Ao lado do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem indicações de que aceitou as explicações de Bogotá sobre o acordo que prevê o uso de sete bases militares colombianas pelos EUA. "Tanto Uribe quanto (o americano Barack) Obama dizem que as bases cuidarão de problemas internos da Colômbia", disse Lula, em entrevista com Uribe, em São Paulo, após ser questionado se o Brasil havia recebido da Colômbia garantias jurídicas de que o uso das bases não permitiria violações aos territórios dos países vizinhos. "O Brasil não tem por que ficar incomodado se o objetivo é esse. Confio na palavra de Uribe e na de Obama", completou.
A declaração marca um recuo de Lula, que até agora se dizia insatisfeito com as explicações sobre o pacto. O presidente brasileiro acrescentou, porém, que espera "tomar conhecimento do acordo quando ele for firmado". "Propusemos que todos os acordos de defesa possam ser mostrados na Unasul (União de Nações Sul-Americanas). O que o Brasil tem com a França, o que a Venezuela tem com quem quer que seja. Não deve haver segredos no nosso processo de integração", afirmou Lula.
As declarações foram feitas durante um encontro entre autoridades e empresários da Colômbia e do Brasil na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em julho, numa entrevista ao lado da presidente chilena, Michelle Bachelet, Lula criticou o pacto: "Eu posso dizer que, a mim, não agrada mais uma base americana na Colômbia."
IRRITAÇÃO
As negociações sobre o acordo militar Colômbia-EUA foram anunciadas há três meses por ministros colombianos. Os EUA poderão manter no máximo 800 soldados e as bases ficarão sob controle de militares colombianos. A reação ao pacto foi inflamada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, para quem as bases serviriam para os EUA monitorarem ou invadirem seu território. Lula e outros líderes da região ficaram irritados por não terem sido informados sobre o projeto até que as negociações estivessem em estágio avançado.
Em agosto, numa reunião da Unasul em Bariloche, Lula exigiu garantias jurídicas de que as ações dos EUA se restringirão ao território colombiano. Na época, o Peru foi o único país que saiu em defesa de Bogotá. Os países da Unasul pediram para monitorar o uso das bases, mas a proposta foi rejeitada pelo governo colombiano.
"A Colômbia nunca foi um país agressivo. Temos um diálogo sincero e respeitoso (com o Brasil). Tudo isso é uma garantia", disse Uribe ontem. O presidente colombiano chegou a São Paulo à frente de uma missão com 120 empresários de seu país que tem o objetivo de ampliar o comércio bilateral e atrair investimentos brasileiros para a Colômbia.
A iniciativa, segundo Carlos Rodríguez, diretor da Proexport Colômbia, agência que promove as exportações colombianas, faz parte da estratégia de Bogotá de buscar novas parcerias para substituir seu comércio com a Venezuela e o Equador, afetado pelas crises políticas com esses países.
"Não é que o Brasil pode ser uma alternativa (ao comércio com Caracas e Quito). O Brasil já é uma alternativa", disse Rodríguez ao Estado.
Segundo o ministro de Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia, Luis Guillermo Plata, o comércio com o Brasil aumentou quatro vezes de 2003 a 2008 e o País já é o terceiro maior investidor na Colômbia. A intenção manifestada ontem por Lula e Uribe é duplicar as trocas comerciais entre os dois países em 2010.
Uribe pediu investimentos brasileiros para a construção de estradas e outras obras de infraestrutura em seu país e ofereceu parcerias para o combate ao narcotráfico. Ao ser questionado sobre o terceiro mandato, ele novamente se esquivou, dizendo que a decisão depende agora da Justiça colombiana, em cuja alçada está o projeto de referendo sobre a segunda reeleição. "(O terceiro mandato) depende da Corte Constitucional, do povo colombiano e de Deus", disse.
CLIMA
Durante o encontro, os dois presidentes também anunciaram que os países da região amazônica (Venezuela, Peru, Equador, Colômbia e Brasil) se reunirão no dia 26 de novembro, em Manaus, para preparar uma proposta única sobre a redução do desmatamento que será levada para a Conferência do Clima, em Copenhague, na Dinamarca, no início de dezembro.
