13 de nov. de 2012

Classe média brasileira é 54% mais rica que a população mundial

Evolução abre novas fronteiras para o consumo, mostra estudo

Flávia Gianini
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“Esqueça a tal da orkutização. Tá tudo dominado pela classe C: redes sociais, bancos, universidades, empregos formais e todo resto”, afirma o diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, com base na pesquisa inédita que será divulgada nesta segunda-feira 12, em São Paulo, durante o 1º Fórum Novo Brasil: Vozes da Classe Média Brasileira.

“Orkutizar” é um termo pejorativo que ganhou espaço na internet que significa tornar algo – antes restrito as “elites”- em popular, com foco nas consequências negativas. O termo tem uma relação direta com a ascensão da nova classe C. Alguns usuários de redes sociais reclamam que o acesso da nova classe média às ferramentas faz com que o serviço perca parte da sua graça.

Bobagem, afinal, quem pode brigar com os números? E que números, em se tratando desse gigantesco extrato social. Só para ter uma ideia do poder desse grupo, se a classe C brasileira fosse um país, ele seria 12º mais populoso, e 18º mais rico do mundo. “Nossa classe média é 54% mais rica que a população mundial, sendo que só 18% da população mundial é mais rica que a nossa classe média brasileira”, afirma Meirelles, que completa: “Não há mais fosso que separe a classe C da classe A no que diz respeito a consumo." classe C vai gastar mais de R$ 1 trilhão em 2012.

E não é só essa nova classe média que faz barulho no mercado não. A população que vive nas favelas brasileiras vai gastar R$ 39 bilhões até o fim deste ano. Se elas fossem um estado da federação, juntas, as comunidades seriam o 5º maior estado do Brasil. Durante o fórum que acontece na próxima semana, haverá um painel liderado pela Central Única de Favelas (Cufa) que vai discutir o papel das comunidades dentro dessa nova classe média.

O país não mudou da noite para o dia. A modificação da pirâmide social resulta de múltiplos fatores, da estabilização de preços às mudanças demográficas, da educação ao mercado de trabalho. “O sucesso da classe C tem que ser creditado também à prosperidade econômica do País, já que ela só existe como é devido ao alto índice de empregos formais e ao ganho real no salário mínimo”, diz Meirelles.

A ascensão social ocorrida no Brasil nos últimos anos igualou as classes no consumo e no acesso de serviços, mas gerou gargalos estruturais contundentes. Segundo Meirelles, a telefonia e os aeroportos são exemplos claros que o governo e a iniciativa privada pecaram em não considerar o consumo da classe C como fundamental na tomada de decisão em investimentos.

“A demanda está muito maior que a oferta. A entrada maciça desse exército no mercado consumidor passa a exigir um conjunto de investimentos em infraestrutura e serviços. Já passou da hora de parar de pensar a classe C somente em termos de política social. Temos que pensá-la em termos de política econômica”, afirma Meirelles.

Entenda o poder da classe C no Brasil

Internet versus Redes Sociais:
Hoje, o Brasil possui 75 milhões de internautas e, desses, 48% são da classe média.

E, nos últimos 15 dias:
54% dos usuários da classe média com acesso às redes sociais postaram fotos;
49% marcaram encontro pelas redes sociais;
31% criticaram alguma empresa nas redes sociais;
Perfil das redes sociais;
56% dos usuários do Facebook são da classe média;
55% dos usuários do Twitter são da classe média;

Intenção de compra da classe média para os próximos 12 meses:
52% querem comprar um tablet;
61% pretendem comprar um notebook;
52% planejam comprar um desktop.

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