3 de nov. de 2012

Número de mortos pela tempestade Sandy passa de 100 nos EUA

Apenas na cidade de Nova York 41 pessoas morreram.
Prefeitura cancelou maratona e tenta retomar fornecimento de energia. Do G1, com agências internacionais

Pelo menos 101 pessoas morreram após a passagem da supertempestade Sandy pela Costa Leste dos EUA, segundo balanço das autoridades divulgado nesta sexta-feira (2). O estado de Nova York contabiliza o maior número de mortes, 49 – 41 delas apenas na cidade de Nova York. O bairro de Staten Island é o que mais sofreu com as enchentes.
O prefeito Michael Bloomberg que advertiu que "ainda pode haver mais vítimas".
Em Nova Jersey, onde Sandy provocou enormes estragos, a falta de eletricidade ainda atinge 1,5 milhão de pessoas, com um saldo de 14 pessoas mortas.
As autoridades locais advertem o perigo do uso de geradores: cinco pessoas morreram desde segunda-feira, envenenados por monóxido de carbono.
2 de novembro - População faz fila para esperar ônibus para Manhattan a partir do Brooklin, quatro dias depois da passagem da tempestade Sandy (Foto: Keith Bedford/Reuters)2 de novembro - População faz fila para esperar ônibus para Manhattan a partir do Brooklin, quatro dias depois da passagem da tempestade Sandy (Foto: Keith Bedford/Reuters)

A energia começava a voltar nesta sexta às áreas de Nova York mais atingidas, mas boa parte dos nova-iorquinos não esconde sua revolta com a demora do restabelecimento da eletricidade e as filas intermináveis nos postos de gasolina.
O prefeito Michael Bloomberg anunciou que cerca de 70 mil lares de Nova York recuperaram a eletricidade desde quinta-feira, mas que 460 mil ainda continuam sem luz.
Posteriormente, a Con Edison, principal distribuidora de eletricidade de Nova York, informou o restabelecimento da energia para 65 mil clientes do sul de Manhattan
Segundo a companhia, a luz voltou aos bairros de East Village e Lower East Side, mas o apagão persiste em 400 mil residências, sendo 160 mil no sul de Manhattan.
A Con Edison admite que a volta da energia elétrica a certas áreas da cidade, como Queens e Staten Island, pode tardar até 11 de novembro.
Diante deste quadro, a realização da maratona de Nova York era alvo de severas críticas e o jornal New York Post publicou a manchete "Abuse of power" (trocadilho com "abuso de poder" e "desvio de energia"), com uma foto de geradores colocados pelos organizadores da prova.
A pressão fez Bloomberg cancelar a prova, de última hora, após defendê-la até a tarde desta sexta-feira.
"Decidimos cancelar a maratona de Nova York. O New York Road Runners (clube que organiza a corrida) fornecerá informações adicionais aos inscritos nos próximos dias. Não queremos correr o risco de ter problemas com os participantes e preferimos anular a corrida", explicou o prefeito.
A maratona deveria reunir 47 mil corredores do mundo inteiro, e muitos reservaram passagens e hospedagem com meses de antecedência.
Apesar da mobilização de emergência e o anuncio da distribuição de um milhão de refeições aos atingidos, a frustração é intensa nas áreas mais afetadas, como Staten Island.
As críticas também atingem os fornecedores de eletricidade, que lutam para restabelecer milhares de linhas derrubadas pelos ventos ou varridas pelas inundações. Sem eletricidade, a água não chega aos arranha-céus, o aquecimento falta e as linhas do metrô continuam sem funcionar nos bairros afetados.
O fornecedor já reconectou 385 mil clientes desde segunda-feira, com a ajuda de milhares de técnicos adicionais, por vezes, da Califórnia. Mas eles precisam trabalhar com segurança e com o maior cuidado, já que ainda existem milhares de fios no chão, 500 estradas bloqueadas em Nova York e milhares de subsolos de edifícios em Manhattan, inundados.
O governador Andrew Cuomo não mediu palavras na noite de quinta-feira para dizer aos fornecedores: "as promessas não são suficientes, precisamos de resultados". Ele também alertou os comerciantes para não tirar partido da situação aumentando seus preços.
Táxis sem gasolinaQuanto ao transporte, os ônibus circulam normalmente e o metrô e trens suburbanos retomam os serviços de forma gradual, com a reabertura nesta sexta-feira das linhas para Long Island (leste) e para os subúrbios do norte.
Mas o metrô, que normalmente transporta 5,5 milhões de passageiros por dia, não passa da 34th Street, e o sul de Manhattan continua sem eletricidade.
Para reduzir o congestionamento, a polícia controlará estritamente um "esquema de carona" obrigatório (pelo menos três pessoas por veículo) nas pontes que levam a Manhattan: um policial verifica no interior do veículo se o número de passageiros é o mínimo necessário, caso contrário o carro é desviado.
A New York Taxi Commission, que gere a frota de milhares de táxis em Nova York, advertiu que devido à falta de combustível, os famosos táxis amarelos são menos numerosos nas ruas nesta sexta-feira.
O problema número um ainda é encontrar combustível, especialmente nos subúrbios e nas pequenas cidades de Nova Jersey, onde não se pode viver sem um carro. A paciência dos motoristas, que chegam a enfrentar três horas de fila para encher seu tanque ou recipiente para seu gerador, está acabando e há relatos de confrontos e tentativas de furto.
Em Nova Jersey, onde Sandy provocou enormes estragos, a falta de eletricidade ainda atinge 1,5 milhão de pessoas, com um saldo de 14 pessoas mortas.
As autoridades locais advertem para o perigo do uso de geradores: cinco pessoas morreram desde segunda-feira envenenadas por monóxido de carbono.
Segurança sob controleNova York está conseguindo manter sob controle a segurança e até agora a polícia local evitou roubos ou saques motivados pela falta de alimentos e gasolina, impedindo uma repetição dos fatos ocorridos na tragédia do furacão Katrina em Nova Orleans, em agosto de 2005, quando a cidade que ficou sob as águas sofreu uma onda de vandalismo e violência.
A polícia de Nova York - uma das mais equipadas do país - está presente em diferentes partes da cidade e patrulha as ruas 24 horas por dia.
Passados quatro dias, o saques têm sido muito limitados, segundo o chefe da polícia nova-iorquina, Ray Kelly.
Bloomberg, por sua vez, afirmou que nenhum homicídio foi registrado nos últimos quatro dias.

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