Procurado pela imprensa para comentar o próprio texto, Márcio Thomaz Bastos se esquivou
São Paulo.
Advogado de um dos condenados no julgamento do processo do mensalão, o
ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos atacou em um artigo a
possibilidade de uma "degeneração autoritária de nossas práticas penais"
e afirmou que a "tendência repressiva passou dos limites em 2012".
O
advogado e ex-ministro em um artigo publicado no site "Consultor
Jurídico", faz um balanço crítico dos acontecimento do ano FOTO: AGÊNCIA
BRASIL
No texto, publicado na última segunda-feira no site
"Consultor Jurídico", com reflexões sobre a atividade dos advogados
criminalistas, Thomaz Bastos faz um "balanço crítico dos acontecimentos"
do ano.
Não cita o processo do mensalão diretamente, mas faz uma série de referências à ação.
Finalizada
em 17 de dezembro, ela levou à condenação de 25 réus pelo Supremo
Tribunal Federal (STF). A corte concluiu que o esquema, comandado pelo
PT, corrompeu congressistas em troca de apoio no primeiro mandato do
ex-presidente Lula.
Na ação, Thomaz Bastos (que foi ministro de
Lula) defendeu o ex-vice-presidente do Banco Rural José Roberto Salgado,
condenado a 16 anos e 8 meses de prisão mais o pagamento de R$ 926 mil
em multas por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão
fraudulenta e evasão de divisas.
Salgado foi acusado pelos
empréstimos feitos pelo banco ao PT e às agências de Marcos Valério,
dinheiro que teria financiado o esquema. Para Thomaz Bastos, há um
"sentimento de desprezo pelos direitos e garantias fundamentais" que age
"à sombra da legítima expectativa republicana de responsabilização. Não
é de hoje que o direito de defesa vem sendo arrastado pela vaga
repressiva que embala a sociedade brasileira", escreve.
Ele
critica também a "tendência a tornar relativo o valor da prova
necessária à condenação criminal" e sustenta que, "quando juízes se
deixam influenciar pela ´presunção de culpabilidade´, são tentados a
aceitar apenas ´indícios´, no lugar de prova concreta. Como se coubesse à
defesa provar a inocência do réu!", afirma.
Ao longo do
julgamento, defesas queixaram-se de que seus clientes foram condenados
sem provas. Thomaz Bastos escreve ainda que "a disciplina da persecução
penal não pode ser colonizada por uma lógica estranha, simplesmente para
facilitar condenações".
Sem comentários
Durante
o julgamento do mensalão, ministros citaram em seus votos a teoria do
domínio do fato, segundo a qual o autor não é só quem executa o crime,
mas quem tem o poder de decidir sua realização e planejamento. "Quanto
mais excepcionais os meios, menos legítimos os fins alcançados pela
persecução inspirada pelo ideal jacobino da salvação nacional", escreve.
Procurado, Thomaz Bastos disse que não gostaria de comentar o texto.
26 de dez. de 2012
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Um comentário:
363Lugar de advogado corrupto e políticos ladrões é . . . NA CADEIA !
Esse Bastos é um conversa mole. Ganhou uma nota preta do seu cliente, perdeu a causa e agora quer justificar sua incompetência. Além do mais é um petulante . . . doa a quem doer !
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