberto

Lula tenta reduzir expectativa sobre semiaberto
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gesticula durante uma missa católica em memória de sua falecida esposa, Marisa Leticia, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, Brasil, em 7 de abril de 2018 - AFP/Arquivos
O entorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está se cercando de cuidados em relação ao parecer do Ministério Público Federal (MPF) favorável à ida do petista para o regime semiaberto.
A ordem é não falar sobre estratégias em curso para pagar a multa de R$ 2,4 milhões aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao ex-presidente nem sobre o local onde Lula poderia trabalhar caso seja transferido para o regime semiaberto.
Advogados e pessoas próximas ao ex-presidente temem que a divulgação dessas informações sirva de munição para adversários tentarem dificultar a saída do petista, preso em Curitiba desde o dia 7 de abril do ano passado depois de ser condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do triplex do Guarujá.
Na terça, em entrevista as blogs “Tutameia” e “Diário do Centro do Mundo”, o próprio Lula tratou de baixar as expectativas em relação ao parecer do MPF.
“Eu não sei (se vou sair). Deixa eu contar uma coisa para vocês. Eu não gosto de alimentar expectativa. Não tem nada pior para um preso do que expectativa frustrada. Quando você está livre, você marca o encontro com uma namorada ou namorado, e ele não comparece, você fica fulo da vida, vai num bar, toma uma cachaça ou um uísque e você fica normal. Mas, quando você está preso e tem uma expectativa e ela não acontece…”, avaliou o ex-presidente.
Na entrevista, Lula disse que não aceitaria ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica. “Tornozeleira é para bandido ou pombo”, disse ele. Em dois pareceres encaminhados ao STJ no dia 29 de maio, o MPF afirma que Lula já pode progredir para o regime semiaberto – quando o condenado sai da prisão para trabalhar durante o dia e retorna à noite.
O entendimento do MPF é de que o tempo que o petista já cumpriu em Curitiba (um ano, um mês e 28 dias completados nesta quarta-feira, 5) deve ser descontado da pena de oito anos, 10 meses e 20 dias imposta pelo STJ em abril. Com isso, a punição cairia para menos de oito anos de prisão, pena mínima para que o condenado seja enviado ao regime fechado.
Caso o STJ acolha os argumentos da defesa e do MPF e decida que Lula tem direito a migrar para o semiaberto, o petista ainda precisa pagar a multa de R$ 2,4 milhões e conseguir um emprego que justifique as saídas diárias.
Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, uma possibilidade é o ex-presidente trabalhar no próprio Instituto, onde dava expediente desde que deixou a Presidência da República até a véspera da prisão. “É uma possibilidade, mas quem vai decidir isso é a juíza de execução. De qualquer forma, acho que não é difícil conseguir um emprego para o Lula”, disse Okamotto.
De acordo com ele, ainda não há discussão sobre como fazer para arrecadar os R$ 2,4 milhões da multa, que é objeto de recursos por parte da defesa de Lula. “A empresa (OAS) já fez acordo de leniência e pegou os prejuízos à Petrobras. O apartamento já foi leiloado. Vão cobrar pela terceira vez?”, questionou Okamotto.

5 de jun. de 2019

STJ determina que médium João de Deus volte para a prisão

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou hoje (4), por 4 votos a 1, que o médium João Teixeira de Farias, conhecido como João de Deus, volte para a prisão, confirmando o fim do prazo de internação dele em um hospital particular.
Nesta terça-feira (4), a maioria dos ministros da Sexta Turma entendeu que João de Deus apresentou melhoras suficientes em seu quadro de saúde para justificar a continuidade de seu tratamento médico dentro da prisão.
Além disso, o relator do caso, ministro Nefi Cordeiro, considerou suficientemente fundamentos os dois decretos de prisão que pesam contra João de Deus – um pelas suspeitas de que tenha cometido abusos sexuais e outro por posse ilegal de arma de fogo.
Havia sido Cordeiro quem, em 21 de março, havia autorizado pela primeira vez a saída de João de Deus do Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana de Goiânia, para ser internado no Instituto de Neurologia de Goiânia.
Na ocasião, Cordeiro atendeu a um pedido da defesa, que alegou que João de Deus tem problemas de pressão arterial e um “aneurisma da aorta abdominal com dissecção e alto risco de ruptura”, segundo os advogados.
A decisão monocrática (individual) chegou a ser confirmada pela Sexta Turma em 11 de abril, mas agora o mesmo colegiado decidiu, assim como o relator, que a melhora no quadro de saúde do médium não justifica mais que ele fique fora da prisão.
Votaram junto com o relator os ministros Laurita Vaz, Rogerio Schietti Cruz e Antonio Saldanha Palheiro. Apenas o ministro Sebastião Reis Júnior votou em contrário.
Na semana passada, o advogado Alex Neder, um dos defensores de João de Deus, disse que o quadro clínico do médium ainda exigia cuidados médicos contínuos. Com base em relatórios médicos, seus advogados alegam que ele não tem condições de regressar à prisão. A Agência Brasil tenta contato com a defesa para que comente a decisão desta terça-feira.

