BRASÍLIA. A CPI do MST foi criada ontem com a leitura do requerimento da oposição que pretende investigar repasse de dinheiro público para a entidade.
Os ruralistas conseguiram assinaturas suficientes de deputados e de senadores para apresentar o pedido. O governo teria até a meia-noite de ontem para convencer parlamentares a retirar assinaturas. Às 23h50m, faltando dez minutos para o fim do prazo, os deputados Maurício Rands e Doutor Rosinha, ambos do PT, ainda entregaram um documento informando que 23 deputados da base aliada retiravam suas assinaturas.
Mas, logo em seguida, ainda dentro do prazo, os oposicionistas Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), autores do pedido de criação da CPI, apresentaram mais 68 assinaturas de deputados, e o requerimento passou a contar com 210 assinaturas. Com isso, já no início da madrugada de hoje, a Mesa Diretora do Congresso decretou a derrota dos governistas e confirmou a criação da CPI. Para apresentar o requerimento, são necessárias 171 assinaturas de deputados e de 27 senadores.
Ao todo, 35 senadores assinaram o requerimento, e nenhum deles voltou atrás.
Esta é a segunda tentativa da oposição de investigar o MST.
No início de outubro, 43 deputados da base aliada retiraram seus apoios depois de terem sido pressionados pelo governo.
Desde cedo, deputados da oposição apostavam ontem que o governo, desta vez, não conseguiria impedir o funcionamento da CPI, o que acabou se confirmando. Eles acreditam no efeito “trator” do MST, que foi flagrado utilizando uma dessas máquinas para destruir um laranjal na fazenda de uma empresa no interior de São Paulo.
Essa imagem ganhou o país e gerou reações contrárias ao movimento. Até mesmo deputados do PT concordam que o episódio foi péssimo para imagem dos sem-terra, ainda que discordem da CPI.
— Essa CPI é o sujo falando do mal lavado. Quem quer a CPI são latifundiários e grileiros de terra. E, do outro lado, um pessoal que invade fazenda e destrói inexplicavelmente plantação de laranja — disse Anselmo Jesus (PT-RO).
Mais cedo, o deputado e ruralista Homero Pereira (PR-MT), um dos vice-presidentes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), disse acreditar que o governo não teria forças para impedir a criação da CPI.
— Não há ambiente para evitar essa investigação. O MST não pode ficar impune e deixar o governo seu refém. Vamos apurar esse dinheiro, que é público.
Quem não deve, não teve — afirmou Homero Pereira.
Para o deputado Zé Geraldo (PT-PA), ligado ao movimento, o objetivo da oposição não é atingir o MST, mas o Incra.
— Reforma agrária não se faz da noite para o dia. Uma coisa é assentar no Sul, onde o agricultor está habituado com a terra e tem outra formação.
Outra coisa é no Norte, onde os assentados são pessoas que até então trabalhavam em garimpos e são analfabetos. De qualquer maneira, essa CPI, se instalada, será esvaziada — disse Zé Geraldo.
Os ruralistas conseguiram assinaturas suficientes de deputados e de senadores para apresentar o pedido. O governo teria até a meia-noite de ontem para convencer parlamentares a retirar assinaturas. Às 23h50m, faltando dez minutos para o fim do prazo, os deputados Maurício Rands e Doutor Rosinha, ambos do PT, ainda entregaram um documento informando que 23 deputados da base aliada retiravam suas assinaturas.
Mas, logo em seguida, ainda dentro do prazo, os oposicionistas Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), autores do pedido de criação da CPI, apresentaram mais 68 assinaturas de deputados, e o requerimento passou a contar com 210 assinaturas. Com isso, já no início da madrugada de hoje, a Mesa Diretora do Congresso decretou a derrota dos governistas e confirmou a criação da CPI. Para apresentar o requerimento, são necessárias 171 assinaturas de deputados e de 27 senadores.
Ao todo, 35 senadores assinaram o requerimento, e nenhum deles voltou atrás.
Esta é a segunda tentativa da oposição de investigar o MST.
No início de outubro, 43 deputados da base aliada retiraram seus apoios depois de terem sido pressionados pelo governo.
Desde cedo, deputados da oposição apostavam ontem que o governo, desta vez, não conseguiria impedir o funcionamento da CPI, o que acabou se confirmando. Eles acreditam no efeito “trator” do MST, que foi flagrado utilizando uma dessas máquinas para destruir um laranjal na fazenda de uma empresa no interior de São Paulo.
Essa imagem ganhou o país e gerou reações contrárias ao movimento. Até mesmo deputados do PT concordam que o episódio foi péssimo para imagem dos sem-terra, ainda que discordem da CPI.
— Essa CPI é o sujo falando do mal lavado. Quem quer a CPI são latifundiários e grileiros de terra. E, do outro lado, um pessoal que invade fazenda e destrói inexplicavelmente plantação de laranja — disse Anselmo Jesus (PT-RO).
Mais cedo, o deputado e ruralista Homero Pereira (PR-MT), um dos vice-presidentes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), disse acreditar que o governo não teria forças para impedir a criação da CPI.
— Não há ambiente para evitar essa investigação. O MST não pode ficar impune e deixar o governo seu refém. Vamos apurar esse dinheiro, que é público.
Quem não deve, não teve — afirmou Homero Pereira.
Para o deputado Zé Geraldo (PT-PA), ligado ao movimento, o objetivo da oposição não é atingir o MST, mas o Incra.
— Reforma agrária não se faz da noite para o dia. Uma coisa é assentar no Sul, onde o agricultor está habituado com a terra e tem outra formação.
Outra coisa é no Norte, onde os assentados são pessoas que até então trabalhavam em garimpos e são analfabetos. De qualquer maneira, essa CPI, se instalada, será esvaziada — disse Zé Geraldo.
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