16 de out. de 2012

Após 70 dias, policiais federais encerram greve em todo o País

Desde a paralisação, o número de operações caiu em 64%

Do Portal Terra
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Após 70 dias, terminou a greve dos agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal. Com resultados de 25 dos 27 sindicatos, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) informou que, na terça-feira (16), todos irão voltar ao trabalho normalmente.
 
De acordo com a Fenapef, apenas dois Estados foram contra o fim da paralisação dos 25 que já enviaram o resultado, porém eles têm que aceitar a posição da maioria. Pernambuco e Piauí ainda não se manifestaram.
 
A greve, que teve início no dia 7 de agosto em todo o País e completa, hoje, 70 dias, foi a maior da história da categoria. Em 1994, uma greve durou 62 dias, enquanto a greve de 2004 durou 64 dias.
 
Desde a paralisação, o número de operações caiu em 64%. Entre agosto e setembro de 2012, a PF executou 21 ações, enquanto no mesmo período do ano passado, ocorreram 59. Antes da paralisação, iniciada no dia 7 de agosto, o órgão havia feito 166 ofensivas.
 
Em relação às drogas, a queda também é evidente. Antes da greve, a PF, apreendeu, na média, 4.980 kg por mês de maconha e 1.229 kg de cocaína. Nos primeiros 30 dias de paralisação, no entanto, o volume desabou para 2.310 kg de maconha e 521 kg de cocaína. Uma redução de 46% e 42%, respectivamente.
 
O movimento grevista
 
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais cresceram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias entraram em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reivindicações. O Ministério do Planejamento estima que a paralisação tenha envolvido cerca de 80 mil servidores. Em contrapartida, os sindicatos calculam que 350 mil funcionários aderiram ao movimento.
 
A greve afetou servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, das Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.
 
Após apresentar proposta de aumento de 15,8%, dividido em três anos, o governo encerrou no dia 26 de agosto as negociações com os servidores. Policiais federais e funcionários do Incra foram as únicas classes que continuaram em greve após o fim das negociações. O orçamento anual do governo, com a previsão de gastos com a folha de pagamentos dos servidores em 2013, foi enviado ao Congresso em 30 de agosto.
 
No dia 19 de setembro, trabalhadores dos Correios deflagraram uma greve em pelo menos 18 Estados e no Distrito Federal. O comando de negociação reivindica 43,7% de reajuste, R$ 200 de aumento linear e piso salarial de R$ 2,5 mil. Quatro sindicatos dissidentes (São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Bauru), que se desfiliaram da federação, reivindicam 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de R$ 100. O salário-base inicial de carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem e transbordo é R$ 942.

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