14 de out. de 2009

Ministro nega que governo repasse recursos para o MST



O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, negou nesta terça-feira (13) que recursos de sua pasta vão parar nas mãos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele contestou levantamento divulgado na semana passada pelo líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), de que o ministério teria repassado entre 2004 e 2008 mais de R$ 115 milhões a entidades que seriam ligadas ao movimento.

“Não se sustenta a idéia de que o governo federal financia este movimento social. Na semana passada, um deputado aqui da Casa divulgou que R$ 115 milhões teria sido repassado ao MST. Isso não é verdade. Os recursos que ele afirmou irem para o MST foram destinados à Ematers de vários estados ou fazem parte de convênios do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)”, disse Cassel.

Cassel ironizou as acusações feitas por Caiado de que as entidades listadas atuariam como “laranjas” do MST. Ele destacou que os recursos foram repassados a empresas estaduais de Rondônia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Ele afirmou não saber que Ivo Cassol (PP-RO), Yeda Crusius (PSDB-RS) e Aécio Neves (PSDB-MG) eram “simpatizantes” do MST.

Ele participa na manhã desta terça-feira (13) de uma audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado para debater o tema. Cassel afirmou que os recursos repassados pelo ministério são alvos de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público. Destacou ainda que duas CPIs, da Terra e das Organizações Não Governamentais, também analisaram convênios e contratos da pasta sem encontrar irregularidades.

“O nosso ministério e o Incra são os órgãos mais fiscalizados da Esplanada. Somos fiscalizados com lupa”, afirmou o ministro.

A oposição diz já ter assinaturas necessárias para propor uma CPI mista sobre o MST. O ministro disse que o governo não tem medo, mas criticou a iniciativa. “O governo não teme a CPI, mas é indesculpável que se criou um ambiente falso com dados errôneos para criar um ambiente favorável para a CPI”.

Cassel fez novamente críticas à ação de integrantes do MST que participaram na semana passada da destruição de um laranjal em Borebi (SP). “Foi um ato grotesco, injusto e as pessoas envolvidas tem que ser punidas. Não podemos flertar com este tipo de atitude”.

Nenhum comentário: