10 de ago. de 2012

Participação em 'lista da morte' de talibãs cria mal-estar na Grã-Bretanha


Organizações de direitos humanos temem que ação direcionada de militares americanos esteja descumprindo tratados internacionais

Afeganistão: segurança do país passa às forças locais a partir de 2013
Afeganistão: segurança do país passa às forças locais a partir de 2013 (Danish Siddiqu/Reuters)
O papel Grã-Bretanha no fornecimento de informações para a criação de uma 'lista da morte' de insurgentes e traficantes de drogas no Afeganistão está gerando mal-estar no governo britânico, noticiou nesta quinta-feira o site do jornal The Guardian. O ataque de militares americanos direcionado e segmentado a lideranças do talibã tem sido uma das principais estratégias da Otan para enfraquecer o grupo na área de conflito.
A Agência de Combate ao Crime Organizado (Soca) se recusou a discutir sobre como realiza o trabalho de inteligência, mas o Ministério da Defesa britânico disseram que todas as ações estão “estritamente dentro dos limites do direito internacional”. Os nomes das pessoas que integram a lista são guardados em segredo. Grupos ligados aos Direitos Humanos questionam a legalidade da lista e das operações, afirmando que a morte de civis são frequentes. "Precisamos saber se o Estado de Direito está sendo respeitado e se as salvaguardas estão sendo preservadas para evitar claras violações do direito internacional", disse a advogada Rosa Curling, que representa um afegão que perdeu cinco parentes em um ataque. O processo visa esclarecer detalhes sobre a participação do Reino Unido "na compilação, análise e execução da lista”.
Em 2011, a Soca enviou relatório à Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, em que descreve que a força-tarefa visa identificar traficantes de drogas, insurgentes e funcionários corruptos. "A unidade realiza um trabalho conjunto entre os militares dos EUA e Grã-Bretanha, em parceria com as agências de inteligência e a polícia”, informa o relatório de 31 páginas. 
Dois generais que estão servindo no Afeganistão explicaram que "traficantes de drogas com ligações comprovadas a insurgência foram colocados na lista prioritária de alvos”. Eles afirmaram, no entanto, que não se trata de autorizar o assassinato de seletivo de pessoas, pois para ser incluído na lista é necessário que duas fontes confiáveis façam a denúncia e que exista evidências adicionais substanciais.

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