Paralisação ocorre depois de panelaço contra o governo Cristina Kirchne
Sinal adverte
sobre o bloqueio da avenida, devido às manifestações durante a greve
sindical que bloqueia as ruas do centro de Buenos Aires - Juan
Mabromata/AFP
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou comunicado dizendo que está monitorando a prestação de assistência aos passageiros prejudicados pelos cancelamentos. A Anac notificou as empresas, que terão cinco dias para comprovar os procedimentos adotados para auxiliar os passageiros.
A direção das empresas, que são estatais, criticou a greve. Comunicado divulgado no site da Aerolineas classifica os voos com destino ao Brasil como 'reprogramados' ou 'atrasados'. Ao pedir desculpas aos passageiros, a companhia diz que eles estão sofrendo "as consequências de um grupo de trabalhadores irresponsáveis que não podem entender a necessidade de trabalhar em conjunto com o claro objetivo de conectar os argentinos através de um serviço público de qualidade e continuar com o processo de recuperação de nossa linha aérea de bandeira, ferramenta fundamental para o crescimento econômico, social e cultural da Argentina, o oitavo país mais extenso do mundo".
Paralisação - Sindicatos opositores coordenaram a greve para exigir compensações aos trabalhadores pela inflação. A paralisação ocorre depois de um grande panelaço realizado em várias partes do país, no último dia 8, em protesto contra os planos da presidente de tentar uma nova reeleição e a favor da liberdade de imprensa.
Pelo menos 160 serviços essenciais teriam sido afetados, incluindo coleta de lixo, serviço bancário e transporte público. Grupos de trabalhadores e militantes bloquearam vias de acesso a Buenos Aires, incluindo estradas de grande circulação, como a que faz a ligação com o aeroporto internacional de Ezeiza, o principal da Argentina, que fica 32 km ao sul da capital.
O chefe da Confederação Geral do Trabalho, Hugo Moyano, disse que “com Néstor Kirchner havia respostas”. “Agora, não somente não há respostas do governo como há negações e ameaças”, criticou. Outro líder sindical, Pablo Micheli, destacou que “existem milhares de companheiros de cima abaixo do país diante de um governo que fecha os olhos aos que pensam diferente”.
O movimento reclama da política econômica da presidente Cristina Kirchner, principalmente a divulgação de índices oficiais de inflação inferiores aos auferidos por institutos de pesquisa independentes - o que reduz o poder de compra dos trabalhadores. Os líderes pedem ainda um aumento emergencial para os aposentados.
O vice-presidente Amado Boudou considerou que o movimento “prejudica a sociedade”. “É uma demanda política que está relacionada com propostas políticas pessoais”, disse à agência oficial Télam.
(Com Conteúdo Estadão)
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