Rebeldes relatam mais de 600 mortos em bombardeio com gás asfixiante na periferia da capital Damasco. Na TV, regime do ditador Bashar Assad nega
Oposição síria divulgou imagens dos mortos em suposto ataque do Exército com armas químicas
(AFP)
O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, exigiu que o governo sírio libere imediatamente o acesso dos investigadores da ONU à região e afirmou que a Grã-Bretanha vai levar a questão às Nações Unidas. Se confirmados, os ataques marcam "uma escalada chocante no uso de armas químicas na Síria", afirmou Hague.
As organizações rebeldes divulgaram vídeos em que diversos corpos aparecem amontoados, sem sinal aparente de sangue ou ferimentos. As imagens, porém, não mostram danos materiais em ruas ou prédios. Poucas horas depois da acusação dos oposicionistas, o regime do ditador Bashar Assad negou o ataque, em comunicado transmitido pela TV estatal.
Entenda o caso
- • Durante a onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o governo do ditador Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes enfrentam forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU.
- • Em junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra civil.
- • Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria, renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.
Os grupos oposicionistas pediram à missão da ONU que investiga o uso de armas químicas em território sírio que visite os distritos de Damasco bombardeados – após vários adiamentos, a equipe internacional de analistas chegou ao país há três dias. A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), a principal aliança opositora, denunciou que o regime restringe os movimentos da missão das Nações Unidas.
Negativa – Por outro lado, o governo sírio negou o ataque por meio de comunicado divulgado na televisão estatal. A agência de notícias oficial síria Sana, citando uma "fonte de informação", chamou a notícia do bombardeio de "falsa" e "sem fundamento".
Segundo os órgãos do governo, os dados divulgados em canais de televisão como Al Jazeera, Al Arabiya e Sky News, entre outras emissoras, não merecem confiança porque essas redes dariam "apoio ao terrorismo" e, neste caso, o objetivo seria distrair a missão da ONU e seus trabalhos.
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