Comando diz que não há documentos que apontem novos lugares para buscas
Para Tarso, major Curió, que afirma que 41 guerrilheiros foram mortos após rendidos, deve ser procurado para ajudar a localizar os corpos.A expedição comandada pelo Exército que buscará em julho os corpos de guerrilheiros do Araguaia percorrerá apenas pontos conhecidos e escavará lugares já vasculhados em expedições anteriores.
A decisão foi tomada pelo comando do Exército. Como alega não ter documentos que mostrem os locais onde os corpos foram enterrados ou abandonados, o Exército não poderia agora, segundo esse entendimento, apontar novos pontos além dos já indicados por historiadores e relatórios de buscas anteriores, realizadas por civis.
É judicial a ordem para o governo federal abrir os arquivos da campanha do Araguaia e devolver às famílias os corpos dos guerrilheiros desaparecidos.
Em 2003, a juíza Solange Salgado, da Justiça Federal em Brasília, estipulou, em sentença de primeira instância, 120 dias para que sua determinação fosse cumprida. Passados seis anos, ainda não houve obediência à determinação judicial.
Por meio da AGU (Advocacia Geral da União), o governo recorreu duas vezes, ao TRF (Tribunal Regional Federal) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Perdeu nos dois recursos.
Sem ter mais como recorrer, o Ministério da Defesa, em maio, determinou ao Exército a criação de um grupo de trabalho para as buscas.
Historiadores calculam que cerca de 60 guerrilheiros do então clandestino PC do B foram mortos, na primeira metade dos anos 70, na região do Araguaia -sudeste do Pará, sul do Maranhão e norte de Tocantins, à época Goiás. A guerrilha rural foi reprimida por tropas militares. Os corpos dos desaparecidos jamais apareceram, exceto o de Maria Lúcia Petit -morta em 1972-, desenterrada em Xambioá (TO).
Quatro regiões foram mapeadas para as próximas buscas: Xambioá (norte de Tocantins, a cerca de 500 km de Palmas), São Geraldo do Araguaia (sudeste do Pará, a cerca de 600 km de Belém), a serra das Andorinhas (no Pará, entre São Geraldo e São Domingos do Araguaia) e a fazenda Bacaba, na rodovia Transamazônica, no trecho entre Marabá (PA) e a divisa do Pará com Tocantins. Outras ainda poderão ser acrescentadas ao roteiro.
Haverá 14 áreas de escavação. Algumas são bem conhecido dos estudiosos, como o cemitério de Xambioá, a antiga base militar da cidade, a reserva indígena Sororó (PA) e a própria Bacaba, onde funcionava na década de 70 uma espécie de acampamento dos combatentes militares do Araguaia.
O Exército decidiu ainda que não se envolverá com as buscas diretas. A Brigada de Infantaria de Selva de Marabá dará o apoio logístico à expedição, com suportes de comunicação, transportes, alimentação, saúde e segurança. O trabalho de busca e a escavação ficarão a cargo de antropólogos forenses, geólogos, médicos legistas e peritos criminais.
Os profissionais deverão ser cedidos pela Universidade de Brasília, pela Polícia Civil do Distrito Federal, pela Polícia Federal e pelo Museu Paraense Emílio Goeldi, instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, com sede em Belém. A ideia é ter de 10 a 12 especialistas.
Haverá ainda observadores convidados pela Defesa. Entre eles, parentes de guerrilheiros.
Ontem, o ministro Tarso Genro (Justiça) afirmou que o militar Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como major Curió, pode ajudar na localização dos corpos.
Tarso disse que o depoimento do militar, segundo quem 41 guerrilheiros foram mortos após rendidos, "confirmam os depoimentos que têm sido dados pelos camponeses [da região, obrigados a ajudar os militares]". "Vamos procurar o Curió para colhermos, se ele quiser, um depoimento."
Para Tarso, major Curió, que afirma que 41 guerrilheiros foram mortos após rendidos, deve ser procurado para ajudar a localizar os corpos.A expedição comandada pelo Exército que buscará em julho os corpos de guerrilheiros do Araguaia percorrerá apenas pontos conhecidos e escavará lugares já vasculhados em expedições anteriores.
A decisão foi tomada pelo comando do Exército. Como alega não ter documentos que mostrem os locais onde os corpos foram enterrados ou abandonados, o Exército não poderia agora, segundo esse entendimento, apontar novos pontos além dos já indicados por historiadores e relatórios de buscas anteriores, realizadas por civis.
É judicial a ordem para o governo federal abrir os arquivos da campanha do Araguaia e devolver às famílias os corpos dos guerrilheiros desaparecidos.
Em 2003, a juíza Solange Salgado, da Justiça Federal em Brasília, estipulou, em sentença de primeira instância, 120 dias para que sua determinação fosse cumprida. Passados seis anos, ainda não houve obediência à determinação judicial.
Por meio da AGU (Advocacia Geral da União), o governo recorreu duas vezes, ao TRF (Tribunal Regional Federal) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Perdeu nos dois recursos.
Sem ter mais como recorrer, o Ministério da Defesa, em maio, determinou ao Exército a criação de um grupo de trabalho para as buscas.
Historiadores calculam que cerca de 60 guerrilheiros do então clandestino PC do B foram mortos, na primeira metade dos anos 70, na região do Araguaia -sudeste do Pará, sul do Maranhão e norte de Tocantins, à época Goiás. A guerrilha rural foi reprimida por tropas militares. Os corpos dos desaparecidos jamais apareceram, exceto o de Maria Lúcia Petit -morta em 1972-, desenterrada em Xambioá (TO).
Quatro regiões foram mapeadas para as próximas buscas: Xambioá (norte de Tocantins, a cerca de 500 km de Palmas), São Geraldo do Araguaia (sudeste do Pará, a cerca de 600 km de Belém), a serra das Andorinhas (no Pará, entre São Geraldo e São Domingos do Araguaia) e a fazenda Bacaba, na rodovia Transamazônica, no trecho entre Marabá (PA) e a divisa do Pará com Tocantins. Outras ainda poderão ser acrescentadas ao roteiro.
Haverá 14 áreas de escavação. Algumas são bem conhecido dos estudiosos, como o cemitério de Xambioá, a antiga base militar da cidade, a reserva indígena Sororó (PA) e a própria Bacaba, onde funcionava na década de 70 uma espécie de acampamento dos combatentes militares do Araguaia.
O Exército decidiu ainda que não se envolverá com as buscas diretas. A Brigada de Infantaria de Selva de Marabá dará o apoio logístico à expedição, com suportes de comunicação, transportes, alimentação, saúde e segurança. O trabalho de busca e a escavação ficarão a cargo de antropólogos forenses, geólogos, médicos legistas e peritos criminais.
Os profissionais deverão ser cedidos pela Universidade de Brasília, pela Polícia Civil do Distrito Federal, pela Polícia Federal e pelo Museu Paraense Emílio Goeldi, instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, com sede em Belém. A ideia é ter de 10 a 12 especialistas.
Haverá ainda observadores convidados pela Defesa. Entre eles, parentes de guerrilheiros.
Ontem, o ministro Tarso Genro (Justiça) afirmou que o militar Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como major Curió, pode ajudar na localização dos corpos.
Tarso disse que o depoimento do militar, segundo quem 41 guerrilheiros foram mortos após rendidos, "confirmam os depoimentos que têm sido dados pelos camponeses [da região, obrigados a ajudar os militares]". "Vamos procurar o Curió para colhermos, se ele quiser, um depoimento."
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