Desde a paralisação, o número de operações caiu em 64%
Do Portal Terra
Após 70 dias, terminou a greve dos agentes, escrivães e
papiloscopistas da Polícia Federal. Com resultados de 25 dos 27
sindicatos, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef)
informou que, na terça-feira (16), todos irão voltar ao trabalho
normalmente.
De acordo com a Fenapef, apenas dois Estados foram contra o fim da
paralisação dos 25 que já enviaram o resultado, porém eles têm que
aceitar a posição da maioria. Pernambuco e Piauí ainda não se
manifestaram.
A greve, que teve início no dia 7 de agosto em todo o País e
completa, hoje, 70 dias, foi a maior da história da categoria. Em 1994,
uma greve durou 62 dias, enquanto a greve de 2004 durou 64 dias.
Desde a paralisação, o número de operações caiu em 64%. Entre
agosto e setembro de 2012, a PF executou 21 ações, enquanto no mesmo
período do ano passado, ocorreram 59. Antes da paralisação, iniciada no
dia 7 de agosto, o órgão havia feito 166 ofensivas.
Em relação às drogas, a queda também é evidente. Antes da greve, a
PF, apreendeu, na média, 4.980 kg por mês de maconha e 1.229 kg de
cocaína. Nos primeiros 30 dias de paralisação, no entanto, o volume
desabou para 2.310 kg de maconha e 521 kg de cocaína. Uma redução de 46%
e 42%, respectivamente.
O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de
órgãos públicos federais cresceram no mês de agosto. Pelo menos 25
categorias entraram em greve, tendo o aumento salarial como uma das
principais reivindicações. O Ministério do Planejamento estima que a
paralisação tenha envolvido cerca de 80 mil servidores. Em
contrapartida, os sindicatos calculam que 350 mil funcionários aderiram
ao movimento.
A greve afetou servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária
Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional,
da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, das
Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O
Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação
(Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao
movimento.
Após apresentar proposta de aumento de 15,8%, dividido em três
anos, o governo encerrou no dia 26 de agosto as negociações com os
servidores. Policiais federais e funcionários do Incra foram as únicas
classes que continuaram em greve após o fim das negociações. O orçamento
anual do governo, com a previsão de gastos com a folha de pagamentos
dos servidores em 2013, foi enviado ao Congresso em 30 de agosto.
No dia 19 de setembro, trabalhadores dos Correios deflagraram uma
greve em pelo menos 18 Estados e no Distrito Federal. O comando de
negociação reivindica 43,7% de reajuste, R$ 200 de aumento linear e piso
salarial de R$ 2,5 mil. Quatro sindicatos dissidentes (São Paulo, Rio
de Janeiro, Tocantins e Bauru), que se desfiliaram da federação,
reivindicam 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de
R$ 100. O salário-base inicial de carteiros, atendentes comerciais e
operadores de triagem e transbordo é R$ 942.
Nenhum comentário:
Postar um comentário