26 de set. de 2012

Em NY, Dilma critica "expansionismo financeiro" de países ricos

Presidenta da República também alertou sobre riscos da "islamofobia" no Ocidente

Da Redação, com AE

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A presidenta da República, Dilma Rousseff, criticou nesta terça-feira (25) o que chamou de "expansionismo financeiro" dos países desenvolvidos, afirmando que o combate ao desemprego não deve ser feito apenas com a redução desenfreada dos juros.

Em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Dilma disse que a desvalorização do dólar, que favorece as exportações dos países ricos, prejudica as nações em desenvolvimento, especialmente o Brasil. "O protecionismo deve ser combatido, pois confere maior competitividade de maneira espúria", afirmou a presidenta diante dos principais líderes mundiais. 

Ao mesmo tempo, a presidenta da República defendeu as medidas adotadas pelo governo brasileiro para dificultar a entrada de produtos estrangeiros no País, como a elevação do IPI para itens importados, classificadas de "protecionistas" pelo governo dos Estados Unidos. "[Nossas medidas foram] injustamente classificadas como protecionismo", disse Dilma, que também pediu a construção de um "pacto global" para retomada do crescimento mundial.
Para Dilma, esse pacto deve ser liderado por organizações como o G20 (que reúne as maiores economias do mundo), o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional."A recessão só agudiza os acontecimentos. [É necessário] um amplo pacto contra a desesperança que provoca o desemprego e a falta de oportunidades", afirmou.
"Islamofobia" 
Dilma também demonstrou a "preocupação do Brasil" com aquilo que os diplomatas chamam de islamofobia.
A presidenta conversou na segunda-feira (24) com o presidente da Turquia, Abdullah Gul, por telefone, para debater o assunto.
Na conversa, os dois chefes de Estado manifestaram preocupação de que a intolerância religiosa, principalmente no Oriente Médio, possa dar argumentos a intervenções militares de países desenvolvidos na região e ao aumento do preconceito.
Para Dilma, além de ser uma ameaça às boas relações diplomáticas entre os países, o preconceito religioso representa um retrocesso nas relações comerciais.

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