Marcelo Rech, especial do Rio de Janeiro
No dia 1° de junho, o Brasil completa cinco anos de comando da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), uma das mais exitosas de que se tem notícia.
O envio de soldados ao Haiti sempre foi muito criticado, mas o comando da missão projetou o Brasil no cenário internacional e revelou o alto nível de profissionalismo e adestramento dos nossos militares.
Nestes cinco anos, a violência e a criminalidade no Haiti caíram a patamares inferiores aos registrados no Rio de Janeiro e São Paulo, mas nenhum militar brasileiro acredita que o problema está solucionado.
Pelo contrário, há um longo caminho a ser percorrido. O Haiti ainda não pode ser considerado um Estado de fato, ainda que algumas de suas instituições funcionem e o presidente tenha sido eleito pelo voto direto.
O desenvolvimento sócio-econômico é peça-chave neste processo. Sem isso, o país se manterá como um dos mais pobres do mundo.
De fato, o Exército brasileiro abraçou uma decisão política consciente da sua importância e complexidade.
Foi dessa conscientização que nasceu há dois anos, o Centro de Instrução de Operações de Paz (CI OP PAZ) “Sérgio Vieira de Mello”, que objetiva preparar os militares do país para atuarem em missões de paz.
Esses militares passam por um ano de treinamento desde a mobilização até a desmobilização, quando retornam de um período de seis meses no exterior.
O CI OP PAZ pretende transformar-se num centro de excelência para a América do Sul na preparação de recursos humanos, reconhecido pela ONU e pelo ministério da Defesa brasileiro.
Hoje, a presença do Brasil em forças de paz é quase uma exigência. É o reconhecimento da excelência conquistada.
Impor-se na cena internacional como um protagonista não é coisa simples, muito menos fácil.
O Brasil acumulou capital neste contexto também graças à postura dos seus militares e de suas Forças Armadas.
Pese as dificuldades orçamentárias e a obsolescência dos seus equipamentos, as FFAA brasileiras se destacam pelo brio dos seus homens e pelo sentimento uniforme pela pátria.
São valores que nem mesmo as escolas públicas cultivam, mas que fortalecem a nossa imagem no exterior e nos consolidam como um povo, antes de tudo, forte.
Daí que vale lembrar: em 12 de fevereiro, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgou pesquisa sobre o Índice de Confiança da sociedade nas instituições brasileiras.
Pelo menos 1.200 pessoas de 12 entidades diferentes, opinaram. As Forças Armadas ficaram em 1° lugar, na frente das escolas, Polícia Federal, ministério Público, presidente da República, Igreja católica e da Justiça.
Esse resultado não é obtido à toa.
Marcelo Rech é jornalista, editor do InfoRel e especialista em Relações Internacionais e Estratégias e Políticas de Defesa.
Um comentário:
Excelente programa criado pelas forças armadas. acredito que a paz que os povos tanto precisam virá de uma consciência de cultura da paz. Esse povo do Haiti não tem pátria, só tem um chão. Nesse país falta tudo, mas principalmente ajuda exterior para que se estabeleça uma verdadeira sociedade
organizada.
Deus proteja os agentes que estão neste momento ajudando os feridos.
Ana maria pereira - Guarapuava-Pr-Br
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