30 de mai. de 2009

Saiu primeiro na internet.


Deputados alemães usam o Twitter para antecipar o resultado da eleição do presidente do país
Carolina Romanini
TWITTERGATE Tradução da mensagem da deputada Julia Klöckner: renúncia
Wolfgang Kumm/AP

O Twitter, rede social de mensagens instantâneas que se tornou uma febre da internet, foi o estopim de um acalorado bate-boca no Parlamento alemão nos últimos dias. No sábado 23, os deputados reelegeram Horst Köhler, do Partido Democrata Cristão, o mesmo da chanceler Angela Merkel, para a Presidência do país. Como é de praxe, o resultado da votação deveria ser anunciado oficialmente pelo presidente da casa. Antes que isso acontecesse, dois deputados se apressaram a noticiar a eleição de Köhler através do Twitter, via telefone celular. Julia Klöckner, do mesmo partido de Köhler, foi bem-humorada. "Pessoal, vocês podem assistir ao futebol em paz. A votação foi um sucesso!", escreveu. Já Ulrich Kelber, do derrotado Partido Social Democrata, foi objetivo. "A contagem está confirmada: 613 votos. Köhler foi eleito", espalhou.
Ainda que a reeleição de Köhler fosse esperada, a quebra do protocolo despertou a ira de deputados de outros partidos e do grupo de parlamentares mais antigos na casa, o chamado Conselho dos Anciãos. Uma deputada do Partido Verde classificou o episódio como intolerável e sugeriu providências para que ele não se repita. O líder da bancada do Partido Social Democrata criticou de forma áspera seu correligionário pela mensagem que divulgou no Twitter. Além disso, anunciou que pretende proibir o uso do site de mensagens pelos deputados de sua bancada durante as sessões. Na sequência, Julia Klöckner renunciou ao cargo que ocupava, de secretária parlamentar. O episódio já ganhou o apelido de Twittergate, numa referência ao caso Watergate, no qual o presidente americano Richard Nixon renunciou após se comprovar seu envolvimento numa operação de espionagem na sede do Partido Democrata. O Twitter é usado por 32 milhões de pessoas no mundo – entre elas o presidente americano Barack Obama e o governador paulista José Serra. Para os deputados alemães, o brinquedinho se tornou um perigo.

Nenhum comentário: