Manifestantes invadem supermercados para roubarem televisores de plasma
Homem que tentou saquear supermercado em meio ao gás lacrimogênio lançado pela polícia
(Marcos Brindicci/Reuters)
A onda de saques a instalações comerciais começou na quinta-feira no sul do país, mas só nesta madrugada ficou realmente violenta. Uma mulher e um jovem morreram em meio a conflitos entre manifestantes e a polícia.
Na capital, a polícia lançou balas de borracha e gás lacrimogênio para não permitir que manifestantes atacassem um supermercado. Depois dos choques, 378 pessoas foram detidas na província. Para o governador do estado de Buenos Aires, Daniel Scioli, a confusão é politicamente motivada. A mesma acusação foi feita pelo prefeito de San Fernando. “Isso foi orquestrado, alguém começou isso para criar uma atmosfera de medo”, disse Luis Andreotti.
Acusações - O governo de Cristina Kirchner culpam os sindicatos de oposição, que organizaram nas últimas semanas uma greve geral e vários protestos contra as políticas fiscais e econômicas da presidente. Em resposta, os sindicalistas acusaram a Casa Rosada de orquestrar os incidentes para se vitimizar. “Isso foi criado pela situação difícil que a população argentina está encarando”, disse o líder sindicalista de oposição, Hugo Moyano.
Os ataques lembram uma situação semelhante vivida durante a crise econômica da Argentina em 2001, quando desempregados saquearam supermercados. No entanto, o secretário nacional de defesa, Sergio Berni, disse que os saqueadores desta vez estão roubando televisores de plasma e não comida, e que, portanto, não são levados a saquear pela pobreza. “Há uma parte da Argentina que quer levar o país ao caos e à violência. Mas esta não é a mesma Argentina de 2001”, disse.
Bancos privados dizem que a inflação voltou a subir no país, apesar de o governo alegar que permanece no nível de 9%. O Fundo Monetário Internacional (FMI) ameaçou dar um ‘cartão vermelho’ ao país se o governo não fornecer dados confiáveis sobre a inflação.
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