6 de ago. de 2013

Dólar fecha acima de R$ 2,30, no maior patamar desde março de 2009

Apesar da pressão, o Banco Central se manteve fora dos negócios

AE
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Depois de ter fechado a sexta-feira na faixa de R$ 2,27, o dólar à vista negociado no mercado balcão teve nesta segunda-feira, 05, um avanço firme ante o real. Os ajustes feitos após a queda da sessão anterior favoreceram a alta de 0,92% da moeda americana ante o real, para R$ 2,30. Apesar da pressão, o Banco Central manteve-se fora dos negócios, assim como ocorreu na quinta-feira, 01, quando o dólar encerrou acima de R$ 2,30.

A moeda americana operou no território positivo durante toda a sessão. Na cotação mínima, no início do dia, o dólar atingiu R$ 2,2870 (+0,35%) e, na máxima, vista às 13h22, marcou R$ 2,3050 (+1,14%). Perto das 16h30, a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro à vista de US$ 1,665 bilhão, sendo US$ 1,400 bilhão em D+2. O dólar pronto na BM&F teve alta de 0,68%, a R$ 2,3010, com apenas cinco negócios registrados. No mercado futuro, o dólar para setembro era cotado a R$ 2,3140, em alta de 0,43%.

Logo na abertura, a moeda americana já registrava ganhos ante o real, embora o dólar tivesse direções mistas no exterior. Este movimento continuou ao longo da sessão, com a moeda superando os R$ 2,30 ainda na primeira hora de negócios. A partir daí, o mercado passou a esperar pelo Banco Central (BC).

"Estamos na expectativa de que o BC entre, nós e todos os clientes. Como operamos muito varejo, aguardamos uma atuação para comprar moeda", comentou durante a tarde Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. Segundo ele, muitos agentes que precisam de moeda, como importadores, haviam travado operações com o dólar a R$ 2,28 ou R$ 2,29, esperando que a atuação do BC conduzisse a moeda para estes patamares. Se isso ocorresse, eles entrariam comprando.

O gerente de câmbio da Correparti Corretora, João Paulo de Gracia Corrêa, confirmou a expectativa pela entrada do BC, mas minimizou a eficácia disso para segurar o dólar. "Não adianta o BC entrar toda hora e não segurar a cotação", comentou, lembrando que na última sexta-feira a autoridade monetária fez leilão de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro). Naquele dia, porém, a tendência para a moeda americana já era de baixa ante outras divisas e a atuação do BC reforçou o movimento. "O BC não tem conseguido mudar a trajetória (do dólar). E um leilão de swap depende muito da demanda do mercado", acrescentou.

Embora tenha chegado a superar os R$ 2,30, o dólar não se distanciou deste patamar à tarde, com a liquidez mais baixa nesta segunda-feira - não apenas no mercado de moedas - contribuindo para isso. No exterior, a moeda mantinha-se muito próxima da estabilidade ante diversas divisas. Às 16h36 (horário de Brasília), o euro era negociado a US$ 1,3258, ante US$ 1,3278 do fim da tarde de sexta-feira. O dólar valia 98,37 ienes, ante 98,95 ienes de sexta-feira. O dólar americano caía 0,11% ante o dólar australiano, tinha baixa de 0,25% ante o canadense, cedia 0,48% ante o neozelandês, tinha alta de 0,09% ante o rand sul-africano e avançava 0,25% ante o peso mexicano.

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