Grupo foi preso em 20 de fevereiro suspeito de matar torcedor boliviano.
Cinco torcedores foram recebidos com festa em Guarulhos por familiares.
Ao
lado da mulher, Ivone, Marco Aurelio Nefeire beija o filho Pedro
Henrique, que conhece após três meses de seu nascimento. Ele voltou ao
convívio da família neste sábado (3) ao desembarcar no aeroporto de
Guarulhos, na Grande São Paulo (Foto: Kleber Tomaz/ G1)
Após cinco meses, chegaram ao Brasil na tarde deste sábado (3) os
cinco corintianos que restavam ser soltos do grupo de 12 torcedores que
tinham ficado presos na Bolívia, acusados de envolvimento na morte do
boliviano Kevin Espada durante um jogo de futebol. Os nove integrantes
da torcida Gaviões da Fiel e os outros três, da Pavilhão 9, foram
absolvidos pela Justiça boliviana por falta de provas, segundo seus
advogados. Sete deles já haviam sido libertados em junho. Todos negam
envolvimento no crime.Nesta sábado foi a vez de José Carlos da Silva Júnior (Alemão), Leandro Silva de Oliveira (Manaus), Reginaldo Coelho (Cabeça), Marco Aurélio Nefeire (Cabra) e Cleuter Barreto Barros (Soldado) serem recebidos com festa de papel picado no saguão no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Além dos familiares, membros das torcidas organizadas fretaram um ônibus para recepcionar os amigos.Cerca de 50 pessoas comemorarm.
Pai conhece filho
“Somos inocentes e acabamos sendo punidos. O que passamos não desejo a ninguém. Foi a pior experiência da minha vida”, disse Cabra sobre ter sido preso no dia 20 de fevereiro com os demais colegas sob a suspeita de autoria e cumplicidade no disparo de um sinalizador que matou o torcedor de 14 anos, na partida entre Corinthians e San José, pela Libertadores, na Bolívia.
Emocionado, Cabra pode conhecer seu filho, nascido há três meses enquanto esteve na prisão de Oruro. “É indescritível a sensação de poder voltar ao seu país, rever sua família, minha mulher e, principalmente, meu filho, que estou conhecendo somente hoje”, declarou ele a respeito de Pedro Henrique, a quem não se cansava de beijar.
“Quando meu marido foi preso na Bolívia, eu estava grávida de cerca de sete meses. Foi difícil ver meu filho nascer sem o pai por perto”, disse a mulher de Cabra, Ivone Rodrigues.
Alemão recebe beijo da namorada, Bianca, e da
mãe, Elizete (Foto: Kleber Tomaz/ G1)
Hambúrguermãe, Elizete (Foto: Kleber Tomaz/ G1)
Alemão, que completou 21 anos na prisão de Oruro, foi recebido pela mãe, Elizete dos Santos, e por sua namorada, Bianca Souza. “Eu não vou dizer que vou deixar de ir a jogos de futebol, mas passarei dar mais valor à minha família, e vou principalmente procurar um trabalho", disse o corintiano, que sonha em comer um hambúrguer quando chegar a São Paulo. “Lá na prisão da Bolívia eles não comem isso”.
Elizete, que completará 49 anos no próximo domingo, deixou claro que vai fiscalizar os passos do filho. "Já ganhei meu presente de aniversário, que é a presença de meu filho. Mas já avisei para ele que não quero mais que vê-lo em jogos internacionais. Passei o Dia das Mães sem tê-lo comigo e não quero que isso ocorra novamente", afirmou.
Cabeça retribuiu o carinhos dos outros torcedores corintianos. "Sempre acreditaram em nós", disse. Soldado, que não foi recebido por familiares porque eles moram em Manaus (AM), se disse aliviado.
Os cinco corintianos que estavam detidos foram soltos após o Ministério da Justiça anunciar em 24 de julho um acordo no qual o Corinthians se comprometeu a indenizar a família de Kevin Espada em US$ 50 mil (R$ 110 mil). Diante disso, a Justiça da Bolívia aceitou libertá-los rejeitando recurso da família do torcedor morto e do San Jose contra a libertação dos brasileiros.
Reginaldo Coelho foi outro corintiano solto
(Foto: Kleber Tomaz / G1)
Adolescente suspeito(Foto: Kleber Tomaz / G1)
Segundo a Vara da Infância e Juventude de São Paulo, a Justiça boliviana é que terá de definir se vai dar seguimento ao processo pela morte do torcedor do San Jose. Falta identificar e punir o autor do disparo que matou Kevin Espada. Os magistrados estrangeiros teriam aceitado a confissão de um corintiano de 17 anos que assumiu ter usado o sinalizador que atingiu o boliviano. Desse modo, o autor poderia ser julgado de acordo com as leis bolivianas, mas não deverá cumprir pena se for condenado. Como é menor de 18 anos de idade, é considerado inimputável pelas leis brasileiras. Além disso, o Brasil não realiza extradição nesse caso.
“Todos eles foram absolvidos por falta de provas. O Ministério Público da Bolívia reconheceu isso e fez o pedido para soltar os brasileiros. A Justiça boliviana concordou”, disse João Chaves, defensor público da União, que chegou com os cinco corintianos no vôo de La Paz a Guarulhos. “As passagens foram custeadas pela Embaixada do Brasil na Bolívia, numa cota específica para brasileiros que tem de voltar ao país de origem”.
O primeiro grupo de corintianos libertado pelo governo boliviano chegou ao Brasil em 9 de junho. Tadeu Macedo Andrade, Rafael Machado Castilho Araújo, Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, Cléber de Souza, Danilo Silva de Oliveira, Hugo Nonato e Fábio Neves Domingos. Parte deles foi a Cumbica neste sábado ver a chegada dos cinco que continuavam presos.
Chegaram a São Paulo na tarde deste sábado (3) os cinco corintianos que ficaram presos na Bolívia após o disparo de sinalizador que matou o torcedor boliviano Kevin Spada, de 14 anos, no jogo entre Corinthians e San Jose, pela Libertadores.
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