O esgotamento é total. As aeronaves não apresentam condições sequer para serem negociadas no mercado internacional.
A
FAB não tem um plano fechado para evitar que a unidade de defesa da
capital federal e de mais 1,5 milhão de quilômetros quadrados do
território nacional continue ativa. A solução mais viável é a de
promover o deslocamento de 6 a 12 caças F-5M, rejuvenescidos pela
Embraer, e que compõem a espinha dorsal da aviação de combate. A Força
utiliza 46 deles e encomendou a revitalização de outros li, adquiridos,
usados, na Jordânia. Todos foram fabricados há 35 anos em média, pela
americana Northrop Corporation. Outra possibilidade que, todavia, não
agrada o Alto Comando, é a incorporação de outros aviões de segunda mão,
o caso do conjunto descontinuado.
Os
Mirage foram comprados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em
2005 por US$ 80 milhões, na França. Usados, deveriam servir de recurso
provisório, até a chegada das aeronaves avançadas previstas na escolha
F-X2, destinada ao reequipamento da aviação de combate. Todavia, o
processo, que dura 17 anos e está na segunda geração, ainda não foi
resolvido.
O
valor do contrato do F-X2, para a compra de 36 supersônicos,
suprimentos, simuladores, e sobretudo de amplo pacote de transferência
de tecnologia, deve ficar entre US$ 4,5 bilhões e U8$ 6,4bilhões
financiados. Há três finalistas: o Gripen NG, sueco, da Saab; o Rafale,
francês, da Dassault; e o Super Hornet F-18, da americana Boeing.
A
deliberação foi transferida, em 2002, de Fernando Henrique Cardoso para
Lula que, em 2010, repassou a tarefa para Dilma Rousseff. A presidente
adiou o anúncio por duas vezes. Celso Amorim, ministro da Defesa, tem
dito que a opção será conhecida até dezembro. Em épocas diferentes, os
três concorrentes foram cotados como eventuais favoritos.
Missa.
Em Anápolis, a missão do seleto time de oficiais, cujo treinamento
custa ao final cerca de US$ 3 milhões, exige pronta resposta. A sirene
dispara e em cinco minutos um piloto acelera pela pista de 3 mil metros a
bordo do caça cinzento. O caçador a bordo só recebe os dados da missão
quando voando, com a turbina Snecma trovejando sobre o planalto goiano.
Localizado e identificado o alvo, um avião desconhecido sem rota
registrada, o militar volta à base em pouco mais de 20 minutos. O clima
na reservada instalação é o de tempo de guerra. A missão é defender o
centro do poder, Brasília. No abrigo do alerta, um ou dois Jaguares
F-2000, o nome de código dos Mirage-2000, estão sempre armados e
abastecidos. As construções ficam próximas da pista, para permitir
decolagem rápida e o suficiente espaçadas para escapar das bombas de um
ataque.
Não
há portas. O avião deve sair sem dificuldades. A missão é sempre de
urgência. Com dois mísseis e os canhões Defa de 30mm, ele voa a 2,2 mil
km por hora e cobre 1,4 mil quilômetros. São feitas até 8 decolagens por
dia. Quase sempre operações dedicadas ao treinamento dos cerca dos 30
combatentes titulares dos quadros do GDA. Mas há lançamentos reais, de
identificação de aeronave clandestina, sem plano de voo e em atitude
hostil.
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