Denúncias

João de Deus foi preso preventivamente em 16 de dezembro, acusado de ter abusado sexualmente de dezenas de frequentadoras do centro espírita fundado por ele em Abadiânia (GO).
Até o momento, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) apresentou nove denúncias contra João de Deus. Na mais recente, apresentada na semana passada, os promotores o acusaram de ter estuprado seis mulheres que não figuram em queixas apresentadas anteriormente.
Nas demais denúncias, ele é acusado de crimes como estupro de vulnerável e violação sexual. Segundo o MP, os crimes ocorreram ao menos desde 1990, sendo interrompidos em 2018, quando as primeiras denúncias foram divulgadas pela imprensa.

3 de jun. de 2019

DRCI vai investigar Neymar por divulgação de vídeo com imagens íntimas de jovem

Mulher acusou atacante de estupro; telefone do craque deve ser apreendido para perícia

Por Aline Cavalcante
Neymar posta vídeo na rede social e nega que tenha havido estupro
Neymar posta vídeo na rede social e nega que tenha havido estupro -
Rio - A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) vai investigar o atacante Neymar Junior após o jogador ter divulgado, nas redes sociais, na noite do último sábado, vídeo com imagens íntimas da jovem que o acusou de estupro. De acordo com a Polícia Civil, será instaurado nesta segunda-feira inquérito para apurar o caso e o telefone do craque deverá ser apreendido para perícia. "Vou instaurar procedimento, juntar vídeos e mensagens. Inicialmente,tentarei ouvir o Neymar e apreender o telefone", informou o delegado da DRCI, Pablo Sartori.
Neste domingo, agentes da 110ª DP (Teresópolis) estiveram na Granja Comary, mas não encontraram
o atacante no centro de treinamento da Seleção Brasileira. Num vídeo postado pelo atacante em sua rede social, Neymar se defendeu da acusação de estupro e disse ser vítima de extorsão. "Quem me conhece sabe do meu caráter e da minha índole. Sabe que eu jamais faria uma coisa desse tipo. O que aconteceu nesse dia foi uma relação entre homem e mulher, dentro de quatro paredes, algo que acontece com todo casal. É uma situação chata para mim e minha família. É muito triste acreditar que o mundo está assim. Existem pessoas que querem se aproveitar, extorquir as outras pessoas", relatou.
Acusação de estupro
A vítima, que teve a identidade preservada, registrou boletim de ocorrência em São Paulo, na sexta-feira, acusando Neymar de estupro. O crime, segundo ela, teria ocorrido num hotel em Paris, no dia 15 de maio. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou, em nota, a denúncia. "Houve uma denúncia registrada pela vítima na 6ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). O inquérito policial segue em sigilo".
No boletim de ocorrência, a mulher disse que Neymar pagou suas passagens e hospedagem em Paris, por meio de um assessor, e que chegou à capital da França no dia 15. O relato diz que o jogador chegou no mesmo dia ao local, por volta das 20h, aparentemente embriagado. Eles teriam conversado e trocados carícias, porém, em determinado momento, o atacante se tornou agressivo e, mediante violência, praticou relação sexual contra a vontade dela. Até às 22h30 deste domingo, a vítima não tinha se pronunciado publicamente sobre o caso.
Atleta publica troca de mensagens e nudes
O vídeo postado pelo jogador mostra fotos íntimas que teriam sido enviadas a ele pela própria modelo que o acusa do estupro, que teria ocorrido no dia 15 de maio. Neymar postou prints do que seria uma troca de mensagens no WhatsApp com a garota. As conversas entre os dois continuam nos dias seguintes ao suposto crime.
Como as imagens divulgadas foram editadas (algumas partes íntimas foram cobertas, assim como horários, datas e até nomes), o celular do atacante terá ainda de passar por uma perícia técnica. O atleta será investigado pelo artigo 281-C do Código Penal, que diz que trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia, é crime que prevê pena de prisão de um a cinco anos.
Nome de Neymar está constantemente envolvido em polêmicas
Desde que chegou ao Paris Saint-Germain, Neymar vem se envolvendo em diversas polêmicas. Lesões, brigas e punições recentes fizeram com que ele perdesse a braçadeira de capitão da Seleção Brasileira, na Copa América. O técnico Tite optou por passar a responsabilidade, durante a competição, para o lateral direito Daniel Alves.
No início do ano, o jogador fraturou o metatarso direito e precisou desfalcar o PSG em jogos fundamentais para a Copa da França, mas, durante o período de recuperação, o atacante participou do Carnaval no Rio e saiu de madrugada da Marquês de Sapucaí, amparado por amigos.
As redes sociais constantemente têm sido usadas pelo atleta para fazer declarações polêmicas, como os insultos feitos aos árbitros responsáveis pela partida em que o PSG foi eliminado na Liga dos Campeões.
"Isso é uma vergonha! Ainda colocam quatro caras que não entendem de futebol para ficar olhando lance em câmera lenta", escreveu Neymar, na ocasião.
O episódio resultou na sua suspensão em três partidas. Após o retorno, o atacante se viu em nova polêmica. O brasileiro agrediu um torcedor depois da derrota do PSG para o Rennes na final da Copa da França. Nas redes sociais, ele se justificou dizendo que "não tinha sangue de barata". A agressão rendeu mais três jogos de suspensão. Depois disso, na volta ao time francês, Neymar e o companheiro de equipe, o alemão Draxler, discutiram no vestiário e tiveram que ser separados pelo diretor de futebol, Antero Henrique, e o técnico Thomas Tuchel.
Colaboraram Bárbara Mello e Bruna Fantti