Roberto Lameirinhas / ENVIADO ESPECIAL
CARACAS - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi
reeleito neste domingo,7, para seu quarto mandato como presidente do
país. Aos 58 anos, e recuperando-se de um câncer pélvico, o líder
bolivariano teve 54,42% dos votos, indica parcial divulgada pelo
Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com 90% dos votos apurados. O
candidato da oposição, Henrique Capriles, teve 44,97% da preferência
popular. A participação foi de 80%.
Rodrigo Abd/AP
Militantes chavistas celebram em Caracas
Por meio de sua conta no Twitter, Chávez agradeceu aos eleitores. "Obrigado, meu povo amado. Viva a Venezuela. Viva Bolívar", escreveu. "Obrigado, meu Deus. Obrigado a todos e a todas."
Capriles, por sua vez, reconheceu a derrota e cumprimentou Chávez pela vitória. "Espero que um projeto de poder que está no poder há 14 anos compreenda que quase metade do poder não está de acordo com ele", disse. "Sinto-me orgulhoso do que construí. Continuarei trabalhando pela Venezuela."
Polarização. A eleição marcada pela polarização entre os dois candidatos e ameaças de violência por parte de grupos ligados ao governo acabou transcorrendo de forma tranquila, exceto por poucos incidentes isolados – a maior parte por casos de falhas nas urnas eletrônicas, substituídas pela votação manual. Três mortes por assassinato, uma em Caracas e duas em Miranda, inicialmente atribuídas à disputa eleitoral, foram depois classificadas como crimes comuns.
Logo depois de votar, Chávez concedeu uma rápida entrevista coletiva na qual, pela primeira vez sem fazer rodeios, afirmou que o resultado das urnas seria respeitado. "Que ninguém tenha dúvida, a voz dos venezuelanos será reconhecida pelo governo seja ela qual for", ressaltou Chávez, afirmando ainda que a velocidade da votação, na qual a maior parte dos eleitores votou pela manhã, poderia permitir que o CNE divulgasse o resultado antes do horário previsto.
Acompanhado de um séquito que incluía personalidades como a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, a Prêmio Nobel da Paz guatemalteca, Rigoberta Menchú, o escritor Ignacio Ramonet e o ator americano Danny Glover, o tenente-coronel da reserva que liderou uma frustrada tentativa de golpe em 1992 e sofreu outra em 2002 citou o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva como testemunha de sua vocação democrática.
O Lula diz que a Venezuela é tão democrática, que tem eleição toda hora e, quando não tem, o Chávez arruma uma", afirmou. "Pois eu digo que, se alguém quiser ver como funciona uma democracia, que venha à Venezuela."
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