Reações e protestos ao filme independente americano que debochou de Maomé continuam se espalhando pelo mundo islâmico
AFPNesta segunda-feira, em Cabul, mais de mil afegãos protestaram e queimaram carros da polícia na estrada para Jalalabad, informou à AFP Mohammad Ayub Salangi, chefe de polícia. Entre 40 e 50 policiais ficaram levemente feridos, ao serem atingidos por pedras e paus, disse Salangi, que também sofreu ferimentos leves. Um policial, que se identificou apenas como Hafiz, afirmou que os manifestantes também atiraram pedras em Camp Phoenix, uma base militar dos Estados Unidos na capital.
Em Jacarta, manifestantes jogaram bombas incendiárias e enfrentaram
a polícia indonésia em frente à embaixada americana, gritando "Estados
Unidos, vão para o inferno!" no primeiro protesto violento contra o
filme "A inocência dos muçulmanos" no país mais populoso do mundo
muçulmano. O porta-voz da polícia, Rikwanto, disse que as forças de
segurança recorreram ao uso de gás lacrimogêneo, canhões de água e tiros
de advertência, mas não indicou se foram disparados balas reais. Muitos
manifestantes eram partidários de grupos radicais islamitas e usavam o
mesmo traje branco muçulmano, disse um jornalista da AFP.
No Paquistão, centenas de estudantes queimaram bandeiras americanas
e gritaram slogans antiamericanos na cidade de Peshawar (noroeste). No
distrito de Dir Uper, um manifestante foi morto e dois ficaram feridos
em um tiroteio com a polícia. Após o recebimento de queixas, o Google
bloqueou o acesso ao vídeo no Egito, Índia, Indonésia, Líbia e agora na
Malásia, enquanto o governo restringiu o acesso ao YouTube no
Afeganistão.
Na véspera, o chefe do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan
Nasrallah, pediu uma semana de protestos no Líbano. Nasrallah descreveu o
filme como "o pior ataque contra o Islã" e chamou "o mundo inteiro a
mostrar sua raiva e seus gritos, na segunda-feira e nos dias seguintes",
em um discurso transmitido pela Al-Manar, a TV do Hezbollah. A Al-Qaeda
na Península Arábica também convocou ataques contra missões
diplomáticas dos Estados Unidos no Oriente Médio e na África, e contra
os interesses americanos no Ocidente.
Centenas de estudantes se reuniram nesta segunda-feira no Iêmen,
onde pediram a expulsão do embaixador americano, convocaram um boicote
de produtos americanos e condenaram a presença de marines para proteger a
embaixada, disse um jornalista da AFP.
Enquanto isso, cerca de 3.000 filipinos muçulmanos reunidos na
praça da cidade Marawi, no sul das Filipinas, queimaram bandeiras
americanas e israelenses para expressar sua raiva contra o filme
anti-islã. Os Estados Unidos retiraram do Sudão e de Túnis seus
diplomatas e recomendaram a seus cidadãos para não viajar a estes dois
países.
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