9 de jun. de 2009

O crack chega aos estabelecimentos de ensino, mas o grave problema ainda não está dimensionado

SAÚDE PÚBLICA.Fortaleza-Ce.Postos sentem impacto do crack.Apesar de ainda não haver dados oficiais sobre o impacto do uso do crack na saúde pública, a enfermeira do Programa Saúde da Família (PSF) Emanuella Carneiro, do Posto de Saúde César Cals, no Lagamar, acredita que os reflexos do crescimento do uso da droga já começam a aparecer.Os postos de saúde são a porta do atendimento básico e costumam ser os primeiros a sentir os impactos de qualquer problema no setor. Segundo Emanuella, no César Cals, ainda não há como quantificar ou estabelecer uma relação entre o uso do crack e qualquer que seja a doença. “Mas é claro o aumento dos problemas respiratórios, principalmente tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, cortes e escoriações decorrentes de agressões e queimaduras no rosto e nas mãos”, revela. “Alguns têm relação com o uso do crack, mas não sabemos quantos”.Ela explica que o crack tem efeitos diretos sobre os usuários, mas os malefícios também podem atingir pessoas próximas a quem usa a droga. “Recebemos muitos idosos aqui com crises de hipertensão em decorrência de discussões e preocupações com filhos ou netos que fazem uso do crack”, conta Emanuella.De acordo com a agente de saúde Célia de Castro, a abordagem dos usuários de crack é difícil. Ela, que trabalha na área do bairro Planalto Ayrton Senna, conta que muitos não admitem o vício por temerem problemas com a polícia. “Fazer eles entenderem que não temos relação com a polícia e que nosso objetivo não denunciá-los é muito complicado. É uma relação de confiança”, afirma. “Outro desafio é fazer com que não abandonem o tratamento da tuberculose, o problema mais comum”.

Nenhum comentário: