16 de nov. de 2012

Israel revida ataques com bombardeio massivo em Gaza

Cerca de 150 foguetes foram lançados na madrugada. Trégua temporária é esperada durante período de visita do premiê egípcio, que apoia o Hamas

Bombardeios israelenses duraram toda a noite na Faixa de Gaza
Bombardeios israelenses duraram toda a noite na Faixa de Gaza (Ahmed Zakot/Reuters)
Poucas horas depois de dois foguetes lançados da Faixa de Gaza atingirem as proximidades de Tel Aviv, capital financeira de Israel, as forças de defesa israelenses lançaram uma contraofensiva e bombardearam Gaza durante toda a madrugada desta sexta-feira. Cerca de 150 foguetes foram lançados por Israel durante a noite e ao menos um deles atingiu o prédio do Ministério do Interior palestino em Gaza, onde o governo é controlado pelo grupo radical Hamas.
O ataque a Tel Aviv foi o primeiro a ameaçar a cidade desde a Guerra do Golfo de 1991. Fontes israelenses afirmam que um dos projéteis caiu no mar e o outro atingiu uma área inabitada no subúrbio. Segundo Israel, ao menos 422 foguetes foram lançados de Gaza em direção ao território do país nos últimos dias, desde a última quarta-feira, quando teve início a mais recente onda de tensão entre israelenses e palestinos.
Desde então, foram registradas as mortes de 18 palestinos e três israelenses, além de centenas de feridos de ambos os lados. A expectativa, no entanto, é de um cessar-fogo pelo menos nas próximas horas, em razão da visita do primeiro-ministro egípcio, Hisham Kandil, à Faixa de Gaza.
Kandil chegou na Faixa de Gaza na manhã desta sexta-feira (horário de Brasília), informou a televisão oficial egípcia. O presidente do Egito, o islamita Mohamed Mursi, encarregou-o de viajar a Gaza à frente de uma delegação de alto nível após condenar o que considerou uma "impugnável agressão israelense" aos palestinos.
Apesar de não ser integrante da Irmandade Muçulmana, ele é considerado simpatizante da facção que assumiu o governo do Egito após o período de revolta popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak. Por isso, deve manifestar seu apoio ao Hamas. Israel, mesmo assim, havia declarado que respeitaria a presença de Kandil e faria uma trégua temporária em sua ofensiva enquanto ele permancer em território palestino.
O momento mais dramático da crise atual foi a morte do chefe do braço armado do Hamas, Ahmed Jaabari, atingido por um foguete israelense na última quarta. A ação, com a qual Israel iniciou a operação "Pilar defensivo", foi justificada como uma reação ao crescente número de foguetes lançados de Gaza.
Em meio à escalada de tensão, o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, autorizou a convocação de 30.000 reservistas. A convocação ocorre pela primeira vez desde a invasão terrestre de Gaza, ocorrida há quatro anos. Segundo as Forças Armadas de Israel, o país considera lançar uma nova ofensiva terrestre caso necessário.
Marco Longari/AFP
Bombeiros tentam extinguir fogo no prédio do Ministério do Interior palestino em Gaza, atingido por foguetes israelenses
Bombeiros tentam extinguir fogo no prédio do Ministério do Interior palestino em Gaza, atingido por foguetes israelenses

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