10 de jul. de 2012

A pedido da Petrobras, gasolina terá mais álcool


Sem definir prazos, ministro Edison Lobão explica que a pasta aguarda um aumento da produção da safra de cana-de-açúcar para elevar a cota de álcool

Maria das Graças Foster, Presidente da Petrobras durante conferência no Rio De Janeiro
Graça Foster, Presidente da Petrobras: estatal quer minimizar perdas com importação de gasolina (Antonio Scorza/AFP)
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, revelou nesta segunda-feira que o governo aumentará "a qualquer momento" a cota de álcool anidro na gasolina de 20% para 25%. O assunto, segundo o ministro, está em análise pelo governo e ainda não há um prazo estabelecido para que a alteração seja feita.
A decisão do governo tem como artífice a própria Petrobras, que pretende conter as perdas financeiras com a importação de gasolina por meio do aumento no álcool na mistura do combustível. Este ano, de janeiro a abril, a estatal importou cerca de 80 mil barris por dia. A expectativa é de que o aumento do etanol na mistura reduza em cerca de 40% o volume de importação do produto. A mistura reduziria gastos da empresa estimados em 375 milhões de dólares com importação, segundo dados da Bloomberg.
O pedido da Petrobras foi enviado ao Ministério no final de junho e só agora a pasta se pronunciou publicamente sobre o tema. Lobão afirmou que o ministério aguarda um aumento da produção da safra de cana-de-açúcar para elevar a presença do anidro de volta aos 25%,como ocorria até outubro do ano passado.
Em outubro de 2011, o ministro Lobão reduziu o coeficiente de álcool afirmando que a medida era uma precaução contra a possibilidade de desabastecimento de etanol no mercado brasileiro, devido à queda da produção das usinas. 
Em evento no mês passado, logo depois que a estatal fez o pedido formal de aumento da cota ao ministério, o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, foi a público para defender a proposta. "Seria uma medida importante voltarmos ao patamar de 25% do anidro na gasolina. Seria positiva para o setor, pois ampliaria o mercado para o etanol. Há capacidade de assegurar esta oferta e, obviamente, ajudaria numa redução da importação de gasolina", afirmou o executivo.
Desde 2011, o etanol tem perdido a batalha com a gasolina - já que o abastecimento com o biocombustível perdeu a competitividade devido ao aumento do preço do açúcar no mercado internacional. A alta acabou estimulando o setor a desacelerar investimentos e produção de etanol. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o etanol abastece atualmente 35% da frota nacional de veículos médios. Em 2009, essa proporção era de 54%.
O ministro, que participou da cerimônia de entrega do navio Sérgio Buarque de Holanda à Transpetro nesta segunda-feira, disse ainda que a 13ª rodada de licitação de blocos de petróleo continua sem data definida, à espera de uma decisão da presidente Dilma Rousseff.
(Com Agência Estado)

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