O ministro do Trabalho aproveita um cochilo da oposição para colocarum aliado no comando do bilionário Fundo de Amparo ao Trabalhador.O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do PDT, impôs uma dura derrota à oposição. O centro da disputa foi o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), abastecido com dinheiro de impostos e controlado por um conselho deliberativo que inclui governo, sindicatos de empresários e de trabalhadores. Por um acordo de cavalheiros, a presidência do conselho é rotativa: cada bloco passa dois anos no comando. Até a semana passada, quem dava as cartas no FAT eram os trabalhadores, mais especificamente a Força Sindical, central vinculada ao ministro Lupi. No próximo biênio, o controle caberia aos empresários. As quatro maiores associações patronais – as confederações da indústria (CNI), da agricultura (CNA), do comércio (CNC) e do sistema financeiro (Consif) – se articularam para escolher um nome. Decidiram deixar a indicação para a CNA, presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Só que excluíram das negociações duas outras associações patronais, a de serviços (CNS) e a de turismo (CNTur). Aí, abriram uma brecha para que Lupi os derrotasse.
O presidente da CNS, Luigi Nese, havia se candidatado a presidente do conselho, mas não foi levado a sério pelas outras confederações por ser um novato: a instituição que ele preside não tem um ano de vida e só ingressou no conselho do FAT em abril. "Quando eu disse que queria disputar a indicação, responderam que ‘pato novo não pia’. Um desrespeito", diz Nese. Ele, então, recorreu a Lupi. O ministro anteviu a oportunidade de dar um tombo na senadora Kátia Abreu, aguerrido nome da oposição, e prometeu apoio a Nese. Munido da bênção oficial, cabalou votos nas centrais sindicais. No dia da eleição, nadou de braçada: elegeu-se com o apoio do ministro e dos sindicatos. "O que aconteceu foi consequência da postura hostil e raivosa que a senadora Kátia Abreu e o DEM mantêm em relação ao governo e às centrais sindicais", diz Lupi.
O ministro gaba-se de ter vencido sem quebrar a alternância de poder, já que o novo presidente dirige uma confederação patronal. O grupo da senadora, que ameaça abandonar o fundo, tem outra leitura: Nese seria apenas um preposto de Lupi. Na presidência do conselho, ele comandará um orçamento de 43 bilhões de reais em 2010, ano em que se elegerão o presidente da República, governadores, deputados e senadores. A maior parte desse dinheiro é gasta no seguro-desemprego e no abono salarial do PIS. Mas uma parcela pode ser manobrada por meio de empréstimos do BNDES e de programas de qualificação profissional tocados pelas centrais sindicais. A oposição teme que esses recursos, sob a presidência de Nese, acabem no caixa dois de políticos da base governista. Olho nele, Kátia.
O presidente da CNS, Luigi Nese, havia se candidatado a presidente do conselho, mas não foi levado a sério pelas outras confederações por ser um novato: a instituição que ele preside não tem um ano de vida e só ingressou no conselho do FAT em abril. "Quando eu disse que queria disputar a indicação, responderam que ‘pato novo não pia’. Um desrespeito", diz Nese. Ele, então, recorreu a Lupi. O ministro anteviu a oportunidade de dar um tombo na senadora Kátia Abreu, aguerrido nome da oposição, e prometeu apoio a Nese. Munido da bênção oficial, cabalou votos nas centrais sindicais. No dia da eleição, nadou de braçada: elegeu-se com o apoio do ministro e dos sindicatos. "O que aconteceu foi consequência da postura hostil e raivosa que a senadora Kátia Abreu e o DEM mantêm em relação ao governo e às centrais sindicais", diz Lupi.
O ministro gaba-se de ter vencido sem quebrar a alternância de poder, já que o novo presidente dirige uma confederação patronal. O grupo da senadora, que ameaça abandonar o fundo, tem outra leitura: Nese seria apenas um preposto de Lupi. Na presidência do conselho, ele comandará um orçamento de 43 bilhões de reais em 2010, ano em que se elegerão o presidente da República, governadores, deputados e senadores. A maior parte desse dinheiro é gasta no seguro-desemprego e no abono salarial do PIS. Mas uma parcela pode ser manobrada por meio de empréstimos do BNDES e de programas de qualificação profissional tocados pelas centrais sindicais. A oposição teme que esses recursos, sob a presidência de Nese, acabem no caixa dois de políticos da base governista. Olho nele, Kátia.
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