3 de out. de 2012

Mercado de cartões de débito deve dobrar em cinco anos

Companhia estima que gastos nessa modalidade deverão atingir entre R$ 370 bilhões e R$ 493 bilhões até 2017

AE
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O temor com a perda do controle dos gastos é uma das principais barreiras para o uso do cartão de débito pelos consumidores em suas compras, mostrou o "Estudo sobre o mercado de cartão de débito no Brasil" divulgado nesta terça-feira (2) pela Mastercard para identificar as tendências desse mercado. Mesmo assim, o uso do cartão de débito registrou o maior crescimento entre os meios de pagamento mais utilizados, a uma média de 25% ao ano entre 2006 a 2011, enquanto o uso do cartão de crédito avançou à média de 22%. A Mastercard estima que a base de transações poderá expandir-se dos R$ 200 bilhões atuais para entre R$ 370 bilhões e R$ 493 bilhões em cinco anos.
 
O vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Mastercard para o Cone-Sul, Alexandre Magnani, observou que o potencial de expansão do uso do cartão de débito nas compras feitas em estabelecimentos comerciais é grande, apontando para os dados sobre o tipo de meio de pagamento mais utilizado pelos consumidores. De acordo com a pesquisa, 82% das transações de débito são feitas nos caixas eletrônicos e apenas 18% nas lojas. Magnani comparou os números ao do mercado norte-americano, onde 76% das transações com cartões de débito são realizadas nos estabelecimentos comerciais; e ao Argentino, onde esse porcentual é de 33%.
 
Dinheiro ainda é o preferido
 
Entre diversas formas de pagamento, a pesquisa mostrou que o cartão de débito continua sendo o segundo na preferência do consumidor, e a diferença para o dinheiro, primeiro colocado, está diminuindo. A pesquisa mostra que de 2005 a 2012, a preferência pelo débito avançou de 26% para 34% entre os consumidores.
 
Magnani disse que ao lado da cautela com as despesas, o uso dos cartões é inibido também pelo hábito e agilidade no pagamento das compras em dinheiro e por temores relacionados à segurança. Os consumidores indicaram ainda que estão interessados em promoções, sorteios e pontuações.
 
Por conta disso, Magnani disse que a Mastercard trabalha em algumas frentes para estimular o aumento do uso do cartão de débito. O controle de gastos, por exemplo, já está sendo utilizada por alguns bancos emissores junto a parte de seus clientes pessoas jurídicas. Segundo Magnani, esse sistema ficará mais evidente aos consumidores em 2013, quando estiverem concluídos os estudos para estabelecer parâmetros para reger os controles. A ideia é que o usuário receba via SMS em seu celular mensagem sobre o saldo remanescente em sua conta.
 
Outra forma de controle mais sofisticada seria o display card, cartão com um cristal líquido, permitindo consulta ao saldo remanescente após cada transação no próprio cartão. Magnani disse que essa tecnologia ainda está em fase embrionária de desenvolvimento.
 
A Martercard trabalha também com a possibilidade de pagamento por aproximação, ou seja, sem necessidade de inserção do cartão de débito nas máquinas de pagamento. É uma tecnologia que também está em estudo junto aos bancos e às companhias adquirentes, uma vez que exigiria mudança das atuais máquinas de pagamento.

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