22 de dez. de 2012

Série de saques a lojas deixam dois mortos na Argentina

Manifestantes invadem supermercados para roubarem televisores de plasma

Homem que tentou saquear supermercado em meio ao gás lacrimogênio lançado pela polícia
Homem que tentou saquear supermercado em meio ao gás lacrimogênio lançado pela polícia (Marcos Brindicci/Reuters)
A confusão causada por uma série de saques a lojas e supermercados deixou dois mortos na Argentina nesta madrugada, informou no sábado o jornal Clarín. As mortes aconteceram na cidade de Rosário, na província de Santa Fé, mas os saques são generalizados em cidades como Buenos Aires, Campaña, Zarate, Resistencia e San Fernando.

A onda de saques a instalações comerciais começou na quinta-feira no sul do país, mas só nesta madrugada ficou realmente violenta. Uma mulher e um jovem morreram em meio a conflitos entre manifestantes e a polícia.

Na capital, a polícia lançou balas de borracha e gás lacrimogênio para não permitir que manifestantes atacassem um supermercado. Depois dos choques, 378 pessoas foram detidas na província. Para o governador do estado de Buenos Aires, Daniel Scioli, a confusão é politicamente motivada. A mesma acusação foi feita pelo prefeito de San Fernando. “Isso foi orquestrado, alguém começou isso para criar uma atmosfera de medo”, disse Luis Andreotti.
Acusações - O governo de Cristina Kirchner culpam os sindicatos de oposição, que organizaram nas últimas semanas uma greve geral e vários protestos contra as políticas fiscais e econômicas da presidente. Em resposta, os sindicalistas acusaram a Casa Rosada de orquestrar os incidentes para se vitimizar. “Isso foi criado pela situação difícil que a população argentina está encarando”, disse o líder sindicalista de oposição, Hugo Moyano.

Os ataques lembram uma situação semelhante vivida durante a crise econômica da Argentina em 2001, quando desempregados saquearam supermercados. No entanto, o secretário nacional de defesa, Sergio Berni, disse que os saqueadores desta vez estão roubando televisores de plasma e não comida, e que, portanto, não são levados a saquear pela pobreza. “Há uma parte da Argentina que quer levar o país ao caos e à violência. Mas esta não é a mesma Argentina de 2001”, disse.
Bancos privados dizem que a inflação voltou a subir no país, apesar de o governo alegar que permanece no nível de 9%. O Fundo Monetário Internacional (FMI) ameaçou dar um ‘cartão vermelho’ ao país se o governo não fornecer dados confiáveis sobre a inflação.

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