Alguém avise a FAB de que tem gente morrendo no Rio
Antonio Carlos Prado e Juliana Dal Piva Há um antigo ditado no Brasil que diz: “A incompetência dói, o descaso mata.” Serve para a FAB no caso de 30 toneladas de donativos que até a sexta-feira 28 corriam o risco de apodrecer em depósitos de São Luiz e Fortaleza – tudo doado pelo povo para socorrer vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, que na mesma sexta-feira era atacada pela leptospirose. A FAB deve saber – e, se não souber, o Ministério Público pode ensiná-la – que há gente morrendo no Rio e que a morte não pede protocolos oficiais nem se amarra à burocracia para agir, como ela, a FAB, tem se amarrado. A FAB diz que não enviou aviões para transportar donativos porque a Cruz Vermelha não a informou oficialmente que carecia disso nem avisou a Defesa Civil, que, por sua vez, teria de avisar à FAB de que foi comunicada. É jogo de empurra-empurra. A FAB e a Defesa Civil não precisam de avisos oficiais, é só seus integrantes lerem jornais e verem tevê. RESPOSTA DO CECOMSAER À REVISTA ISTO ÉPrezados Senhores, DIRETOR EDITORIAL, Carlos José Marques, DIRETOR EDITORIAL-ADJUNTO, Luiz Fernando Sá e DIRETOR DE NÚCLEO, Mário Simas Filho Foi com lamentável surpresa que lemos o texto “Alguém avise a FAB de que tem gente morrendo no Rio”, publicada na coluna SEMANA da edição n. 2151 da revista ISTO É. O material contém uma série de juízos de valor que podem levar o leitor a equivocadas interpretações acerca do apoio prestado pela Força Aérea Brasileira à calamidade ocorrida na Região Serrana do Rio de Janeiro. Diante de acusações tão graves, o CECOMSAER entende que deveria ao menos ter sido consultado a respeito do assunto, fato que não ocorreu, mesmo existindo um serviço de atendimento à imprensa que funciona 24h por dia. Caso consultados, informaríamos a ISTO É, como fizemos com outros veículos de comunicação, sobre a necessidade de existir um trabalho organizado e coordenado entre as instituições envolvidas nesse apoio, semelhante a tantas outras operações de ajuda em calamidades das quais participamos. Saibam que nesse trabalho não se admitem improvisos. Entendemos que existe um gerenciamento de ações que deve ser respeitado. Organização sim, e não burocracia, pauta nosso trabalho em consonância com os órgãos federais e estaduais. Isso fez com que, por exemplo, a FAB transportasse para o Rio de Janeiro mais de 50 toneladas de donativos doados pela população brasileira. Em 18/01, uma aeronave C-105 Amazonas partiu de Campo Grande (MS) com 4,5 toneladas de mantimentos. Em 19/01, mais um C-105 decolou de Maceió (AL) com sete toneladas de auxílios. No dia 20/01, dois C-130 Hércules partiram de Brasília (DF) e Canoas (RS) transportando, respectivamente, 19 e 13 toneladas de donativos. No dia 24/01, outro C-130 deixou as cidades de Boa Vista (RR) e Manaus (AM) com 14 toneladas de doações. O texto de ISTO É confunde conceitos e práticas e chama de burocracia o trabalho organizado. Além disso, mostra um dos maiores erros que um jornalista pode cometer: propagar o que ele pensa ser um fato e não o que ele realmente apurou como fato. Assim, neste caso em particular, posso deduzir que os autores desse texto não realizaram uma apuração aprofundada dos fatos e frustraram os parâmetros éticos do jornalismo, adotando uma postura leiga e desinformada, que em nada contribui para informar os leitores da conceituada revista ISTO É. Jornalismo interpretativo e também o opinativo pressupõem maior cuidado na elaboração, ainda mais diante de um assunto tão sério, cercado por profunda consternação de todo o País. Todo o apoio da Força Aérea Brasileira para o transporte de donativos é solicitado de forma centralizada pela Defesa Civil do Rio de Janeiro, que concentra todos os pedidos e realiza o contato com a Defesa Civil das localidades onde foram arrecadadas doações, obedecendo a uma hierarquia de ações. O que os jornalistas chamam na matéria de “descaso” e “jogo de empurra-empurra”, o Comando da Aeronáutica chama de trabalho planejado e coordenado para atender as reais necessidades da Região Serrana do Rio de Janeiro. De forma análoga, este Centro entende que o processo de construção de uma matéria sustentado por apuração cuidadosa, ouvindo todos os lados da história, jamais seria considerado burocrático, e sim jornalismo com responsabilidade. Mais informações sobre a participação da FAB em apoio às vítimas da Região Serrana do Rio de janeiro encontram-se em nota oficial publicada no site da FAB, em 28 de janeiro de 2010. Por fim, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica disponibiliza na páginawww.fab.mil.br/portal/hotsites/serrana/ diversas notícias, fotos e vídeos sobre as ações desenvolvidas pela FAB. Atenciosamente, Marcelo Kanitz Damasceno - Coronel Aviador Chefe do CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA AERONÁUTICA |
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