A cidade passa por um período de seca que já dura dois meses. De acordo com os Bombeiros, desde o início do ano a capital teve 68 incêndios em favelas
Incêndio atinge a favela do Moinho, na região de Campos Elísios, no centro de São Paulo
(Caio Kenji/Folhapress)
O Corpo de Bombeiros de São Paulo informou há pouco ter encontrado o
corpo de uma pessoa quando trabalhava no rescaldo da Favela do Moinho,
no centro da capital paulista. A corporação ainda não tem detalhes sobre
a vítima, mas informou suspeitar que o fogo começou de forma criminosa,
depois de uma briga entre usuários de drogas.
O incêndio atingiu os barracos às 7 horas
e foi controlado às 8h15. As chamas consumiram parte da favela e
causaram a interdição em algumas das principais vias da capital. O
Moinho já tinha sido atingido por um grave incêndio em 22 dezembro de
2011. Este é o sétimo incêndio em favelas da capital paulista nos
últimos quarenta dias e o 34º caso apenas no estado de São Paulo.
De acordo com os Bombeiros, desde o início do ano a cidade teve 68
incêndios em favelas. São Paulo vive um período de seca. A última chuva
significativa na cidade foi registrada pelo o Instituto Nacional de
Meteorologia em 18 de julho, ou seja, há dois meses. Vinte viaturas dos
bombeiros e cerca de setenta homens da corporação atenderam a ocorrência
na Favela do Moinho.
A Defesa Civil informou que oitenta casas foram destruídas pelo fogo,
deixando 300 pessoas desabrigadas. A Assistência Social da prefeitura já
foi acionada. Também acompanham os trabalhos a Companhia de Engenharia
de Tráfego (CET), uma equipe da Eletropaulo e a Polícia Militar.
Trânsito - Por causa da intensidade das chamas, que
correram por baixo do Viaduto Orlando Murgel, a via está interditada nos
dois sentidos. A ponte liga as avenidas Rio Branco e Rudge, na região
dos Campos Elísios. A CET recomenda aos motoristas que utilizam a
Avenida Rio Branco, sentido centro, a seguir o desvio pelas ruas Norma,
Pieruccini Giannotti e Sérgio Tomás. No sentido bairro deverão utilizar a
Avenida Duque de Caxias.
Duas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) estão
paradas em função do incêndio. Os trens da linha 8 tiveram circulação
interrompida entre as estações Júlio Prestes e Barra Funda. Já a linha 7
parou na Estação Barra Funda, onde é possível fazer transferência para o
metrô. A assessoria de imprensa do Metrô informa que no horário de pico
todos os trens já estão em circulação para atender ao aumento de
demanda. O incêndio, segundo eles, não interfere na circulação do Metrô.
Já os usuários de ônibus são mais atingidos pelas interdições, são
dezessete linhas da SPTrans que tiveram a circulação parada ou alterada,
afirma a companhia. Há técnicos da SPTrans na região para orientar
sobre o percurso dos coletivos.
Histórico - Em dezembro de 2011, a mesma favela teve
um grande incêndio, quando 368 barracos foram destruídos e cerca de 1,5
mil moradores ficaram desabrigados. Na época, o plano era transformar a
região em parque. Segundo a prefeitura informou na data, três terrenos
estavam em análise para receber as famílias que ocupam o Moinho.
(Com Agência Estado)
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