17 de jul. de 2013

Advogado de capitão pede 'acordo amigável' no caso Costa Concordia

Julgamento de Francesco Schettino começou nesta quarta (17) na Itália.
Ele é acusado pelo naufrágio que matou 32 na costa italiana em 2012.

Do G1, em São Paulo
O advogado do capitão do navio naufragado Costa Concordia pediu novamente nesta quarta-feira (16) ao tribunal de Grosseto, na Toscana, um acordo amigável no processo contra Francesco Schettino, único acusado pelo naufrágio em janeiro de 2012 do cruzeiro de luxo.
Um pedido inicial neste sentido havia sido rejeitado em maio.
A solicitação foi feita pelo advogado Domenico Pepe, que pediu uma pena de três anos e cinco meses de prisão para o capitão Schettino em troca de um reconhecimento parcial de culpa no acidente que matou 32 pessoas em janeiro de 2012.
 O julgamento de Schettino começou nesta quarta, um ano e meio após o naufrágio.
O navio permanece encalhado em frente à ilha de Giglio, na costa da Itália.
O processo ocorre em Grosseto, na região central da Itália, e havia sido marcado para iniciar no dia 9. No entanto, foi adiado por conta de uma greve de advogados.
Apresentaram-se 242 partes litigantes, entre passageiros, grupos ambientalistas, prefeitura e o grupo Costa Cruzeiros, ao qual pertencia o navio.
O processo é realizado, assim como foi para as audiências preliminares, no teatro de Grosseto, devido à presença de aproximadamente 160 pessoas entre público, parentes das vítimas e passageiros.
O julgamento terá longa duração, pois a promotoria convocou 338 testemunhas, enquanto o advogado de Schettino chamou 96, e as partes litigantes, 575.
Banhistas aproveitam dia de sol descansando em rocha próxima ao navio Costa Concordia, que permanece há um ano e meio tombado à beira da ilha de Giglio, na Itália. (Foto: Giampiero Sposito/Reuters)Banhistas aproveitam dia de sol descansando em rocha próxima ao navio Costa Concordia, que permanece há um ano e meio tombado à beira da ilha de Giglio, na Itália. (Foto: Giampiero Sposito/Reuters)
A moldava Domnica Cemortan, que foi vista com o capitão Schettino durante o naufrágio, comparece ao tribunal nesta quarta-feira (17) (Foto: Tiziana Fabi/AFP)A moldava Domnica Cemortan, que foi vista com o capitão Schettino durante o naufrágio, comparece ao tribunal nesta quarta-feira (17) (Foto: Tiziana Fabi/AFP)
Acusações
O ex-capitão Schettino enfrenta neste julgamento a acusação de múltiplo homicídio culposo, abandono do navio, naufrágio e de não ter informado imediatamente às autoridades portuárias sobre a colisão que provocou o naufrágio em 13 de janeiro de 2012.
Schettino deve contar sua versão sobre os motivos que provocaram o encalhe do navio nos recifes da ilha toscana de Giglio. O Costa Concordia tinha 4.229 pessoas a bordo.
Ele é acusado de ter provocado o acidente ao passar muito perto da costa e de ter abandonado o navio durante o procedimento de esvaziamento do Costa Concordia, que se inclinava com os passageiros a bordo, que tentavam recorrer aos botes salva-vidas.
No dia 20 de julho, em uma audiência preliminar de um julgamento paralelo, serão divulgadas as sentenças (entre 1 e 2 anos de prisão) para os outros acusados do naufrágio: o responsável pela ponte de comando (espaço onde o navio é comandado) Ciro Ambrosio, o oficial Coronica Silvia, o timoneiro Jacob Rusli, o chefe dos serviços de bordo, Manrico Giampedroni, e o chefe da unidade de crise da Costa Cruzeiros em terra, Roberto Ferrarini.
Encalhado
O cruzeiro, de 290 metros de largura e 70 metros de altura, segue encalhado, oxidando-se pouco a pouco, sem que aparentemente tenha havido alguma mudança apesar das tentativas de removê-lo para outro lugar.
Desde maio de 2012 a equipe de resgate Titan Salvage é encarregada da construção de estruturas submarinas para estabilizar o navio e evitar que ele afunde para sempre, o que significaria uma enorme catástrofe ambiental.
O próximo passo, segundo a imprensa italiana, é a instalação de grandes vasilhas que servirão para fazer o navio flutuar e transferí-lo a outro lugar mais seguro para seu desmonte.
Equipes montam estrutura para retirada do Costa Concordia (Foto: Gregorio Borgia/AP)Equipes montam estrutura para retirada do Costa Concordia. (Foto: Gregorio Borgia/AP)
As companhias explicaram que o processo para desencalhar o navio poderia começar em setembro, mas o comissário encarregado da emergência, Franco Gabrielli, explicou em recente entrevista que esta operação poderia atrasar devido à “falta de dados que garantam a segurança da operação”.

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