19 de ago. de 2013

Uso de carregador exige cuidados para evitar danos

Dispositivos de origem duvidosa potencializam riscos de acidentes, mas mesmo o produto original requer atenção
As recentes notícias sobre choques elétricos e explosões de aparelhos celulares - envolvendo, coincidentemente, os cultuados iPhones - enquanto suas baterias estavam sendo recarregadas suscitaram temores entre os usuários. O caso mais grave resultou na morte de uma usuária chinesa do smartphone da Apple, que foi eletrocutada ao atender uma ligação com o aparelho conectado à tomada. Em outro caso, também na China, um homem ficou em coma, vítima de um choque ao tentar tirar o carregador de bateria do seu iPhone 4 da tomada. Com a divulgação desses casos, outras notícias do tipo também ganharam espaço na internet nos últimos dias, inclusive envolvendo aparelhos de outras marcas (a bateria de um Galaxy S4 explodiu e acabou destruindo um apartamento em Hong Kong). Em comum, além de terem ocorrido na China, está o fato de que, nesses casos, os usuários supostamente recarregavam seus aparelhos com carregadores "piratas".

As condições em que o smartphone deve ter sua bateria recarregada merecem atenção por parte do usuário, envolvendo itens como a qualidade do dispositivo de recarga, sua amperagem, conservação de fios, tomada e conectores

Não há ainda estudos conclusivos de que apenas carregadores de origem duvidosa trazem riscos ao aparelho e ao usuário - ou de que, independente do tipo de carregador, seja realmente perigosa a combinação da radiação emitida pelo aparelho celular (no momento ligação) com a corrente elétrica que chega até o aparelho (no momento da recarga). Mas o risco de acidentes a que estão sujeitos os usuários ao optarem por acessórios de marcas desconhecidas - que não garantem um controle de qualidade e conformidade com as especificações do smartphone - foi confirmado pela Apple. A companhia recomendou a utilização acessórios originais e anunciou um programa de substituição, através do qual os usuários podem trocar seus carregadores genéricos por um original, pagando apenas US$ 10.

O Brasil não está incluído no programa de substituição de carregadores da Apple, mas isso não significa que os brasileiros estejam imunes a problemas semelhantes, mesmo utilizando o acessório original. Na semana passada, um usuário brasileiro de iPhone relatou no site MacMagazine que seu aparelho "entrou em curto e começou a pegar fogo em cima da cama", ligado à tomada com carregador original. A suspeita do usuário é de que o iPhone estava em local que estimulou o superaquecimento do aparelho no momento da recarga.

Conjunto de fatores

Para Daniel Meneses, proprietário da loja Dtech em Fortaleza, especializada na venda e manutenção de smartphones, problemas desse tipo são decorrentes de um conjunto de fatores. "É um processo de dentro para fora", diz, indicando que o aparelho deve já ter algum problema interno para esquentar além do normal e estar predisposto a algum dano sério na hora da recarga da bateria. Mesmo assim, Meneses recomenda que os smartphones sejam recarregados em uma superfície sólida que não favoreça seu aquecimento.

Caso utilize uma capa protetora, este acessório não trará riscos de superaquecimento se for de marca homologada pela Apple, que passam por testes de qualidade. "O problema é que na China, muitos desses produtos originais são falsificados", comenta.

Um dispositivo também muito usado para carregar a bateria do iPhone são as dock stations (bases para conexão do aparelho) oferecidas por marcas de acessórios da Apple. No entanto, seu mal uso, com encaixe e desencaixe constantes, pode danificar a parte interna da porta de conexão do smartphone. Este é um problema comum entre os clientes que procuram a assistência técnica, segundo o proprietário da Dtech. Por isso, para quem deseja adquirir uma acessório desse tipo com a finalidade de ouvir música do smartphone, Daniel Meneses recomenda as dock stations que também tenham o recurso de Bluetooth.

Olho na amperagem
Mesmo se o usuário contar com carregadores de bateria da própria Apple, é necessário ter atenção. Embora tenham conexões compatíveis, os acessórios que acompanham aparelhos como iPhone, iPad e iPod têm diferenças na amperagem. Se um carregador (obviamente de mesma voltagem) oferece uma amperagem igual ou maior do que a do aparelho, então ele pode ser usado. Mas o carregador com amperagem menor não é recomendável. "Não pode carregar iPad com carregador do iPhone", exemplifica Meneses.

O mesmo cuidado também deve ser tomado em relação a carregadores veiculares, que não são oferecidos originalmente pela Apple. Os recomendados são de marcas compatíveis como Griffin, Incase e Belkin.

Utilizar carregadores de diferentes amperagens, bem como variar a recarga entre um carregador e a porta USB do computador, pode prejudicar a vida útil da bateria. Cada PC tem especificações diferentes para suas portas USB, feitas tanto para o tráfego de dados quanto para transmissão de corrente elétrica para os periféricos. O iPad, por exemplo, não consegue ser recarregado pela porta USB do PC, que tem amperagem muito baixa. Em resumo, diz Meneses, é bom usar sempre o mesmo carregador, testado e aprovado pelo fabricante.
RECOMENDAÇÕES
Utilize apenas carregadores originais especificados para o modelo do seu aparelho.

Verifique se a amperagem do carregador é igual ou superior à exigida pelo seu smartphone. Se for menor, a bateria do aparelho não vai receber a recarga corretamente, podendo ter sua vida útil afetada.

Procure assistência técnica se notar que o dispositivo apresenta superaquecimento enquanto está no processo de recarga da bateria. Os casos de explosões, incêndio e choque elétrico acontecem quando já há algum problema no aparelho que potencializa os riscos.

Evite atender ou fazer ligações telefônicas enquanto o aparelho estiver recarregando na tomada.

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