Primeiro-ministro turco afirma que falta de ação repete os erros cometidos nos anos 90 durante os massacres nos Bálcãs
Premiê turco (à direita) recebeu neste sábado o Secretário-Geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, em Istambul
(REUTERS)
A Rússia, potência com direito de veto no Conselho e aliada de Damasco, impediu ações mais duras contra a Síria na ONU. Por isso, Erdogan defendeu uma reforma da entidade para evitar que "o mundo esteja à mercê dos cinco membros" do órgão da ONU, formado pelos Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia. "Há uma atitude que encoraja e dá sinal verde para Assad matar dezenas ou centenas de pessoas a cada dia", emendou o premiê.
Segundo Erdogan, o Conselho de Segurança está caindo nos mesmos erros que permitiram, nos anos 1990, a ocorrência de massacres nos Bálcãs durante as guerras de desintegração da antiga Iugoslávia. "É triste constatar que as Nações Unidas sejam tão impotentes como foram vinte anos atrás, quando presenciaram o massacre de centenas de milhares de pessoas nos Bálcãs, Bósnia e Srebrenica", disse o primeiro-ministro sobre a cidade bósnia onde ocorreu o maior massacre em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
Tensão – Ancara e Damasco vivem uma escalada de tensão desde semana passada, quando uma bomba síria caiu em território turco e matou cinco civis. O mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, está na Turquia para se reunir com o ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, e com o presidente, Abdullah Gul.
Nos últimos dias, os incidentes entre Ancara e Damasco subiram de intensidade, e na sexta-feira dois caças turcos F-16 intimidaram um helicóptero do exército sírio que bombardeava posições dos rebeldes no povoado de Azmarin, na fronteira entre ambos os países.
O conflito na Síria, que começou em março de 2011, já deixou 25 000 mortos, enquanto 2,5 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária e mais de 250 000 refugiaram-se nos países vizinhos, segundo as Nações Unidas.
(com agência EFE)
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