18 de ago. de 2012

O mensalão do 'ninguém sabe, ninguém viu'


Para a elite de criminalistas do país, as conversas sobre distribuição de dinheiro não passaram de uma reunião para degustar “uma cachacinha bem pequenininha” ou acertar o recebimento de valores do caixa dois do PT

Laryssa Borges
Ministros durante o nono dia do julgamento do mensalão, em 14/08/2012
Ministros durante o nono dia do julgamento do mensalão (Nelson Jr./SCO/STF)
Um diretor carrega mais de 300 000 reais em dinheiro vivo e não sabe o conteúdo do pacote. Uma dona de banco é apenas uma alma de bailarina num corpo de banqueira. Uma mulher contrata um carro forte por ter verdadeiro pavor em sair de uma agência bancária com maços de real.
Esses argumentos fazem parte da extensa lista de versões apresentada por mais de 30 advogados durante o julgamento mensalão. De credibilidade duvidável, foram evocados para tentar livrar os 37 réus de crimes como corrupção, peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Para o time de advogados, estrelado pela elite de criminalistas do país, o mensalão não existiu. As conversas sobre distribuição de dinheiro não passaram de uma reunião para degustar “uma cachacinha bem pequenininha” ou acertar o recebimento de valores do caixa dois do PT, operado por Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido na época.
Veja abaixo algumas das desculpas apresentadas diante da mais alta Corte do país:

Me engana que eu gosto

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Pacote misterioso

"Ele pediu para um contínuo para pegar um pacote para Marcos Valério em um escritório no centro do Rio. O pacote foi entregue a uma pessoa do PT. Ele não sabia que se tratava de dinheiro. Entregou o pacote e não o abriu”.
Marthius Lobato, ao afirmar que o então diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, não sabia que um envelope carregado por ele continha 336 000 reais.

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