Julgamento de Francesco Schettino começou nesta quarta (17) na Itália.
Ele é acusado pelo naufrágio que matou 32 na costa italiana em 2012.
Um pedido inicial neste sentido havia sido rejeitado em maio.
A solicitação foi feita pelo advogado Domenico Pepe, que pediu uma pena de três anos e cinco meses de prisão para o capitão Schettino em troca de um reconhecimento parcial de culpa no acidente que matou 32 pessoas em janeiro de 2012.
O julgamento de Schettino começou nesta quarta, um ano e meio após o naufrágio.
O navio permanece encalhado em frente à ilha de Giglio, na costa da Itália.
O processo ocorre em Grosseto, na região central da Itália, e havia sido marcado para iniciar no dia 9. No entanto, foi adiado por conta de uma greve de advogados.
Apresentaram-se 242 partes litigantes, entre passageiros, grupos ambientalistas, prefeitura e o grupo Costa Cruzeiros, ao qual pertencia o navio.
O processo é realizado, assim como foi para as audiências preliminares, no teatro de Grosseto, devido à presença de aproximadamente 160 pessoas entre público, parentes das vítimas e passageiros.
O julgamento terá longa duração, pois a promotoria convocou 338 testemunhas, enquanto o advogado de Schettino chamou 96, e as partes litigantes, 575.
Banhistas
aproveitam dia de sol descansando em rocha próxima ao navio Costa
Concordia, que permanece há um ano e meio tombado à beira da ilha de
Giglio, na Itália. (Foto: Giampiero Sposito/Reuters)
A
moldava Domnica Cemortan, que foi vista com o capitão Schettino durante
o naufrágio, comparece ao tribunal nesta quarta-feira (17) (Foto:
Tiziana Fabi/AFP)
AcusaçõesO ex-capitão Schettino enfrenta neste julgamento a acusação de múltiplo homicídio culposo, abandono do navio, naufrágio e de não ter informado imediatamente às autoridades portuárias sobre a colisão que provocou o naufrágio em 13 de janeiro de 2012.
Schettino deve contar sua versão sobre os motivos que provocaram o encalhe do navio nos recifes da ilha toscana de Giglio. O Costa Concordia tinha 4.229 pessoas a bordo.
Ele é acusado de ter provocado o acidente ao passar muito perto da costa e de ter abandonado o navio durante o procedimento de esvaziamento do Costa Concordia, que se inclinava com os passageiros a bordo, que tentavam recorrer aos botes salva-vidas.
No dia 20 de julho, em uma audiência preliminar de um julgamento paralelo, serão divulgadas as sentenças (entre 1 e 2 anos de prisão) para os outros acusados do naufrágio: o responsável pela ponte de comando (espaço onde o navio é comandado) Ciro Ambrosio, o oficial Coronica Silvia, o timoneiro Jacob Rusli, o chefe dos serviços de bordo, Manrico Giampedroni, e o chefe da unidade de crise da Costa Cruzeiros em terra, Roberto Ferrarini.
Encalhado
O cruzeiro, de 290 metros de largura e 70 metros de altura, segue encalhado, oxidando-se pouco a pouco, sem que aparentemente tenha havido alguma mudança apesar das tentativas de removê-lo para outro lugar.
Desde maio de 2012 a equipe de resgate Titan Salvage é encarregada da construção de estruturas submarinas para estabilizar o navio e evitar que ele afunde para sempre, o que significaria uma enorme catástrofe ambiental.
O próximo passo, segundo a imprensa italiana, é a instalação de grandes vasilhas que servirão para fazer o navio flutuar e transferí-lo a outro lugar mais seguro para seu desmonte.
Equipes montam estrutura para retirada do Costa Concordia. (Foto: Gregorio Borgia/AP)
As companhias explicaram que o processo para desencalhar o navio
poderia começar em setembro, mas o comissário encarregado da emergência,
Franco Gabrielli, explicou em recente entrevista que esta operação
poderia atrasar devido à “falta de dados que garantam a segurança da
operação”.
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