O Comitê de Inteligência do Congresso aprovou a decisão do presidente americano de enviar armamentos aos grupos contrários a Bashar Assad
Sírios caminham no campo de refugiados Al Zaatri, na cidade de Mafraq, na Jordânia - REUTERS/Muhammad Hamed
A aprovação aos planos da administração Obama foi divulgada através de um comunicado do chefe do Comitê de Inteligência, o republicano Mike Rogers. O político afirmou que o “Comitê tem inúmeras preocupações sobre a força dos planos na Síria e suas chances de sucesso”. No entanto, Rogers declarou que “após muitas discussões e revisões, criou-se o consenso de que podemos seguir adiante com os planos da administração, e que as intenções na Síria consistem com as reservas do Comitê”.
A Câmara dos Deputados e o Senado haviam votado o projeto na última semana. Membros da administração Obama, incluindo o vice-presidente, Joe Biden, o diretor da CIA, John O. Brennan, e o secretário de Estado, John Kerry, tentaram solucionar as dúvidas criadas em torno da proposta por meio de ligações e comunicados. Os principais questionamentos estavam relacionados aos gastos com a operação e o risco de armamentos caírem nas mãos de radicais islâmicos que também lutam contra Assad. O governo, contudo, assegurou que a interferência dos Estados Unidos será fundamental para coordenar o envio de armas mais sofisticadas de outros países e exercer maior controle sobre os grupos rebeldes excluídos da operação.
CIA – Envolvidos na votação do projeto também argumentaram sobre a possibilidade de a operação monopolizar as atenções e recursos da CIA em um momento de questionamentos em torno dos métodos da agência. Além do vazamento de programas de espionagem pelo ex-técnico Edward Snowden, as autoridades americanas também são contestadas por não terem prestado atenção aos indícios de que os irmãos Tsarnaev estavam planejando o atentado em Boston. Mas, segundo o Washington Post, Obama escolheu a CIA para liderar esta operação com o intuito de evitar as restrições de leis internacionais contra os esforços militares de derrubar outro governo e a necessidade de uma maior aprovação do Congresso.
Custos – Os oficiais não revelaram o orçamento destinado ao programa na Síria, mas indicaram que os custos são menores do que uma operação militar. Em uma carta endereçada ao Comitê dos Serviços Armados do Senado, o general Martin Dempsey, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, deu uma estimativa de 500 milhões de dólares por ano para tropas do Exército americano treinarem rebeldes fora da Síria. Dempsey também deixou claro que o governo deveria desembolsar pelo menos 1 bilhão de dólares por mês para estabelecer zonas de exclusão aérea ou combater a ameaça de armas químicas no país.
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