A declaração marca um recuo de Lula, que até agora se dizia insatisfeito com as explicações sobre o pacto. O presidente brasileiro acrescentou, porém, que espera "tomar conhecimento do acordo quando ele for firmado". "Propusemos que todos os acordos de defesa possam ser mostrados na Unasul (União de Nações Sul-Americanas). O que o Brasil tem com a França, o que a Venezuela tem com quem quer que seja. Não deve haver segredos no nosso processo de integração", afirmou Lula.
As declarações foram feitas durante um encontro entre autoridades e empresários da Colômbia e do Brasil na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em julho, numa entrevista ao lado da presidente chilena, Michelle Bachelet, Lula criticou o pacto: "Eu posso dizer que, a mim, não agrada mais uma base americana na Colômbia."
IRRITAÇÃO
As negociações sobre o acordo militar Colômbia-EUA foram anunciadas há três meses por ministros colombianos. Os EUA poderão manter no máximo 800 soldados e as bases ficarão sob controle de militares colombianos. A reação ao pacto foi inflamada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, para quem as bases serviriam para os EUA monitorarem ou invadirem seu território. Lula e outros líderes da região ficaram irritados por não terem sido informados sobre o projeto até que as negociações estivessem em estágio avançado.
Em agosto, numa reunião da Unasul em Bariloche, Lula exigiu garantias jurídicas de que as ações dos EUA se restringirão ao território colombiano. Na época, o Peru foi o único país que saiu em defesa de Bogotá. Os países da Unasul pediram para monitorar o uso das bases, mas a proposta foi rejeitada pelo governo colombiano.
"A Colômbia nunca foi um país agressivo. Temos um diálogo sincero e respeitoso (com o Brasil). Tudo isso é uma garantia", disse Uribe ontem. O presidente colombiano chegou a São Paulo à frente de uma missão com 120 empresários de seu país que tem o objetivo de ampliar o comércio bilateral e atrair investimentos brasileiros para a Colômbia.
A iniciativa, segundo Carlos Rodríguez, diretor da Proexport Colômbia, agência que promove as exportações colombianas, faz parte da estratégia de Bogotá de buscar novas parcerias para substituir seu comércio com a Venezuela e o Equador, afetado pelas crises políticas com esses países.
"Não é que o Brasil pode ser uma alternativa (ao comércio com Caracas e Quito). O Brasil já é uma alternativa", disse Rodríguez ao Estado.
Segundo o ministro de Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia, Luis Guillermo Plata, o comércio com o Brasil aumentou quatro vezes de 2003 a 2008 e o País já é o terceiro maior investidor na Colômbia. A intenção manifestada ontem por Lula e Uribe é duplicar as trocas comerciais entre os dois países em 2010.
Uribe pediu investimentos brasileiros para a construção de estradas e outras obras de infraestrutura em seu país e ofereceu parcerias para o combate ao narcotráfico. Ao ser questionado sobre o terceiro mandato, ele novamente se esquivou, dizendo que a decisão depende agora da Justiça colombiana, em cuja alçada está o projeto de referendo sobre a segunda reeleição. "(O terceiro mandato) depende da Corte Constitucional, do povo colombiano e de Deus", disse.
CLIMA
Durante o encontro, os dois presidentes também anunciaram que os países da região amazônica (Venezuela, Peru, Equador, Colômbia e Brasil) se reunirão no dia 26 de novembro, em Manaus, para preparar uma proposta única sobre a redução do desmatamento que será levada para a Conferência do Clima, em Copenhague, na Dinamarca, no início de dezembro.
Um comentário:
A criação de um corredor indígena na alegação da tese de proteger os Indígenas Brasileiros de extermínio, a instalação de bases militares na Colômbia, um escritório da ONU em território amazônico enfim, tudo isso na afirmação notória da Estratégia do Pentágono em ocupar em definitivo o objetivo traçado e por a mão em nossas riquezas, parece que está prestes a se configurar. Seria o próximo passo dessa investida externa. Tomara que o Exército Brasileiro não tolere essa afronta e consiga intervir à força, no tempo devido, em defesa da nossa soberania, mesmo que seja numa decisão apolítica.
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