Dispositivos de origem duvidosa potencializam riscos de acidentes, mas mesmo o produto original requer atenção
As
recentes notícias sobre choques elétricos e explosões de aparelhos
celulares - envolvendo, coincidentemente, os cultuados iPhones -
enquanto suas baterias estavam sendo recarregadas suscitaram temores
entre os usuários. O caso mais grave resultou na morte de uma usuária
chinesa do smartphone da Apple, que foi eletrocutada ao atender uma
ligação com o aparelho conectado à tomada. Em outro caso, também na
China, um homem ficou em coma, vítima de um choque ao tentar tirar o
carregador de bateria do seu iPhone 4 da tomada. Com a divulgação desses
casos, outras notícias do tipo também ganharam espaço na internet nos
últimos dias, inclusive envolvendo aparelhos de outras marcas (a bateria
de um Galaxy S4 explodiu e acabou destruindo um apartamento em Hong
Kong). Em comum, além de terem ocorrido na China, está o fato de que,
nesses casos, os usuários supostamente recarregavam seus aparelhos com
carregadores "piratas".
As
condições em que o smartphone deve ter sua bateria recarregada merecem
atenção por parte do usuário, envolvendo itens como a qualidade do
dispositivo de recarga, sua amperagem, conservação de fios, tomada e
conectores
Não há ainda estudos conclusivos de que apenas
carregadores de origem duvidosa trazem riscos ao aparelho e ao usuário -
ou de que, independente do tipo de carregador, seja realmente perigosa a
combinação da radiação emitida pelo aparelho celular (no momento
ligação) com a corrente elétrica que chega até o aparelho (no momento da
recarga). Mas o risco de acidentes a que estão sujeitos os usuários ao
optarem por acessórios de marcas desconhecidas - que não garantem um
controle de qualidade e conformidade com as especificações do smartphone
- foi confirmado pela Apple. A companhia recomendou a utilização
acessórios originais e anunciou um programa de substituição, através do
qual os usuários podem trocar seus carregadores genéricos por um
original, pagando apenas US$ 10.
O Brasil não está incluído no
programa de substituição de carregadores da Apple, mas isso não
significa que os brasileiros estejam imunes a problemas semelhantes,
mesmo utilizando o acessório original. Na semana passada, um usuário
brasileiro de iPhone relatou no site MacMagazine que seu aparelho
"entrou em curto e começou a pegar fogo em cima da cama", ligado à
tomada com carregador original. A suspeita do usuário é de que o iPhone
estava em local que estimulou o superaquecimento do aparelho no momento
da recarga.
Conjunto de fatores
Para
Daniel Meneses, proprietário da loja Dtech em Fortaleza, especializada
na venda e manutenção de smartphones, problemas desse tipo são
decorrentes de um conjunto de fatores. "É um processo de dentro para
fora", diz, indicando que o aparelho deve já ter algum problema interno
para esquentar além do normal e estar predisposto a algum dano sério na
hora da recarga da bateria. Mesmo assim, Meneses recomenda que os
smartphones sejam recarregados em uma superfície sólida que não favoreça
seu aquecimento.
Caso utilize uma capa protetora, este acessório
não trará riscos de superaquecimento se for de marca homologada pela
Apple, que passam por testes de qualidade. "O problema é que na China,
muitos desses produtos originais são falsificados", comenta.
Um
dispositivo também muito usado para carregar a bateria do iPhone são as
dock stations (bases para conexão do aparelho) oferecidas por marcas de
acessórios da Apple. No entanto, seu mal uso, com encaixe e desencaixe
constantes, pode danificar a parte interna da porta de conexão do
smartphone. Este é um problema comum entre os clientes que procuram a
assistência técnica, segundo o proprietário da Dtech. Por isso, para
quem deseja adquirir uma acessório desse tipo com a finalidade de ouvir
música do smartphone, Daniel Meneses recomenda as dock stations que
também tenham o recurso de Bluetooth.
Olho na amperagem
Mesmo
se o usuário contar com carregadores de bateria da própria Apple, é
necessário ter atenção. Embora tenham conexões compatíveis, os
acessórios que acompanham aparelhos como iPhone, iPad e iPod têm
diferenças na amperagem. Se um carregador (obviamente de mesma voltagem)
oferece uma amperagem igual ou maior do que a do aparelho, então ele
pode ser usado. Mas o carregador com amperagem menor não é recomendável.
"Não pode carregar iPad com carregador do iPhone", exemplifica Meneses.
O
mesmo cuidado também deve ser tomado em relação a carregadores
veiculares, que não são oferecidos originalmente pela Apple. Os
recomendados são de marcas compatíveis como Griffin, Incase e Belkin.
Utilizar
carregadores de diferentes amperagens, bem como variar a recarga entre
um carregador e a porta USB do computador, pode prejudicar a vida útil
da bateria. Cada PC tem especificações diferentes para suas portas USB,
feitas tanto para o tráfego de dados quanto para transmissão de corrente
elétrica para os periféricos. O iPad, por exemplo, não consegue ser
recarregado pela porta USB do PC, que tem amperagem muito baixa. Em
resumo, diz Meneses, é bom usar sempre o mesmo carregador, testado e
aprovado pelo fabricante.
RECOMENDAÇÕES
Utilize apenas carregadores originais especificados para o modelo do seu aparelho.
Verifique
se a amperagem do carregador é igual ou superior à exigida pelo seu
smartphone. Se for menor, a bateria do aparelho não vai receber a
recarga corretamente, podendo ter sua vida útil afetada.
Procure
assistência técnica se notar que o dispositivo apresenta
superaquecimento enquanto está no processo de recarga da bateria. Os
casos de explosões, incêndio e choque elétrico acontecem quando já há
algum problema no aparelho que potencializa os riscos.
Evite atender ou fazer ligações telefônicas enquanto o aparelho estiver recarregando na tomada.
19 de ago. de 2013
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