José Luiz Gandini disse ao 'Financial Times' que montadora coreana mudará o foco no país, importando veículos de luxo, para conseguir sobreviver diante do ambiente hostil a importados
José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors
(Germando Luders)
Segundo o executivo, as vendas de 100 mil automóveis previstas para 2012 se limitarão a 45 mil. Para o ano que vem, apenas 4.800 carros poderão ser importados sem o IPI alto. “O que se pode fazer? Fiz tudo certo e a Kia também. Mas o governo mudou as regras do jogo", disse Gandini. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), a nova tributação de IPI somada aos impostos já existentes alçam o preço do automóvel importado em 340% do valor fixado no momento da importação.
Gandini afirmou ao FT que a empresa considera a possibilidade de montar uma planta no Brasil. Mas que, até que isso seja definido, a Kia terá de mudar o foco e reduzir sua operação. A reportagem não explica a razão da demora da coreana em se estabelecer no país. Ocorre que a Kia herdou uma dívida tributária de 1,7 bilhão de reais da Ásia Motors, feita quando a coreana se associou a empresários brasileiros para trazer automóveis, como o furgão Besta, ao Brasil. Por isso, enquanto não houvesse decisão judicial sobre quem arcaria com o passivo, a empresa não pode se estabelecer. Apenas em novembro do ano passado o Tribunal Regional Federal (TRF) deu ganho de causa para a Kia e isentou a montadora do pagamento bilionário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário