Companhia estima que gastos nessa modalidade deverão atingir entre R$ 370 bilhões e R$ 493 bilhões até 2017
AE
O temor com a perda do controle dos gastos é uma das principais
barreiras para o uso do cartão de débito pelos consumidores em suas
compras, mostrou o "Estudo sobre o mercado de cartão de débito no
Brasil" divulgado nesta terça-feira (2) pela Mastercard para identificar
as tendências desse mercado. Mesmo assim, o uso do cartão de débito
registrou o maior crescimento entre os meios de pagamento mais
utilizados, a uma média de 25% ao ano entre 2006 a 2011, enquanto o uso
do cartão de crédito avançou à média de 22%. A Mastercard estima que a
base de transações poderá expandir-se dos R$ 200 bilhões atuais para
entre R$ 370 bilhões e R$ 493 bilhões em cinco anos.
O vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Mastercard para
o Cone-Sul, Alexandre Magnani, observou que o potencial de expansão do
uso do cartão de débito nas compras feitas em estabelecimentos
comerciais é grande, apontando para os dados sobre o tipo de meio de
pagamento mais utilizado pelos consumidores. De acordo com a pesquisa,
82% das transações de débito são feitas nos caixas eletrônicos e apenas
18% nas lojas. Magnani comparou os números ao do mercado
norte-americano, onde 76% das transações com cartões de débito são
realizadas nos estabelecimentos comerciais; e ao Argentino, onde esse
porcentual é de 33%.
Dinheiro ainda é o preferido
Entre diversas formas de pagamento, a pesquisa mostrou que o cartão
de débito continua sendo o segundo na preferência do consumidor, e a
diferença para o dinheiro, primeiro colocado, está diminuindo. A
pesquisa mostra que de 2005 a 2012, a preferência pelo débito avançou de
26% para 34% entre os consumidores.
Magnani disse que ao lado da cautela com as despesas, o uso dos
cartões é inibido também pelo hábito e agilidade no pagamento das
compras em dinheiro e por temores relacionados à segurança. Os
consumidores indicaram ainda que estão interessados em promoções,
sorteios e pontuações.
Por conta disso, Magnani disse que a Mastercard trabalha em algumas
frentes para estimular o aumento do uso do cartão de débito. O controle
de gastos, por exemplo, já está sendo utilizada por alguns bancos
emissores junto a parte de seus clientes pessoas jurídicas. Segundo
Magnani, esse sistema ficará mais evidente aos consumidores em 2013,
quando estiverem concluídos os estudos para estabelecer parâmetros para
reger os controles. A ideia é que o usuário receba via SMS em seu
celular mensagem sobre o saldo remanescente em sua conta.
Outra forma de controle mais sofisticada seria o display card,
cartão com um cristal líquido, permitindo consulta ao saldo remanescente
após cada transação no próprio cartão. Magnani disse que essa
tecnologia ainda está em fase embrionária de desenvolvimento.
A Martercard trabalha também com a possibilidade de pagamento por
aproximação, ou seja, sem necessidade de inserção do cartão de débito
nas máquinas de pagamento. É uma tecnologia que também está em estudo
junto aos bancos e às companhias adquirentes, uma vez que exigiria
mudança das atuais máquinas de pagamento.
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