Segundo levantamento, 70% das notícias sobre o País no segundo trimestre foram positivas
Terra“O preconceito, visão distorcida sobre o país, não aparece mais na cobertura internacional. O País é visto como uma potência emergente, e a imagem estereotipada acaba não aparecendo”, explicou Ciro Dias Reis, presidente da agência Imagem Corporativa, em entrevista.
Reis supervisiona a produção do Boletim Brasil, levantamento realizado desde 2009 em que é avaliado tudo o que se fala sobre o Brasil em 15 dos mais importantes veículos de imprensa do mundo. Segundo ele, é fácil perceber um aumento nas referências ao Brasil e o tom geralmente positivo das reportagens sobre o País. “O número de matérias que fazem referência ao Brasil cresceu nos últimos anos”, explicou.
Somente entre julho e setembro deste ano foram 1.217 notícias sobre o Brasil, o equivalente a mais de 13 por dia. O volume é mais de que o dobro do que se registrou no primeiro levantamento, em 2009. “No primeiro trimestre de 2009, foram registradas 487 notícias. O recorde histórico foi registrado no segundo trimestre de 2012, com a Rio+20, quando se chegou a 1.450 notícias”, disse.
O levantamento é promovido como um retrato de como o mundo percebe o país em determinado momento. “Nossa pesquisa é uma contribuição valiosa para quem busca entender e se informar sobre as mudanças que o país atravessou nesses últimos anos e como elas afetaram a forma como o mundo nos enxerga”, disse Reis. É uma forma de entender como o País é visto lá fora e como pode se posicionar em um cenário global.
Imagem positiva
Além de ter se livrado dos clichês, o Brasil ainda se sai bem na avaliação do tom da cobertura sobre o país. “O tom do noticiário sobre o Brasil é majoritariamente positivo”, disse Reis.
Segundo dados do terceiro trimestre do ano, 70% das reportagens sobre o Brasil foram positivas e 30% negativas. “As matérias positivas ressaltam o Brasil como local de investimento, ‘player’ internacional presente em discussões globais importantes, além de destacarem o avanço das empresas nacionais no exterior e o protagonismo do País na América Latina."
O crescimento econômico do País, com a saída de milhões de pessoas da pobreza para a classe média, além de investimentos estrangeiros no Brasil, são alguns temas que concentram reportagens positivas. “O Brasil é visto como um país emergente mais seguro de que China ou Índia, por exemplo. Temos gargalos, mas menos aspectos negativos para o investidor”.
A economia está na própria justificativa para criação do levantamento. Ele começou a ser realizado num momento em que o Brasil passou ser considerado uma potência emergente no cenário mundial. “A criação da sigla Brics, pelo banco de investimento Goldman Sachs, potencializou essa percepção sobre o país no exterior, como uma economia que estava no caminho de se transformar numa potência no novo século. A pesquisa mostra a consolidação desse processo, não só pelo aumento de número de matérias, mas também pela maneira como o País vem se destacando no noticiário internacional.”
É curioso que parte da cobertura negativa sobre o País seja justamente uma resposta à “euforia” que se tem com o Brasil. “Percebemos que há questionamentos a aspectos econômicos, duvidando de tanto otimismo”, disse Reis. Entre os pontos que acabam formando a cobertura negativa relativa ao País estão a violência, deficiências de infraestrutura (como a crise nos aeroportos), e problemas ambientais, como desmatamentos.
O Boletim Brasil é um levantamento independente divulgado a cada trimestre de forma gratuita pela Imagem Corporativa. Ele é realizado por uma equipe de 26 pessoas e avalia o que é publicado sobre o Brasil nos veículos: Nikkei (Japão), China Daily (China), Clarín (Argentina), El Mercurio (Chile), El País (Espanha), Financial Times (Reino Unido), The New York Times (EUA), Le Monde (França), The Globe and Mail (Canadá), RIA Novosti (Rússia), The Economist (Reino Unido), The Times of India (Índia), The Economic Times of India (Índia), Wall Street Journal (EUA) e Washington Post (EUA).
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