28 de jul. de 2012

Exército sírio inicia 'mãe de todas as batalhas' em Alepo


Tropas de Assad lançam ofensiva contra redutos rebeldes na segunda maior cidade do país, enquanto comunidade internacional teme por novo massacre

Rebeldes armam barricadas improvisadas para enfrentar tropas do regime
Rebeldes armam barricadas improvisadas para enfrentar tropas do regime (Bulent Kilic / AFP)
As forças do regime sírio iniciaram neste sábado uma violenta ofensiva contra a cidade de Alepo na tentativa de retomar áreas controladas por grupos opositores. Centro econômico do país e a segunda maior cidade da Síria, Alepo tem grande importância estratégica para os dois lados do conflito. Nos últimos dias, o regime mobilizou suas tropas nos arredores da cidade, se preparando para aquela que é considerada, nas palavras do próprio governo sírio, a 'mãe de todas as batalhas'.

Entenda o caso


  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
  2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
  3. • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
Confrontos - As forças de Bashar Assad avançam por Alepo protegidas por caças Mig 21, de fabricação russa, e tanques de guerra. Segundo rebeldes, os blindados tentam entrar nos bairros controlados pela oposição apoiadas por bombardeios aéreos. "Podemos dizer que a ofensiva começou", declarou Rami Abdel Rahman, presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). De acordo com Rahman, Alepo está sendo palco dos "combates mais violentos desde o início da rebelião".

Apesar da superioridade numérica das forças de Assad, os rebeldes, entrincheirados em sua maioria no bairro de Salahedin, acreditam que não estão em desvantagem no confronto e alegam ter destruído pelo menos oito tanques. "O Exército Livre Sírio (ELS) está bem equipado e situado estrategicamente em Alepo, enquanto os reforços governamentais que chegaram à cidade foram danificados ao longo do caminho pelos rebeldes", ressaltou o ativista Hisham al-Halabi da Comissão Geral da Revolução. No entanto, enquanto os opositores declaram equilíbrio na batalha, a comunidade internacional teme que a cidade seja palco de um massacre, uma preocupação explicitada pelo Departamento de Estado americano na sexta.

Batalha decisiva - Muitos habitantes deixaram a cidade e os que permaneceram têm grandes dificuldades de obter material de primeira necessidade. Segundo analistas, a batalha é extremamente importante para as duas partes. De um lado, o regime espera que seus aliados, os ricos comerciantes de Alepo, financiem parte do esforço bélico. Os rebeldes aspiram criar uma zona de proteção, como os insurgentes líbios fizeram em Benghazi.

(Com agências EFE e France-Presse)

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